sábado, 14 de março de 2020

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42

Liturgia Diária

DIA 15 – DOMINGO 
3º DA QUARESMA

(roxo, creio, prefácio próprio – 3ª semana do saltério)

Quando reconhecerdes a minha santidade, eu vos reunirei de todas as nações. Derramarei sobre vós uma água pura, e sereis purificados de todas as faltas. Dar-vos-ei um espírito novo, diz o Senhor (Ez 36,23-26).

Celebrando a Eucaristia, aproximamo-nos de Jesus, dom do Pai e fonte de água viva para a vida eterna. Nele repousa a esperança que nunca nos decepciona. Vamos, nesta liturgia, beber do poço que é o próprio Cristo a fim de termos forças para atravessar os desertos da existência.

Evangelho: João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42

[A forma breve está entre colchetes.]

Glória e louvor a vós, ó Cristo.

Na verdade, sois, Senhor, o salvador do mundo. / Senhor, dai-me água viva a fim de eu não ter sede! (Jo 4,42.15) – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, [5Jesus chegou a uma cidade da Samaria chamada Sicar, perto do terreno que Jacó tinha dado ao seu filho José. 6Era aí que ficava o poço de Jacó. Cansado da viagem, Jesus sentou-se junto ao poço. Era por volta do meio-dia. 7Chegou uma mulher da Samaria para tirar água. Jesus lhe disse: “Dá-me de beber”. 8Os discípulos tinham ido à cidade para comprar alimentos. 9A mulher samaritana disse então a Jesus: “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” De fato, os judeus não se dão com os samaritanos. 10Respondeu-lhe Jesus: “Se tu conhecesses o dom de Deus e quem é que te pede: ‘Dá-me de beber’, tu mesma lhe pedirias a ele, e ele te daria água viva”. 11A mulher disse a Jesus: “Senhor, nem sequer tens balde e o poço é fundo. De onde vais tirar a água viva? 12Por acaso, és maior que nosso pai Jacó, que nos deu o poço e que dele bebeu, como também seus filhos e seus animais?” 13Respondeu Jesus: “Todo aquele que bebe desta água terá sede de novo. 14Mas quem beber da água que eu lhe darei, esse nunca mais terá sede. E a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que jorra para a vida eterna”. 15A mulher disse a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede nem tenha de vir aqui para tirá-la”.]
16Disse-lhe Jesus: “Vai chamar teu marido e volta aqui”. 17A mulher respondeu: “Eu não tenho marido”. Jesus disse: “Disseste bem que não tens marido, 18pois tiveste cinco maridos e o que tens agora não é o teu marido. Nisso falaste a verdade”. 19A mulher disse a Jesus: [“Senhor, vejo que és um profeta! 20Os nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que em Jerusalém é que se deve adorar”. 21Disse-lhe Jesus: “Acredita-me, mulher, está chegando a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. 22Vós adorais o que não conheceis. Nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. 23Mas está chegando a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade. De fato, esses são os adoradores que o Pai procura. 24Deus é espírito, e aqueles que o adoram devem adorá-lo em espírito e verdade”. 25A mulher disse a Jesus: “Sei que o Messias (que se chama Cristo) vai chegar. Quando ele vier, vai nos fazer conhecer todas as coisas”. 26Disse-lhe Jesus: “Sou eu, que estou falando contigo”.]
27Nesse momento, chegaram os discípulos e ficaram admirados de ver Jesus falando com a mulher. Mas ninguém perguntou: “Que desejas?” ou “Por que falas com ela?” 28Então a mulher deixou o seu cântaro e foi à cidade, dizendo ao povo: 29“Vinde ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Será que ele não é o Cristo?” 30O povo saiu da cidade e foi ao encontro de Jesus. 31Enquanto isso, os discípulos insistiam com Jesus, dizendo: “Mestre, come”. 32Jesus, porém, disse-lhes: “Eu tenho um alimento para comer que vós não conheceis”. 33Os discípulos comentavam entre si: “Será que alguém trouxe alguma coisa para ele comer?” 34Disse-lhes Jesus: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra. 35Não dizeis vós: ‘Ainda quatro meses, e aí vem a colheita’? Pois eu vos digo, levantai os olhos e vede os campos: eles estão dourados para a colheita! 36O ceifeiro já está recebendo o salário e recolhe fruto para a vida eterna. Assim, o que semeia se alegra junto com o que colhe. 37Pois é verdade o provérbio que diz: ‘Um é o que semeia e outro o que colhe’. 38Eu vos enviei para colher aquilo que não trabalhastes. Outros trabalharam, e vós entrastes no trabalho deles”.
[39Muitos samaritanos daquela cidade abraçaram a fé em Jesus], por causa da palavra da mulher que testemunhava: “Ele me disse tudo o que eu fiz”. [40Por isso, os samaritanos vieram ao encontro de Jesus e pediram que permanecesse com eles. Jesus permaneceu aí dois dias. 41E muitos outros creram por causa da sua palavra. 42E disseram à mulher: “Já não cremos por causa das tuas palavras, pois nós mesmos ouvimos e sabemos que este é verdadeiramente o salvador do mundo”.] – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42
«Dá-me de beber!»

P. Julio César RAMOS González SDB
(Mendoza, Argentina)

Hoje, como naquele meio-dia em Samaria, Jesus aproxima-se da nossa vida, na metade de nosso caminho Quaresmal, pedindo-nos como à Samaritana: «Dá-me de beber!» (Jo 4,7) «Sua sede material —nos diz João Paulo II— é signo de uma realidade muito mais profunda: manifesta o ardente desejo de que, tanto a mulher com a que fala como os demais samaritanos, abram-se a fé ».

O Prefácio da celebração eucarística de hoje nos falará de que este diálogo termina com uma troca salvífica onde o Senhor, «(...) ao pedir água à Samaritana, já tinha infundido nela a graça da fé, e se quis estar sedento da fé daquela mulher, foi para acender nela o fogo do amor divino».

Esse desejo salvador de Jesus tornado “sede” é, hoje em dia também, “sede” de nossa fé, de nossa resposta de fé perante tantos convites quaresmais à conversão, à mudança, a nos reconciliar com Deus e os irmãos, a nos preparar o melhor possível para receber uma nova vida de ressuscitados na Pàscoa que se nos aproxima.

«Sou eu, que estou falando contigo» (Jo 4,26): esta direta e manifesta confissão de Jesus sobre sua missão, coisa que não tinha feito com ninguém antes, mostra igualmente o amor de Deus que se faz mais procura do pecador e promessa de salvação que saciará abundantemente o desejo humano da Vida verdadeira. É assim que, mais para frente neste mesmo Evangelho, Jesus proclamará: «Se alguém tiver sede, venha a mim e beba, quem crê em mim, como diz a Escritura: ‘Do seu interior manarão rios de água viva’» (Jo 7,37b-38). Por isso, o teu compromisso é hoje sair de ti e dizer aos homens:« Vinde ver um homem que me disse tudo...» (Jo 4,29).

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JESUS E A MULHER SAMARITANA Jo 4,5-42
HOMILIA

João é o evangelista que mais se destaca nos diálogos personalizados de Jesus. Ele nos apresenta hoje o mais poético diálogo do Mestre com a uma mulher.  Trata-se da samaritana. Digo poético porque ele o descreve de maneira fantástica. A fonte pede água à sedento.

Vejamos como se desenvolve o diálogo. Ele chegou a uma cidade da Samaria, chamada Sicar, que ficava perto das terras que Jacó tinha dado ao seu filho José. Ali ficava o poço de Jacó. Era mais ou menos meio-dia quando Jesus, cansado da viagem, sentou-se perto do poço. Uma mulher samaritana veio tirar água, e Jesus lhe disse: – Por favor, me dê um pouco de água. A mulher respondeu: – O senhor é judeu, e eu sou samaritana. Então como é que o senhor me pede água? Então Jesus disse: – Se você soubesse o que Deus pode dar e quem é que está lhe pedindo água, você pediria, e ele lhe daria a água da vida. Ela respondeu: – O senhor não tem balde para tirar água, e o poço é fundo. Como é que vai conseguir essa água da vida? Nosso antepassado Jacó nos deu este poço. Ele, os seus filhos e os seus animais beberam água daqui. Será que o senhor é mais importante do que Jacó? Então Jesus disse: – Quem beber desta água terá sede de novo, mas a pessoa que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Porque a água que eu lhe der se tornará nela uma fonte de água que dará vida eterna. Então a mulher pediu: – Por favor, me dê dessa água! Assim eu nunca mais terei sede e não precisarei mais vir aqui buscar água. – Vá chamar o seu marido e volte aqui! – ordenou Jesus. – Eu não tenho marido! – respondeu a mulher.

Então Jesus disse: – Você está certa ao dizer que não tem marido, pois já teve cinco, e este que você tem agora não é, de fato, seu marido. Sim, você falou a verdade. A mulher respondeu: – Agora eu sei que o senhor é um profeta! Os nossos antepassados adoravam a Deus neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde devemos adorá-lo. Jesus disse: – Mulher acredite no que eu digo: chegará o tempo em que ninguém vai adorar a Deus nem neste monte nem em Jerusalém.

Vocês, samaritanos, não sabem o que adoram, mas nós sabemos o que adoramos porque a salvação vem dos judeus. Mas virá o tempo, e, de fato, já chegou, em que os verdadeiros adoradores vão adorar o Pai em espírito e em verdade. Pois são esses que o Pai quer que o adorem. Deus é Espírito, e por isso os que o adoram devem adorá-lo em espírito e em verdade. A mulher respondeu: – Eu sei que o Messias, chamado Cristo, tem de vir. E, quando ele vier, vai explicar tudo para nós. Então Jesus afirmou: – Pois eu, que estou falando com você, sou o Messias. Naquele momento chegaram os seus discípulos e ficaram admirados, pois ele estava conversando com uma mulher. Mas nenhum deles perguntou à mulher o que ela queria. E também não perguntaram a Jesus por que motivo ele estava falando com ela.

 Em seguida, a mulher deixou ali o seu pote, voltou até a cidade e disse a todas as pessoas: – Venham ver o homem que disse tudo o que eu tenho feito. Será que ele é o Messias? Muitas pessoas saíram da cidade e foram para o lugar onde Jesus estava. Enquanto isso, os discípulos pediam a Jesus: – Mestre, coma alguma coisa! Jesus respondeu: – Eu tenho para comer uma comida que vocês não conhecem. Então os discípulos começaram a perguntar uns aos outros: – Será que alguém já trouxe comida para ele? – A minha comida – disse Jesus – é fazer a vontade daquele que me enviou e terminar o trabalho que ele me deu para fazer.

Vocês costumam dizer: “Daqui a quatro meses teremos a colheita.” Mas olhem e vejam bem os campos: o que foi plantado já está maduro e pronto para a colheita. Quem colhe recebe o seu salário, e o resultado do seu trabalho é a vida eterna para as pessoas. E assim tanto o que semeia como o que colhe se alegrarão juntos. Porque é verdade o que dizem: “Um semeia, e outro colhe.” Eu mandei vocês colherem onde não trabalharam; outros trabalharam ali, e vocês aproveitaram o trabalho deles. Muitos samaritanos daquela cidade creram em Jesus porque a mulher tinha dito: “Ele me disse tudo o que eu tenho feito.” Quando os samaritanos chegaram ao lugar onde Jesus estava, pediram a ele que ficasse com eles, e Jesus ficou ali dois dias. E muitos outros creram por causa da mensagem dele. Eles diziam à mulher: – Agora não é mais por causa do que você disse que nós cremos, mas porque nós mesmos o ouvimos falar. E sabemos que ele é, de fato, o Salvador do mundo.

Jesus rompe com todas as barreiras discriminatórias baseadas em crenças religiosas. Porque para Ele o novo povo deve adorar a Deus em Espírito e Verdade.

Jesus é a revelação de que Deus está presente em todos os valores de todos os povos e culturas, conferindo uma dimensão de eternidade a todo ato de amor que promove a vida.

Senhor Deus nosso Pai, nós queremos te conhecer. Mas muitas vezes os nossos olhos não vos enxergam. Assim como a Samaritana queremos te reconhecer, acolher  em Jesus, vosso filho. Dá-me a graça.       
Fonte http://homilia.cancaonova.com


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