Liturgia Diária
7 – SÁBADO
31ª SEMANA COMUM*
(verde – ofício do dia)
Não me abandoneis jamais, Senhor; meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vinde em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37,22s)
Todos os bens da criação vêm de Deus em auxílio da comunhão humana. A injustiça e a falta de partilha fazem deles motivo de exploração. Peçamos ao Senhor um coração reto e desapegado das coisas terrenas.
Evangelho: Lucas 16,9-15
Aleluia, aleluia, aleluia.
Jesus Cristo, Senhor nosso, embora sendo rico, / para nós se tornou pobre, a fim de enriquecer-nos mediante sua pobreza (2Cor 8,9). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9“Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens é detestável para Deus”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 16,9-15
«Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes»
Rev. D. Joaquim FORTUNY i Vizcarro
(Cunit, Tarragona, Espanha)
Hoje Jesus fala outra vez com autoridade: usa «Eu vos digo», que tem força peculiar, de doutrina nova. «Ele quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade» (cf. Tim 2,4). Deus quer um povo santo e nos mostra as dicas necessárias para alcançar a santidade e possuir o verdadeiro: a fidelidade nas coisas pequenas, a autenticidade e lembrar que Deus conhece nossos corações.
A fidelidade está ao nosso alcance. Em geral nossos dias transcorrem no que chamamos de normalidade: o mesmo trabalho, as mesmas pessoas, algumas práticas de piedade, a mesma família. Nessas realidades ordinárias devemos crescer como pessoas e em santidade. «Quem é fiel nas pequenas coisas será fiel também nas grandes» (Lc 16,10). É preciso fazer bem as coisas, com boa intenção, com desejo de agradar a Deus, nosso Pai; fazer as coisas com amor, tem muito valor e prepara nos para receber o verdadeiro. São Josemaria expressava: «Viste como ergueram aquele edifício de grandeza imponente? - Um tijolo, e outro. Milhares. Mas um a um. - E sacos de cimento, um a um. E blocos de pedra, que pouco representam na mole do conjunto. - E pedaços de ferro. - E operários que trabalham, dia a dia, as mesmas horas. . . Viste como levantaram aquele edifício de grandeza imponente?... À força de pequenas coisas!»
Examinar nossa consciência cada noite, nos ajudará a viver com retitude de intenção e não esquecer que Deus vê tudo, até os pensamentos mais ocultos, como temos aprendido no catecismo, e que o importante é agradar em todo momento a Deus, nosso Pai, a quem servimos com amor, sabendo que «Ninguém pode servir a dois senhores. Pois vai odiar a um e amar o outro, ou se apegar a um e desprezar o outro» (Lc 16,13). Nunca o esqueçamos: «Só Deus é Deus» (Bento XVI).
«Eu vos digo: usai o Dinheiro, embora iníquo, para fazer amigos»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, rodeados como estamos de um ambiente consumista, Jesus volta a acariciar a nossa consciência para nos persuadir das falsas felicidades. E, não o faz carregando-nos com proibições, porque o caminho da santidade é —primeiro que nada— um convite à felicidade: «Se queres entrar na vida…» (Mt 19,17). O Senhor nos anima a trabalhar, a gerir o "dinheiro" deste mundo com retidão de intenção e afã de serviço.
Somos chamados ao mais alto (à caridade) tratando das coisas da terra em um sentido construtivo. O Criador mandou “dominar a terra”, mas não de qualquer jeito nem a qualquer preço, pois, também, nos pediu, “nos multiplicar” e “encher” a terra (cf. Gen 1,28). Só o amor (o dar-se aos demais) é a verdadeira medida dessa plenitude que Deus nos pede já nesta vida.
Com a expressão «dinheiro injusto» (Lc 16,9) Jesus Cristo se refere as coisas da terra que em si mesmas, sem ser más, não nos fazem justos nem nos preparam para a felicidade eterna. O Mestre nos convida a amar aos demais («fazer amigos») não só através da oração, senão também no dia a dia, com um reto e servicial manejo dos bens terrenais.
A eternidade é longa demais aos “entretenimentos”: quem se diverte neste mundo, sofrerá de tédio na eternidade. Porém, o amor — que sempre aspira a crescer — goza na eternidade. Por isso, devemos de evitar o “encolhimento do coração” ocasionado pelo divertimento com o dinheiro “injusto”.
Hoje como antanho, não faltam pessoas que ouvindo essas coisas seguem se burlando de Jesus (cf. Lc 16,14). Assim, ao Vicário de Cristo o tacham de intransigente, ao mesmo tempo em que se riem dos católicos vendo-nos como ingênuos manipulados por um “ditador”. O serviço do Sucessor de Pedro é uma caricia a nossa consciência para nos defender da ditadura do "führer" de plantão: Chame-se "relativismo”, ou “politicamente correto”... «De Newman aprendemos a compreender o primado do Papa: 'A defesa da lei moral e da consciência é sua ração de ser'» (Bento XVI).
Fonte http://evangeli.net/
NÃO PODEIS SERVIR A DEUS E AO DINHEIRO Lc 16,9-15
HOMILIA
Há uma riqueza que semeia a morte em toda a parte em que domina: libertai-vos dela e sereis salvos. Purificai a vossa alma; tornai-a pobre para poder ouvir o apelo do Salvador que vos repete: “Vem e segue-me” (Mc 10,21). Ele é o caminho em que avança aquele que tem o coração puro; a graça de Deus não penetra numa alma ocupada e dividida numa grande quantidade de pertences. Quem olha para a sua fortuna, para o seu ouro e para a sua prata, para as suas casas, como sendo dons de Deus, esse testemunha a Deus o seu reconhecimento vindo com os seus bens em auxílio dos pobres. Sabe que os possui mais para os seus irmãos do que para si próprio.
Continua dono das suas riquezas em vez de se tornar escravo delas; não as fecha na sua alma, tal como nelas não encerra a sua vida, mas continua, sem se cansar, uma obra que é divina. E se, um dia, a sua fortuna vier a desaparecer, aceita a sua ruína com um coração livre. Esse homem, Deus o declara “bem-aventurado”; chama-lhe “pobre em espírito”, herdeiro seguro do Reino dos Céus (Mt 5,3). Pelo contrário, há quem encerre a sua fortuna no coração, no lugar do Espírito Santo. Esse guarda em si as suas terras, acumula sem fim a fortuna, só se preocupa em acrescentar sempre mais. Não levanta nunca os olhos ao céu; atola-se no material. De fato, ele não é mais do que pó e voltará ao pó (Gn 3,19). Como pode então experimentar o desejo do Reino aquele que, em vez de coração, tem dentro de si um campo ou uma mina, aquele a quem a morte surpreenderá sempre no meio das suas paixões? “Porque onde estiver o teu tesouro, estará também o teu coração” (Mt 6,21).
Querer pôr a esperança e a confiança em bens passageiros é querer fazer fundações em água corrente. Tudo passa; Deus permanece. Agarrarmo-nos ao que é transitório é desligarmos-nos do que é permanente. Quem, portanto, levado no turbilhão agitado, consegue manter-se firme em seu lugar, nessa torrente fragorosa? Se quisermos recusar-nos a ser levados pela corrente, temos de nos afastar de tudo o que corre; senão o objeto do nosso amor nos constrangerá a chegar ao que precisamente queremos evitar. Aquele que se agarra aos bens transitórios será certamente arrastado até onde terá, à deriva, essas coisas às quais se apega.
A primeira coisa a fazer é pois abstermos-nos de amar os bens materiais; a segunda, não pormos total confiança naqueles bens que nos são confiados para serem usados e não para serem desfrutados. A alma que se prende apenas aos bens perecíveis, depressa perde a sua própria estabilidade. O turbilhão da vida atual arrasta quem nele se deixa ir, e é uma ilusão, para aquele que é levado nesta corrente, nela querer manter-se de pé.
Pai, meu coração está todo centrado em ti, e em ti encontra consolo e proteção. Meu único anseio é não deixar que se abale esta segurança, fonte de minha felicidade.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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