quarta-feira, 12 de outubro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 18,1-8 - 16.10.2022

Liturgia Diária


16 – DOMINGO 

29º DO TEMPO COMUM


(verde, glória, creio – 1ª semana do saltério)



Clamo por vós, meu Deus, porque me atendestes; inclinai vosso ouvido e escutai-me. Guardai-me como a pupila dos olhos, à sombra das vossas asas abrigai-me (Sl 16,6.8).


Na certeza de que ele sempre nos socorre, clamamos a Deus, a exemplo da viúva persistente da parábola evangélica. Inclinando a nós seu ouvido, o Senhor se dispõe a atender às nossas súplicas e fazer justiça aos injustiçados. Celebremos o mistério pascal de Cristo, que nos anima a permanecer firmes na verdade e no anúncio do Evangelho.


Evangelho: Lucas 18,1-8


Aleluia, aleluia, aleluia.


A Palavra de Deus é viva e eficaz em suas ações; / penetrando os sentimentos, vai ao íntimo dos corações (Hb 4,12). – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre e nunca desistir, dizendo: 2“Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus e não respeitava homem algum. 3Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: ‘Faze-me justiça contra o meu adversário!’ 4Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: ‘Eu não temo a Deus e não respeito homem algum. 5Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha a agredir-me!'” 6E o Senhor acrescentou: “Escutai o que diz este juiz injusto. 7E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do Homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?” – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 18,1-8

«A necessidade de orar sempre, sem nunca desistir»


Rev. D. Pere CALMELL i Turet

(Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus nos lembra que «a necessidade de orar sempre, sem nunca desistir» (Lc 18,1). Ensina com suas obras e com as palavras. São Lucas se apresenta como o evangelista da oração de Jesus. Efetivamente, em algumas das cenas da vida do Senhor, que os autores inspirados da Escritura Santa nos transmitem, é unicamente Lucas quem nos mostra rezando.


No Batizado no rio Jordão, na escolha dos Doze apóstolos e na Transfiguração. Quando um discípulo lhe pediu «Senhor, ensina-nos a orar» (Lc 11,1), de seus lábios saiu o Pai Nosso. Quando anuncia as negações a Pedro: «Eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça» (Lc 22,32). Na crucifixão: «Jesus dizia: “Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!” Repartiram então suas vestes tirando a sorte» (Lc 23,34). Quando morre na Cruz: «Pai, em tuas mãos entrego meu espírito», do Salmo 31. O Senhor mesmo é modelo da oração de petição, especialmente em Getsemaní, segundo a descrição de todos os evangelistas.


— Posso ir concretizando como elevarei o coração a Deus nas distintas atividades, porque não é o mesmo fazer um trabalho intelectual que manual; estar na igreja que no campo de esportes ou em casa; conduzir pela cidade que pela auto-estrada; não é o mesmo a oração de petição que a de agradecimento; ou a adoração que pedir perdão; de boa manhã que quando levamos todo o cansaço do dia. São Josemaria Escrivá nos dá uma receita para a oração de petição: «Mais consegue aquele que importuna mais de perto... Portanto, aproxima-te a Deus: esforça-te por ser santo».


Santa Maria é modelo de oração, também de petição. Em Canaã de Galileia é capaz de avançar a hora de Jesus, à hora dos milagres, com sua petição, cheia de amor por aqueles esposos e cheia de confiança em seu Filho.


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Faça o que puder, e o que não puder, peça a Deus!» (Santo Agostinho)


«A oração muda os nossos corações. Faz-nos entender melhor como é o nosso Deus. Mas para isso é importante falar com o Senhor, não com palavras vãs» (Francisco)


«(…) Jacob (…) luta durante uma noite inteira com ‘alguém’, um ser misterioso que se nega a revelar o seu nome, mas que o abençoa, antes de o deixar, ao raiar da aurora (cf. Gn 32,25-31). A tradição espiritual da Igreja divisou nesta narrativa o símbolo da oração como combate da fé e vitória da perseverança» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.573)

Fonte https://evangeli.net/


QUANDO VIER O FILHO DO HOMEM ENCONTRARÁ FÉ NA TERRA? Lc 18,1-8

HOMILIA


Por um lado, um juiz mau, que não teme a Deus e aos homens. Não quer ser perturbado. Por outro lado, uma viúva, duplamente marginalizada: por ser mulher e por ser viúva. Mas ela conhece o seu direito; insiste, não desanima. E o juiz, para ver-se livre, a atende.


Jesus pergunta: “quando vier o Filho do homem encontrará fé sobre a terra?”. Diz-se que o nosso mundo é secularizado, que não há mais fé, não se reza, vive-se sem Deus e sem a Igreja. A linha direta entre o homem e Deus parece interrompida. Nós respondemos: sim, ele encontrará fé, porque encontrará tanta gente que reza, com insistência, como a viúva do evangelho, como os monges em seus mosteiros, como os pais e mães, como os doentes ou idosos que estão em ligação constante com Deus. Estes mantêm a fé viva sobre a terra.


Mais uma vez Jesus insiste na necessidade de rezar sempre: “é necessário orar e nunca deixar de o fazer”.


Quando Lucas escreveu seu evangelho, os cristãos sofriam perseguições por toda parte, mas não desanimavam. A oração é nosso encontro com Deus e se o fazemos com fé, ela é sempre eficaz, porque Deus nos dará o seu Espírito Santo (Lc. 11,123). Saber orar não é tão difícil.


Podemos fazê-lo de dois modos: individual ou comunitariamente.


Rezar não é forçar Deus a fazer nossa vontade, não é uma fórmula mágica que resolve os problemas, mas  é aceitar a liberdade e paciência de Deus. Imitemos Jesus: “Pai, se for possível… não se faça a minha vontade”.


Não devemos ter medo de nossa fraqueza. Deus gosta de ser importunado. Rezar não é tentar mudar Deus, mas mudar nós mesmos. (Oração para passar de ano). Não ter medo; temos dentro de nós a arma decisiva: a nossa pobreza diante de Deus, que não é um juiz insensível, mas um Pai que se deixa comover pelo grito de seus filhos e está impaciente para ouví-los.


A fé não é automática nem é dada para sempre; tem que ser alimentada. Só para citar um exemplo, quando João Paulo II voltava de uma das suas exaustivas viagens, todo o seu séquito, prelados, jornalistas e demais pessoas, todos ficaram aturdidos pela fadiga. Ele não; está radiante; é a oração que o nutre. Na viagem apostólica à Suíça, alguém o ofendeu. Ele calou, e, depois, não se sabe como, ele desapareceu. Após certo tempo o encontraram: estava em uma capela, prostrado diante do tabernáculo.


“Sabes que revogaram o decreto celeste que deveria desencadear uma catástrofe sobre o nosso povo? perguntou um sábio a um rabino. Eu te direi: não foi nem tu, nem eu, nem os sábios, nem os grandes chefes espirituais. As nossas ladainhas, os nossos jejuns que surtiram algum efeito. Eis o que aconteceu: chegou à sinagoga uma mulher e começou a chorar cantarolando: Senhor do universo, não és acaso nosso Pai? Por que não escutas os filhos que te imploram? Veja, eu sou mãe. Tenho cinco filhos e quando os vejo derramar alguma lágrima, despedaça-me o coração. Mas, tu, Pai, tens muitos filhos. E todos choram. Mesmo que o teu coração seja de pedra, como podes ficar indiferente? E Deus lhe deu razão. E atendeu a súplica dela.”


E você o que tem feito?


Durante a guerra dos cruzados, muitos cristãos foram aprisionados pelos maometanos. Na prisão, um oficial turco, todos os dias passava pelas celas e cumprimentava os prisioneiros com amabilidade. Somente um era tratado de um modo diferente. O oficial o cumprimentava, dizendo: “cão de cristão”. Este cristão lhe perguntou o porquê disto. E ele responde: “porque todos os outros cristãos rezam e você não”.


Saiba que a fidelidade da nossa oração é uma prova da nossa fé. A perseverança da nossa oração revela a nossa humildade diante de Deus e faz com que sejamos fiéis ao que nos propomos. Quem não persevera na oração com fé, nunca poderá ver realizados os seus pedidos e os seus desejos. Sabemos que somos impotentes, mas podemos desejar coisas impossíveis, porque confiamos na justiça de Deus. Por isso, a persistência das nossas reivindicações nos torna firmes e nos faz ter convicção e fé na promessa de Jesus de que tudo quanto pedirmos ao Pai, em Seu nome será atendido.


A parábola do juiz injusto nos leva a meditar sobre a justiça de Deus em relação à nossa fé. Se o juiz da parábola, mesmo sendo injusto, atendeu ao pedido da viúva por causa da sua insistência, quanto mais justiça nos fará Deus Pai, quando nos voltamos com fé e insistirmos em pedir pelas nossas necessidades. Portanto, Jesus está nos ensinando e nos dando uma dica: a insistência da nossa oração exercitará em nós a perseverança e a certeza do que desejamos diante do Pai. Quando desistimos com facilidade dos nossos pleitos diante de Deus é porque não temos muita segurança do que pedimos. A perseverança torna forte a nossa alma, porém, com ela deve estar de braços dado, a esperança que significa esperar com confiança.


A viúva pediu ao juiz para fazer-lhe justiça contra o seu adversário, assim também nós devemos pedir ao Senhor que a Sua vontade se realize na nossa vida, porque justo para nós é tudo o que o Senhor nos conceder. Não tenhamos receio em bater à porta do Pai para pedir tudo o que nós desejamos, porém, nos contentemos com tudo quanto Ele nos conceder porque Ele conhece as nossas necessidades e sabe de que nós precisamos para sermos felizes. Nunca nos devemos cansar de pedir, de suplicar por aquilo que o nosso coração deseja. O esperar em Deus é prova de Fé e de paciência. Aquele que espera no Senhor é o seu escolhido. Não percamos a nossa esperança. Deus proverá. A qualidade da nossa fé é para o mundo um testemunho vivo capaz de atrair muitas pessoas a também abraçarem a causa de Jesus e, assim, fazer com que Ele, quando voltar, ainda encontre fé sobre a terra.


Você tem insistido ou já desistiu de pedir a Deus aquilo de que tanto você precisa? Como você pede, com confiança ou achando que o poder de Deus é limitado tanto quanto o seu? Você tem convicção dos pedidos que tem feito a Deus na sua oração? Você seria capaz de continuar pedindo por isso a vida toda? Você está disposto(a) a ajudar com que a fé permaneça na terra até Jesus voltar?

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

 

Leia também:

Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

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