quinta-feira, 26 de setembro de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 16,19-31 - 29.08.2019

Liturgia Diária

Dia 29 – DOMINGO 
26º DO TEMPO COMUM

(verde  – 2ª semana do saltério)

Senhor, tudo o que fizestes conosco com razão o fizestes, pois pecamos contra vós e não obedecemos aos vossos mandamentos. Mas honrai o vosso nome, tratando-nos segundo vossa misericórdia (Dn 3,31.29s.43-42).

Chamados a participar da Eucaristia, o banquete da vida eterna, acolhamos o apelo que a liturgia nos faz para evitarmos uma vida de indiferença e egoísmo e procurarmos a justiça e o amor. Neste dia da Bíblia, a Palavra de Deus abra nossos olhos e ouvidos para vermos a realidade em que vivemos e escutarmos o clamor dos lázaros sofredores.

Evangelho: Lucas 16,19-31

Aleluia, aleluia, aleluia.

Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por amor, / para que sua pobreza nos, assim, enriquecesse (2Cor 8,9). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, Jesus disse aos fariseus: 19“Havia um homem rico que se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias. 20Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, estava no chão à porta do rico. 21Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas. 22Quando o pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. 23Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe a Abraão, com Lázaro ao seu lado. 24Então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. 25Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te que tu recebeste teus bens durante a vida e Lázaro, por sua vez, os males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. 26E, além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. 27O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa do meu pai, 28porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. 29Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas, que os escutem!’ 30O rico insistiu: ‘Não, pai Abraão, mas se um dos mortos for até eles, certamente vão se converter’. 31Mas Abraão lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés nem aos profetas, eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos’”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Lucas 16,19-31
«Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males»

Rev. D. Valentí ALONSO i Roig
(Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus confronta-nos com a injustiça social que nasce das desigualdades entre ricos e pobre. Como se se tratasse de uma das imagens angustiantes que estamos habituados a ver na televisão, o relato de Lázaro comove-nos, consegue o efeito sensacionalista de remover os sentimentos: «Até os cães vinham lamber suas feridas» (Lc 16,21). A diferença é clara: o rico vestia-se de púrpura; o pobre tinha como vestido as chagas.

A situação de igualdade chega seguidamente: morreram os dois. Porém, ao mesmo tempo, acentua-se a diferença: um chegou ao seio de Abraão; ao outro se limitaram a sepultá-lo. Se nunca tivéssemos ouvido esta história e lhe aplicássemos os valores da nossa sociedade, podíamos concluir que quem ganhou o prêmio devia ser o rico, e o que foi abandonado no sepulcro, era o pobre. Está claro, logicamente.

A sentença chega-nos pela boca de Abraão, o pai na fé, e esclarece-nos quanto ao desenlace: «Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males» (Lc 16,25). A justiça de Deus inverte a situação. Deus não permite que o pobre permaneça para sempre no sofrimento, na fome e na miséria.

Este relato sensibilizou milhões de corações de ricos ao longo da história e levou multidões à conversão; porém, que mensagem será necessária neste nosso mundo desenvolvido, hiper-comunicado, globalizado, para nos fazer tomar consciência das injustiças sociais de que somos autores ou, pelo menos, cúmplices? Todos os que escutavam a mensagem de Jesus tinham o desejo de descansar no seio de Abraão, mas, no nosso mundo quantas pessoas se contentam com ser sepultados quando morrerem, sem querer receber o consolo do Pai do céu? A autêntica riqueza consiste em chegar a ver Deus, e o que faz falta é o que afirmava Sto. Agostinho: «Caminha pelo homem e chegarás a Deus». Que os Lázaros de cada dia nos ajudem a encontrar Deus.

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O POBRE LÁZARO Lc 16,19-31
HOMILIA

Esta parábola é uma seqüência de parábolas mencionadas por Jesus no Evangelho de Lucas, a do filho pródigo, o administrador infiel e automaticamente a parábola do rico e Lázaro.

Existe uma suposição de que Jesus queria dizer através desta parábola que os homens bons e maus recebiam suas recompensas após a morte, porém esta alegoria contradiz dois princípios:

1º) Um dos princípios mais relevantes de interpretação, é que cada parábola tem um propósito de ensinar uma verdade fundamental.

2º) O sentido de cada parábola deve ser analisado a partir do contexto geral da Bíblia.

Na verdade Jesus nesta parábola não estava tratando do estado do homem na morte, nem do tempo quando se darão as recompensas. Ademais interpretar que esta parábola ensina que os homens recebem sua recompensa imediatamente após a morte, é contradizer claramente o que a Bíblia apresenta por um todo (Mt 16:27, 25:31-40, ICo 15:51-55, Isa 4:16, 17, Ap 22:12), dentre outros textos.

Obviamente nesta parábola Jesus estava fazendo uma clara distinção entre a vida presente e a futura, pretendendo através desta relação mostrar que a salvação do judeu-fariseu, ou de qualquer homem, seria individual e não coletiva, como criam, e isso através da verdadeira consideração a imutável lei de Deus aos profetas (Lc 16:27-31).

A parábola do rico e Lázaro tem o propósito de ensinar que o destino futuro fica determinado pelo modo que o homem aproveita as oportunidades nesta vida.

Em conexão com o contexto da parábola anterior do administrador infiel. “Se, pois, não vos tornardes fiéis na aplicação das riquezas de origem injusta, quem vos confiará a verdadeira riqueza?” Lc 16:11.

Sendo assim, compreende-se que os fariseus não administravam suas riquezas de acordo com a vontade divina, e por isso estavam arriscando seu futuro, perdendo a vida eterna.

Portanto, fica estabelecido que interpretar esta parábola de forma literal, resultaria em ir contra os próprios princípios encontrados nas escrituras. Fosse essa história uma narrativa real, enfrentaríamos, o absurdo de ter que admitir ser o ‘seio de Abraão’ o lugar onde os justos desfrutarão o gozo, e que os ímpios podem se ver e falar uns com os outros.

As lições apresentadas nesta parábola são claras e convincentes, porém os justos ou injustos receberam suas recompensas somente no dia da ressurreição (Jo 14:12-15,20 e 21, Sl 6:5, 115:17, Ec 9:3-6 e Isa 38:18).

Na verdade esta parábola traça um contraste entre o rico que não confiava em Deus e o pobre que nele depositava confiança. Os Judeus criam ser a riqueza um sinal das bênçãos de Deus pelo fato de serem descendentes de Abraão, e a pobreza indício, do seu desagrado para com os ímpios.

O problema não estava no fato do homem ser rico, mas sim por ser egoísta. A má administração dos bens concedidos por Deus havia afastado os fariseus e os Judeus da verdadeira riqueza, que é a vida eterna, esqueceram do segundo objetivo que se encerra na lei de Deus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” Mt 22:39.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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