Branco. 1ª SEMANA - 3ª FEIRA Advento
S. Francisco Xavier Presb, memória
Evangelho - Lc 10,21-24
Jesus exulta no Espírito Santo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas
10,21-24
21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse:
'Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes,
e as revelaste aos pequeninos.
Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
22Tudo me foi entregue pelo meu Pai.
Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai;
e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho
e aquele a quem o Filho o quiser revelar.'
23Jesus voltou-se para os discípulos
e disse-lhes em particular:
'Felizes os olhos que vêem o que vós vedes!
24Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver
o que estais vendo, e não puderam ver;
quiseram ouvir o que estais ouvindo,
e não puderam ouvir.'
Palavra da Salvação.
Reflexão - Lc 10,
21-24
Felizes somos todos nós que nos abrimos à ação da graça
divina e reconhecemos a presença de Jesus em nossas vidas. Felizes somos todos
nós que aceitamos de bom coração esta presença e acolhemos Jesus. Felizes somos
todos nós que nos abrimos à ação do Espírito Santo de modo que, conduzidos por
ele, renunciamos à sabedoria do mundo como um fim em si e aceitamos o mistério
que nos abre para as realidades eternas e imutáveis. Felizes somos todos nós
que somos amados por Deus que, a partir da revelação que nos vem por Jesus, nos
permite viver conscientemente aqui na terra as realidades do céu.
HOMILIA
A ALEGRIA DE JESUS Lc
10,21-24
No evangelho de hoje, vemos Jesus sorridente, com os olhos
brilhando, “Jesus exultou de alegria no Espírito Santo” (Lc 10, 21)
A alegria é uma característica de todo cristão porque
primeiro foi de Cristo, é dom do Espírito Santo para todo batizado, é o que os
primeiros cristãos possuíam (cf At 2, 46) e todos nós devemos ter. Mas, porque
Jesus exultou de alegria naquele momento? Porque viu os planos do Pai se
concretizando de uma maneira que é bem característica da Santíssima Trindade.
Jesus reconhece, exulta de alegria vendo a humanidade mais uma vez participar
das grandezas divinas. Nosso Senhor glorifica seu pai porque Ele não escolheu
os “sábios e entendidos” para serem os 1ºs discípulos do Mestre, mas os
pequeninos: povo sem estudo, sem muito entendimento, que não era capaz de muita
coisa.
Creio que Jesus, em sua humanidade, tenha se desanimado um
pouco ao olhar para aqueles 72 discípulos e ver a realidade. Tinha sido Ele
mesmo que os havia escolhido por desígnio do Pai, mas Ele aconselha-os a
rezarem ao Senhor pedindo mais operários para a messe (cf. Lc 10,2) pois
aqueles não pareciam suficientes. Jesus reconhece que seus discípulos são ovelhinhas
perto dos lobos astutos e inteligentes, mas envia-os acreditando que esses
mesmos lobos darão a eles o sustento do dia de modo que nem precisam levar
bolsas (cf. Lc 10,3-7), pois serão portadores de paz.
Apesar de toda a fé perfeita própria da divindade de Jesus,
é difícil para a sua humanidade entender que essa gente com pouca instrução
“dará conta do recado”.
Contudo, todos os 72 discípulos voltam alegres dizendo que
até os demônios se submeteram a eles pelo nome de Jesus. Parece incrível, não?
É como a profecia de Isaías na qual é prometida a harmonia entre lobo e
cordeiro, pantera e cabrito, touro e leão, vaca e urso, criança e víbora. Tudo
isso será possível porque sobre o nosso Salvador repousa o Espírito Santo com
todos os seus dons e porque Ele não julga pelas aparências nem pelo ouvir
dizer, mas com retidão e justiça. (cf. Is 11,1-8)
Esta é uma grande lição para todos aqueles que ficam
tardando para dar uma resposta ao Senhor porque se acham incapazes, fracos,
pequenos. Somente os pequeninos, isto é, os que abrem o coração e não colocam a
razão em primeiro lugar, poderão distinguir os prodígios e milagres que
acontecem quando o reino de Deus se lhes manifesta pela ação do Espírito Santo.
Jesus louvou o Pai e exultou no Espírito quando os Seus discípulos “enxergaram”
as maravilhas que ocorreram quando eles saíram anunciando o reino. “Felizes os
olhos que vêem o que vós vedes!” Quando nos dispomos a divulgar o reino dos
céus aqui na terra, é sinal de que ele já está acontecendo na nossa vida e, na
medida em que nós nos abrimos, mais e mais nós vamos experimentando a alegria e
a felicidade interior. O Pai se dá a conhecer através da revelação do Filho e
quanto mais nós conhecermos a Jesus, mais nós teremos comunhão com Deus Pai e
assim estaremos vivendo a felicidade tão almejada.
Pensar assim seria ter um olhar puramente humano que não
leva em consideração a misericórdia de Deus e seu poder soberano. Afinal, todas
as coisas foram entregues à Jesus pelo Pai e Ele as dá a quem lhe apraz e
quando lhe aprouver.
O que vale para Ele não são a inteligência e sabedoria
humanas, mas o conhecimento de Deus, e “Ninguém conhece quem é o Filho senão o
Pai, nem quem é o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho quiser revelar”
(Lc 10,22). Ditosas são as nossas almas quando acreditamos na misericórdia e
bondade do Senhor, mesmo que nossos olhos carnais não o tenham visto.
Fonte Homilia: Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla
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