sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Marcos 7,31-37 - 11.02.2022

Liturgia Diária 11 – SEXTA-FEIRA 5ª SEMANA COMUM (verde – ofício do dia)
Entrai, inclinai-vos e prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus (Sl 94,6s). Nem sempre o ser humano segue os apelos do Senhor, que conduz a história humana. Deus, porém, mostra-se favorável aos que lhe obedecem, abrindo-lhes caminhos de vida.

Evangelho: Marcos 7,31-37

Aleluia, aleluia, aleluia.

Abri-nos, ó Senhor, o coração / para ouvirmos a Palavra de Jesus! (At 16,14) – R. Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33Jesus afastou-se com o homem para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e, com a saliva, tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!” 35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/

Reflexão - Evangelho: Marcos 7,31-37
«Tudo ele tem feito bem»

+ Rev. D. Joan MARQUÉS i Suriñach
(Vilamarí, Girona, Espanha)
Hoje o Evangelho apresenta-nos um milagre de Jesus: fez voltar a ouvir e destravou a língua a um surdo. A gente ficou admirada e dizia: «Tudo ele tem feito bem» (Mc 7,37).

Esta é a biografia de Jesus feita pelos seus contemporâneos. Uma biografia curta e completa. Quem é Jesus? É aquele que tudo tem feito bem. No duplo sentido da palavra: no que e no como, na substância e na maneira. É aquele que só fez boas obras, e que realizou bem as boas obras, de uma maneira perfeita, bem acabada. Jesus é uma pessoa que tudo faz bem, por que só faz ações boas e aquilo que faz deixa-o acabado. Não entrega nada a meio fazer; e não espera a depois para terminar.

Procure também você deixar as coisas totalmente terminadas agora: a oração; o trato com os familiares e as outras pessoas; o trabalho; o apostolado; a formação espiritual e profissional; etc. Seja exigente consigo mesmo, e seja também exigente, suavemente com quem depende de você. Não tolere trabalhos mal feitos. Deus não gosta e incomodam ao próximo. Não tenha essa atitude para ficar bem, nem porque é o que más rende, humanamente; senão porque a Deus não lhe agradam as obras más nem as obras “boas” mal feitas. A Sagrada Escritura afirma: «Suas obras são perfeitas» (Dt 32,4). E o Senhor através de Moisés, manifesta ao Povo de Israel: «Nenhuma coisa, porém, que tiver defeito oferecereis, porque não será aceita a vosso favor» (Lev 22,20). Pede a ajuda maternal da Virgem Maria. Ela, como Jesus, também fez tudo bem feito.

São Josemaria oferece-nos o segredo para conseguí-lo: «Faz o que deves e está no que fazes». É essa a sua maneira de atuar?

Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova... Tarde Te amei! Tu estavas dentro de mim e eu fora... Chamaste, clamaste por mim e rompeste a minha cegueira. Exalaste o Teu Perfume e, respirando-o, suspirei por Ti, Te desejei. Eu Te provei, Te saboreei e, agora, tenho fome de Ti» (Santo Agostinho)

«Existe uma clausura interior, que diz respeito ao núcleo mais profundo da pessoa, ao qual a Bíblia chama "coração". Foi isto que Jesus veio "abrir", libertar, a fim de nos permitir viver plenamente a relação com Deus e com os outros» (Benedito XVI)

«(...) Na sua pregação, o Senhor Jesus serve-Se muitas vezes dos sinais da Criação para dar a conhecer os mistérios do Reino de Deus. Realiza as suas curas ou sublinha a sua pregação com sinais materiais ou gestos simbólicos. Dá um sentido novo aos factos e sinais da Antiga Aliança, sobretudo ao Êxodo e à Páscoa, porque Ele próprio é o sentido de todos esses sinais» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.151)

Fonte https://evangeli.net/


ABRE-TE! Mc 7,31-37
HOMILIA

Efatá é uma palavra chave na liturgia deste domingo; palavra que o Senhor pronuncia hoje para todos e que tem, para cada um de nós, uma ressonância pessoal. É fundamental que cada um de nós veja e pense no conteúdo dela.

Efatá, palavra dita pelo Senhor quando o mar se abriu para a passagem dos escravos rumo à liberdade. “Efatá!”, disse Deus, e se abriram os céus sobre o batismo de Jesus e sobre a humildade do seu batismo; e se abriu o paraíso sobre a cruz de Jesus, e o paraíso ficou à mercê dos ladrões; e se abriram os sepulcros, e os vencidos fugiram da morte. Dirigida agora para nós a fim de que enxerguemos o caminho que nos conduz à Salvação eterna. Por isso, não diga “Abrir-se-ão os olhos do cego e os ouvidos do surdo”. Mas que abrir-se-ão os meus olhos e os meus ouvidos que estávamos fechados por causa da dureza do meu coração, fruto do meu próprio pecado. Saiba que a palavra se cumpre hoje, a profecia está se realizando neste evangelho. A promessa se torna realidade hoje e agora, com Cristo e em Cristo na tua vida. Corra e vá atrás d’Ele. E se não tens como peça a ajuda. Deixe-se ajudar. Não seja cabeça dura. Escute e siga as orientações, os conselhos da tua esposa, do teu marido, dos teus pais e filhos. Deixe de viver na noite e no mundo do erro, do pecado, da falsidade e da morte.

Ah padre, mas eu não sou surdo nem mudo. Isso é ofensa. Eu digo que sim. Somos surdos, por exemplo, quando não ouvimos o grito de ajuda que se eleva para nós e preferimos pôr entre nós e o próximo o «duplo vidro» da indiferença. Os pais são surdos quando não entendem que certas atitudes estranhas ou desordenadas dos filhos escondem um pedido de atenção e de amor. Um marido é surdo quando não sabe ver no nervosismo de sua mulher o sinal do cansaço ou a necessidade de um esclarecimento. E o mesmo quanto à esposa. Estamos mudos quando nos fechamos, por orgulho, em um silêncio esquivo e ressentido, enquanto talvez com uma só palavra de desculpa e de perdão poderíamos devolver a paz e a serenidade ao nosso lar. Os religiosos e as religiosas têm, no dia, tempos de silêncio, e às vezes se acusam na Confissão, dizendo: «Quebrei o silêncio». Penso que às vezes deveríamos acusar-nos do contrário e dizer: «Não quebrei o silêncio».

O que, contudo, decide a qualidade de uma comunicação não é simplesmente falar ou não falar, mas falar ou não fazê-lo por amor. Santo Agostinho dizia às pessoas em um discurso: É impossível saber em toda circunstância o que é o justo que se deve fazer: se falar ou calar, se corrigir ou deixar passar algo. Eis aqui então que se dá uma regra que vale para todos os casos: «Ama e faz o que quiseres». Preocupa-te de que em teu coração haja amor; depois, se falas, será por amor, se calas, será por amor, e tudo estará bem porque do amor não brota mais que o bem.

As histórias de cura, envolvendo as multidões de excluídos, carentes e adoentados, são a expressão da atenção especial de Jesus para com estes pobres, em vista de restaurar-lhes a vida que é característica do Reino de Deus. A proclamação final, “faz os surdos ouvirem e os mudos falarem”, indica o cumprimento da profecia atribuída a Isaías aos exilados da Babilônia; porém, agora, não restrita àquele povo que se julgava eleito, mas a todos os povos da terra sem discriminações. Jesus vem libertar as maiorias empobrecidas subjugadas pelas minorias que detêm o poder, resgatando a dignidade e a vida neste mundo.

Por isso, meu irmão, minha irmã o segredo está em entrar em comunhão com Cristo ressuscitado, tu que estavas morto, vês e escutas e entras com Ele pelas portas abertas de Deus.

Ó Senhor tenho plena consciência de que Vossa voz ressoou no deserto: “Efatá!”, para que do céu caísse como chuva o pão e da rocha jorrou água. “Efatá!”, dissestes, e abristes, como que com uma faca, as águas do Jordão, que se tornaram porta pela qual entraram vossos filhos à terra das vossas promessas. Dignai-vos olhar para mim, para os meus olhos e ouvidos. Impõe sobre mim as Tuas mãos e liberta-me, cura-me do egoísmo que impede a comunicação com o meu próximo.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

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