Liturgia Diária
14 – TERÇA-FEIRA
SANTOS CIRILO, MONGE, E METÓDIO, BISPO
(branco, pref. comum, ou dos pastores – ofício da memória)
Como são belos sobre os montes os passos do que anuncia a paz, trazendo a boa-nova e proclamando a salvação (Is 52,7).
Irmãos de sangue e na fé, Cirilo e Metódio, nascidos na Grécia no século 9º, são venerados como apóstolos dos eslavos e como padroeiros da Europa. A verdadeira fé que os dois pregaram expressou-se na liturgia e na Palavra de Deus, que traduziram para a língua local. Mesmo diante das incompreensões, tornaram-se sinal da nova humanidade reconciliada no amor. Celebrando a memória destes santos, sejamos solidários na edificação da justiça e da paz.
Evangelho: Marcos 8,14-21
Aleluia, aleluia, aleluia.
Quem me ama, realmente, guardará minha palavra / e meu Pai o amará, e a ele nós viremos (Jo 14,2). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 14os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca apenas um pão. 15Então Jesus os advertiu: “Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes”. 16Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão”. 17Mas Jesus percebeu e perguntou-lhes: “Por que discutis sobre a falta de pão? Ainda não entendeis e nem compreendeis? Vós tendes o coração endurecido? 18Tendo olhos, vós não vedes e, tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais 19de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze”. 20Jesus perguntou: “E quando reparti sete pães com quatro mil pessoas, quantos cestos vós recolhestes cheios de pedaços?” Eles responderam: “Sete”. 21Jesus disse: “E vós ainda não compreendeis?” – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Marcos 8,14-21
«Cuidado com o fermento dos fariseus»
Rev. Pe. Juan Carlos CLAVIJO Cifuentes
(Bogotá, Colombia)
Hoje -uma vez mais- vemos a sagacidade do Senhor Jesus. Seu agir é surpreendente, já que se sai do comum da gente, é original. Ele vem de realizar uns milagres e está-se trasladando a outro setor onde a Graça de Deus também deve chegar. Nesse contexto de milagres, ante um novo grupo de pessoas que o espera, é quando lhes adverte: «Atenção! Cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes» (Mc 8,15), pois eles —os fariseus e os de Herodes— não querem que a Graça de Deus seja conhecida, e mais bem eles propagam no mundo o mau fermento, semeando discórdia.
A fé não depende das obras, pois «uma fé que nós mesmos podemos determinar, não é em absoluto uma fé» (Bento XVI). Pelo contrário, são as obras as que dependem da fé. Ter uma autêntica e verdadeira fé implica uma fé ativa e dinâmica; não uma fé condicionada e que só fica-se no externo, nas aparências, na teoria e não na pratica. A nossa deve ser uma fé real. Temos que ver com os olhos de Deus e não com os do homem pecador: «Ainda não entendeis, nem compreendeis? Vosso coração continua incapaz de entender?» (Mc 8,17).
O Reino de Deus se estende no mundo como quando se coloca uma medida de fermento na massa, ela cresce sem que se saiba como. Assim deve ser a autêntica fé, que cresce no amor de Deus. Portanto que nada nem ninguém nos distraiam do verdadeiro encontro com o Senhor e de sua mensagem Salvadora. O Senhor não perde ocasião para ensinar e isso segue fazendo hoje em dia: «Temos que nos liberar da falsa ideia de que a fé já não tem nada que dizer aos Homens de hoje» (Bento XVI).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Lançai então, de vocês o fermento ruim, velho e azedo, e tornai-os o novo, que é Jesus Cristo. Impregnai-vos do sal de Cristo, para que ninguém se corrompa entre vocês, porque pelo vosso cheiro seréis avaliados» (Santo Inácio de Antioquia)
«Jesus Cristo, denunciando o “fermento” de Herodes, desmascara uma das facetas da tentação pecaminosa: o aparecimento do realismo. É na hora de tomar decisões que surge a pergunta: o que é que realmente conta na minha vida?» (Bento XVI)
«Tal como o fermento na massa, a novidade do Reino deve levedar a terra com o Espírito de Cristo. Há-de manifestar-se pela instauração da justiça nas relações pessoais e sociais, económicas e internacionais, sem nunca esquecer que não há nenhuma estrutura justa sem homens que queiram ser justos» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.832)
Outros comentários
«Tendo olhos, não enxergais, e tendo ouvidos, não ouvis?»
Rev. D. Lluís ROQUÉ i Roqué
(Manresa, Barcelona, Espanha)
Hoje notamos que Jesus – como já se passava com os apóstolos – nem sempre é compreendido. Às vezes torna-se difícil. Por mais que vejamos prodígios, e que se digam as coisas claramente, e nos seja comunicada a boa doutrina, merecemos a sua repreensão: «Ainda não entendeis, nem compreendeis? Vosso coração continua incapaz de entender?» (Mc 8,17).
Gostaríamos de lhe dizer que o entendemos e que não temos o entendimento ofuscado, mas não nos atrevemos. Se ousarmos, como o cego, fazer-lhe esta súplica: «Senhor que eu veja» (Lc 18,41), para ter fé, e para ser, e como o salmista diz: «Inclina o meu coração para as tuas ordens, e não para a ganância injusta» (Sal 119,36) para ter boa disposição, escutar e acolher a palavra de Deus e fazê-la frutificar.
Será bom também, hoje e sempre, ter atenção a Jesus que nos alerta: «Atenção! Cuidado com o fermento dos fariseus» (Mc 8,15), afastados da verdade, “maníacos cumpridores”, que não são adoradores do Espírito em verdade (cf Jo 4,23), e «do fermento de Herodes», orgulhoso, despótico, sensual, que só quer ver e ouvir Jesus para seu prazer.
E, como guardamos este “fermento”? Pois fazendo uma leitura contínua, inteligente e devota da palavra de Deus e, por isso mesmo, “sábia”, fruto de ser «piedosos como crianças: mas não ignorantes, porque cada um há-de esforçar-se, na medida das suas possibilidades, no estudo sério, científico da fé (…). Piedade de crianças, pois, e doutrina de segura de teólogos» (São Josemaria).
Assim, iluminados e fortalecidos pelo Espírito Santo, alertados e conduzidos pelos bons Pastores, estimulados pelos cristãos e cristãs fiéis, cremos no que temos de crer, faremos o que temos que fazer. Agora, há que “querer” ver: «E o Verbo se fez carne» (Jo 1,14), visível, palpável; há que “querer” escutar: Maria foi o “isco” para que Jesus tenha dito: «Ditosos os que escutam a palavra de Deus e a guardam» (Lc 11,28).
Fonte https://evangeli.net/
ABANDONO NA PROVIDÊNCIA DIVINA Mc 8,14-21
HOMILIA
Se perfurássemos o véu, e se estivéssemos vigilantes e atentos, Deus revelar-Se-nos-ia sem cessar e usufruiríamos da Sua ação em tudo quanto nos acontece, dizendo perante todas as coisas: « é o Senhor!» (Jo, 21, 7). E descobriríamos em todas as circunstâncias um dom de Deus.
Consideraríamos as criaturas frágeis instrumentos nas mãos de um obreiro onipotente; e reconheceríamos sem dificuldade que nada nos falta, e que a contínua atenção de Deus O leva a proporcionar-nos em cada instante aquilo que nos convém. Se tivéssemos fé, teríamos boa vontade para com todas as criaturas; haveríamos de acariciá-las, interiormente gratos pelo fato de elas servirem e se tornarem favoráveis à nossa perfeição, aplicada pela mão de Deus.
Se vivêssemos ininterruptamente uma vida de fé, estaríamos em permanente comércio com Deus, falando com Ele a todo o momento.
A fé é intérprete de Deus; sem os esclarecimentos que ela proporciona, não compreendemos a linguagem das criaturas. Esta é uma escrita em números, onde apenas vemos confusão; uma amálgama de espinhos, de onde não nos ocorre que Deus possa falar. Mas a fé permite-nos ver, como Moisés, o fogo da caridade divina que arde no seio destes espinhos (Ex 3, 2); a fé dá-nos a chave destes números, permitindo-nos descobrir, no meio da confusão, as maravilhas da sabedoria do alto. A fé confere um rosto celeste a toda a terra; é por meio dela que o coração é transportado, arrebatado, para conversar no céu. A fé é a chave dos tesouros, a chave do abismo, a chave da ciência de Deus.
Pai, Deus todo-poderoso, é a ti que devo consagrar a principal ocupação da minha vida. Que todas as minhas palavras e pensamentos se ocupem de ti. Porque sou pobre, peço aquilo que me falta; farei um esforço desmedido para entender as palavras dos teus profetas e dos teus apóstolos, baterei a todas as portas que me dão acesso a uma compreensão que me está vedada.
Mas é a ti que cabe atender o meu pedido, conceder o que procuro abrir a porta fechada.
Na verdade, vivo numa espécie de torpor por causa do meu adormecimento natural; estou impedido de compreender os teus mistérios por uma ignorância invencível devida à fraqueza do meu espírito.
Mas o zelo pelos teus ensinamentos fortalece a minha percepção da ciência divina e a obediência da fé me ergue acima da minha capacidade natural para conhecer. Espero, assim, que tu estimules os começos da minha vida e família, que a fortaleças com um sucesso crescente, que a chames a partilhar o espírito dos profetas e dos apóstolos. Quero compreender as suas palavras no sentido com que eles as pronunciaram , proclamaram e empregar os termos exatos para transmitir fielmente as realidades que eles exprimiram. Concede-me o sentido exato das palavras, a luz da inteligência, a elevação da linguagem, a ortodoxia da fé; aquilo em que acredito, concede-me que também o afirme e proclame. Eu me abandono nas Vossas Mãos Providentes e sei que não ficarei enganado.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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