Evangelho (Mateus 25,1-13)
Quarta-Feira, de de 2012
21ª Semana Comum
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos esta
parábola: 1“O Reino dos Céus é como a história das dez jovens que pegaram suas
lâmpadas de óleo e saíram ao encontro do noivo. 2Cinco delas eram
imprevidentes, e as outras cinco eram previdentes.
3As imprevidentes pegaram as suas lâmpadas, mas não levaram
óleo consigo. 4As previdentes, porém, levaram vasilhas com óleo junto com as
lâmpadas. 5O noivo estava demorando e todas elas acabaram cochilando e
dormindo. 6No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Ide a
seu encontro!’ 7Então as dez jovens se levantaram e prepararam as lâmpadas. 8As
imprevidentes disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas
lâmpadas estão se apagando’.
9As previdentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo
pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar aos
vendedores’. 10Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que
estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se
fechou. 11Por fim, chegaram também as outras jovens e disseram: ‘Senhor!
Senhor! Abre-nos a porta!’ 12Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade eu vos digo:
Não vos conheço!’ 13Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis qual será o dia,
nem a hora”.
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.
HOMILIA
O banquete do amor
que espera e alimenta a nossa esperança
agosto 31st, 2012
Irmãos e irmãs, ou melhor, como a alegoria das núpcias de
Cristo com a Sua Igreja-Esposa (Mt 25, 1-13) sugere: Caras “companheiras” da
Esposa!
Na parábola das dez virgens, ou damas de honra, estamos
todos incluídos, pois o Senhor não exclui ninguém da participação de Seu Reino.
No entanto, a graça reclama condutas que podem ser comparadas às expectativas
da “noiva” (esposa) durante o ritual judaico do matrimônio. É isto que Jesus
fez e faz! Ele usa desta parábola para falar do nosso relacionamento com o
Esposo que, em breve, virá e não quer ninguém de fora do banquete eterno.
Segundo o costume judaico, a festa acontecia no final da
tarde e era incluída uma procissão até o lugar do festim. Aquele momento de
partilha e alegria era realizado na casa do noivo (cf. Mt 22, 1-14), mas também
podia acontecer na casa da noiva, para onde a procissão deveria seguir. A
parábola das dez virgens parece se encaixar neste segundo caso.
Uma outra característica, própria desta celebração, era uma
efusiva manifestação da beleza e alegria que permeava estes acontecimentos,
encontrando o seu ápice de manifestação material quando era um casamento real.
Assim confirma o salmista: «Entra com todo esplendor a filha do rei, tecido de
ouro é seu vestido; é apresentada ao rei com preciosos bordados, com ela as
damas de honra a ti são conduzidas; guiadas em alegria e exultação entram
juntas no palácio real» (Sl 45, 14-16).
Ainda que todo este esplendor não fosse possível para todos,
sem dúvida, o essencial do júbilo não devia faltar, principalmente às
convidadas da noiva para compor a procissão. Aí, irmãos e irmãs, nos
encontramos, mais uma vez, todos nós! Pelos méritos de Cristo – o Rei e Esposo
da Igreja -, somos participantes do novo povo de Deus, membros da Igreja e
amados pelo Senhor, o qual é exemplo de entrega, inclusive no tocante à missão
dos maridos:
«Maridos, amai as vossas mulheres como Cristo também amou a
Igreja e se entregou por ela, a fim de santificar pela palavra aquela que Ele
purifica pelo banho da água. Pois Ele quis apresentá-la a si mesmo toda bela,
sem mancha nem ruga ou qualquer reparo, mas santa e sem defeito» (Ef 5, 25-27).
Voltando à parábola das companheiras prudentes e das
descuidadas, percebe-se que a utilização de lâmpadas era um acessório também
costumeiro naquele tipo de ritual. Portanto, todas já estavam devidamente
avisadas. O que não significava que todas se encontravam preparadas.
Neste sentido, Nosso Senhor e Esposo da Igreja não deixa,
pelo Evangelho, a humanidade orientada quanto a Sua segunda vinda? Fazendo
parte do mesmo «Sermão Escatológico», registrado no Evangelho de Mateus,
pode-se ler e ouvir: «Ficai certos: se o dono de casa soubesse a que horas da
noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada. Por
isso, também vós, ficais preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o
Filho do Homem» (Mt 24, 43-44). Então, o que estamos esperando para compormos,
com alegria e esperança, o grupo das pessoas cuidadosas para com as promessas
de Deus?
A Igreja de Cristo é a esposa real que espera e clama, sem
cessar, por este encontro definitivo; e ela não está sozinha: «O Espírito e a
Esposa dizem: “Vem”! Aquele que ouve também diga: “Vem”! Quem tem sede, venha e
quem quiser, receba, de graça, a água vivificante» (Ap 22,17). Por isso, para
«sentirmos com a Igreja» e correspondermos às escolhas de Deus, precisamos
desta «água vivificante» sobre nós, qual um despertador da sonolência provocada
pela imprudência e todos os outros tipos de pecado.
Vinde, Espírito Santo, e nos desperte a uma esperança ativa
e previdente, capaz de possuir um testemunho, no mínimo, suficiente para sermos
salvos pela Misericórdia Divina e sinais deste amor neste mundo! Obrigado,
Senhor, por nos revelar que agora é o tempo da esperança. É tempo do amor! É
tempo de conhecer o Esposo e a Esposa.
É tempo do óleo do testemunho! Pois, se para as
privilegiadas companheiras da parábola não houve mais tempo suficiente nem
tampouco desculpas fiáveis quando o noivo se manifestou, por que não haveríamos
de ouvir aquelas temíveis palavras: «Em verdade vos digo: não vos conheço!» (Mt
25, 12)?
Sendo assim, sem medo, mais cheios de esperança e prudência,
ouçamos a Palavra d’Aquele que veio para nos salvar e nos acolher no banquete
escatológico. Se não fosse assim, Ele não insistiria tanto em dispor, ainda no
tempo, estas e outras Palavras de vida eterna, verdadeiro alimento de
esperança, servido, principalmente, na Mesa da Palavra: «Portanto, vigiai, pois
não sabeis o dia nem a hora» (Mt 25, 12).
Padre Fernando Santamaria
Comunidade Canção Nova
Fonte: Canção Nova
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