terça-feira, 17 de março de 2020

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 5,17-19 - 18.03.2020

Liturgia Diária

DIA 18 – QUARTA-FEIRA
3ª SEMANA DA QUARESMA*

(roxo – ofício do dia)

Orientai meus passos, Senhor, segundo a vossa palavra, e que o mal não domine sobre mim! (Sl 118,133)

Glorifiquemos nesta liturgia a Jesus, que veio ao mundo para levar a lei do Antigo Testamento à plenitude. Os ensinamentos de Deus demonstram sua preocupação e seu amor por todos nós.

Evangelho: Mateus 5,17-19

Glória a Cristo, Palavra eterna do Pai, que é amor!

Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; / só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68) – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 17“Não penseis que vim abolir a lei e os profetas. Não vim para abolir, mas para dar-lhes pleno cumprimento. 18Em verdade eu vos digo, antes que o céu e a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da lei, sem que tudo se cumpra. 19Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo será considerado o menor no reino dos céus. Porém quem os praticar e ensinar será considerado grande no reino dos céus”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Mateus 5,17-19
«Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas, mas para cumprir»

Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)

Hoje em dia há muito respeito pelas distintas religiões. Todas elas expressam a busca da transcendência por parte do homem, a busca do além, das realidades eternas. No entanto, no cristianismo, que afunda suas raízes no judaísmo, esse fenômeno é inverso: é Deus quem procura o homem.

Como lembrou João Paulo II, Deus deseja se aproximar do homem, Deus quer dirigir-lhe suas palavras, mostrar-lhe o seu rosto porque procura a intimidade com ele. Isto se faz realidade no povo de Israel, povo escolhido por Deus para receber suas palavras. Essa é a experiência que tem Moisés quando diz: «Pois qual é a grande nação que tem deuses tão próximos como o SENHOR nosso Deus, sempre que o invocamos?»(Dt 4,7). E, ainda, o salmista canta que Deus «Anuncia a Jacó a sua palavra, seus estatutos e suas normas a Israel. Não fez assim com nenhum outro povo, aos outros não revelou seus preceitos. Aleluia!» (Sal 147,19-20).

Jesus, pois, com sua presença leva a cumprimento o desejo de Deus de aproximar-se do homem. Por isto diz que: «Não penseis que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para cumprir» (Mt 5,17). Vem a enriquecê-los, a iluminá-los para que os homens conheçam o verdadeiro rosto de Deus e possam entrar na intimidade com Ele.

Neste sentido, menosprezar as indicações de Deus, por insignificantes que sejam, comporta um conhecimento raquítico de Deus e, por isso, um será tido por pequeno no Reino dos Ceús. E é que, como dizia São Teófilo de Antioquia, «Deus é visto pelos que podem ver-lhe, só precisam ter abertos os olhos do espírito (...), mas alguns homens os têm empanados».

Aspiremos, pois, na oração seguir com grande fidelidade todas as indicações do Senhor. Assim, chegaremos a uma grande intimidade com Ele e, portanto, seremos tidos por grandes no Reino dos Céus.

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JESUS DÁ SENTIDO À LEI Mt 5,17-19
HOMILIA

Para Jesus, a lei moral é obra da Sabedoria divina. Por isso, Podemos defini-la, em sentido bíblico, como uma instrução paterna, uma pedagogia de Deus. Ela prescreve ao homem os caminhos, as regras de procedimento que o levam à bem-aventurança prometida e lhe proíbe os caminhos do mal, que desviam de Deus e do seu amor. E, ao mesmo tempo, firme nos seus preceitos e amável nas suas promessas. Eis a razão do porque Jesus diz: o céu e a terra passarão; porém, nada será tirado da Lei – nem a menor letra, nem qualquer acento.

Portanto, a questão da obediência aos mandamentos divinos, ou tudo quanto Deus ordena, não visará à salvação, pois entra no campo da santificação, e não da justificação. Entender o papel da lei como meio de salvação seria um uso “ilegítimo” da mesma (1 Timóteo 1:8).

O fracasso espiritual de Israel, que motivou sua rejeição como propriedade de Deus, não estava na lei, que é “perfeita”, “santa, justa, boa, espiritual, prazerosa” (Salmo 19:7; Romanos 7:12, 14, 22). Mas sim na atitude de auto-confiança do povo quanto às suas possibilidades de obedecê-la plenamente.

Por isso é que Jesus dirigindo-se ao povo diz : Não pensem que eu vim para acabar com a Lei de Moisés ou com os ensinamentos dos Profetas. Não vim para acabar com eles, mas para dar o seu sentido completo. Assim, Ele ressaltou os princípios básicos da lei divina como sendo “amor a Deus sobre todas as coisas” e “amor ao próximo como a si mesmo” (Mateus 22:36-40). Paulo o confirma em Romanos 13:8-10 e ambos estes princípios sempre foram reconhecidos pelos cristãos como a síntese da lei divina tanto na linha “horizontal” ou seja, no amor ao próximo, quanto “vertical” o amor para com Deus, de relacionamento.

Com uma pouca margem de erro diria que há preceitos de caráter cerimonial, civil e moral na lei divina independentemente de ocorrer tal linguagem “técnica” nas páginas bíblicas, fato reconhecido por Confissões de Fé e autoridades cristãs de diferentes confissões do passado e do presente. Em toda a Lei está a defesa da vida que a final é um dom de Deus.

No sermão da montanha (Mateus 5 a 7), bem como no diálogo com o jovem rico (Mateus 19:16ss), ao Cristo tratar do verdadeiro espírito da lei Ele lembra que Deus leva em conta não só a mera obediência ao seu texto, mas as reais e íntimas intenções do indivíduo quanto a tal obediência.

Nenhum dos mandamentos da Lei de Deus tem aplicação limitada a Israel. O próprio princípio do sábado foi estendido aos “filhos dos estrangeiros” (Isaías 56:2-8), e todas as pessoas de todas as nacionalidades têm necessidade de um dia regular de repouso, daí porque “o sábado foi feito por causa do homem” (Marcos 2:27).

No novo concerto os princípios básicos da lei divina são escritos por Deus nos corações e mentes dos Seus filhos, judeus ou gentios, nos moldes do que havia sido prometido ao antigo Israel em Ezequiel 36:26, 27 e Jeremias 31:31-33.

Nos debates de Cristo com os escribas e fariseus sobre o sábado Ele está corrigindo a prática extremada e insensível deles do Decálogo, e não combatendo uma norma estabelecida por Ele próprio como Criador e Legislador (ver Mateus 12:1-12; Heb. 1:2).

João no Apocalipse (1:10) refere-se ao “dia do Senhor” que para nós católicos é o Domingo, como sendo um dia especial dedicado a Deus. Portanto, ele mantinha um dia especial de observância, como estabelecido no 3º mandamento da lei de Deus: Santificar os Domingos e Festas de Guarda.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/



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