quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 3,1-6 - 09.12.2018

Liturgia Diária

DIA 9 – DOMINGO   
2º DO ADVENTO

(roxo, creio, prefácio do Advento I – 2ª semana do saltério)

Por meio do testemunho de João Batista, somos convidados a preparar os caminhos para a chegada do Salvador e para nosso encontro com ele, em espírito de conversão. Vistamos a veste da alegria, pois o Senhor fez maravilhas conosco. Celebrando a Eucaristia, fazemos memória da misericórdia e da bondade do Pai, que em Jesus nos salva e nos cumula dos frutos da justiça e da paz.

Evangelho: Lucas 3,1-6

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – 1No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes administrava a Galileia, seu irmão Filipe, as regiões da Itureia e Traconítide, e Lisânias a Abilene; 2quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes, foi então que a palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto. 3E ele percorreu toda a região do Jordão, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados, 4como está escrito no livro das palavras do profeta Isaías: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: ‘preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. 5Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas ficarão retas, e os caminhos acidentados serão aplainados. 6E todas as pessoas verão a salvação de Deus’”. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 3,1-6
« No ano décimo quinto do reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia…»

P. Maciej SLYZ Misionero de Fidei Donum
(Bialystok, Polnia)

Hoje, praticamente metade da passagem evangélica consiste em dados histórico-biográficos. Nem sequer na liturgia da Missa se substituiu este texto histórico pelo frequente «naquele tempo». Prevaleceu esta introdução tão “insignificante” para o homem contemporâneo: «No ano décimo quinto do reinado do imperador Tibério, sendo Pôncio Pilatos governador da Judeia, e Herodes tetrarca da Galileia (…)» (Lc 3,1). Por que razão? Para desmistificar! Deus entrou na história da humanidade de um modo muito “concreto”, como também na história de cada homem. Por exemplo, na vida de João - filho de Zacarias - que estava no deserto. Chamou-o para que clamasse nas margens do Jordão… (cf. Lc 3,6).

Hoje, Deus dirige a sua palavra também a mim. Fá-lo pessoalmente - como a João Baptista -, ou através dos seus emissários. O meu rio Jordão pode ser a Eucaristia dominical, pode ser o tweet do Papa Francisco, que nos recorda que «o cristão não é testemunha de uma teoria, mas de uma pessoa: de Cristo Ressuscitado, vivo, único Salvador de todos». Deus entrou na história da minha vida porque Cristo não é uma teoria. Ele é a prática salvadora, a Caridade, a Misericórdia.

Mas este mesmo Deus necessita, por sua vez, do nosso pobre esforço: que enchamos os vales da nossa desconfiança até ao seu Amor; que nivelemos os cerros e colinas da nossa soberba, que nos impede de O ver e receber a sua ajuda; que endireitemos e aplanemos as veredas retorcidas que fazem do percurso para o nosso coração um labirinto…

Hoje é o segundo Domingo do Advento, que tem como objectivo principal que eu possa encontrar Deus no caminho da minha vida. Já não somente um Recém-Nascido, mas sobretudo o Misericordiosíssimo Salvador, para ver o sorriso de Deus, quando todo o homem verá a salvação de Deus (cf. Lc 3,6). E é assim! Ensinava-o S. Gregório Nazianzeno, «Nada alegra tanto Deus como a conversão e salvação do homem».

«E todos verão a salvação que vem de Deus»

+ Rev. D. Josep VALL i Mundó
(Barcelona, Espanha)

Hoje a Igreja propõe-se a contemplação das palavras proféticas de Isaias, que fazem referência ao precursor do Senhor, João Batista, o qual se deu a conhecer no rio Jordão anunciando a salvação de Deus. Ele tinha a missão de abrir trajetos, aplanar caminhos, nivelar montanhas, converter os terrenos escabrosos em vales frondosos (cf. Lc 3,4-5). Também agora aos cristãos se nos pede —sem nenhum medo ao mundo atual— trabalhar apostolicamente para que todos possam vislumbrar a salvação (cf. Lc 3,6) que só vem de Deus por Jesus Cristo.

Temos muitas depressões para encher, muitos caminhos para aplanar, muitas montanhas para trasladar. Quiçá são tempos difíceis, mas não nos faltarão os meios se contamos com a graça de Deus. Seremos precursores na medida em que vivamos perto do Senhor e então se cumprirão aquelas palavras da Carta a Diogneto: «O que é a alma para o corpo, assim são os cristãos no meio do mundo». Naturalmente, temos de amar de todo o coração este mundo em que vivemos, como dizia um personagem duma novela de Dostoiewski: «Amai toda a criação no seu conjunto e nos seus elementos, cada folha, cada raio, os animais, as plantas. E amando compreendereis o mistério divino das coisas. E uma vez compreendido acabareis por amar o mundo inteiro com um amor universal».

São Justinho afirmava: «Todas as coisas nobremente humanas pertencem-nos». E desde as entranhas do mundo –no meio do trabalho, da família, do ambiente social- seremos precursores preparando os caminhos da salvação que vem de Deus. Com o exemplo e a palavra «sacudiremos a preguiça dos que nos são mais próximo, abrindo-lhes largos horizontes ante sua existência egoísta e aburguesada, complicando-lhes a vida, fazendo que se esqueçam de eles mesmos e os levaremos à alegria e à paz», como São Josemaria Escrivá descreveu o trabalho apostólico dos cristãos no meio do mundo.

«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas »

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje vemos como um dos discípulos diz-lhe a Jesus: «Senhor, ensina-nos a orar, como também João ensinou a seus discípulos» (Lc 11,1). A resposta de Jesus: Quando orardes, dizei: Pai, santificado seja teu nome; venha o teu Reino; dá-nos, a cada dia, o pão cotidiano, e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todo aquele que nos deve; e não nos introduzas em tentação» (Lc 11,2-4), pode ser resumida com uma frase: a correta disposição para a oração cristã é a disposição de uma criança diante do seu pai.

Vemos a seguir que a oração, segundo Jesus, é um tratamento do tipo “pai-filho”. Quer dizer, é um assunto familiar baseado numa relação de familiaridade e amor. A imagem de Deus como pai nos fala de uma relação baseada no afeto e na intimidade e, não na de autoridade e poder

Rezar como cristãos supõe pôr-nos numa situação onde vemos a Deus como pai e lhe falamos como seus filhos: «Você me escreveu: ‘Orar é falar com Deus. Mas, de que?. — De que? Dele, de você: alegrias, tristezas, sucessos e fracassos, ambições nobres, preocupações diárias..., fraquezas!: e fazimentos de graças e petições: e amor e desagravo. Em duas palavras: Conhecê-lo e conhecer-se. Tratar-se!» (São Josemaria).

Quando os filhos falam com os pais prestam atenção em uma coisa: Transmitir em palavras e linguajem corporal o que sentem no coração. Somos melhores mulheres e homens de oração quando nosso tratamento com Deus se faz mais íntimo, como o do pai com seu filho. Disso nos deixou exemplo o mesmo Jesus. Ele é o caminho.

E,se você acode à Virgem, Mestra de oração, que fácil será! De fato, «a contemplação de Cristo tem em Maria seu modelo insuperável. O rosto do Filho lhe pertence de uma maneira especial (...). Ninguém tem se dedicado com a assiduidade de Maria à contemplação do rosto de Cristo» (João Paulo II).

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PREPARAI O CAMINHO DO SENHOR Lc 3,1-6
HOMILIA

Na caminhada para o Natal e para o jubiloso encontro com Jesus, nós somos ajudados por grandes personagens. A começar pela Virgem Maria, a aurora que anunciou a chegada do Sol. E vem depois o profeta Isaías, que lá das distâncias dos tempos bíblicos entreviu com admirável clareza os tempos do Messias. E ainda São Paulo, que é o sublime teólogo que “contempla a grandeza de Cristo”. E, de modo muito particular, São João Batista, o último dos profetas e o Precursor do Evangelho. Ele preparou o povo, lá nas margens do Jordão, para receber a Cristo no início de sua vida pública. E vem agora ajudar-nos na chegada do Natal.

João Batista é um profeta eminentemente austero. No seu modo de vestir – uma roupa de pêlos de camelo e um cinto de couro – e de se alimentar – gafanhotos e mel silvestre – na sua vida e na sua pregação. Dele falara Isaías, quando disse: Voz do que clama no deserto: Preparai os caminhos do Senhor. Essa voz ressoou rude e forte, conclamando os pecadores à conversão. E, apesar da dureza de suas palavras, os pecadores vinham até ele e ouviam suas terríveis ameaças, duras, sobretudo quando ele percebeu entre os seus ouvintes os fariseus e os saduceus. E recebiam o batismo que ele ministrava nas águas do Jordão, preludiando o futuro batismo do Cristianismo: Eu vos batizo com água, para vos mover à penitência, mas o que vem depois de mim é mais forte do que eu… Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. E eram inúmeras as conversões.

Nós também devemos ouvi-lo. Não nos assustemos com a veemência de sua pregação. Cada estilo tem sua época. E cada homem tem seu estilo. Hoje também temos pregadores que imitam de algum modo a rudeza da pregação do Batista. São missionários cheios de zelo, e causam grande impressão nos ouvintes, e dobram a dureza de muitos corações. Sobretudo pelo testemunho de vida que acompanha suas palavras. São instrumentos de Deus para fazer sentir a gravidade do pecado e o perigo da condenação. Sobretudo para aqueles que andam adormecidos numa vida pecaminosa, confiando – quem sabe? – nos seus privilégios de cristãos. João Batista dizia para os seus ouvintes: Não penseis que basta dizer dentro de vós mesmos: ‘Temos por pai Abraão’. Porque eu vos digo que Deus pode destas pedras suscitar filhos de Abraão. E se referia, sem dúvida, não simplesmente às pedras, tão abundantes ali no deserto, mas às pedras dos corações endurecidos pelo erro e pelo pecado.

João preparou o caminho para Jesus. Ele é o Precursor. Seria maravilhoso que na devoção popular a São João Batista – tão folclórica! – não faltasse esse elemento. Saber que ele nos leva a Cristo. Ele não é um ponto de chegada! Ele é o caminho. E nos leva a Cristo pela palavra, pelo exemplo, pelo desejo sincero de levar todos a fugir do pecado e a conseguir a salvação.

Esse mesmo Isaías que nos definiu com palavras tão felizes a pessoa de João Batista – a voz que clama no deserto -, fala-nos de Cristo com palavras ainda mais maravilhosas, que podemos encontrar a cada passo na liturgia. Neste domingo, por exemplo, encontramos um verdadeiro perfil de Cristo, enquanto cheio da presença do Espírito Santo: Ele é “um rebento da raiz de Jessé – isto é, um descendente de Davi -, sobre quem repousa o Espírito do Senhor! Espírito de Sabedoria e de discernimento, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e de piedade, e o encherá do Espírito do temor do Senhor! Notemos que essa enumeração, adotada pelo texto da Vulgata, corresponde à nossa lista dos “sete dons do Espírito Santo, como aparecem no ritual do sacramento da Crisma.

Esse Cristo, cheio do Espírito do Senhor, transformará a terra numa terra de paz: o lobo habitando com o cordeiro, o cabrito com o leopardo, a vaca com o urso, a criancinha podendo pôr sem medo a mão na cova da serpente. Não haverá perigo, porque o conhecimento do Senhor encherá a terra como as águas enchem o mar (cfr Is 11,1-10). E o profeta conclui com esta proclamação de vitória: Naquele dia, a raiz de Jessé se erguerá como sinal dos povos” (v. 10). Como um grande estandarte levantado no coração da História. Como irá proclamar a carta aos hebreus: “Cristo ontem, hoje e para todos os séculos! (Hb 13,8).

Espírito que converte, toca o coração de todas as pessoas para que, abandonando seus erros e vícios, voltem-se para Jesus, por uma sincera conversão.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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