quinta-feira, 27 de março de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 18,9-14 - 29.03.2014 - O cobrador de impostos voltou para casa justificado, o outro não.

Pai,
faze-me consciente
de minha condição de pecador,
livrando-me da soberba
que me dá a falsa ilusão
de ser superior a meu próximo
e mais digno de me dirigir a ti.
Roxo. Sábado da 3ª Semana Quaresma

Evangelho - Lc 18,9-14

O cobrador de impostos voltou para casa justificado, o outro não.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 18,9-14

Naquele tempo:
9Jesus contou esta parábola
para alguns que confiavam na sua própria justiça
e desprezavam os outros:
10'Dois homens subiram ao Templo para rezar:
um era fariseu, o outro cobrador de impostos.
11O fariseu, de pé, rezava assim em seu íntimo:
'Ó Deus, eu te agradeço
porque não sou como os outros homens,
ladrões, desonestos, adúlteros,
nem como este cobrador de impostos.
12Eu jejuo duas vezes por semana,
e dou o dízimo de toda a minha renda'.
13O cobrador de impostos, porém, ficou à distância,
e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu;
mas batia no peito, dizendo:
`Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador!'
14Eu vos digo:
este último voltou para casa justificado, o outro não.
Pois quem se eleva será humilhado,
e quem se humilha será elevado.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Lc 18, 9-14
Jesus nos mostra no Evangelho de hoje que a salvação não pode ser alcançada por nossas ações, uma vez que a pessoa não pode salvar-se por si mesma, mas por uma ação amorosa e gratuita do próprio Deus. Nós não nos salvamos, aos homens isso é impossível, mas Deus nos salva, pois para ele tudo é possível. Sendo assim, a nossa salvação depende antes de tudo da postura que temos diante de Deus. O fariseu contava os seus méritos diante de Deus, o que não lhe garantiu a salvação, enquanto que, ao demonstrar as suas misérias e os seus pecados diante de Deus, o cobrador de impostos reconhecia que somente Deus poderia salvá-lo e implora por essa salvação e, por isso, ele foi atendido em suas preces.
Fonte CNBB

  

HOMILIA
TENDE PIEDADE DE MIM QUE SOU PECADOR! Lc 18,9-14

O Evangelho de hoje nos mostra com clareza qual é o pensamento que Jesus tem a respeito da nossa oração, e não somente no que se relaciona ao nosso vínculo com os outros, mas especialmente diante de Deus, que nos conhece mais do que nós mesmos.
Lendo o evangelho de hoje eu fiquei muito feliz porque acredito que essa mensagem seja capaz de mudar de forma concreta a minha vida e a tua, uma vez que passamos a compreender o sentido real e concreto do ato de ser humilde e não apenas do conceito de humildade, podemos ser transformados interiormente e executar gestos no nosso cotidiano que irá nos proporcionar sentimentos bons e alegres.
É interessante verificar os dois tipos de oração! O Fariseu nomeia todas as suas observâncias, tudo que ele faz, conforme manda o a Lei! Ele não conta nenhuma mentira - ele faz isso mesmo. Só que ele confia absolutamente no poder da sua prática para garantir a salvação. Assim dispensa a graça de Deus, pois se a Lei é capaz de salvar, não precisamos da graça! E ainda se dá o luxo de desprezar os que não viviam como ele - ou porque não queriam, ou porque não conseguiam!: Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos.
O publicano também não mente quando reza! Longe do altar, nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito em sinal de arrependimento de dizia: Meu Deus, tem piedade de mim que sou pecador. E era a verdade mesmo - ele era vigarista, ladrão opressor do seu povo, traidor da sua raça - mas ele tem consciência disso, e não só disso, mas do fato de que por ele mesmo é incapaz de mudar a sua situação moral. A sua única esperança é jogar-se diante da misericórdia de Deus. Para o espanto dos seus ouvintes, Jesus afirma que o desprezado publicano voltou para a casa "justificado" por Deus, e não o outro. Pois é Deus que nos torna justos por pura gratuidade, e não em recompensa por termos observado as minúcias duma Lei.
E como entrou o farisaísmo nas nossas tradições de espiritualidade! Como as nossas pregações reduziam a fé e o seguimento de Jesus à uma observância externa duma lista de Leis! Como reduzimos Deus a um mero "banqueiro", que no fim da vida faz as contas e nos dá o que nós "merecemos", segundo uma teologia de retribuição! Quem tem a conta em haver com Ele, ganhará o céu, e quem está em dívida irá para o inferno! E a graça de Deus? E a cruz de Cristo? Paulo mudou de vida quando descobriu que a Lei, por tão importante que fosse como "pedagogo", não era capaz de salvar, mas que é Deus que nos salva, sem mérito algum nosso, através de Jesus Cristo! Com esta descoberta, se libertou! E defendia este seu "evangelho" a ferro e fogo! O texto de hoje nos convida para que examinemos até que ponto deixamos o farisaísmo entrar em nossas vidas; até que ponto confiamos em nós mesmos como agentes da nossa salvação; até que ponto nos damos o direito de julgar os outros, conforme os nossos critérios. Uma advertência saudável e oportuna que alerta contra uma mentalidade "elitista" e "excludente", que pode insinuar-se na nossa espiritualidade, como fez na dos fariseu, sem que tomemos consciência disso!
Portanto, esse evangelho é transformador, ele vem ensinar para nós que a nossa oração é um meio de comunicação eficaz com o Pai, mas só subirá aos céus se nascer de um coração humilde, simples e puro! Se quisermos ser justificados e elevados diante de Deus, precisamos diminuir para que Deus cresça em nós! Meu Deus, é preciso que eu diminua e que Cristo cresça em mim. Dai-me Senhor um coração puro e humilde e assim como aquele cobrador de impostos clamou a ti eu também Te peço agora: tende piedade de mim que sou pecador.

Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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