Roxo. 2ª SEMANA - 3ª FEIRA Advento
Evangelho - Mt 8,12-14
Deus não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São
Mateus 8,12-14
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
12Que vos parece?
Se um homem tem cem ovelhas, e uma delas se perde,
não deixa ele as noventa e nove nas montanhas,
para procurar aquela que se perdeu?
13Em verdade vos digo, se ele a encontrar,
ficará mais feliz com ela,
do que com as noventa e nove que não se perderam.
14Do mesmo modo, o Pai que está nos céus
não deseja que se perca nenhum desses pequeninos.
Palavra da Salvação.
Reflexão - Mt 18,
12-14
Os tempos messiânicos são os tempos de misericórdia de Deus,
de restauração da união entre o céu e a terra, tempos em que todos os que não
estão participando ativamente do Reino de Deus são convidados a voltar e a
viver a vida de amizade e intimidade com Deus. A vinda de Jesus ao mundo é a
grande manifestação do Deus que ama todas as pessoas e vem ao seu encontro. Se
a partir do pecado nos afastamos de Deus e do seu amor, a misericórdia de Deus
vem ao nosso encontro de modo que, restaurados pela graça, não nos percamos,
mas participemos da plenitude da vida divina.
AS CEM OVELHAS Mt
18,12-14
HOMILIA
Esta parábola fala sobre o bom pastor que tendo cem ovelhas
descobre que falta uma. É preciso ser mesmo bom para notar que num universo de
100 falte uma. Pois o bom pastor conhece as suas ovelhas. Ele sempre anda no
meio das ovelhas e cuida delas. Das grandes e das pequenas. Ele conhece bem
cada uma. O mau pastor não se interessa por isso e não sente a falta de uma
ovelha perdida. Ele só se interessa por seus negócios. Ele cuida do rebanho,
porque quer ganhar um salário, mas não por amor. As ovelhas são objetos, que
ele quase não conhece. Ele não se interessa pelas vidas delas. O seu bem estar
é mais importante. Por causa disso ele foge quando a sua vida é ameaçada. Ele
não pensa em proteger o rebanho. Ele só pensa em salvar a sua vida. Não ama o
rebanho.
O bom pastor ama o rebanho e também a ovelha perdida. Ele
cuidou dela já desde o inicio. Cuidou dela quando era pequenina. Cuidou dela
quando estava doente. Conhece as qualidades dela; conhece também as fraquezas
dela. Ela estava fraca e andava sempre atrás na fila. Ela se extraviou e perdeu
o contato com o rebanho.
O bom pastor logo reagiu com o coração. Ele amou esta
ovelha. As noventa e nove estavam boas, mas esta ovelha sozinha estava em
grande perigo! Sozinha, ela seria uma presa fácil para um lobo ou uma águia.
Então, ele deixou as noventa e nove e começou a buscar a ovelha perdida. Isso
nos mostra o coração do pastor. Não a mente do pastor.
Pois se ele considerasse as ovelhas como coisas, como
objetos, que lhe podiam dar lucro. Ele não ia deixar as noventa e nove ovelhas
para buscar aquela perdida. Ele faria uma cálculo e diria: não vou deixar as
noventa e nove ovelhas para buscar aquelaperdida, que talvez não vá encontrar
mais. É melhor perder uma do que perder noventa e nove ovelhas. É uma pena, mas
vou deixar. Assim pensa o mercenário, o administrador, que só observa o valor
das coisas. Mas o bom pastor não vai calcular. O coração dele domina o seu
trabalho. Ele deixa as noventa e nove ovelhas e buscará aquela perdida. E se
achá-la, ele terá uma grande alegria.
A alegria do pastor não é somente porque ele encontrou a
ovelha extraviada, mas porque ela quer voltar para o rebanho. Ela não é
rebelde, mas ela perdeu o caminho. Às vezes isso acontece: um adolescente se
desvia do rebanho por que pensa que o capim no mundo é mais verde do que na
igreja. Ela se afasta um pouquinho e depois ela se afasta mais, comendo os
frutos do mundo. E num certo momento descobre que estes frutos são maus. O que
parecia tão bom, era na verdade mal. Ela começa a pensar na sua vida antiga na
igreja onde as pessoas a ajudavam; onde se sentia protegida; onde sentia uma
paz. Mas ela sente também vergonha; como voltar? Pois nunca mais mostrou
interesse para a igreja, sempre ignorava os convites dos irmãos. Como eles vão
reagir? O pastor vai dizer o que? Mas o bom pastor não diz nada; se ele acha a
ovelha perdida, ele ficará alegre. Pois ele sabe que há uma alegria no céu. Os
anjos se alegram e Deus também.
Jesus disse: Assim também, não é da vontade de vosso Pai,
que está nos céus, que um destes pequeninos se perca. Esta parte é a conclusão
dessa parábola! Não é da vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes
pequeninos se perca.
Quem são estes ‘pequeninos’? São aqueles que foram
mencionados anteriormente. São as crianças de Deus, são os filhos de Deus; são
aqueles que crêem em Jesus Cristo (vs. 6); podem ser crianças, mas podem ser
também adultos.
Deus não quer que um dos seus pequeninos se perca. E por
causa disso Deus mandou o seu Filho único para que todo o que nele crê não
pereça, mas tenha a vida eterna. João disse isso em João 3,16. Mas Mateus diz
isso também aqui em vs. 11 do nosso texto: “O Filho do Homem veio para salvar o
que se havia perdido”. O filho do homem é Jesus Cristo, irmãos. Jesus veio para
cumprir a vontade do Pai. Ele não queria que um destes pequeninos se perdesse.
Por isso Jesus deu a sua vida na cruz. Assim age o bom pastor. Compare com João
10, 11-15! O bom pastor sacrifica a sua vida para salvar as ovelhas. Ele
conhece as ovelhas e tem uma relação com elas. Ele ama as suas ovelhas. O
estrangeiro não age assim. Ele cuida do rebanho por causa do dinheiro. As
ovelhas são objetos. O bem estar das ovelhas não é importante. O seu bem estar
é mais importante.
Por causa disso ele foge quando a sua vida é ameaçada. Ele
não pensa em proteger o rebanho. Ele pensa em salvar a sua própria vida. Não
ama o rebanho.
Mas Deus não é assim. Ele está buscando os pecadores. Já desde
o início (Gênesis 3, 9; 12,1; Óséias 11,1; Mt. 1,21; Mt. 9,13; Mt. 15, 21-28;
Mt. 28,19); Jesus veio para salvar o seu povo; ele buscou aqueles que foram
expulsos das sinagogas: os publicanos, as prostitutas; ele os chamou para o
arrependimento; ele veio para salvar as ovelhas perdidas de Israel; mas no
final ele abre o curral e manda os apóstolos para buscar as outras ovelhas.
João 10, 16 fala sobre isso. Jesus é o bom pastor. Ele cuida do rebanho de
Israel, mas ele sabe que existem outras ovelhas, que não são dessa raça; ele
buscará e chamará e elas ouvirão a voz do bom pastor e virão e se unirão com o
rebanho de Cristo. É isso o que nós experimentamos hoje.
Nunca poderíamos imaginar que o nosso pecado e a nossa
fraqueza nos levam para Deus. Pode até ser incoerente: mas a nossa culpa de
certa forma é necessária para que nós possamos usufruir da misericórdia de
Deus. “Bendita culpa que me trouxe tão grande Salvador!” O próprio Jesus nos
garante que o Pai fica mais feliz ao nos resgatar porque estamos perdidos do
que mesmo quando estamos sempre perto Dele. Na verdade, todos nós, em algum
momento, somos ovelhas desgarradas, necessitadas de salvação e de abrigo em
conseqüência do nosso pecado. Portanto, pode até ser absurdo, mas, devemos nos
sentir felizes pelo nosso pecado, pois assim nós temos a oportunidade de que
Deus nos manifeste a Sua grande misericórdia. Somos essas ovelhas fugidas
querendo voltar e o Senhor está sempre de braços abertos para nos acolher. O
Pai não quer que nenhum de nós se perca, portanto, deixemo-nos encontrar pelo
Pastor, que é Jesus.
Você se sente como a ovelha fugida? Você quer voltar? –
Jesus está esperando você: Experimente fazer a experiência da volta para Deus!
Ele ficará feliz!
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
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