Liturgia Diária
22 – SÁBADO
2ª SEMANA DA PÁSCOA
(branco – ofício do dia)
Povo resgatado por Deus, proclamai suas maravilhas: ele vos chamou das trevas à sua luz admirável, aleluia! (1Pd 2,9)
A comunidade que reconhece a presença de Jesus em seu meio não permite nenhum tipo de exclusão; por isso, em vista de acudir os pobres, move-se no sentido de melhor organizar os serviços pastorais. Esta liturgia nos convida a estarmos sempre atentos às várias necessidades comunitárias.
Evangelho: João 6,16-21
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ressurgiu Cristo, o Senhor, que criou tudo; / ele teve compaixão da humanidade. – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – 16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 6,16-21
«Seja compassivo, como seu Pai é compassivo»
Fr. Zacharias MATTAM SDB
(Bangalore, India)
Hoje, como um cristão deve agir ante seus irmãos e irmãs? Pois mostrando-lhes a mesma misericórdia e amabilidade do Padre celestial: «Sejam compassivos, como seu Pai é compassivo» (Lc 6,36). Jesus disse, «Eu não vim julgar ao mundo, eu vim salvar o mundo» (Jn 12,47). Jesus Cristo nem sequer julgou os seus próprios carrascos. Ao contrário, Ele pensou bem sobre eles perdoando e rezando por eles: «Pai, perdoa-os porque eles não sabem o que fazem» (Lc 23,34). Como seus discípulos, estamos convidados a ser como o Mestre.
Jesus disse no Evangelho de Mateus: «No julguem para não serem julgados. Por que Você nota o cisco no olho do seu irmão, e não nota a trave no seu? (Mt 7,1.3). O raio é o "não-amor", o "orgulho" e o "ressentimento" em nossos corações. Esses vícios são como uma viga que nos impede de considerar a culpa de nosso irmão a partir de sua própria perspectiva, que é mais grave do que a própria culpa (afinal, um cisco!), e, portanto, essas atitudes devem ser removidas primeiro. Só com amor podemos corrigir realmente o outro, tendo em conta que "o amor tudo perdoa" (1Cor 13,7).
Quando Cristo diz "não julgue", não está proibindo o exercício de nossa capacidade de discernimento, nem está dizendo que devemos aprovar tudo o que nosso irmão faz. O que Ele proíbe é atribuir uma má intenção à pessoa que age dessa maneira. Só Deus sabe o que está no coração de uma pessoa. "O homem olha às aparências, o Senhor vê o coração" (1Sm 16:7). Portanto, julgar é uma prerrogativa de Deus, uma prerrogativa que usurpamos quando julgamos nosso irmão.
O importante no Cristianismo é o amor: "Assim como eu vos amei, amem-se uns aos outros" (Jo 13,34). Este amor é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (cf. Rm 5,5). Na Eucaristia, Cristo nos dá o Seu Coração como dom e assim podemos amar cada um com o Seu Coração e ser misericordiosos como o Pai Celestial é misericordioso.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Jesus preferiu proclamar-se e manifestar-se como Cristo com suas ações, e não com suas palavras» (Origens)
«Entre a multiplicação dos pães e o discurso eucarístico na Sinagoga de Cafarnaum, decorre a cena de Jesus Cristo caminhando sobre as águas. Um evento oportuno para introduzir a comparação entre Moisés e Jesus. O primeiro — pelo poder de Deus — dividiu as águas do mar para atravessá-lo pisando em terra; Jesus simplesmente caminha sobre eles. Ele é o “Eu sou”» (Bento XVI)
«Orar é sempre possível: O tempo do cristão é o de Cristo Ressuscitado, que está «conosco todos os dias» (Mt 28, 20), sejam quais forem as tempestades (31). O nosso tempo está na mão de Deus» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.743)
Outros comentários
«Sou eu.Não tenhais medo!»
Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje, Jesus nos desconcerta. Acostumávamos-nos a um Redentor que, disposto a atender todo tipo de indigência humana, não duvidava em recorrer ao seu poder divino. De fato, a ação transcorre justo após a multiplicação dos pães e peixes, a favor da multidão faminta. Agora, ao contrário, nos perturba um milagre —o fato de andar sobre as águas— que parece, à primeira vista, uma ação de cara à galeria. Mas não!, Jesus já descartara fazer uso do seu poder divino para buscar sobressair ou o benefício próprio quando, ao inicio da sua missão, rejeitou as tentações do Maligno.
Ao andar sobre as águas, Jesus Cristo está mostrando seu senhorio sobre as coisas criadas. Mas também podemos ver uma encenação do seu domínio sobre o Maligno, representado por um mar embravecido na escuridão.
«Não tenhais medo» (Jo 6,20), dizia-lhes Jesus naquela ocasião. «Mas tende coragem! eu venci o mundo» (Jo 16,33), lhes dirá depois, no Cenáculo. Finalmente, é Jesus quem diz às mulheres na manhã da Páscoa, depois de se levantar do sepulcro: «Não tenhais medo». Nós, pelo testemunho dos Apóstolos, sabemos de sua vitória sobre os inimigos do homem, o pecado e a morte. Por isso, hoje, suas palavras ressoam em nossos corações com força especial, porque são as palavras de Alguém que está vivo.
As mesmas palavras que Jesus dirigia a Pedro e aos Apóstolos, as repetia João Paulo II, sucessor de Pedro, ao início do seu pontificado: «Não tenhais medo». Era um chamado para abrir o coração, a própria existência, ao Redentor, para que, com Ele, não temamos diante dos embates dos inimigos de Cristo.
Diante à própria fragilidade para levar a bom porto as missões que o Senhor nos pede (uma vocação, um projeto apostólico, um serviço...), nos consola saber que Maria também —criatura como nós— ouviu as mesmas palavras de parte do anjo, antes de enfrentar a missão que o Senhor tinha-lhe encomendado. Aprendamos dela, acolher o convite de Jesus a cada dia, em cada circunstância.
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