Liturgia Diária
19 – DOMINGO
7º DO TEMPO COMUM
(verde, glória, creio – 3ª semana do saltério)
Confiei, Senhor, na vossa misericórdia; meu coração exulta porque me salvais. Cantarei ao Senhor pelo bem que me fez (Sl 12,6).
A liturgia nos convida a amar a todos sem exceção, até os que não nos querem bem. Assim nos aproximamos da santidade e da perfeição do Pai do céu e somos reconhecidos como seus filhos e filhas. Com a Eucaristia aprendamos a pôr nossa glória em Cristo e a nos opormos ao espírito de vingança e insensatez presente no mundo.
Evangelho: Mateus 5,38-48
Aleluia, aleluia, aleluia.
É perfeito o amor de Deus / em quem guarda sua Palavra (1Jo 2,5). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 38“Vós ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ 39Eu, porém, vos digo, não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita, oferece-lhe também a esquerda! 40Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! 41Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! 42Dá a quem te pedir e não vires as costas a quem te pede emprestado. 43Vós ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo!’ 44Eu, porém, vos digo, amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem! 45Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que está nos céus, porque ele faz nascer o sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos. 46Porque, se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47E se saudais somente os vossos irmãos, o que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito!” – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 5,38-48
«Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito»
Pe. José PLAZA Monárdez
(Calama, Chile)
Hoje, a Palavra de Deus, ensina-nos que a fonte original e a medida da santidade estão em Deus: «Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt 5,48). Ele inspira-nos, e caminhamos para ele. O caminho é percorrido sob a nova lei, a lei do Amor. O amor é o condutor seguro dos nossos ideais, expresso tão certeiramente neste quinto capítulo do Evangelho de São Mateus.
A antiga lei de Talião do livro do Êxodo (cf. Ex 21,23-35) — que pretendia ser uma lei que evitasse as vinganças implacáveis e restringir o “olho por olho”, a apologia da guerra — é definitivamente superada pela lei do amor. Nestes versículos entrega-se toda uma Carta Magna da oral crente: o amor de Deus ao próximo.
O Papa Bento XVI disse-nos: «Só o serviço ao próximo abre os meus olhos ao que Deus faz por mim e ao muito que me ama». Jesus apresenta-nos a lei de uma justiça superabundante, pois o mal não se vence causando mais dano, mas expulsando-o da nossa vida, cortando assim a sua eficácia contra nós.
Para vencer —diz-nos Jesus — é preciso ter um grande domínio interior e a suficiente claridade de saber por qual lei nos regemos: a lei do amor incondicional, gratuito e magnânimo. O amor levou-O à cruz, pois o ódio vence-se com amor. Este é o caminho da vitória, sem violência, com humildade e amor gozoso, pois Deus é Amor feito ação. E se os nossos atos procedem deste mesmo amor que não defrauda, o Pai nos reconhecerá como seus filhos. Este é o caminho perfeito, o do amor superabundante que nos põe na corrente no Reino, cuja expressão mais fiel é a sublime manifestação do transbordante amor que Deus derramou nos nossos corações pelo dom do Espírito Santo (cf. Rom 5,5).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«A santidade não é um luxo apenas para poucos, nem está estrita a apenas algumas pessoas. Está feita para ti, para mim e para todos» (Santa Teresa de Calcutá)
«O amor aos inimigos constituie o núcleo da "revolução cristã", que não depende dos recursos humanos, mas que é um dom de Deus. Esta é a novidade do Evangelho, que muda o mundo silenciosamente» (Bento XVI)
«(...) A doutrina de Cristo chega a exigir o perdão das ofensas. Ele estende o mandamento do amor, que é o da nova Lei, a todos os inimigos (Mt 5,43-44). A libertação, no espírito do Evangelho, é incompatível com o ódio ao inimigo, enquanto pessoa (...)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.933)
Fonte https://evangeli.net/
O VOSSO AMOR DEVE OPOR-SE AO ÓDIO Mt 5,38-42
HOMILIA
Estamos diante da lei do Talião: “Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente”, embora à primeira vista pareça estar alimentando um sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança individual.
Vivemos em época caracterizada por ilegalidade. Que tem invadido nossa sociedade a um grau imprevisto e sem precedente. Os que fazem da lei a sua profissão, estão sendo convocados para repensar o propósito da lei na sociedade. Em nossos dias o indivíduo exige seus próprios direitos e o direito de agir como lhe apraz. Pouca consideração se dispensa ao efeito que isto possa ter sobre a vida de outrem.
Encontramos este princípio por todo o Novo Testamento. Vejamos o que Paulo diz. “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12:9-10). O justo manifesta amor. O amor é atencioso e altruísta. Como se revela esse amor?
Paulo disse: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram”. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados [não vos apegueis a vossos direitos, não demandeis pelo que vos é devido], mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor”. Se for cometido algum erro, o entregue ao Senhor. Não se vingue, não busque seus próprios direitos. “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Paulo mostrou-nos o que nosso Senhor disse no capítulo 5 de Mateus: A pessoa tem direitos. Seus direitos foram violados. A pessoa pode exigir indenização. Mas o justo deixa esse problema com Deus, e demonstra amor e perdão até mesmo aos seus inimigos. Isso é justiça em ação.
Paulo menciona de novo este mesmo princípio em 1 Coríntios 6. Aqui ele luta com o problema de um crente recorrer ao tribunal contra outro crente para cobrar o que de direito lhe pertence. Certo homem insistia em seus próprios direitos, e o apóstolo criticou o descrédito que esse testemunho trazia ao mundo incrédulo: “Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?” Paulo disse que o sinal do homem piedoso é abrir mão de seus direitos para que possa manifestar o amor altruísta de Cristo.” O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”, diz o apóstolo Paulo em Romanos 13:10. A lei nos dá direitos, mas também nos dá a liberdade de renunciar a eles, e assim manifestar a justiça de Cristo. Temos nossos direitos, e a Palavra de Deus os protege. Temos, também, a liberdade de renunciar a eles para demonstrar o amor de Cristo. Não é a demanda por seus direitos que caracteriza o justo, mas o desistir deles é que destaca o homem que agrada a Deus.
Jesus no Evangelho de hoje, com as palavras, vai progressivamente nos conduzindo a ir além desta lei. Fazendo-nos reconhecer o não revide: oferecer a outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos. Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei da justiça judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor. Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá uma tapa na face direita, oferece-lhe também à esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires às costas a quem te pede emprestado.
Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo. O Senhor nos ordena a dar a todos, tudo o que eles nos pedem: que todos sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.
Façamos de modo que eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos bens que faltam a nós mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los. Ademais, há mais alegria em dar do que em receber.
É urgente que aos nossos ouvidos soem as palavras de Jesus: vencer o mal com o bem, e tornar concreto em nosso agir o mandamento do amor fraterno.
Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade. E nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem. E com o Seu auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos céus.
Pai, não permita que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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