Liturgia Diária
29 – DOMINGO
1º DO ADVENTO
(roxo, creio, prefácio do Advento I – 1ª semana do saltério)
A vós, meu Deus, elevo a minha alma. Confio em vós, que eu não seja envergonhado! Não se riam de mim meus inimigos, pois não será desiludido quem em vós espera (Sl 24,1ss).
Chamados à comunhão com Jesus, iniciamos a caminhada em preparação ao Natal. Somos convidados a nos deixarmos moldar por Deus, como barro nas mãos do oleiro, e permanecermos acordados e atentos, pois ele vem nos visitar. Abramos mente e coração para acolher a graça e a paz que vêm da parte do Pai, o qual quer iluminar sua face sobre nós.
Evangelho: Marcos 13,33-37
Aleluia, aleluia, aleluia.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, / e a vossa salvação nos concedei! (Sl 84,8) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 33“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. 35Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37O que vos digo, digo a todos: vigiai!” – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Marcos 13,33-37
«A todos os digo: ¡Cuidai!»
Mons. Josep Àngel SAIZ i Meneses Bispo de Terrassa.
(Barcelona, Espanha)
Hoje iniciamos com toda a Igreja um novo Ano Litúrgico com o primeiro domingo de Advento. Tempo de esperança, tempo no qual se renova em nossos corações a lembrança da primeira vinda do Senhor, em humildade e ocultação, e se renova o desejo da volta de Cristo em glória e majestade.
Este domingo de Advento está profundamente marcado por um chamado à vigilância. São Marcos inclui até três vezes nas palavras de Jesus o mandamento de “cuidar”. E a terceira vez o faz com uma certa solenidade: «O que vos digo, a todos o digo: ¡cuidai!» (Mc 13,37). Não é só uma recomendação austera, e sim um chamado a viver como filhos da luz e do dia.
Este chamado está dirigido não somente a seus discípulos, mas a todos os homens e mulheres de boa vontade, como uma exortação que nos lembra que a vida não tem só uma dimensão terrenal, e que está projetada para um “mais além”. O ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, dotado de liberdade e responsabilidade, capaz de amar, terá que prestar conta de sua vida, de como desenvolveu as capacidades e talentos que de Deus recebeu; se os tem guardado egoistamente, ou se os tem feito frutificar para a glória de Deus e ao serviço dos irmãos.
A disposição fundamental que temos de viver e a virtude que temos de exercitar é a esperança. O Advento é, por excelência, o tempo de esperança, e a Igreja inteira está chamada a viver na esperança e a chegar a ser um sinal de esperança para o mundo. Preparamo-nos para comemorar o Natal, o início de sua vinda: a Encarnação, o Nascimento, sua passagem pela terra. Porém Jesus não nos abandonou nunca; permanece conosco de diversas maneiras até a consumação dos séculos. Por isto, «com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria!» (Papa Francisco).
«Ficai atentos, pois não sabeis quando chegará o momento»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Hoje, neste primeiro domingo do Advento, a Igreja começa a percorrer um novo ano litúrgico. Entramos, portanto, em dias de especial expectativa, renovação e preparação.
Jesus adverte que ignoramos «quando chegará o momento» (Mc 13,33). Sim, nesta vida existe um momento decisivo. Quando será? Não o sabemos. O Senhor nem sequer quis revelar o momento em que deverá ocorrer o fim do mundo.
Enfim, tudo isto nos conduz a uma atitude de expectativa e de consciencialização: «Não aconteça que, vindo de repente, vos encontre dormindo» (Mc 13, 36). O tempo desta vida é tempo para a entrega, para o amadurecimento da nossa capacidade de amar; não é um tempo para diversão. É um tempo de “noivado” como preparação para o tempo de “bodas” no mais além, em comunhão com Deus e com todos os santos.
Mas a vida é um constante começar e recomeçar. O facto é que passamos por muitos momentos decisivos: talvez cada dia, cada hora e cada minuto deva converter-se em tempo decisivo. Muitos ou poucos dias, horas e minutos, mas definitivamente: é aí, no momento concreto, que o Senhor nos espera. «Na nossa vida, na vida dos cristãos, a primeira conversão - esse momento único, que cada um de nós recorda, em que advertimos claramente tudo o que o Senhor nos pede - é importante; mas ainda mais importantes e mais difíceis são as conversões sucessivas» (São Josemaria).
Neste tempo litúrgico preparamo-nos para celebrar o grande “advento”: a vinda do Nosso Amo. “Natal”, “Nativitas”: Tomara que cada jornada da nossa existência seja um “nascimento” para a vida de amor! Talvez fazendo da nossa vida um permanente “Natal” seja a melhor maneira de não dormir. Nossa Mãe Santa Maria vele por nós!
Fonte http://evangeli.net/
O DIA E A HORA SÃO O SEGREDO DO PAI! Mc 13,33-37
HOMILIA
Entramos em novo tempo litúrgico, o tempo do Advento e as palavras VIGIAI e ORAI constituem uma constante da Igreja ontem e hoje. Eis alguns exemplos: Marcos, no Getsêmani, põe nos lábios de Jesus a repreensão dirigida a Pedro: Simão estás dormindo? Não foste capaz de vigiar por uma hora? Vigiai e orai para que não entreis em tentação: pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca (Mc 14,17). A mesma recomendação a encontramos em Mateus 26, 41. A vigília sem a oração é inútil ou prejudicial. Os banquetes da época celebravam-se durante as horas noturnas. Tanto romanos como judeus vigiavam, porém, de forma diversa à dos cristãos. Eram célebres os banquetes entre fariseus ao entardecer da sexta feira, ou seja, ao iniciar-se o sábado ( Lc 14, 13 ).
Assim entendemos a explicação de Lucas, em que Jesus admoesta os discípulos para ficarem de sobreaviso, para que seus corações não fiquem atordoados pela embriaguez, pelas orgias e pelos cuidados da vida, de modo a cair sobre vocês esse dia, repentinamente, como uma cilada (Lc 21,34). Daí também a oração que se pede que acompanhe a vigília.
Em 1 Tes 5,4-9: Vós, porém, meus irmãos, não andeis nas trevas, de modo que esse dia vos surpreenda como um ladrão , pois que todos vós sois filhos da luz, filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. Portanto não durmamos, a exemplo dos outros; mas vigiemos e sejamos sóbrios. Quem dorme, dorme de noite. Nós, pelo contrário, que somos do dia, sejamos sóbrios, revestidos da couraça da fé e da caridade, e do capacete da esperança da salvação. Sem dúvida que os que vigiam ou estão despertos são os que não dormem à noite. A sobriedade é porque os banquetes celebravam-se à noite e geralmente demoravam durante todo o período numa espécie de orgia de vinho e luxúria. Com o raciocínio anterior, as metáforas usadas por Paulo permitem entender melhor o texto de Marcos e o de Lucas, que sem dúvida contêm certas explicações explícitas (Lc 21,34-36) e que temos explicado anteriormente. Por isso, Lucas exorta a ficar acordado, orando em todo momento, para ter a força de escapar de tudo o que deve acontecer e de ficar em pé diante do Filho do Homem. Esta oração-vigília, é recomendada por Paulo em Ef 4,2: Perseverai na oração, vigilantes, com ação de graças. A impressão que temos hoje após a história iluminar as palavras de Jesus é de que os primeiros cristãos foram dominados pelo estilo apocalíptico, de medo e apreensão, o que acontece também agora em grande número de cristãos e é aproveitado, sobretudo por determinadas seitas. Os apóstolos tiveram, porém, que acalmar os ânimos de modo a devolver paz e confiança, deixando uma porta aberta a um saudável temor.
Que mensagem encontramos neste evangelho para os dias de hoje? Tendo como fundo a segunda vinda em majestade ou poder de Jesus, vista do ângulo do castigo divino a Jerusalém, podemos refletir em três idéias chaves no Evangelho de hoje. A primeira é de que na ausência do Mestre, todos e cada um dos seus discípulos em particular receberam um poder para realizar o seu trabalho na propagação do Reino. Uma segunda recomendação é a vigilância. Significa estarmos atentos para que o dia da volta do Senhor não encontre seus servos despreparados, dormindo, como poderia ser o caso do porteiro que não sabia a hora da volta de seu amo. A vigilância era necessária porque a vinda era um castigo como foi o dilúvio nos tempos de Noé (Gn 7) ou o incêndio das cidades pecadoras de Sodoma e Gomorra (Gn19).
Quando as forças humanas tanto intelectuais como biológicas pareciam insuficientes, temos a força divina que sempre nos acompanha, mas que é necessário pedir. Deus não age primária e solitariamente. Ele espera ser rogado, porque assim nós encontramos em nossa impotência a poderosa presença de Deus. A oração confirma nossa insignificância e afirma nossa fé.
Nos tempos atuais a proximidade de um juízo e castigo divinos parecem estar fora do marco da História. Mas não é verdade. As muitas guerras, as violências de todo gênero, as calamidades dos fenômenos da natureza exigem que pessoalmente estejamos preparados por meio da vigilância que o apóstolo pedia (1 Ts 5) e a oração que sempre é companheira e guia de nossas vidas. A nossa morte é sempre incerta e será o início de nosso julgamento final. Portanto, vigiai e orai que o Senhor em breve chegará.
Senhor Jesus, que eu esteja vigilante à tua espera, para ser encontrado perseverante no amor e cheio de esperança de ser acolhido por ti.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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