sábado, 8 de março de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 4,1-11 - 09.03.2014 - Jesus jejuou durante quarenta dias e foi tentado.

Pai,
como Jesus,
quero ser fiel a ti,
sem jamais exigir
manifestações extraordinárias
de teu amor por mim.
Basta-me estar ciente de ser teu filho.
Roxo. 1º Domingo Quaresma

Evangelho - Mt 4,1-11

Jesus jejuou durante quarenta dias e foi tentado.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 4,1-11

Naquele tempo:
1o Espírito conduziu Jesus ao deserto,
para ser tentado pelo diabo.
2Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites,
e, depois disso, teve fome.
3Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus:
'Se és Filho de Deus,
manda que estas pedras se transformem em pães!'
4Mas Jesus respondeu: 'Está escrito:
'Não só de pão vive o homem,
mas de toda palavra que sai da boca de Deus'.'
5Então o diabo levou Jesus à Cidade Santa,
colocou-o sobre a parte mais alta do Templo,
6e lhe disse: 'Se és Filho de Deus,
lança-te daqui abaixo!
Porque está escrito:
'Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito,
e eles te levarão nas mãos,
para que não tropeces em alguma pedra'.'
7Jesus lhe respondeu: 'Também está escrito:
'Não tentarás o Senhor teu Deus!''
8Novamente, o diabo levou Jesus para um monte
muito alto.
Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória,
9e lhe disse: 'Eu te darei tudo isso,
se te ajoelhares diante de mim, para me adorar.'
10Jesus lhe disse: 'Vai-te embora, Satanás,
porque está escrito:
'Adorarás ao Senhor teu Deus
e somente a ele prestarás culto.'
11Então o diabo o deixou.
E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



REFLEXÃO

Começamos a Quaresma com um texto que nos possibilita refletir sobre o projeto de Deus a respeito do ser humano. O livro do Gênesis nos apresenta o homem sendo criado como o ponto alto de toda a criação, como imagem e semelhança de Deus. Exatamente por isso ele deverá proceder como superior a tudo e não deixar-se influenciar por nenhuma qualidade de qualquer coisa criada, deverá permanecer sempre livre!
É nesse exato momento que entra a perversão do Mal ao provocar no homem o forte e imperioso desejo de experimentar a fruta proibida, ao ponto de apequenar-se cedendo às qualidades olfativas e visuais da fruta em detrimento da orientação do Criador.
Foi o primeiro ato em que o ser humano demonstrou que abria mão de sua liberdade para satisfazer seus instintos, sua curiosidade e, tragicamente, querer ser igual a Deus. Deixou de se reconhecer criatura, homem, vindo da terra, do humus e querendo, com seu próprio poder chegar a ser onipotente. O ser humano trocou a humildade pela soberba, eis o primeiro pecado.
No Evangelho, Jesus, o Homem Perfeito, a verdadeira imagem do Pai, vence o Mal ao manter-se submisso ao Pai e mostrar-se um homem livre. Não será a comida, a satisfação de suas necesidades biológicas que irá submetê-lo às propostas do Mal; nem a tentação do orgulho, da vaidade, do ser renomado, do ser famoso, do prestígio irá fazê-lo aceitar a imposição de Satanás e nem a sedução do poder o derrotará em sua fidelidade ao Pai.
Para nós, a ação de Jesus, sua postura, nos interpela quando em nossa vida somos tentados a satisfazer nossas necessidades naturais, nossos desejos de prestígio e nossa sede de poder. Olhemos para o Homem Perfeito, a Imagem Visível do Deus Invisível, e suas respostas serenas às perturbadoras tentações.
No trecho da Carta aos Romanos, São Paulo nos fala sobre os modos de vida de Adão e de Cristo. O primeiro, como vimos no início de nossa reflexão, mostrou-se fraco. Contudo, essa debilidade foi herdada por todos nós, seus descendentes. Somos conscientes de que titubeamos e fracassamos diante das tentações.
Em Cristo temos exatemente a realização da vocação da natureza humana, ser superior a tudo sendo imagem de Deus, sendo livre!
Mais ainda, não podemos comparar a graça de Deus ao pecado de Adão, nos fala o Apóstolo. Se “pela desobediência de um só homem a humanidade toda foi estabelecida em uma situação de pecado, assim também, pela desobediência de um só, toda a humanidade passará para uma situação de justiça”, que é ser plenamente livre e plenamente unida a Deus.
Fonte Cesar Augusto, SJ - Cidade do Vaticano (RV)



OS TRÊS PPP DA VIDA DE JESUS Mt 4,1-11
HOMILIA

Estamos diante de um tripé de tentações que se resumem em: Poder, Prazer e Posse. Depois que Jesus foi batizado pelo Batista, foi levado ao deserto pelo Espírito para ser tentado pelo diabo. Que paradoxo! Mas Deus Pai confirma a identidade do Seu filho, já o inimigo se aproxima e logo em seguida desafia o Mestre colocando em dúvida sua divindade.
Como vimos neste texto, Jesus inicia seu ministério com jejum, penitência e oração. Exercícios extenuantes e de grande esgotamento o diabo aparece para tentá-lo. Podemos perceber aqui que esse momento não se refere apenas em aflições normais do ministério. Há algo mais complexo que creio eu que Jesus nos quer ensinar. Uma prova em particular. O dono da salvação contra o pai da perdição. Vida contra a morte.
Essa guerra não foi só exterior, como vemos relatado, mas também uma luta interior. Jesus não enfrentaria somente perdas materiais, desprezos, oposições de religiosos, mas, também confrontos espirituais.
A primeira tentação foi no deserto onde Satanás sugere a Cristo que as pedras se transformem em Pão. Cristo teria poder de fazer isto. Se Ele transformou água em vinho, andou sobre as águas, fez paralíticos andar, ressuscitou mortos e acalmou tempestades, não poderia transformar pedras em pães? Com certeza, sim! Mas isto incluiria obedecer a Satanás e em segundo lugar teria “o alimento, o pão sem Deus”. Hoje isto significa conseguir riquezas sem Deus, trabalho desonesto, jogos de azar, burlar impostos, etc.
A segunda tentação foi a do Pináculo do templo onde foi sugerido malignamente que saltasse dali e desse ordem aos anjos para que o guardasse e isso com base num princípio bíblico. Satanás é sagaz e usa a Bíblia também. Mas o grande erro seria usar as coisas divinas ao seu prazer. Adaptar a Bíblia ao nosso gosto. “A fama ou prestígio sem Deus”. Um atalho para ser aclamado. Um reconhecimento fora de ordem. Foi uma tentativa maligna de “provar” o que não é necessária nenhuma prova.
A terceira tentação foi a do monte onde a glória deste mundo foi mostrada e ofertada, mas não gratuita e sim negociada. Ele poderia ter a glória deste mundo se prostrasse e adorasse a Satanás. Seria “poder ou governo sem Deus”. Se Jesus aceitasse, seria a glória do mundo sem a cruz, ou seja, sem salvação. Hoje seria ter autoridade, reinar, subjugar, mas não sujeito a Deus e sim ao inimigo de Deus.
Mas Ele venceu as três tentações com três frases “está escrito”. Não foi o que o físico, as emoções e o lado espiritual queriam, mas sim o que o havia sido escrito. A primeira resposta foi nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. As necessidades físicas não podem suplantar a obediência a Deus. A verdadeira vida está na dependência divina.
A segunda resposta foi de não tentar a soberania do Pai. “Não tentarás ao Senhor teu Deus”. Deus é bom demais para ser tentado por nós. É muita petulância da nossa parte, tentar ser “senhor” de Deus e não seu “servo”.
A terceira e última resposta nos coloca onde devemos sempre estar que é ser um exclusivo adorador de Deus. “Só o Senhor adorarás e só a Ele servirás”. Ele é único e exclusivo. Sua glória é irrepartível. Somente no reconhecimento de Deus e no esvaziamento nosso é que podemos encontrar a verdadeira vida espiritual.
Todo esse relato, se analisado nos mínimos detalhes podemos perceber inúmeros ensinamento para nós. Ao cumprir o “IDE” do Mestre com certeza seremos também provado. Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto. Isso mostra uma permissão da parte de Deus. O inimigo afronta Jesus com a própria Palavra. Ele também conhece as Escrituras.
Nossa vida espiritual deve ter também uma convalidação divina. Precisamos ter certeza de nossa missão no reino de Deus. A preparação, a consagração (jejum) deve fazer parte de nossa vida espiritual. Termos consciência de que seremos tentados pelo inimigo e que isso será permitido por Deus. Em algum momento daremos de frente com ele e a Palavra de Deus deverá estar presente em nós, bem forte para podermos vencer. Seremos também levados ao deserto. Ou melhor, quando se trata de espiritual, vivemos no deserto. Contra o príncipe das trevas, não ha diplomas, mestrados, doutorados, grandes currículos que poderá nos salvar. Embora, nós seres humanos, valorizamos muito isso, e não é errado, ao contrário se faz necessário. Mas somente a certeza do que cremos e a palavra de Deus poderá nos livrar e dar a vitória. Temos necessidades e fraquezas e é nas nossas fraquezas que o inimigo virá para nos contrapor. É necessário então intimidade com Deus e com sua Palavra.
A grande lição das tentações de Jesus é que o mal sempre nos oferece “atalhos”. E são contra estes atalhos que devemos ter cuidado. Prazer (alimento, bebidas, sexo e drogas), Posse (fama, prestígios, o ter bens materiais) e Poder (governo) são coisas interessantes que mexe com o nosso físico, a nossa alma e o nosso lado espiritual. No entanto, nada disso terá valor para nós se for sem Deus. Qualquer coisa, por melhor que seja que nos afaste do Senhor, deve ser abandonado. Somente com Deus, na Sua presença e para a Sua glória, devemos viver. Jesus embora sendo o Filho de Deus, levava uma vida constante de oração. Ele nos ensinou como devemos orar. É na oração que alcançamos intimidade com Deus. Quanto mais oramos mais teremos certeza da sua vontade.
Pai, como Jesus, quero ser fiel a ti, sem jamais exigir manifestações extraordinárias de teu amor por mim. Basta-me estar ciente de ser teu filho
Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla



LEITURA ORANTE
ORAÇÃO INICIAL

Preparo-me para a Leitura orante, invocando a Santíssima Trindade:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo.
Trindade Santíssima
- Pai, Filho, Espírito Santo -
presente e atuante na Igreja e na profundidade do meu ser.
Eu vos adoro, amo e agradeço.

1- LEITURA (VERDADE)

- O que a Palavra diz?
Tomo contato com o texto de hoje, lendo-o, na Bíblia, em Mt 4,1-11.

O texto apresenta duas partes: as tentações de Jesus e o início de sua evangelização. Inicia dizendo que o Espírito conduziu Jesus fosse para o deserto. Todos os três evangelistas (Mateus, Lucas e Marcos) têm como principal autor desse retiro no deserto o Espírito.

Jesus vai para o deserto. Deserto significa lugar desabitado, solitário, desamparado, abandonado. No sentido bíblico, deserto era terra da aridez, símbolo da privação de chuva e de fertilidade. É o lugar da purificação e da pobreza.

No deserto Jesus ficou quarenta dias. Este número recorda os quarenta anos do Povo de Deus no deserto, rumo à libertação. Foram quarenta dias em que Moisés permaneceu no alto do Horeb diante de Deus. para receber as tábuas da lei (Dt 9,9).

Sendo tentado pelo diabo, diz o Evangelho. As tentações de Jesus eram para desviá-lo de sua missão messiânica.

E os anjos foram servi-lo. O evangelho apresenta prova segura da existência dos anjos, não como mensageiros, mas como seres que servem.


2- MEDITAÇÃO (CAMINHO)

- O que a Palavra diz para mim?

Conversão. Eis o ponto central da Boa-Nova de Jesus. Devo renovar minhas idéias sobre o Reino. O anúncio de Jesus me chama à conversão que é colocar Deus em primeiro lugar na minha vida. Tudo o mais me será dado por acréscimo: pão e o necessário para viver.

Agora, num instante de silêncio, verifico se Deus tem o primeiro lugar na minha vida ou se devo me converter, em vista desta prioridade.


3- ORAÇÃO (VIDA)

- O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo com toda Igreja a

Oração da Campanha da Fraternidade de 2014
Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo
e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados.
Fazei que experimentem a libertação da cruz
e a ressurreição de Jesus.
Nós vos pedimos pelos que sofrem
o flagelo do tráfico humano.
Convertei-nos pela força do vosso Espírito,
e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos na superação deste mal,
vivamos como vossos filhos e filhas,
na liberdade e na paz.
Por Cristo nosso Senhor.
Amém!


4- CONTEMPLAÇÃO (VIDA E MISSÃO)

- Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar será para priorizar Deus em minha vida.


BÊNÇÃO

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.




Fonte Leitura Orante Ir. Patrícia Silva, fsp – Paulinas

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