Liturgia Diária
21 – QUINTA-FEIRA
16ª SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
É Deus quem me ajuda, é o Senhor quem defende a minha vida. Senhor, de todo o coração hei de vos oferecer o sacrifício e dar graças ao vosso nome, porque sois bom (Sl 53,6.8).
O profeta acusa a sociedade que abandonou a Deus e ignorou seus benefícios. Sejamos sensíveis e gratos ao Senhor por ser para nós a fonte da vida e nos dar olhos para ver as maravilhas que realiza em nosso favor.
Evangelho: Mateus 13,10-17
Aleluia, aleluia, aleluia.
Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, / pois revelaste os mistérios do teu Reino aos pequeninos, / escondendo-os aos doutores! (Mt 11,25) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, 10os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: “Por que tu falas ao povo em parábolas?” 11Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles não é dado. 12Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem. 13É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque, olhando, eles não veem e, ouvindo, eles não escutam nem compreendem. 14Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: ‘Havereis de ouvir sem nada entender. Havereis de olhar sem nada ver. 15Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure’. 16Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. 17Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não viram, desejaram ouvir o que ouvis e não ouviram”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 13,10-17
«Felizes são vossos olhos, porque veem, e vossos ouvidos, porque ouvem!»
Rev. D. Manel MALLOL Pratginestós
(Terrassa, Barcelona, Espanha)
Hoje, recordamos o “louvor” dirigido por Jesus aos que se juntavam a Ele: «felizes são vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem!» (Mt 13,16). E perguntamo-nos: Estas palavras de Jesus dirigem-se também a nós, ou são somente para aqueles que O viram e escutaram directamente? Parece que os felizes são eles, pois tiveram a sorte de conviver com Jesus, de permanecer fisicamente e de modo sensível a seu lado. Enquanto nós estaríamos antes entre os justos e profetas - sem sermos justos, nem profetas! - que gostariam de O ver e ouvir.
Não esqueçamos, porém, que o Senhor se refere aos justos e profetas anteriores à sua vinda, à sua revelação: «Garanto-vos que muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, mas não viram» (Mt 10,17). Com Ele chega a plenitude dos tempos, e nós estamos nessa plenitude, já estamos no tempo de Cristo, no tempo da salvação. É verdade que não vimos Jesus com os nossos olhos, mas conhecemo-Lo. E não escutámos a sua voz com os nossos ouvidos, mas sim escutámos e escutaremos as suas palavras. O conhecimento que a fé nos dá, embora não seja sensível, é um conhecimento autêntico, põe-nos em contacto com a verdade e, por isso, nos dá a felicidade e a alegria.
Agradeçamos a nossa fé cristã, contentes com ela. Tentemos que o trato com Jesus seja próximo e não distante, tal como o tratavam aqueles discípulos que estavam junto a Ele, que O viram e ouviram. Não olhemos para Jesus indo do presente ao passado, e sim do presente ao presente, estamos realmente no seu tempo, um tempo que não acaba. A oração - falar com Deus -, e a Eucaristia – recebê-Lo – garantem-nos esta proximidade e fazem-nos realmente felizes ao vê-Lo com olhos e ouvidos de fé. «Recebe, pois, a imagem de Deus que perdeste pelas tuas más obras» (Santo Agostinho).
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Porque ao que tem vai se lhe dar. Como se dizer: a aquele que tem desejo e zelo vai se lhe dar tudo o que vem de Deus; pelo contrário, a aquele que está privado de esse desejo e não por de sua parte quanto pode para o conseguir, esse não receberá os dons de Deus» (São João Crisóstomo)
«” Por que lhes falas em parábolas? Para estimular precisamente a decisão, a conversão do coração. As parábolas, por sua natureza, requerem um esforço de interpretação, interpelam a inteligência, mas também a liberdade» (Francisco)
«O Reino dos céus foi inaugurado na terra por Cristo. “Resplandece para os homens na palavra, nas obras e na presença de Cristo” (Concilio Vaticano II). A Igreja é o gérmen e o princípio deste Reino (...)» (Catecismo da Igreja Católica, n° 567)
Fonte https://evangeli.net/
A LINGUAGEM DAS PARÁBOLAS Mt 13,10-17
HOMILIA
Uma das características fundamentais do Mestre é ter e compreender os alvos do seu ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e sabia que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens. Era necessário que se desse atenção especial aos alunos e para que o aluno fosse o elemento mais importante, Jesus tinha que se fazer entendido e compreendido por eles e isto só seria possível se descesse ao nível do aluno, ou seja, se utilizasse um método a que o aluno estivesse acostumado e de elementos que permitissem que o aluno entendesse as verdades espirituais a respeito de Deus. Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, ao mesmo tempo, permitiria que todo o povo de Israel, que eram os seus potenciais alunos, pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que já estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.
Jesus quer que o ensino da sua Palavra se faça de modo claro e acessível a todos os ouvintes, respeitando-se, pois, as condições culturais, educacionais e sociais dos ouvintes. Jesus ensinou por parábolas porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa com relação à rejeição do Messias. Ao ensinar por parábolas, Jesus ensinava usando de imagens que todos pudessem compreender. Jesus ensinou por parábolas para mostrar que só não compreende o Evangelho quem não quer. Suas simples palavras podiam ser perfeitamente compreendidas por ouvintes sinceros, e torná-los sábios para a salvação.
Ao ensinar por parábolas, Jesus foi claro, se fazia compreensível a todos, mas esta compreensão exigia, pelo uso do método das parábolas, uma disposição de aprendizado por parte dos ouvintes, uma vontade de um maior aprofundamento, tanto que somente os discípulos, depois de algumas parábolas, demonstravam interesse em aprender as coisas de Deus e, assim, chegavam a pedir ao Senhor que lhes explicasse a parábola de forma mais detalhada. Jesus, assim, tinha o objetivo de mostrar claramente quem tinha e quem não tinha interesse em conhecer o Pai, em outras palavras, quem, realmente, amava a Deus, a ponto de não ser mais chamado servo, mas amigo do Senhor (Jo.15:15).
Jesus se expressava por meio de parábolas, ou seja, estórias inventadas por Ele baseada no dia-a-dia daquele povo. Jesus, sendo Deus, poderia muito bem falar difícil, usando palavras sábias, mas o povo humilde, o camponês, os pastores e criadores de gado, não iriam entender quase nada, ou mesmo nada e, ao contrário, sentindo-se humilhados por aquela forma para eles arrogante de discursar, iriam virar às costas, e sair talvez reclamando, e não voltariam mais para ouvir Jesus. Também nós evangelizadores, por mais estudo que possamos ter, não convém que usemos palavras difíceis nos nossos discursos, mesmo por que o nosso público alvo são os humildes, e entre eles estão muitos que não tiveram como nós, a oportunidade de cursar uma faculdade. Jesus optou pelos pobres, assim também nós, não vamos ignorar os ricos, mas preparemos a nossa mensagem tendo em vista os mais simples da sociedade.
Pai, dobra a dureza do meu coração que me impede de ouvir e compreender a palavra de Teu Filho. Faze-me penetrar nos mistérios do Reino escondido nas parábolas.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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