terça-feira, 28 de março de 2023

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 8,51-59 - 30.03.2023

Liturgia Diária


30 – QUINTA-FEIRA 

5ª SEMANA DA QUARESMA


(roxo, prefácio da paixão I – ofício do dia)



Cristo é o mediador de uma nova aliança, para que, por meio de sua morte, recebam os eleitos a herança eterna que lhes foi prometida (Hb 9,15).


A história da salvação começa com a aliança entre Deus e Abraão, figura de Cristo, o iniciador da Nova e Eterna Aliança no seu sangue. Pelo sacramento da Eucaristia, alimentamos nossa comunhão com o Senhor. Acolhamos, de coração sincero, o amor de Deus por nós.


Evangelho: João 8,51-59


Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!


Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: / Não fecheis os corações como em Meriba! (Sl 94,8) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51“Em verdade, em verdade, eu vos digo, se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte”. 52Disseram então os judeus: “Agora sabemos que tens um demônio. Abraão morreu e os profetas também, e tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, jamais verá a morte’. 53Acaso és maior do que nosso pai Abraão, que morreu, como também os profetas? Quem pretendes tu ser?” 54Jesus respondeu: “Se me glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vós dizeis ser o vosso Deus. 55No entanto, não o conheceis. Mas eu o conheço e, se dissesse que não o conheço, seria um mentiroso como vós! Mas eu o conheço e guardo a sua palavra. 56Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia; ele o viu e alegrou-se”. 57Os judeus disseram-lhe então: “Nem sequer cinquenta anos tens e viste Abraão!?” 58Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, antes que Abraão existisse, eu sou”. 59Então eles pegaram em pedras para apedrejar Jesus, mas ele escondeu-se e saiu do templo. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/

Reflexão - Evangelho: João 8,51-59

«Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia. Ele viu e se alegrou»


Rev. D. Enric CASES i Martín

(Barcelona, Espanha)

Hoje João situa-nos diante de uma manifestação de Jesus no Templo. O salvador revela um fato desconhecido para os judeus: que Abraão viu e se alegrou ao contemplar o dia de Jesus. Todos sabiam que Deus tinha feito uma aliança com Abraão, assegurando-lhe grandes promessas de salvação para a sua descendência. No entanto, desconheciam até que ponto chegava a luz de Deus. Cristo revela-lhes que Abraão viu o Messias no dia em de Yahvé, ao qual chama meu dia.


Nesta revelação Jesus mostra-se possuindo a visão eterna de Deus. Mas, sobretudo manifesta-se como alguém preexistente e presente no tempo de Abraão. Pouco depois, no calor da discussão, quando alegam que ainda nem tem cinquenta anos, diz-lhes: «Em verdade, em verdade, vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou» (Jo 8,58) É uma declaração notória da sua divindade, podiam entendê-la perfeitamente, e também tinham podido crer se tivessem conhecido melhor o Pai. A expressão “Eu sou” é parte do tetragrama santo Yahvé, revelado no monte Sinai.


O cristianismo é mais que um conjunto de regras morais elevadas como podem ser o amor perfeito, ou, inclusive, o perdão. O cristianismo é a fé numa pessoa. Jesus é Deus e homem verdadeiro. «Perfeito Deus e perfeito Homem», diz o Símbolo Atanasiano. Santo Hilário de Poitiers escreve numa bela oração: «Dá-nos, pois, um modo de expressão adequado e digno, ilumina a nossa inteligência, faz também que as nossas palavras sejam expressão da nossa fé, quer dizer, que nós, que pelos profetas e os Apóstolos te conhecemos a ti, Deus Pai e ao único Senhor Jesus Cristo, possamos também celebrar-te a ti como Deus, em quem não há unicidade de pessoa, e confessar a teu Filho, em tudo igual a ti».


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«A ressurreição de Cristo é vida para os defuntos, perdão para os pecadores, glória para os santos". Por esta razão, o salmista convida toda a criação a celebrar a ressurreição de Cristo, dizendo que devemos alegrar-nos e encher-nos de gozo neste dia em que o Senhor obrou» (São Máximo de Turim)


«Os doutores da lei não compreendiam a alegria da promessa; eles não entendiam a alegria da esperança. Pelo contrário, o nosso pai Abraão pôde alegrar-se porque tinha fé. Aqueles doutores da lei tinham perdido a fé: eram doutores da lei, mas sem fé. Mais ainda: tinham perdido a lei, porque o centro da lei é o amor, o amor a Deus e o amor ao próximo...» (Francisco)


«Só a identidade divina da pessoa de Jesus é que pode justificar uma exigência tão absoluta como esta: «Quem não está comigo, está contra Mim» (Mt 12, 30); o mesmo se diga de quando afirma ser «mais que Jonas,... mais que Salomão» (Mt 12, 41-42), «mais que o templo» (Mt 12,6); de quando lembra, a respeito de si próprio, que David chamou ao Messias o seu Senhor; de quando afirma: «Antes de Abraão existir, "Eu sou"» (Jo 8, 58); e ainda mais: «Eu e o Pai somos um» (Jo 10, 30)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 590)

Fonte https://www.google.com/


JESUS REVELA A SUA IDENTIDADE Jo 8,51-59

HOMILIA


Diante da incredulidade do mundo e dos desatinos que nele acontecem dia após dia, Jesus revela a Sua verdadeira identidade: Eu vos digo que isto é verdade: antes de Abraão nascer, “EU SOU”. Ontem como hoje, a maior parte dos homens não tem experiência com o amor de Deus, não observam os Mandamentos da Lei de Deus e como se não bastasse, ignorando a pessoa de Jesus procura obter sinais e se interrogam sobre quem seja Jesus. Convém dizer, porém, que somente quem conhece e guarda a Sua Palavra pode dizer que O conhece e experimenta o Seu amor. Jesus mesmo foi quem afirmou isso aos judeus: vós não conheceis aquele que vós dizeis ser o vosso Deus, mas eu o conheço e guardo a sua palavra. Não podemos dizer que conhecemos a Deus se não conhecemos a Sua Palavra. A Palavra de Deus é quem nos direciona para a vida eterna em Cristo Jesus, a qual começa no agora da nossa vida. Quem não compreende a Palavra, quem não tem abertura para o Espírito Santo, morre na ignorância do pecado e, lamentavelmente, nunca poderá conhecer a Deus.


A origem e o destino de Jesus foram motivos de controvérsia com os judeus. Por um lado, o Mestre proclamava: “Se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte”. Por outro, afirmava: “Antes que Abraão existisse, Eu sou”.


Seus adversários raciocinavam de maneira aparentemente lógica. Os personagens mais veneráveis do povo, como Abraão e os profetas, morreram. Acreditava-se na volta do profeta Elias, que fora arrebatado ao céu numa carruagem de fogo. Não se tinha, porém, notícia de alguém que não iria experimentar a morte. Com Jesus, não haveria de ser diferente. Quanto à sua origem, era suficiente considerar sua idade bastante jovem – “Ainda não tens cinqüenta anos” – para se dar conta da falsidade de sua afirmação.


Este modo de pensar estava em total descompasso com a real intenção de Jesus. Referindo-se à morte, pensava em algo muito mais radical que a pura morte física. Suas palavras abririam caminho para a vida eterna, na comunhão plena com o Pai, para além das vicissitudes desta vida terrena. Ao referir-se à sua origem, não estava pensando no seu nascimento carnal, historicamente determinável, e sim na sua vida prévia, no seio do Pai. Neste sentido, pode-se dizer anterior ao patriarca Abraão, por possuir uma existência eterna.


Neste texto, temos a conclusão do tenso e longo diálogo de Jesus com os judeus em Jerusalém, por ocasião da festa das Tendas. Jesus mostra-se acolhedor e reafirma o dom da vida eterna, já: “Se alguém cumprir a minha palavra, nunca verá a morte”. Contudo os judeus permanecem firmes em sua rejeição a Jesus, procurando apedrejá-lo.


Jesus, que cumpre a palavra do Pai, já vive a eternidade. Pois antes que Abraão existisse, Eu sou. Disse Jesus àquele povo e continua dizendo o mesmo hoje. Quando estas palavras encontrarem espaço em nossos corações, então significa que vivemos em comunhão eterna com Jesus e com o Pai ao cumprirmos sua palavra, no despojamento e na partilha, na mansidão, na acolhida ao irmão, na prática da misericórdia e da justiça que liberta e promove a vida.


Voltando à questão da palavra diremos que o estudo da Sagrada Escritura é o melhor caminho para conhecermos quem é Jesus. Pois Ele é o Verbo, é a Palavra feita Carne. Ouvi-l’O é ouvir a Palavra de Deus. Assim, sem medo de errar quero que saibas que a Bíblia é a própria Palavra Pai dirigida a nós, afim de que possamos conhece-l’O e nos conhecer a nós mesmo e simultaneamente termos acesso ao Seu grande amor e Misericórdia. É feliz quem adora a Deus mergulhando nos Seus ensinamentos. Tu tens a Palavra de Deus como ensinamento para o seu dia a dia?

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

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