quarta-feira, 15 de março de 2023

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 12,28-34 - 17.03.2023

Liturgia Diária


17 – SEXTA-FEIRA 

3ª SEMANA DA QUARESMA


(roxo – ofício do dia)



Senhor, não há entre os deuses nenhum que se vos compare, porque sois grande e fazeis maravilhas: só vós, Senhor, sois Deus (Sl 85,8.10).


Envolvidos com as coisas materiais, por vezes ficamos surdos às orientações divinas e distantes dos valores do Reino de Deus. Deixemo-nos tocar pelas palavras do profeta – “Volta, Israel, para o Senhor teu Deus” – e retomemos, com toda confiança, os caminhos do Senhor.


Evangelho: Marcos 12,28-34


Glória a vós, Senhor Jesus, / primogênito dentre os mortos!


Convertei-vos, nos diz o Senhor, / está próximo o Reino de Deus! (Mt 4,17) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 28um escriba aproximou-se de Jesus e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29Jesus respondeu: “O primeiro é este: Ouve, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e com toda a tua força! 31O segundo mandamento é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo! Não existe outro mandamento maior do que estes”. 32O mestre da Lei disse a Jesus: “Muito bem, mestre! Na verdade, é como disseste: ele é o único Deus e não existe outro além dele. 33Amá-lo de todo o coração, de toda a mente e com toda a força e amar o próximo como a si mesmo é melhor do que todos os holocaustos e sacrifícios”. 34Jesus viu que ele tinha respondido com inteligência e disse: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 12,28-34

«Não existe outro mandamento maior do que estes»


Rev. D. Pere MONTAGUT i Piquet

(Barcelona, Espanha)

Hoje, a liturgia da quaresma nos apresenta o amor como a raiz mais profunda da auto-comunicação de Deus: «A alma não pode viver sem amor, sempre quer amar alguma coisa, porque está feita de amor, que eu por amor a criei» (Santa Catalina de Siena). Deus é amor todo poderoso, amor até o extremo, amor crucificado: «É na cruz onde se pode contemplar esta verdade» (Bento XVI). Este Evangelho não é somente uma auto-revelação de como Deus mesmo —em seu Filho— quer ser amado. Com um mandamento de Deuteronômio: «Portanto, ame a Javé seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma e com toda a sua força» (Dt 6,5) e outro do Levítico: «Não seja vingativo, nem guarde rancor contra seus concidadãos. Ame o seu próximo como a si mesmo. Eu sou Javé» (Lev 19,18), Jesus leva ao extremo a plenitude da Lei. Ele ama o Padre como Deus verdadeiro nascido do Deus verdadeiro e, como Verbo feito homem, cria a nova Humanidade dos filhos de Deus, irmãos que se amam com o amor do Filho.


O chamado de Jesus à comunhão e à missão pede uma participação em sua mesma natureza, é uma intimidade na que devemos nos introduzir. Jesus não reivindica nunca ser a meta de nossa oração e amor. Agradece ao Pai y vive continuamente em sua presença. O mistério de Cristo atrai ao amor a Deus —invisível e inacessível— enquanto que, ao mesmo tempo, é caminho para reconhecer, verdade no amor e vida para o irmão visível e presente. O mais valioso não são as oferendas queimadas no altar, e sim Cristo que queima como único sacrifício y oferenda para que sejamos Nele um só altar, um único amor.


Esta unificação de conhecimento e de amor entrelaçada pelo Espírito Santo permite que Deus ame em nós e utilize todas nossas capacidades e nos conceda poder amar como Cristo, com seu mesmo amor filial e fraterno. O que Deus uniu no amor, o homem não o pode separar. Esta é a grandeza de quem se submete ao Reino de Deus: o amor a si mesmo já não é obstáculo e sim êxtase para amar ao único Deus e a uma multidão de irmãos.


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Os presentes dias [de Quaresma] são especialmente indicados para se exercitar na caridade. Quem deseje festejar a Páscoa do Senhor com o corpo e a alma santificados devem por especial esforço em conseguir, sobre tudo, essa caridade» (São Leão Magno)


«A fé é deixar espaço a esse amor de Deus; é deixar espaço ao poder, ao poder de Deus, ao poder de alguém que me ama, que está enamorado de mim e deseja a alegria comigo. Isso é a fé. Isso é acreditar: é deixar espaço ao Senhor para que venha e me transforme» (Francisco)


«(...) O apóstolo São Paulo lembra: Quem ama o próximo cumpre plenamente a lei. De facto: “Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçaras”, bem como qualquer outro mandamento, estão resumidos numa só frase: amarás ao próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. Assim, é no amor que está o pleno cumprimento da lei”» (Catecismo da Igreja Católica, n° 2196)

Fonte https://evangeli.net/


O MEU PASSAPORTE PARA O CÉU Mc 12,28b-34

HOMILIA


No tempo de Jesus, havia uma ala do judaísmo tendente ao exagero, a ponto de reduzir a fé a um complexo de leis e mandamentos, de difícil execução. Será que Deus quer transformar nossa vida num infindável pode/não pode, deve/não deve, é permitido/é proibido? Uma religião assim vivida se torna empobrecedora, porque torna o indivíduo escravo da Lei, sem tempo para relacionar-se com Deus de maneira prazerosa e alegre.


Neste ambiente, um mestre da Lei de Moisés reconhece em Jesus como Mestre e por isso tentando acalmar a discussão que se tinha levantado à volta d’Ele o interroga: Qual é o mais importante de todos os mandamentos da Lei Partimos do princípio de que os escribas eram intelectuais, conhecedores profundos e pormenorizados dos textos da Lei de Moises. Sendo assim, Jesus olhando bem para ele, poderia até se questionar como é possível, este homem sendo doutor da Lei não sabia qual era o maior. Mas tudo bem:


Escuta Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças. E o segundo mais importante é este: Amarás próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.


Jesus, fazendo uma análise da figurado deste escriba, e pelo seu interesse, chega a conclusão de que ele não está longe do Reino de Deus. Pelos detalhes, esta narrativa assemelha-se à cena do jovem rico (Mc 10,17-22), ao qual apenas faltou dar tudo aos pobres e seguir Jesus. Ao escriba faltava romper seus laços com as doutrinas e observâncias legais. E para ti o que falta, que barreira deves romper para seguir e adorares à Deus Único e verdadeiro? Saiba que a expressão da sua adesão ao amor de Deus não é o culto religioso, não é a observância do domingo, cumprimento de liturgias, mas sim o amor concreto e solidário ao próximo, que se resumem no: amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a ti mesmo.


Nesta resposta de Jesus vemos duas realidades. A relação do homem com Deus. E do homem como o homem para depois voltarem os dois para Deus o princípio e o fim do homem. Portanto o segundo mandamento completa o primeiro e que, em conjunto, resumem toda a lei e todos os profetas. Sendo assim, Jesus explica ao escriba a impossibilidade que existe em cumprir o primeiro mandamento sem o segundo.


Para João não é possível a amar a Deus, que não vemos, se não amarmos o nosso próximo que vemos. Se a assim for não passamos de mentiroso. Porque Deus é amor e quem o ama deve amar o irmão. Logo, os dois mandamentos se abraçam e se completam. Este é o modelo que o próprio evangelho nos apresenta na relação amistosa entre Jesus e o escriba, pois ambos se elogiam reciprocamente. Nisto consiste o amor: no reconhecimento de uma recíproca igualdade e numa mútua e perpétua fidelidade. É assim com amor: dá e recebe como Jesus. N’Ele está constantemente a cumprir-se o tudo dar de Deus ao mundo no Filho e o tudo receber por parte do Filho para tudo dar ao Pai nos seus irmãos.


A fé pregada por Jesus apóia-se em dois pilares: o amor a Deus e o amor ao próximo. Isto é o essencial. Tudo o mais é complemento, e pode ser relativizado. Quem ama a Deus, recusa toda forma de idolatria, não aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejar-lhe o mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo.


Ante a sábia resposta do Verdadeiro Mestre, o mestre da Lei, no diálogo com Jesus enxerga e afirma que o amor a Deus e ao próximo supera todos os holocaustos e sacrifícios. Reconhece, assim, os dois maiores mandamentos. Jesus, então, afirma que ele não está longe do Reino de Deus.


Portanto, a única exigência da religião de Jesus é que a pessoa não coloque a si mesma como centro, e sim, Deus e o amor ao próximo como passaporte para o Reino do Céu. A expressão de nossa adesão ao amor de Deus não é o culto religioso, mas sim o amor concreto e solidário. Pois o próximo é a ponte, é a escada, é o passaporte que nos faz atravessar o mar vermelho, o deserto, a morte em direção a terra prometida onde jorra leite e mel ou seja a nossa pátria definitiva: o Reino do Céu!

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

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