sexta-feira, 9 de junho de 2023

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 12,38-44 - 10.06.2023

Liturgia Diária


10 – SÁBADO 

9ª SEMANA DO TEMPO COMUM


(verde – ofício do dia)



Olhai para mim, Senhor, e tende piedade, pois vivo sozinho e infeliz. Vede minha miséria e minha dor e perdoai todos os meus pecados! (Sl 24,16.18)


Deus recompensa toda pessoa que pratica o bem, seja ele do tamanho que for. De nós o Senhor espera um coração sensível e grato: “Manifestai a todos os homens as obras de Deus, como é justo, e não hesiteis em expressar-lhe o vosso reconhecimento”.


Evangelho: Marcos 12,38-44


Aleluia, aleluia, aleluia.


Felizes os humildes de espírito, / porque deles é o Reino dos Céus (Mt 5,3). – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 38Jesus dizia, no seu ensinamento, à multidão: “Tomai cuidado com os doutores da Lei! Eles gostam de andar com roupas vistosas, de ser cumprimentados nas praças públicas; 39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas e dos melhores lugares nos banquetes. 40Eles devoram as casas das viúvas, fingindo fazer longas orações. Por isso eles receberão a pior condenação”. 41Jesus estava sentado no templo, diante do cofre das esmolas, e observava como a multidão depositava suas moedas no cofre. Muitos ricos depositavam grandes quantias. 42Então chegou uma pobre viúva que deu duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. 43Jesus chamou os discípulos e disse: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. 44Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 12,38-44

«Chegou então uma pobre viúva e deu duas moedinhas»


Rev. D. Enric PRAT i Jordana

(Sort, Lleida, Espanha)

Hoje como no tempo de Jesus, os seus devotos —e ainda mais os “profissionais” da religião— podem sofrer a tentação de uma espécie de hipocrisia espiritual, manifestada nas atitudes vaidosas, justificadas pelo fato de sentirmo-nos melhor que os outros: por alguma razão somos crentes, praticantes... os puros! Pelo menos no interior da nossa consciência, às vezes nos sentimos assim; sem chegar, porém a “fazer que rezamos” e ainda menos a “devorar os bens dos demais”.


No contraste evidente com os mestres da lei, o Evangelho apresenta-nos o gesto simples, insignificante, de uma mulher viúva que suscitou a admiração de Jesus: «Chegou então uma pobre viúva e deu duas moedinhas» (Mc 12,42). O valor do donativo era quase nulo, mas a decisão daquela mulher era admirável, heróica: deu tudo o que tinha para viver.


Neste gesto, Deus e os demais passavam diante dela e das suas próprias necessidades. Ela permanecia totalmente nas mãos da Providência. Não tinha outra coisa onde apoiar-se, porque voluntariamente havia deixado tudo ao serviço de Deus e da atenção dos pobres. Jesus —que o viu— valorou o esquecimento de si mesmo, e o desejo de glorificar a Deus e de socorrer os pobres, como o donativo mais importante de todos os que haviam feito.


Tudo indica que a opção fundamental e salvadora tem lugar no núcleo da própria consciência, quando decidimos abrir-nos a Deus e viver em disposição ao próximo; o valor da eleição não vem pela qualidade ou a quantidade da obra feita, senão pela pureza da intenção e a generosidade do amor.


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Deves dar aquilo que te custe alguma coisa. Não basta com dar só aquilo do que podes prescindir, mas también do que não podes nem queres prescindir. A isso eu chamo-lhe o amor em ação» (Santa Teresa de Calcutá)


«A viúva que, na sua miséria, lança no tesouro do templo 'tudo o que tinha para viver' (Mc 12,44). A sua pequena e insignificante moeda torna-se um símbolo eloquente: esta viúva não dá a Deus o que lhe sobra, não dá apenas o que possui, mas o que ela é: toda a sua pessoa» (Bento XVI)


«O amor da Igreja pelos pobres [...] faz parte da sua constante tradição» (195). Esse amor inspira-se no Evangelho das bem-aventuranças (196), na pobreza de Jesus (197) e na sua atenção aos pobres (198). O amor dos pobres é mesmo um dos motivos do dever de trabalhar: para ‘poder fazer o bem, socorrendo os necessitado’ (199). E não se estende somente à pobreza material, mas também às numerosas formas de pobreza cultural e religiosa (200)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.444)

Fonte https://evangeli.net/


A OFERTA DA VIÚVA POBRE Mc 12,38-44

HOMILIA


Somente São Marcos e Lucas 20,45-21,1-4 descrevem a atitude de Jesus perante a pobre viúva que deitou a sua oferta no cofre do Templo de Jerusalém. A Igreja hoje nos faz saborear a riqueza de Marcos.


Lendo o comentário de Jesus poderíamos encontrar muitas dúvidas sem respostas como estas, por exemplo: Então, como é? Essa viúva entregou tudo para o Templo, que corresponde à igreja dos nossos dias, tudo que possuía para viver, e depois? Se ficou sem nada, depois disso foi pedir esmola? Ou terá morrido à fome? É essa a vontade do Mestre? Jesus quer que entreguemos tudo para a Igreja? Não estará esta explicação em contradição com muitas outras passagens em que Jesus mostra a sua preocupação para com os pobres e as viúvas?


Mas é preciso entender bem o que Jesus quis frisar. Primeiro está a situação da viúva. A mulher israelita do tempo de Jesus, era alvo de forte discriminação imposta pela Velha Lei. No Templo não podia ir além do Pátio das mulheres, e não estava de forma alguma preparada para sobreviver economicamente sem o seu marido. Não admira que, em caso de falecimento do dono da casa, se não houvesse filhos, as suas mulheres não estivessem minimamente preparadas para defender os seus direitos no “mundo dos homens” como os negócios, conselhos, tribunais etc. A viúva, se não tivesse pelo menos um filho, que pudesse herdar as terras de seu pai, continuava de certa maneira ligada ao seu falecido marido, e de acordo com Deuteronómio 25:5/10 deveria esperar que algum dos seus cunhados a tomasse como mais uma de suas mulheres em respeito pela memória de seu irmão. Só depois dos seus cunhados a rejeitarem e depois de cumpridos os rituais que constam do texto que mencionamos em Deuteronómio é que ela poderia tentar novo casamento. Assim, a expressão que aparece no texto de Marcos e de Lucas “viúva pobre”, nesse contexto cultural, leva-nos a imaginar uma viúva que não tivesse filhos, nem cunhados que a recebessem, nem quaisquer meios de subsistência.


Pode parecer-nos um tanto estranha a afirmação de Marcos de que muitos ricos lançavam muitas moedas. Na nossa cultura, é natural identificarmos as moedas com as pequenas importâncias, pois para importâncias elevadas, utilizamos as notas ou o cheque bancário. Mas nessa época ainda não havia dinheiro em notas. Só havia moedas que podiam ser em cobre, prata ou ouro, atingindo valores muito elevados.


Depois destes esclarecimentos, já estamos em melhores condições para compreender o pensamento do nosso Mestre. A pobre viúva deu mais do que todos. Não encontramos aqui qualquer palavra de aprovação nem de reprovação da atitude dessa pobre viúva. O pensamento principal, que está na base desta passagem, é a dura crítica de Jesus aos escribas, pela maneira como se apresentavam, acusando-os de “devorarem as casas da viúvas”. Logo em seguida, aparece esta pobre viúva, cuja função é certamente ilustrar a afirmação anterior. É com este “pensamento de fundo” que se deve interpretar a descrição do que se passou com esta viúva, simples exemplo do que certamente se terá passado com muitas outras viúvas. A afirmação de Jesus, de que a viúva deu mais do que todos os outros, vem arrasar toda a velha teologia. É um novo critério que avaliação que não se encontra em todo o Velho Testamento. Que dirá Jesus das nossas igrejas, na Sua segunda vinda? Não nos compete responder. Mas, será que iremos voltar a ouvir coisa semelhante à afirmação do Mestre: Guardai-vos dos escribas que gostam de circular de roupas longas, de ser saudados nas praças públicas, e de ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e os lugares de honra nos banquetes, mas devoram as casas das viúvas e simulam fazer longas preces. Esses receberão condenação mais severa. Só que, em vez de “escribas”, poderão estar os títulos de outros respeitáveis cargos religiosos dos nossos dias a começar por mim que sou sacerdote, por ti que não sei qual é a função que exerces na Igreja e que agora me segues nesta reflexão. Portanto, acautelemo-nos.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

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