Liturgia Diária
4 – TERÇA-FEIRA
TEMPO DO NATAL DEPOIS DA EPIFANIA
(branco, pref. da Epifania ou do Natal, – ofício do dia)
Bendito o que vem em nome do Senhor: Deus é o Senhor, ele nos ilumina (Sl 117,26s).
O amor de Deus por nós se manifesta de modo sensível, pois ele enviou seu Filho único ao mundo “para que tenhamos vida por meio dele”. Transformemos o amor de Deus em ações benéficas em favor do próximo.
Evangelho: Marcos 6,34-44
Aleluia, aleluia, aleluia.
O Espírito do Senhor repousa sobre mim / e enviou-me a anunciar aos pobres o Evangelho (Lc 4,18). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos – Naquele tempo, 34Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas. 35Quando estava ficando tarde, os discípulos chegaram perto de Jesus e disseram: “Este lugar é deserto e já é tarde. 36Despede o povo, para que possa ir aos campos e povoados vizinhos comprar alguma coisa para comer”. 37Mas Jesus respondeu: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. Os discípulos perguntaram: “Queres que gastemos duzentos denários para comprar pão e dar-lhes de comer?” 38Jesus perguntou: “Quantos pães tendes? Ide ver”. Eles foram e responderam: “Cinco pães e dois peixes”. 39Então Jesus mandou que todos se sentassem na grama verde, formando grupos. 40E todos se sentaram, formando grupos de cem e de cinquenta pessoas. 41Depois Jesus pegou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos para o céu, pronunciou a bênção, partiu os pães e ia dando aos discípulos, para que os distribuíssem. Dividiu entre todos também os dois peixes. 42Todos comeram, ficaram satisfeitos 43e recolheram doze cestos cheios de pedaços de pão e também dos peixes. 44O número dos que comeram os pães era de cinco mil homens. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Marcos 6,34-44
«Porque eram como ovelhas que não têm pastor»
Rev. D. Xavier SOBREVÍA i Vidal
(Sant Just Desvern, Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus mostra-nos como Ele é sensível às necessidades das pessoas que saem ao seu encontro. Não pode encontrar-se com pessoas e passar indiferente perante as necessidades delas. O coração de Jesus se compadece ao ver a grande quantidade de gente que lhe seguia «como ovelhas que não têm pastor» (Mc 6,34). O Mestre deixa atrás os projetos prévios e começa a ensinar. Quantas vezes nós deixamos que a urgência ou a impaciência mandem sobre nossa conduta? Quantas vezes não queremos mudar de planos para atender necessidades imediatas e imprevistas? Jesus dá-nos exemplo de flexibilidade, de modificar a programação prévia e de estar disponível para pessoas que o seguem.
O tempo passa depressa. Quando você ama é fácil que o tempo passe muito depressa. E Jesus, que ama muito, está explicando a doutrina de uma maneira prolongada. Estava ficando tarde, os discípulos lhe avisaram ao Mestre, lhes preocupa que a multidão possa comer. Então Jesus faz uma proposta incrível: «Vós mesmos, dai-lhes de comer» (Mc 6,37). Não somente lhe preocupa dar o alimento espiritual com seus ensinos, senão também o alimento do corpo. Os discípulos põe dificuldades, que são reais, muito reais: Os pães custam muito dinheiro (cf. Mc 6,37). Vêem as dificuldades materiais, mas seus olhos ainda não reconhecem que quem lhes fala o pode tudo; lhes falta fé.
Jesus não manda fazer uma fila; faz sentar às pessoas em grupos. Comunitáriamente descansarão e compartilharão. Pediu aos discípulos a comida que levavam: somente são cinco pães e dois peixes. Jesus os pega, invoca a benza de Deus e os reparte. Uma comida tão escassa que servirá para alimentar milhares de homens e ainda restarão doze cestas. Milagre que prefigura o alimento espiritual da Eucaristia, Pão de vida que se estende gratuitamente a todos os povos da Terra para dar vida e vida eterna.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Pedimos-te, Senhor, que sejas a nossa ajuda e amparo. Que todos os povos da terra saibam que Tu és Deus e que não há outro, e que Jesus Cristo é Teu servo e que nós somos o Teu povo, o rebanho que Tu guias» (São Clemente Romano)
«Apenas a misericórdia de Deus pode libertar a humanidade de tantas formas do mal, por vezes monstruosas, que o egoísmo nela gera. El traz a esperança: onde Deus nasce, nasce a paz, não há lugar nem para o odio nem para a guerra» (Francisco)
«A compaixão de Cristo para com os doentes e as suas numerosas curas de enfermos de toda a espécie são um sinal claro de que «Deus visitou o seu povo» (Lc 7,16) e de que o Reino de Deus está próximo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.503)
JESUS ALIMENTA UMA MULTIDÃO Mc 6,34-44
HOMILIA
Três pontos merecem destaque no Evangelho de hoje. Primeiro a caridade. Se eliminarmos a hipótese de uma multiplicação milagrosa dos pães, o que explicaria que todos comessem os pães, ficassem saciados e ainda sobrassem 12 cestos? A explicação que eu já escutei de muitos padres e estudiosos foi que as pessoas que estavam lá, escutando Jesus, tinham seus pãezinhos guardados nas suas bolsas. No momento em que viram que era hora da ceia, cada um repartiu o que trouxe com aqueles que não trouxeram nada. E assim, todos comeram. Então a caridade foi um fator primordial na multiplicação dos pães. Inclusive, mesmo que tenha ocorrido realmente a multiplicação milagrosa dos pães, certamente houve também a partilha daqueles que trouxeram sua própria comida.
O segundo ponto importante é que Jesus mandou que se formassem grupos e se sentassem. Por quê? Não poderia ter feito a oração e a distribuição dos pães com a multidão desorganizada? Qual seria a intenção de formarem grupos? Jesus sabia de algo básico do ser humano: a maioria das pessoas não consegue comer vendo outra pessoa passando fome na sua frente. Então se imagine na situação: você dentro de um daqueles grupos, com comida na sua bolsa, com fome. A maioria das pessoas, nessa situação, comeria e dividiria uma parte da sua comida com as pessoas mais próximas. Você é assim? Se não for, talvez seja hora de rever seus conceitos…
No Evangelho não diz, mas eu fico imaginando a reação dos discípulos quando Jesus mandou que trouxessem os 5 pães e 2 peixes até Ele, na intenção de alimentar aquela multidão de 5 mil homens (sem contar mulheres e crianças). Para quem não entende o que é fé, aqui vai um bom exemplo do que é fé: quando todos ao seu redor dizem que aquilo em que você acredita não existe, mas mesmo assim você vai até o fim. Se a fé de Jesus fosse fraca, Ele nem teria tentado repartir os pães e peixes. Mas Jesus como em todos os milagres, Jesus fez a parte dEle, e deixou que cada pessoa na multidão também fizesse a sua parte.
Cada um desses três pontos daria para falar muito mais, mas esse aprofundamento nós faremos em outras oportunidades… Por hoje, que saibamos repartir o nosso “pão” e nosso “peixe” com quem está do nosso lado…
Durante o ministério de Jesus, muitos dos seus discípulos imaginaram seus sonhos se realizando. Sua demonstração de poder divino tinha-os convencido de que ele seria um rei capaz de atingir os objetivos políticos e suprir as necessidades físicas deles.
Quando os discípulos vieram dizer a Jesus que despedisse a multidão por causa do horário avançado, podiam não estar realmente preocupados com o bem-estar do povo, tão somente. Talvez estivessem mais interessados neles próprios, uma vez que já vinham de uma outra jornada sem se alimentarem direito (Mc 6:31). De repente, eles ouvem a frase: “Dai-lhes vós de comer”. Podiam ter pensado assim: “Não temos comida, nem para nós mesmos, como vamos alimentar os outros?”
Será que você já passou pela experiência de ter de oferecer alguma coisa que ainda não tivesse nem para si? Em algumas situações nos sentimos impotentes, sem saber como ajudar.
Jesus queria ensinar aos discípulos que eles podiam fazer muito mais do que achavam que podiam. Estavam cansados, exaustos, e procuraram um meio de sair daquela situação.
Mas o Senhor os envolveu novamente e eles acabaram tendo uma experiência riquíssima com o Mestre, aprendendo que podiam alimentar multidões. Eles viram que era possível dar mais um passo.
Os discípulos estavam desesperados diante da incumbência recebida de alimentar aquele grande número de pessoas. Onde achariam tanto dinheiro para cumprir aquela tarefa?
Jesus, porém, não mantinha o foco da atenção voltado para o que eles não tinham, e sim para o que estava em suas mãos. Ele não perguntou: “de quanto vocês precisam”, mas sim “o quanto vocês têm”. Verificou-se que havia entre eles apenas cinco pães e dois peixes, e com essa quantidade, uma multidão foi alimentada.
Há uma outra passagem bíblica, onde uma viúva pedia ajuda ao profeta para saldar suas dívidas. Ele lhe perguntou: “O que você tem em casa?” Ela respondeu: “Uma botija de azeite”. E com essa botija de azeite, toda a sua dívida foi paga (2 Reis 4:1-7).
É possível que permaneçamos com um problema, porque insistimos em olhar para o que necessitamos ter, ao invés de percebermos o que já temos. Sempre achamos que não temos o suficiente.
Precisamos hoje mudar o foco da atenção, se queremos que o pouco venha a se multiplicar, para poder ajudar as pessoas.
Precisamos viver de forma planejada e organizada, mas nunca permitir que o nosso coração se torne insensível em face dos problemas dos outros. Devemos ajudar as pessoas a perceberem que elas podem fazer mais do que acham que podem. O foco da nossa atenção deve se voltar para o que já temos em mãos, com o qual Deus poderá fazer um tremendo milagre.
Faça um levantamento, brevemente, do que você percebe que já tem em mãos, e que poderia disponibilizar para o progresso do Evangelho. Talvez Deus lhe revele uma habilidade especial, um talento, uma ideia, um sonho, um bem material, etc. Ele pode falar ao seu coração de várias formas. Esteja aberto para a Sua ministração.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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