Liturgia Diária
Liturgia da palavra
22 – DOMINGO
6º DA PÁSCOA
(branco, glória, creio – 2ª semana do saltério)
Anunciai com gritos de alegria, proclamai até os extremos da terra: o Senhor libertou o seu povo, aleluia! (Is 48,20)
Estamos reunidos para celebrar com júbilo o Ressuscitado presente em nosso meio. Queremos abrir o coração para acolher a voz do Espírito, com seu convite para guardarmos a Palavra de Jesus e fazermos brilhar no mundo o Reino do amor e da paz, dons do Pai. Glorifiquemos o Senhor, que nos prometeu o constante auxílio do nosso Defensor.
Evangelho: João 14,23-29
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama realmente guardará minha Palavra, / e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,23). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 23“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada. 24Quem não me ama não guarda a minha palavra. E a palavra que escutais não é minha, mas do Pai que me enviou. 25Isso é o que vos disse enquanto estava convosco. 26Mas o Defensor, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito. 27Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. 28Ouvistes que eu vos disse: ‘Vou, mas voltarei a vós’. Se me amásseis, ficaríeis alegres porque vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29Disse-vos isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vós acrediteis”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 14,23-29
«Se alguém me ama, guardará a minha palavra; meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada»
+ Rev. D. Francesc CATARINEU i Vilageliu
(Sabadell, Barcelona, Espanha)
Hoje, antes de celebrar a Ascensão e Pentecostes, voltemos a ler as palavras do chamado sermão da Última Ceia, na que devemos ver diversas maneiras de apresentar uma única mensagem, já que tudo brota da união de Cristo com o Pai e da vontade de Deus de associar-nos a este mistério de amor.
A Santa Teresinha do Menino Jesus um dia lhe ofereceram diversos presentes para que ela escolhesse, e ela —com uma grande decisão mesmo apesar de sua pouca idade— disse: «Escolho tudo». Já depois entendeu que este escolher tudo deveria se de concretizar em querer ser o amor na Igreja, pois um corpo sem amor não teria sentido. Deus é este mistério de amor, um amor concreto, pessoal, feito carne no Filho Jesus que chega a dar tudo: Ele mesmo, sua vida e seus atos são a máxima e mais clara mensagem de Deus.
É deste amor que abrange tudo de onde nasce a “paz”. Esta é hoje uma palavra desejada: queremos paz e tudo são alarmes e violências. Só conseguiremos a paz se nos voltamos a Jesus, já que é Ele quem nos dá a paz como fruto de seu amor total. Mas não nos dá como o mundo faz. «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz. Não é à maneira do mundo que eu a dou» (cf. Jo 14,27), pois a paz de Jesus não é a tranquilidade e a despreocupação, pelo contrário: a solidariedade que se transforma em fraternidade, a capacidade de ver-nos e de ver aos outros com olhos novos como faz o Senhor, e assim perdoar-nos. Dai nasce uma grande serenidade que nos faz ver as coisas tal e como são, e não como parecem. Seguindo por este caminho chegaremos a ser felizes.
«Mas o Defensor, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito» (Jo 14,26). Nestes últimos dias de Páscoa peçamos abrir-nos ao Espírito: O recebemos ao sermos batizados e crismados, mas é necessário que —como dom ulterior —volte a brotar em nós e nos faça chegar lá onde não ousaríamos.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Se fechares a porta da tua alma, deixas fora a Cristo. Embora tenha o poder de entrar, não quer ser inoportuno, não quer obrigar à força» (Santo Ambrósio)
«Ao longo da história da salvação, na qual Deus se fez próximo de nós e espera pacientemente os nossos tempos, incluindo as nossas infidelidades, encoraja os nossos esforços e guia-nos. Na oração aprendemos a ver os sinais deste plano misericordioso» (Bento XVI)
«A forma tradicional de pedir o Espírito é invocar o Pai, por Cristo, nosso Senhor, para que nos dê o Espírito Consolador. Jesus insiste nesta petição em seu Nome no próprio momento em que promete o dom do Espírito de Verdade. Mas também é tradicional a oração mais simples e mais directa: ‘Vinde, Espírito Santo’» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.671)
Fonte https://evangeli.net/
O lugar da morada de Deus é em nós
HOMILIA
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e o meu Pai o amará, e nós viremos e faremos nele a nossa morada” (João 14,23).
Deus quis e quer fazer morada em nós. Ficamos olhando onde está Deus e saímos para ir onde Ele se encontra. Às vezes, as pessoas fazem viagens longas, vão aos santuários, à Terra Santa. E é bom, é necessário peregrinar para tocar em lugares essenciais da vivência da fé, em manifestações amorosas de Deus durante a história da humanidade, inclusive, na Sua própria encarnação no meio de nós.
É preciso, acima de tudo, tomar consciência de que o lugar da morada de Deus é em nós. Os templos construídos pelas mãos dos homens são importantes, como o lugar do culto, da adoração, lugar de comunhão com Deus e os irmãos. Mas o lugar primordial da morada de Deus é em nós.
Tornamo-nos templos do Deus vivo, o Espírito de Deus mora em nós, o Defensor, o Espírito que o Pai enviou mora em nós. Mais do que isso, Jesus está afirmando que para todo aquele que O ama e guarda a Sua Palavra, o Pai vem. O Espírito já abriu as portas, já está em nós, agora vem o Pai, o Filho e o Espírito fazer morada em nós. É a realidade mais sublime: somos moradas da Santíssima Trindade, ela habita em nós.
Tornemo-nos moradas dignas e verdadeiras da Trindade. Amemos Jesus, mas não O amemos somente com palavras e frases de efeito – “Eu amo Jesus”. Quem O ama guarda a Sua Palavra; quem ama Jesus não precisa ficar repetindo ladainhas o dia inteiro.
É preciso, acima de tudo, tomar consciência de que o lugar da morada de Deus é em nós
Quem ama Jesus se volta e se recolhe para Ele. Não podemos dizer que amamos Jesus, se amamos mais a nós mesmos, as nossas coisas, inquietações, preocupações e não temos nem tempo para Ele. Não podemos dizer que amamos Jesus se não nos voltamos para meditar a Sua Palavra nem a guardamos.
A regra é essa: contemplar a Palavra, escutá-la e guardá-la no coração para praticá-la na vida, porque nenhuma coisa nem outra pode ser deixada de lado; precisamos nos reservar para meditar, diariamente, a Palavra, sem abrir mão, sem exceção. Depois que nos dedicamos à Palavra, precisamos deixar que ela haja em nós, que ela, realmente, retire de nós o que não é de Deus, para que permaneçamos somente na Sua Palavra.
A Palavra do Senhor permanece em nós, porque, quando decidimos permanecer na Palavra, é Deus quem vem fazer morada em nós. “Eu e meu Pai o amaremos, e nós viremos e faremos nele a nossa morada”. É uma das realidades mais sublimes que conheço. “Quem me ama será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele”.
Deus se manifesta na nossa vida quando O amamos, guardamos e vivenciamos a Sua Palavra.
Deus abençoe você!
Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.
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