terça-feira, 24 de março de 2020

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 1,26-38 - 25.03.2020

Liturgia Diária

DIA 25 – QUARTA-FEIRA 
ANUNCIAÇÃO DO SENHOR

(branco, glória, creio [com genuflexão às palavras “e se encarnou”], pref. próprio – ofício da solenidade)

Ao entrar no mundo, Cristo disse: Eis-me aqui, ó Pai, para fazer a tua vontade (Hb 10,5.7)

Por amor à humanidade, Deus envia ao mundo seu Filho, que se faz homem para nos salvar. Com seu sim, Maria colabora com o projeto salvífico do Pai. A fim de imitar o exemplo de Jesus e de sua mãe, busquemos nesta liturgia forças para sempre fazer com prazer a vontade do Senhor.

Evangelho: Lucas 1,26-38

Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!

A Palavra se fez carne e habitou entre nós. / E nós vimos sua glória, que recebe de Deus Pai (Jo 1,14). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi, e o nome da virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com essas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão -  Evangelho: Lucas 1,26-38
«Alegra-te, cheia de graça!»

Dr. Johannes VILAR
(Köln, Alemanha)

Hoje, no «Alegra-te, cheia de graça!» (Lc 1,28) escutamos pela primeira vez o nome da Mãe de Deus: Maria (segunda frase do arcanjo Gabriel). Ela tem a plenitude da graça e dos dons. Chama-se assim: «kecharitoméne» , «cheia de graça» (saudação do Anjo).

Possívelmente com 15 anos e só, Maria tem que dar uma resposta que mudará a história inteira da humanidade. São Bernardo suplicava: «Oferece-se te o preço de nossa Redenção. Seremos libertos imediatamente, se dizei que sim. O orbe todo está a seus pés esperando sua resposta. Ó minha senhora, dizei uma palavra e recebei a Palavra proferi uma palavra e recebei a palavra divina, dizei uma palavra transitória e recebei a eterna, Deus espera uma resposta livre e cheia de graça, representando a todos os necessitados da Redenção, responde: «Génoitó moi» Faça-se em mim! A partir de hoje Maria fica livremente unida à Obra do seu Filho, hoje começa sua Mediação. A partir de hoje é Mãe dos que são um só, em Cristo Jesus (Gal 3,28).

Bento XVI disse em uma entrevista; «Ousai decisões definitivas, porque na verdade são as únicas que não destroem a liberdade, mas lhe criam a justa direção, possibilitando seguir em frente e alcançar algo de grande na vida. Sem dúvida, a vida só pode valer se tiverdes a coragem da aventura, a confiança de que o Senhor nunca vos deixará sozinhos. Eu digo-vos: Coragem! Tomar o risco—o salto ao decisivo— e com isso aceitar a vida por inteira, isso desejo transmitir». Maria: Eis aqui um exemplo!

São José também não fica à margem dos planos de Deus: ele deve receber sua esposa e pôr o nome ao filho (cfr. Mt 1,20s): Jesua, «o Senhor salva». E o faz. Outro exemplo!

A Anunciação revela também à Trindade: O Pai envia o Filho, encarnado por obra do Espírito Santo. E a Igreja canta: E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Sua obra redentora —Natal, Sexta Santa, Páscoa— está presente nesta semente. Ele é Emanuel, «Deus convosco» (Is 7,15). Alegra-te humanidade!

As festas São José e a Anunciação preparam-nos admiravelmente para comemorar os Mistérios Pascais.

«Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus»

+ Rev. D. Josep VALL i Mundó
(Barcelona, Espanha)

Hoje, celebramos a festa da Anunciação do Senhor. Com o anúncio do anjo Gabriel e a aceitação de Maria da vontade divina expressa de encarnar nas suas entranhas, Deus assume a natureza humana – «assumiu em tudo a nossa condição humana, salvo no pecado» – para nos elevar à condição de filhos de Deus e fazer-nos assim participantes da Sua natureza divina. O mistério da fé é tão grande que Maria, perante este anúncio, fica como que assustada. Gabriel diz-lhe: «Não tenhas medo, Maria!» (Lc 1,30): o Todo-Poderoso olhou-te com predileção, escolheu-te para Mãe do Salvador do mundo. As iniciativas divinas destroem os débeis argumentos humanos.

«Não tenhas medo!», palavras que lemos freqüentemente no Evangelho; o próprio Senhor as terá de repetir aos Apóstolos quando estes sintam de perto a força sobrenatural e também o medo ou susto perante as obras prodigiosas de Deus. Podemos perguntar-nos qual a razão deste medo. Será um medo mau, um temor irracional? Não!; é um temor lógico naqueles que se vêem pequenos e pobres face a Deus, que sentem distintamente a sua fraqueza, a debilidade perante a grandeza divina e experimentam a sua penúria frente à riqueza do Onipotente. O Papa São Leão pergunta: «Quem não verá em Cristo a sua própria debilidade?». Maria, a humilde jovem da aldeia, acha-se tão pouca coisa…, mas em Cristo sente-se forte e o medo desaparece!

Então compreendemos bem que Cristo «tenha escolhido o que para o mundo é fraqueza, para envergonhar o que é forte (1Cor 1,26). O Senhor olha-a, vendo a pequenez da sua escrava e realizando nela a maior maravilha da história: a Encarnação do Verbo Eterno como Cabeça de uma Humanidade renovada. Que bem se aplicam a Maria aquelas palavras que Bernanos disse à protagonista de “La alegria”: «Reconfortava-a e consolava-a maravilhosamente um sentido raro da sua própria fraqueza, porque era como se fosse o sinal inefável da presença de Deus nela; o próprio Deus resplandecia no seu coração».

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JESUS É ANUNCIADO Lc 1,26-38
HOMILIA

O evangelho de hoje dá continuidade ao evangelho lido no dia do Natal. Aos pastores que guardavam os rebanhos de seu patrão, é anunciado o nascimento de Jesus. Eles vão às pressas ao encontro do recém-nascido. Lucas, com suas narrativas de infância de João Batista e de Jesus, no início de seu evangelho, já apresenta um de seus temas fundamentais. Em Jesus, Deus se revela como o Deus dos pobres, fracos e excluídos.

A escolha de Maria, uma jovem da periferia da Galiléia, para ser a mãe de Jesus, Filho de Deus, nos revela que o projeto de Deus difere dos projetos dos homens neste mundo.

O poder e o prestígio tão ansiosamente buscados, nada significam para Deus. Maria viveu a humildade e o serviço e nisto identifica-se com seu filho Jesus. O título de “rainha” aplicado a Maria não indica poder e superioridade, mas sim amor que se doa cativa, e se comunica. Maria está presente em nossos lares, nas alegrias e nos sofrimentos, nos confortando, como mãe e companheira de caminhada no seguimento de Jesus.

Seu amor misericordioso é universal e a fonte da paz a ser consolidada pelos laços de fraternidade e justiça entre todos, homens e mulheres.

Unindo o Filho que se encarna e a Mãe que o acolhe, aparece misteriosamente a obediência, o “Sim” de total disponibilidade ao Pai: o sim eterno do Filho, que ecoa no tempo através do sim da Virgem Maria. Assim, aparece o quanto a salvação do mundo e da humanidade manifesta-se na atitude de obediência, o contrário da atitude do pecado original: a humanidade voltará pela obediência Àquele de quem se afastou pela covardia da desobediência. O Criador e a criatura, de modo admirável e incompreensível, comungam nessa obediência ao plano amoroso de salvação.

Somos convidados a contemplar a atitude de fé, madura e disponível de Nossa Senhora: crente porque se confia totalmente ao Senhor, como Abraão, que partiu sem saber para onde ia (Hb 12,8): casamento, futuro, filhos, tudo isso a Virgem Mãe deixou nas mãos de Deus, sem pedir explicações, sem pedir provas, sem pedir garantias… Atitude madura porque humildemente procurou compreender o quanto possível o plano de Deus a seu respeito para melhor aderir a ele; atitude disponível, pela sua insuperável resposta ao convite do Senhor: “Eis a Serva!” – Não se pertence a si própria, não considera sua vida e seu destino a partir de seus interesses e projetos; ela se confia total e absolutamente ao seu Senhor e Deus.

Concluindo diremos que a anunciação do anjo mostra a dinâmica da fé e de Maria: sendo virgem, descobre-se grávida; perturba-se e tem medo; descobre a mão de Deus ao Espírito Santo; toma consciência que o que cresce em seus seios é o Divino; não duvida desta iluminação interior; apenas pergunta como se fará isso. Aceita realidades que não se vêem. Ela creu, pois para Deus nada é impossível. A fé consiste exatamente nisso: na antecipação das coisas que se esperam, na prova das realidades que não se vêem. (Hb 11,1). Com Maria digamos sim, à voz de Deus, e Jesus continuará nascendo em mim e em ti todos os dias.

Vem Senhor Jesus, o coração já bate forte ao te ver, é esta canção que quer preparar o nosso coração para adorar e bendizer o nome do Senhor. Vem Senhor Jesus andar, curar e restaurar a vida, a vida que tem se perdido no mundo sem Ti, vem Senhor Jesus, transformar a nossa vida! AMÉN.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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