quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 11,16-19 - 13.12.2013 - Não ouvem nem a João nem ao Filho do Homem.

Vermelho. 2ª SEMANA - 6ª FEIRA Advento
Sta. Luzia VgMt, memória

Evangelho - Mt 11,16-19

Não ouvem nem a João nem ao Filho do Homem.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 11,16-19

Naquele tempo, disse Jesus às multidões:
l6Com quem vou comparar esta geração?
São como crianças sentadas nas praças,
que gritam para os colegas, dizendo:
17'Tocamos flauta e vós não dançastes.
Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!'
18Veio João, que não come nem bebe,
e dizem: 'Ele está com um demônio'.
19Veio o Filho do Homem, que come e bebe,
e dizem: 'É um comilão e beberrão,
amigo de cobradores de impostos e de pecadores'.
Mas a sabedoria foi reconhecida com base em suas obras.'
Palavra da Salvação.



Reflexão - Mt 11, 16-19

Muitas pessoas ouvem as mensagens do Evangelho, mas não se sensibilizam com elas, não correspondem a elas, de modo que elas não provocam eco em suas vidas. O conhecimento da Palavra de Deus é muito importante, mas não é tão importante como a comunhão de idéias e valores que deve haver entre os homens e Deus. O conhecimento nos ajuda a realizar esta comunhão de modo que ele é um meio necessário para que possamos atingir o fim, mas o conhecimento não é a finalidade em si. Se ficamos apenas no conhecimento, não dançamos com as flautas nem batemos no peito com o canto fúnebre, não comungamos as idéias de Jesus.



SÃO COMO CRIANÇAS SENTADAS NA PRAÇA Mt 11,16-19
HOMILIA

Jesus compara a geração dos homens e mulheres descrentes com crianças que não sabem distinguir as coisas e se lamentam por causa dos acontecimentos da vida.
A passagem de Mateus que acabamos de ler, é uma espécie de reprovação à nossa falta de coerência, uma censura parecida à que Deus fez a Israel no passado e a nós hoje. Parecemos com a canção infantil que Jesus ouviu cantar em alguma das ruas poeirentas de Nazaré ou de Cafarnaum: “Tocamos flauta e vós não dançastes, Entoamos lamentações e vós não batestes no peito!”. Não aceitamos a pregação penitencial de João Batista, seu apelo à conversão, porque ele nos parece muito severo. Tampouco acolhemos a gozosa notícia da salvação que Cristo nos traz, porque nos compromete a servir e amar com alegria e desprendimento. Para isso somos demasiadamente egoístas, pensamos muito em nós mesmos, em nossa privacidade e nosso orgulho. Seguir a Jesus acaba sendo muito igualitário e gratuito. Mas aí está a sabedoria divina manifestando-se nos fatos. Onde pomos um pouco de amor e desprendimento, algo de solidariedade e de respeito, floresce a vida, renascem os sorrisos, encontramos irmãos. Onde há egoísmo e indiferença proliferam os males, a mor e a morte.
Neste Advento de preparação para celebrar o nascimento de Jesus, deixemo-nos tocar um pouco pela pregação penitencial de João Batista. Revisemo-nos um pouco para ver se há males a extirpar em nossas vidas, e deixemo-nos arrastar pela corrente de amor e calorosa simpatia que Jesus sente por todo tipo de gente, sobretudo pelos pobres, humildes e pequenos. Terminaremos cantando alegremente ao descobrir o amor e o serviço.
O profetismo israelita foi uma demonstração de consciência crítica frente aos abusos, não apenas dos impérios externos, mas também da monarquia e do sistema de governo israelita em geral, incluindo o sistema religioso. Jesus queria despertar esse profetismo, ativando a consciência crítica de seu povo. Esta era a única forma de gerar nele a mudança libertadora. A resposta para esse momento não foi apenas negativa, mas agressiva e ameaçadora.
A voz profética de João Batista havia sido calada com seu assassinato, e a proposta era também silenciar Jesus, ameaçando-o de morte. Jesus faz alusão a esse fato, tomando como base o jogo dos meninos que se alternavam em dois grupos, cantando canções de dor ou de alegria para que o grupo contrário dançasse ou chorasse. João Batista havia sido um modelo de profeta, cuja figura convocava à penitência; Jesus era de outro modelo: convoca à alegria, à felicidade plena. A nenhum dos dois deram crédito. O que queriam, então, os chefes?
Eles eram encarregados de qualificar ou desqualificar as pessoas perante o povo. Por isso mesmo, eram eles, em grande parte, os responsáveis pela desorientação do povo. Seus interesses impediam que o povo se encaminhasse para outro lado. O ensinamento deste dia é que deixemos de ser críticos sem razão e, mas que nós mesmos saibamos discernir a realidade, estando atentos aos sinais dos tempos.
A metodologia de Deus, Sua maneira de agir é diferente do que o mundo prega, por isso, a humanidade está sempre rejeitando os Seus ensinamentos. Somos como “meninos amuados” não querendo aderir ao projeto de Deus através de Jesus Cristo, que veio ao mundo nos ensinar que vale mais o ser do que o fazer. Assim sendo, não conseguimos perceber os sinais de Deus e a obra que Ele quer realizar nas nossas vidas. Não acreditamos, não confiamos e por qualquer razão nos distanciamos do Seu amor nos confundimos nas nossas indagações: por que isso, por que aquilo? Procuramos sempre um culpado para os nossos fracassos e justificamos a nossa falta de fé no amor e na misericórdia de Deus olhando mais para o que fazem ou deixam de fazer aqueles (as) que se dedicam a servir ao Senhor. Quem tem a sabedoria de Deus é reconhecido (a) pelas obras que realiza e não se engana. O Senhor quer nos ensinar a viver a Sua graça e a participar do Seu reino para não ficarmos de fora, somente reclamando e murmurando.
Você é uma pessoa murmuradora? Como você julga o comportamento das pessoas consagradas ao serviço de Deus? Você está sempre de olho nelas para recriminá-las na hora que erram? Você procura reconhecer nelas o sinal de Deus para você? A sua fé depende dos homens?
Pai, que eu não me deixe bloquear pelas críticas, quando minha vida for um testemunho de serviço ao Reino, expressão de minha adesão a teu Filho Jesus.

Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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