quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 9,2-13 - 19.12.2022

Liturgia Diária


19 – SÁBADO  

6ª SEMANA COMUM


(verde – ofício do dia)



Sede o rochedo que me abriga, a casa bem defendida que me salva. Sois minha fortaleza e minha rocha; para honra do vosso nome, vós me conduzis e alimentais (Sl 30,3s).


Com a língua “bendizemos o Senhor e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à imagem de Deus”. O Senhor nos ensine a saber o que dizer, quando preciso, e a silenciar, quando isso for o melhor a fazer.


Evangelho: Marcos 9,2-13


Aleluia, aleluia, aleluia.


Abriram-se os céus e fez-se ouvir a voz do Pai: / Eis meu Filho muito amado, escutai-o, todos vós! (Mc 9,7) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 2Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João e os levou sozinhos a um lugar à parte sobre uma alta montanha. E transfigurou-se diante deles. 3Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar. 4Apareceram-lhe Elias e Moisés, e estavam conversando com Jesus. 5Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias”. 6Pedro não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo. 7Então desceu uma nuvem e os encobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” 8E, de repente, olhando em volta, não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9Ao descerem da montanha, Jesus ordenou que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10Eles observaram essa ordem, mas comentavam entre si o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”. 11Os três discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os mestres da Lei dizem que antes deve vir Elias?” 12Jesus respondeu: “De fato, antes vem Elias, para colocar tudo em ordem. Mas como dizem as Escrituras que o Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado? 13Eu, porém, vos digo: Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, exatamente como as Escrituras falaram a respeito dele”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Marcos 9,2-13

«Ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto»


Rev. D. Xavier ROMERO i Galdeano

(Cervera, Lleida, Espanha)

Hoje, o Evangelho da transfiguração apresenta-nos um enigma já decifrado. O texto evangélico de São Marcos está pleno de segredos messiânicos, de momentos pontuais nos quais Jesus proíbe que se dê a conhecer o que fizera. Hoje encontramo-nos perante um “botão de arranque”. Assim, Jesus «ordenou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dos mortos» (Mc 9,9).


Em que consiste este segredo messiânico? Trata-se de levantar um pouco o véu daquilo que se esconde debaixo, mas que apenas será revelado totalmente no fim dos dias de Jesus, à luz do Mistério Pascal. Hoje vemo-lo claro neste Evangelho: a transfiguração é um momento, uma captação de glória para decifrar aos discípulos o sentido daquele momento íntimo.


Jesus tinha anunciado aos seus discípulos a iminência da sua paixão, mas ao vê-los tão perturbados por tão trágico fim, explica-lhes com feitos e palavras como será o final dos seus dias: umas jornadas de paixão, de morte, mas que concluirão com a ressurreição. Eis aqui o enigma decifrado. Santo Tomás de Aquino diz: «Para que uma pessoa caminhe retamente por um caminho é necessário que conheça com anterioridade, de alguma forma, o lugar ao qual se dirige».


Também a nossa vida de cristãos tem um fim revelado por Nosso Senhor Jesus Cristo: gozar eternamente de Deus. Mas esta meta não está isenta de momentos de sacrifício e de cruz. Com tudo, devemos recordar a mensagem viva do Evangelho de hoje: neste beco aparentemente sem saída, que é frequentemente a vida, pela nossa fidelidade a Deus, vivendo imersos no espírito das Bem-aventuranças, surgirá uma brecha no final trágico que nos permitirá gozar eternamente de Deus.


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Rezai antes de tudo para que se abram as portas da luz, porque ninguém pode ver nem compreender, se Deus e o seu Cristo não lhe permitem compreender» (São Justino mártir)


«A cruz é a exaltação de Jesus e a sua exaltação só acontece na cruz» (Bento XVI)


«(…) A Transfiguração dá-nos uma visão antecipada da vinda gloriosa de Cristo‘ que transfigurará este nosso miserável corpo num corpo glorioso como o seu ’(Fl 3,21). Mas ela também nos lembra que 'é necessário que passemos por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus' (Atos 14:22)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 556)

Fonte https://evangeli.net/


TU ÉS O MEU FILHO Mc 9,2-13

HOMILIA


A transfiguração de Jesus se encontra também em Mateus (17,1-8) e Lucas (9,28-36), mas cada evangelista trabalhou a seu modo a narrativa dentro dos objetivos específicos de cada um. Marcos a inseriu no início da segunda parte do seu evangelho. A partir de 8,31 temos como que um novo início e, daqui para frente, Jesus vai dedicar a maior parte do seu tempo ensinando aos discípulos o sentido profundo de seu messianismo. Responde-se, assim, à pergunta fundamental de Marcos: Quem é Jesus? E nesta se responde à uma outra pergunta, não menos importante que a primeira: Quem é o discípulo de Jesus? Todavia, o retrato dos discípulos, aqui, é lamentável.


Na primeira parte do Evangelho de Marcos, Jesus é incompreendido pelos “de fora”, acusado de blasfemar, de ser um possesso, louco e impuro. E os discípulos, o que pensam dele? Pedro, representando todos os que pretendem se unir ao Mestre, afirma que Jesus é o Messias. Mas Jesus proíbe severamente aos discípulos de falar alguma coisa a respeito dele. Marcos insere aqui o primeiro anúncio da paixão. E Pedro, representando mais uma vez os discípulos, se torna “Satanás”, porque pretende que o messianismo de Jesus se baseie nos moldes tradicionais.


E agora: a proposta messiânica de Jesus vai vencer? A transfiguração responde afirmativamente. Jesus vai vencer. Contudo, vale a pena recordar que a transfiguração olha mais para nós do que para Jesus. Em outras palavras, nós precisamos dela mais do que ele. Ela nos garante que em Jesus o projeto de Deus será vitorioso porque é garantido pelo Pai, que o declara seu Filho amado, pedindo que todos escutem o que ele diz. A transfiguração é, portanto, o sinal da vitória de Jesus e de seu projeto.


Jesus sobe a uma alta montanha com Pedro, Tiago e João, três dos quatro primeiros escolhidos. A cena recorda Ex 24, onde Moisés é convidado a subir à montanha de Deus em companhia de Aarão, Nadab, Abiú e setenta anciãos. Somente Moisés se aproximou de Deus e, ao descer do monte, contou ao povo tudo o que Deus lhe havia dito. A resposta do povo é uma só: “Faremos tudo o que Deus disse” (cf. Ex 24,1-3).


Marcos afirma que “as roupas de Jesus ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar”. Essa transformação aponta para a realidade da ressurreição de Jesus. Ninguém, nem mesmo a morte, poderá deter o projeto do Reino, pois o Mestre vai ressuscitar depois de três dias.


Moisés e Elias presentes e conversam com Jesus representam respectivamente a Lei e os Profetas, isto é, todo o Antigo Testamento. Moisés é o líder da libertação do Egito. O comparecimento deles vem dar testemunho de Jesus. Ele é o libertador definitivo, prometido e prefigurado nos líderes do passado. Elias é o restaurador do javismo no Reino do Norte no tempo do rei Acab, o profeta que libertou o povo da idolatria que gera opressão. O Antigo Testamento testemunha que Jesus veio para libertar mediante a entrega total de sua vida.


Nuvem, esplendor, personagens e, sobretudo, a voz que sai da nuvem são modos de indicar a presença de Deus no acontecimento. O próprio Pai garante que Jesus é seu Filho amado, ao qual é preciso dar adesão. Nesse versículo temos um dos pontos altos do Evangelho de Marcos. Desde o início afirma-se que Jesus é Filho de Deus (1,1) e, ao ser batizado, o Pai diz: “Tu és o meu Filho amado; em ti encontro o meu agrado” (1,11). O termo “filho” recorda o Salmo 2,7, onde um rei é declarado filho de Deus. Jesus é esse Rei, mas seu messianismo passa pela entrega da vida.


Pedro representa nós todos quando pretendemos viver a alegria da ressurreição sem passar pela entrega e pela morte. O julgamento que Marcos faz de Pedro e de todos os seguidores de Jesus é muito severo: “Ele não sabia o que dizer, pois estavam todos com muito medo”. No fim de tudo, os discípulos se perguntam o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”. O tema da ignorância dos discípulos é muito forte no Evangelho de Marcos. É impossível saber quem é Jesus sem ir com Ele até a cruz, sem passar pela morte, sem voltar à Galileia para anunciar aí, por meio de uma prática libertadora, que o Mestre está vivo. Pedro – e todos nós com ele – sofremos de ignorância crônica em relação a quem é Jesus. Por isso é que “escutar o que ele diz” significa ir com ele até o fim. E não nos assustemos. É preciso que com Marcos confessemos. Jesus é o Filho de Deus e o sigamos. E assim como os discípulos viram Moisés e Elias falando com Jesus também nós o veremos cheio de esplendor e glória. Ele é a única autoridade credenciada pelo Pai. Ele está conosco para sempre.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Primeira Leitura

Segunda Leitura

Salmo

Evangelho

Santo do dia

Mensagens de Fé

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