domingo, 15 de setembro de 2019

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 7,1-10 - 16.09.2019

Liturgia Diária
Dia 16 – SEGUNDA-FEIRA
SANTOS CORNÉLIO E CIPRIANO
PAPA E BISPO MÁRTIRES
(vermelho – ofício da memória)
Alegram-se nos céus os santos que na terra seguiram a Cristo. Por seu amor, derramaram o próprio sangue; exultarão com ele eternamente.
Cornélio, papa nascido na Itália, de grande coração, muito lutou pela unidade da Igreja e pela reconciliação daqueles que a abandonaram por causa das perseguições. Cipriano, bispo nascido na Tunísia, mestre de moral cristã, deu notável contribuição à doutrina sobre a unidade da Igreja. No século 3º, ambos pagaram com a vida sua fé em Cristo. O exemplo destes mártires nos inspire no seguimento de Jesus.
Primeira Leitura: 1 Timóteo 2,1-8

Leitura da primeira carta de são Paulo a Timóteo – Caríssimo, 1antes de tudo, recomendo que se façam preces e orações, súplicas e ações de graças por todos os homens; 2pelos que governam e por todos os que ocupam altos cargos, a fim de que possamos levar uma vida tranquila e serena, com toda a piedade e dignidade. 3Isso é bom e agradável a Deus, nosso salvador; 4ele quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. 5Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: o homem Cristo Jesus, 6que se entregou em resgate por todos. Esse é o testemunho dado no tempo estabelecido por Deus, 7e para este testemunho eu fui designado pregador e apóstolo, e – falo a verdade, não minto – mestre das nações pagãs na fé e na verdade. Quero, portanto, que em todo lugar os homens façam a oração, erguendo mãos santas, sem ira e sem discussões. – Palavra do Senhor.
Salmo Responsorial: 27(28)

Bendito seja o Senhor, porque ouviu / o clamor da minha súplica!
  1. Escutai o meu clamor, a minha súplica, / quando eu grito para vós; / quando eu elevo, ó Senhor, as minhas mãos / para o vosso santuário. – R.
  2. Minha força e escudo é o Senhor; / meu coração nele confia. / Ele ajudou-me e alegrou meu coração; / eu canto em festa o seu louvor. – R.
  3. O Senhor é a fortaleza do seu povo / e a salvação do seu ungido. / Salvai o vosso povo e libertai-o; / abençoai a vossa herança! / Sede vós o seu pastor e o seu guia / pelos séculos eternos! – R.
Evangelho: Lucas 7,1-10

Aleluia, aleluia, aleluia.
Deus o mundo tanto amou, / que lhe deu seu próprio Filho, / para que todo o que nele crer / encontre vida eterna (Jo 3,16). – R.
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 1quando acabou de falar ao povo que o escutava, Jesus entrou em Cafarnaum. 2Havia lá um oficial romano que tinha um empregado, a quem estimava muito e que estava doente, à beira da morte. 3O oficial ouviu falar de Jesus e enviou alguns anciãos dos judeus para pedirem que Jesus viesse salvar seu empregado. 4Chegando aonde Jesus estava, pediram-lhe com insistência: “O oficial merece que lhe faças esse favor, 5porque ele estima o nosso povo. Ele até nos construiu uma sinagoga”. 6Então, Jesus pôs-se a caminho com eles. Porém, quando já estava perto da casa, o oficial mandou alguns amigos dizerem a Jesus: “Senhor, não te incomodes, pois não sou digno de que entres em minha casa. 7Nem mesmo me achei digno de ir pessoalmente ao teu encontro. Mas ordena com a tua palavra, e o meu empregado ficará curado. 8Eu também estou debaixo de autoridade, mas tenho soldados que obedecem às minhas ordens. Se ordeno a um: ‘Vai!’, ele vai; e a outro: ‘Vem!’, ele vem; e ao meu empregado: ‘Faze isto!’, e ele o faz”. 9Ouvindo isso, Jesus ficou admirado. Virou-se para a multidão que o seguia e disse: “Eu vos declaro que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé”. 10Os mensageiros voltaram para a casa do oficial e encontraram o empregado em perfeita saúde. – Palavra da salvação.
Reflexão:

Estamos diante de um modelo de fé. Um centurião (chefe de cem soldados, a serviço dos ocupantes romanos) não se dirige diretamente a Jesus, mas envia-lhe uma comitiva de anciãos judeus a pedir-lhe que vá curar seu funcionário a quem tanto estima. Pelos emissários, sabemos que o homem tinha bom coração. Jesus parte com eles. Mas, cheio de humildade e confiança, o militar envia alguns amigos com este recado para Jesus: Diga apenas uma palavra e meu servo ficará curado. Assim acontece, de modo que os emissários, ao voltar para casa, encontram o servo curado. E Jesus, tomado de profunda admiração, engrandece a fé que o pagão demonstrou. Com esse episódio, Lucas já anuncia o tempo em que o Evangelho, pela ação do Espírito Santo, se estenderá também aos não judeus.
(Dia a dia com o Evangelho 2019 - Pe. Luiz Duarte, ssp)


EU NÃO SOU DIGNO - LC 7,1-10
HOMILIA

Estamos diante do pedido que um centurião faz à Jesus. Prestemos bem a atenção para o fato do homem que pede ser um centurião, portanto um “inimigo” dos judeus, um ocupador da sua terra, mas apesar disso, ser com certeza um homem bom, pois a passagem diz claramente que ele tinha muita afeição pelo seu servo, (o que naquele tempo seria coisa rara), e que até tinha mandado construir a sinagoga para os judeus. Percebamos também que este homem se sente indigno de se aproximar de Jesus e por isso pede a outros que por ele intercedam, levando-nos a pensar na importância da intercessão. Meditemos ainda no fato de Jesus se admirar da fé daquele homem. Com efeito aquele homem dando a perceber a sua autoridade sobre aqueles que ele comanda, reconhece em Jesus Cristo uma autoridade bem maior, ou melhor, a autoridade total, pois vai muito para além das coisas do mundo, acreditando ele, centurião, que Jesus Cristo com uma só palavra pode curar o seu servo.
            Detenhamo-nos então na frase: «Não te incomodes, Senhor, pois não sou digno de que entres debaixo do meu teto, pelo que nem me julguei digno de ir ter contigo. Mas diz uma só palavra e o meu servo será curado.» Esta frase, usada na Liturgia da Eucaristia, «Senhor, eu não sou digno que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e eu serei salvo», mesmo antes de recebermos o Senhor em nós, nas nossas vidas, é repetida milhares de vezes todos os dias, nas mais diversas línguas, por esse mundo fora.
Esta frase que, (pelo menos falo por mim), tantas e tantas vezes, dizemos de forma rotineira e “banal”, nos introduz no Mistério maior de um Deus que se faz alimento para aqueles que ama, e nos irmana num só povo que, reconhecendo-se indigno, aceita a dignidade que lhe é oferecida pelo seu Senhor. Esta frase que se confirmou na cura do servo do centurião, (pela graça de Deus, admirado da fé daquele homem), e que nós repetimos de forma ligeira e tantas vezes irreflectida, não percebendo que por essa mesma graça, o Senhor nos alcança a salvação, mesmo perante a nossa fraca fé. Esta frase em que, como o centurião, nos devemos abandonar numa total confiança ao Senhor Nosso Deus, acreditando que tudo Lhe é possível.
E depois, depois percebamos, que esta frase que nos une como irmãos, filhos de Deus, foi proferida pelo centurião que afinal poderíamos dizer em linguagem simples de hoje, “estava fora da Igreja de então”!  Para que percebamos que não é o “pertencer à Igreja”, que não é o “ir à Missa”, que não é o “repetir Senhor, Senhor”, que nos salva, mas sim a fé em Jesus Cristo que a todos ama e chama por igual. E para correspondermos a esse amor temos que “viver a e em Igreja”, temos que “participar e celebrar a Missa”, temos que “repetir Senhor, Senhor”, muito mais com o coração do que com a boca.
Pai, dá-me um coração misericordioso e humildade que me leve a compadecer-me do meu semelhante. Duarte, ssp)

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