quarta-feira, 18 de setembro de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 16,1-13 ou 10-13 - 22.09.2019

Liturgia Diária

Dia 22 – DOMINGO   
25º DO TEMPO COMUM

(verde – 1ª semana do saltério)

Eu sou a salvação do povo, diz o Senhor. Se clamar por mim em qualquer provação, eu o ouvirei e serei seu Deus para sempre.

Celebremos esta Eucaristia em espírito de oração e ação de graças. Ela nos convida a ser criativos e fiéis na administração dos bens que Deus nos confia. Queremos seguir Jesus livres da ganância e das práticas injustas e dispostos a pôr nossos recursos a serviço da fraternidade.

Evangelho: Lucas 16,1-13 ou 10-13

[A forma breve está entre colchetes.]

Aleluia, aleluia, aleluia.

Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre por amor, / para que sua pobreza nos, assim, enriquecesse (2Cor 8,9). – R.

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – [Naquele tempo, 1Jesus dizia aos discípulos:] “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isso que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’. 5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz. 9E eu vos digo, usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas.

[10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”.] – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 16,1-13 ou 10-13
«Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro»

Rev. D. Joan MARQUÉS i Suriñach
(Vilamarí, Girona, Espanha)

Hoje o Evangelho nos apresenta a figura do administrador infiel: um homem que se aproveitava do ofício para roubar a seu amo. Era um simples administrador e, atuava como amo. É conveniente que tenhamos presente:

1) Os bens materiais são realidades boas, porque saíram das mãos de Deus. Portanto, os devemos amar.

2) Mas não os podemos “adorar” como se fossem Deus e a finalidade de nossa existência; devemos estar desprendidos deles. As riquezas são para servir a Deus e a nossos irmãos os homens; não devem servir para destronar a Deus do nosso coração e das nossas obras: «Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro» (Lc 16,13).

3) Não somos os amos dos bens materiais e, sim simples administradores; portanto, não somente devemos conservar, mas também fazê-los produzir ao máximo, dentro de nossas possibilidades. A parábola dos talentos o ensina claramente (cf. Mt 25,14-30).

4) Não podemos cair na avarícia; devemos praticar a liberalidade, que é una virtude cristã que devemos viver todos, os ricos e os pobres, cada um segundo suas circunstâncias. Devemos dar aos outros!

E se já tenho suficientes bens para cobrir meus gastos? Sim; também você deve se esforçar por multiplicá-los e poder dar mais (paróquia, dioceses, Caritas, apostolado). Lembre as palavras de São Ambrósio: «Não é uma parte de teus bens o que tu dás ao pobre; o que lhe das já lhe pertence. Porque o que foi dado para o uso de todos, tu te apropria. A terra foi dada para todo mundo, e não somente para os ricos».

Você é um egoísta que só pensa em acumular bens materiais para si, como o administrador do Evangelho, mentindo, roubando, praticando a avarícia e a dureza de coração, que lhe impedem comover-se ante as necessidades dos outros? Não pensa freqüentemente nas palavras de São Paulo: «Que cada um dê conforme tiver decidido em seu coração, sem pesar nem constrangimento, pois “Deus ama quem dá com alegria» (2Cor 9,7) Seja generoso!

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Homilia do Mons. José Maria – XXV Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Posted by Presbíteros

O Administrador Desonesto

Em Lc 16, 1 – 13 o Senhor convida-nos a uma reflexão sobre o uso correto das riquezas: “Não podes servir a Deus e ao dinheiro”. Os cristãos são chamados a investir com sabedoria os bens materiais para adquirirem um tesouro nos céus.

Quem não tem esperança, coloca seu apoio sobre os bens materiais. Na virtude da esperança, as pessoas são chamadas a viverem como senhores e senhoras da criação, sem se deixarem escravizar por ela. Por uma inversão de valores, as pessoas caem na tentação de substituir a Deus, que é o Sumo Bem, pelos bens passageiros.

O Senhor, nessa parábola, mostra que o administrador pôs-se a refletir sobre o que o esperava: “Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Já sei o que hei de fazer, para que alguém me receba em sua casa, quando eu for afastado da administração” (Lc 16, 3 – 4). Chamou os devedores do seu patrão e fez com eles um acordo que os favorecia…

O dono teve notícia do que o administrador tinha feito e louvou-o pela sua astúcia. E Jesus, talvez com um pouco de tristeza, acrescentou: “os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”. O Senhor não louva a imoralidade desse homem que, no pouco tempo que lhe restava, preparou uns amigos que depois o recebessem e ajudassem. “Por que o Senhor narrou esta parábola? – pergunta Santo Agostinho –. Não porque aquele servo fosse um exemplo a ser imitado, mas porque foi prevenido em relação ao futuro, a fim de que se envergonhe o cristão que não tenha essa determinação”; louvou-lhe o empenho, a decisão, a astúcia, a capacidade de sobrepor-se e resolver uma situação difícil, sem deixar-se levar pelo desânimo.

Podemos observar, com freqüência, como é grande o esforço e os inúmeros sacrifícios que muitas pessoas fazem para conseguir mais dinheiro, para subir na escala social…

E nós, cristãos, devemos pôr ao menos esse mesmo empenho em servir a Deus, multiplicando os meios humanos para fazê-los render em favor dos mais necessitados. O interesse que os outros têm nos seus afazeres terrenos, devemos nós tê-lo em ganhar o Céu, em lutar contra o que nos separa de Cristo.

“Que empenho põem os homens nos seus assuntos terrenos!: sonhos de honras, ambição de riquezas, preocupações de sensualidade. – Eles e elas, ricos e pobres, jovens, velhos e até crianças; todos a mesma coisa!

Quando tu e eu pusermos o mesmo empenho nos assuntos da nossa alma, teremos uma fé viva e operante; e não haverá obstáculo que não vençamos nos nossos empreendimentos apostólicos” (São Josemaria Escrivá, Caminho, nº. 317).

Ao terminar a parábola, o Senhor recorda-nos: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Lc 16, 13). Temos apenas um Senhor, e devemos servi-Lo com todo o nosso coração, com os talentos que Ele mesmo nos deu, empregando nesse serviço todos os meios lícitos, a vida inteira. Temos de orientar para Deus, sem exceção, todos os atos de nossa vida: o trabalho, os negócios, o descanso… O cristão não tem um tempo para Deus e outro para os assuntos deste mundo: estes devem converter-se em serviço a Deus pela retidão de intenção. “É uma questão de segundos… Pensa antes de começar qualquer trabalho: que Deus quer de mim neste assunto? E, com a graça divina, faze-o” (Caminho, nº. 778).

A parábola do administrador infiel é uma imagem da vida do homem. Tudo o que temos é dom de Deus, e nós somos os seus administradores, que tarde ou cedo teremos de Lhe prestar contas.

Trata-se, pois, de um chamamento ao esforço e à vigilância tendo em vista o último dia, quando se haverá de dizer a cada um: “Presta contas da tua administração!” (Lc 16, 2).

O uso do dinheiro exige uma grande honestidade, tanto nos negócios mais importantes, como nos mais insignificantes, porque “quem é fiel no pouco é também fiel no muito” (Lc 16, 10).

“Já o disse o Mestre: oxalá nós, os filhos da luz, ponhamos, em fazer o bem, pelo menos o mesmo empenho e a obstinação com que se dedicam às suas ações os filhos das trevas! Não te queixes: trabalha antes para afogar o mal em abundância de bem (São Josemaria Escrivá, forja, nº. 848).

Mons. José Maria Pereira


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