Liturgia Diária
14 – TERÇA-FEIRA
3ª SEMANA DA QUARESMA
(roxo – ofício do dia)
Eu vos chamo, meu Deus, porque me atendeis; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).
Repletos de confiança no Senhor, que acolhe e “reconduz ao bom caminho os pecadores”, seja nossa esta profunda súplica em favor do seu povo: “Trata-nos segundo tua clemência e segundo tua imensa misericórdia”. Rezemos pelas necessidades de nossa nação.
Evangelho: Mateus 18,21-35
Jesus Cristo, sois bendito, / sois o ungido de Deus Pai!
Voltai ao Senhor, vosso Deus; / ele é bom, compassivo e clemente (Jl 2,12s). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 21Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22Jesus respondeu: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna. 25Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, prostrado, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei tudo’. 27Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. 28Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’. 29O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dá-me um prazo! E eu te pagarei’. 30Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. 32Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: ‘Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. 33Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ 34O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco se cada um não perdoar de coração ao seu irmão”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 18,21-35
«O senhor teve compaixão, (…) perdoou-lhe a dívida»
Rev. D. Enric PRAT i Jordana
(Sort, Lleida, Espanha)
Hoje, o Evangelho de Mateus convida-nos a uma reflexão sobre o mistério do perdão, propondo um paralelismo entre o estilo de Deus e o nosso na hora de perdoar.
O homem atreve-se a medir e a levar em conta a sua magnanimidade perdoadora: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» (Mt 18,21). A Pedro parece-lhe que sete vezes já é muito e que é, talvez, o máximo que podemos suportar. Bem visto, Pedro continua esplêndido, se o compararmos com o homem da parábola que, quando encontrou um companheiro seu que lhe devia cem denários, «Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’» (Mt 18,28), negando-se a escutar a sua súplica e a promessa de pagamento.
Fechadas as contas, o homem, ou se nega a perdoar, ou mede estritamente a medida do seu perdão. Verdadeiramente ninguém diria que receberíamos da parte de Deus um perdão infinitamente reiterado e sem limites. A parábola diz: «o senhor teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida» (Mt 18,27). E a divida era muito grande.
Mas a parábola que comentamos põe acento no estilo de Deus na hora de outorgar o perdão. Depois de chamar à ordem o seu devedor em atraso e de o fazer ver a gravidade da situação, deixou-se enternecer repentinamente pelo seu pedido contrito e humilde: «‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante disso, o senhor teve compaixão…» (Mt 18, 26-27). Este episódio põe à vista aquilo que cada um de nós conhece por experiência própria e com profundo agradecimento: que Deus perdoa sem limites ao arrependido e convertido. O final negativo e triste da parábola, contudo, faz honras de justiça e manifesta a veracidade daquela outra sentença de Jesus em Lc 6,38: «Com a medida com que medirdes sereis medidos».
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Aquele que perdoa e aquele que é perdoado, encontram-se num ponto essencial, na dignidade» (São João Paulo II)
«O perdão é o instrumento, posto nas nossas frágeis mãos, para alcançarmos a serenidade de coração» (Francisco)
«Não há nenhuma falta, por mais grave que seja, que a santa Igreja não possa perdoar. «Nem há pessoa, por muito má e culpável que seja, a quem não deva ser proposta a esperança certa do perdão, desde que se arrependa verdadeiramente dos seus erros». Cristo, que morreu por todos os homens, quer que na sua Igreja as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que se afastar do pecado (cf. Mt 18,21-22)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 982)
Fonte https://evangeli.net/
PERDOAR É UMA DECISÃO Mt 18,21-35
HOMILIA
O evangelho de hoje nos faz refletir muito sobre um aspecto de nossa vida que está bastante presente no nosso dia-a-dia: O PERDÃO.
Varias vezes por dia, e com diversas pessoas, nós sentimos a necessidade de pedir perdão. Isto acontece principalmente quando nossas atitudes magoam as pessoas que amamos e/ou quando vemos nos rostos destas pessoas a tristeza que causamos. Esse pedido de perdão nem sempre é tão simples, principalmente se temos o orgulho latente em nós e não queremos reconhecer o erro. Quando as pessoas magoadas não são as que amamos, esta atitude de humildade torna-se ainda mais difícil.
Mas apesar de tudo saiba que Perdoar é uma decisão. Ora veja!
Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas, até setenta vezes sete. Há pessoas que dizem que é difícil perdoar. No entanto, creio que esta afirmação surge porque muita gente não sabe ao certo o que é perdoar.
Neste ensinamento de Jesus aprendemos que devemos perdoar setenta vezes sete. mas, então, o que é perdoar? Perdoar não é um sentimento. Perdoar não é esquecer tudo, ou melhor, não é ter uma amenésia!
Perdoar é uma decisão. O que sente não interessa, porque a decisão de perdoar está no seu coração e você está livre. Você pode perdoar e continuar a sentir-se incomodado, aborrecido com a pessoa, mas pela Palavra de Deus, podemos ver que perdoar é fácil: não é um sentimento, é uma decisão.
Há pessoas que se recusaram a perdoar a outros e acabaram doentes ou paralisadas, sem que nada funcionasse na sua vida. Você sabia que a falta do perdão pode causar doenças terríveis em nós? Muitas doenças estão relacionadas com a falta de perdão. Você tem que perdoar a esposa, ao marido, ao seu vizinho, ao colega, ao patrão, seja a quem for. Senão é você que vai ficar mal na vida, pois se não perdoarmos os nossos pecados uns dos outros, também Deus não nos perdoará os nossos.
Em Mateus 18:33-35, Jesus disse que se nós não perdoarmos do coração, cada um ao seu irmão, as suas ofensas, Deus também não nos perdoaria as nossas ofensas e até nos deixaria nas mãos dos atormentadores que são demônios. Deus perdoou-nos as nossas maiores ofensas e nos deu salvação. Nós não temos o direito de não perdoar aos outros.
Veja este exemplo: Você também pode ter que acordar cedo para ir trabalhar e não lhe apetecer, mas você sabe que tem que ir, por isso, levanta-se não porque lhe apeteça, mas porque é uma obrigação. Quando tiver que perdoar alguém faça-o quer sinta ou não. Diga a Deus: Oh Deus, eu perdôo aquela pessoa que me magoou e partir de agora não guardo nada no meu coração contra ela. Mesmo que no dia seguinte você se sinta ainda magoado, o que interessa é a sua decisão feita na véspera e a pessoa está perdoada e o seu coração está limpo. Se a outra pessoa não quiser perdoar o problema é dela, já não é seu.
Ouvimos a pouco que certo homem devia muito dinheiro ao rei, e quando foram fazer contas, o rei teve misericórdia, e perdoou-lhe toda a dívida. Quando este homem saiu da presença do rei foi ter com aqueles que lhe deviam pequenas quantias, e como não lhe podiam pagar, lançou-os na prisão. Quando o rei soube disto entregou este homem aos carrascos, confiscou todos os seus bens, e toda a sua família foi vendida como escravos, até que pagasse toda a dívida.
E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um, a seu irmão, as ofensas.
Algumas pessoas dizem: Eu perdôo, mas não posso esquecer. Mas, quando Deus lhe perdoa alguma falta, você fica como se nunca tivesse pecado. Ele não se lembra mais disso. Nós também temos que fazer o mesmo, i.é., perdoar e esquecer o mal que nos fizeram; é apagar de coração as ofensas cometidas contra si.
A razão de algumas pessoas sofrerem de artrite, úlceras no estômago e até esgotamentos cerebrais, noites sem dormir, etc., é porque elas se recusam a perdoar. E porque não perdoam Deus também não lhes pode perdoar; por conseguinte, sofrem as maldições que o diabo lhes quiser pôr.
Se alguém o ofender perdoe-lhe nesse mesmo instante, não deixe passar um dia sem perdoar. Por quê? Porque está a dar lugar ao diabo, que virá a si com pensamentos errados acerca dessa pessoa. E à medida que o tempo passa, rancor começa brotar do seu coração e a sua comunhão com Deus fica cortada.
Quando Jesus ensinou que nos devemos perdoar 70 vezes sete, estava a dizer que, se for necessário devemos perdoar 490 vezes por dia, isto é perdoar sempre sem esmorecer, porque é assim que Deus faz também. Portanto, trata-se de tomar uma decisão. Perdoar é uma decisão hoje aqui e agora! Decida-se!
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
Leia também: LITURGIA DA PALAVRA
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