Liturgia Diária
25 – TERÇA-FEIRA
MISSA DO DIA
As promessas de Deus se cumprem: um menino nasceu para nós. Jesus é o portador da paz e da salvação e a Palavra que se fez carne e habitou em nosso meio. Exultantes celebremos o esplendor da glória do Pai.
Evangelho: João 1,1-18 ou 1-5.9-14
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – [1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.] 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que [era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela –, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.] 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 1,1-18 ou 1-5.9-14
Comentário do Padre Guilherme
O início do quarto Evangelho traz esse trecho que costuma ser chamado de “prólogo”. Prólogo significa uma introdução, uma pequena explicação do que será contado depois. O evangelista faz mais ou menos um resumo do que irá falar em seu escrito. Fala coisas profundas a respeito da Santíssima Trindade. Já inicia seu escrito com as palavras “No princípio”. Essa expressão, na verdade, é uma repetição das primeiras palavras do livro do Gênesis. João quer dizer que a existência da segunda pessoa da Santíssima Trindade vem desde o início absoluto da história, antes da criação do mundo. Ou seja, desde a eternidade.
Palavra e Verbo são também nomes que servem para falar dessa segunda pessoa da Santíssima Trindade, que existe em comunhão com as outras duas, mas sendo uma pessoa distinta. Em escritos do Antigo Testamento é dito muitas vezes sobre a existência dessa pessoa, Palavra de Deus, através de Quem tudo o que existe foi criado (Sl 33,6.9; 147,15-18; Is 40,26; 48,3; Sb 9,1.9; Gn 1,3). Toda a atividade criadora é obra do Pai e do Filho. Por isso, é dessa segunda pessoa, Verbo de Deus, Palavra de Deus, que vem também a vida do ser humano. Assim, nessa pessoa está a fonte de tudo que pode levar os seres humanos a viverem de forma plena. Por ser a Palavra a fonte da vida, é também a luz que pode indicar para todos o caminho para uma vida verdadeira.
Mas a humanidade não compreendeu e nem acolheu a primeira manifestação da Palavra de Deus, que aconteceu na criação. Assim, foi necessário que essa segunda pessoa da Trindade viesse ao mundo. E isso se deu pela encarnação no ventre de Maria, através do homem Jesus Cristo. Ele é a manifestação suprema de Deus no meio da humanidade. Por se tratar de um ser humano como os outros, é uma maneira de Deus falar aos homens em nossa linguagem, do nosso jeito.
Pela fraqueza humana e inclinação ao pecado, novamente houve rejeição por parte de muitos. Jesus não foi bem acolhido. Pelo contrário, sofreu grande perseguição e morreu de forma violenta, covarde e injusta.
Esta nova manifestação divina no meio dos homens, entretanto, não foi totalmente rejeitada. Houve quem acolhesse Jesus. E todos os que acreditarem n’Ele e O seguirem têm possibilidade de se tornar filhos de Deus. É um novo nascimento, não pela carne, mas um nascimento sobrenatural, espiritual.
Jesus Cristo é Deus se aproximando de maneira total da humanidade, vivendo no meio dela. Falando na linguagem humana. Quem O recebe e acredita n’Ele têm possibilidade de contemplar e experimentar a glória de Deus. Em Jesus a humanidade estragada pelo pecado pode se redimir, reassumindo na vida sua verdadeira vocação.
Jesus Cristo é Deus agindo no mundo para resgatar aqueles que, pelo pecado e pela influência do mal, correm o risco de se perder. N’Ele se encontra o caminho para a salvação.
Fonte Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14:00 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.
O PORTÃO DE ENTRADA PARA O CÉU É A PALAVRA Jo 1,1-18
HOMILIA
Estamos diante do portão de entrada, a primeira coisa que se vê ao abrir o Evangelho de João. O Prólogo é como uma fonte, da qual quanto mais se tira água, mais água aparece. Por isso que há muitos escritos sobre o Prólogo de João e nunca se esgota o assunto.
No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A busca de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue abafá-la.
João Batista não era a luz. João Batista veio para ajudar o povo a descobrir e saborear esta presença luminosa e consoladora da Palavra de Deus na vida. O testemunho de João Batista foi tão importante que muita gente pensava que Ele fosse o Cristo (Messias) (At 19,3; Jo 1,20). Por isso o Prólogo continua: “João Batista veio apenas para dar testemunho da luz!” (Jo 12,7s).
Os seus não a receberam (Jo 1,9-11): Assim como a Palavra de Deus se manifesta na natureza, na criação, da mesma maneira ela se manifesta no “mundo”, isto é, na história da humanidade e, de modo particular, na história do povo de Deus. Mas o “mundo” não reconheceu nem recebeu a Palavra. Desde os tempos de Abraão e Moisés, ela “veio para o que era seu, mas os seus não a receberam”. Quando fala “mundo” João indica o sistema tanto do império como da religião da época, fechados sobre si e incapazes de reconhecer e receber a Boa Nova (Evangelho) da presença luminosa da Palavra de Deus.
Os que aceitam tornam-se filhos de Deus. As pessoas que se abriam, aceitando a Palavra, tornavam-se filhos de Deus. A pessoa se torna filho ou filha de Deus não por mérito próprio, nem por ser da raça de Israel, mas pelo simples fato de confiar e crer que Deus, na sua bondade, nos aceita e nos acolhe. A Palavra entra na pessoa fazendo-a sentir-se acolhida por Deus como filho(a). É o poder da graça de Deus.
A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós. Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é Jesus, “cheio de graça e de verdade”. Jesus veio revelar quem é este nosso Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação.
Moisés deu a Lei, Jesus trouxe a Graça e a Verdade (Jo 1,15-17): Estes versículos resumem o testemunho de João Batista a respeito de Jesus: “Aquele que vinha antes de mim passou na minha frente porque existia antes de mim!” (Jo 1,15.30). Jesus nasceu depois de João, mas Ele já estava com Deus desde antes da Criação. Da plenitude dele todos nós recebemos, inclusive o próprio João Batista. Moisés, dando a Lei, nos manifestou a vontade de Deus. Jesus trouxe a Graça e a Verdade que nos ajudam a entender e a observar a Lei.
É como a chuva que lava. Este último versículo resume tudo. Ele evoca a profecia de Isaías segundo a qual a Palavra de Deus é como a chuva que vem do céu e para lá não volta sem ter realizado a sua missão aqui na terra (Is 55,10-11). Assim é a caminhada da Palavra de Deus. Ela veio de Deus e desceu entre nós na pessoa de Jesus. Através da obediência de Jesus ela realizou sua missão aqui na terra. Na hora de morrer, Jesus entregou o Espírito e voltou para o Pai. Cumpriu a missão que tinha recebido.
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, o que tocamos com as nossas mãos, acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos. Porque a Vida manifestou-se e nós vimos e damos testemunho dela. Nós vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e nos foi manifestada. Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos, para que estejais também em união conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo. E vos escrevemos tudo isto, para que a vossa alegria seja completa” (1 Jo 1,1-4).
“No princípio era a Palavra” (Jo 1,1). “A Palavra do nosso Deus permanece eternamente” (Is 40,8). A Palavra de Deus abre a história com a criação do mundo e do homem: “Deus disse” (Gen 1,3.6ss.); proclama que o seu centro está na Encarnação do Filho, Jesus Cristo: “E o Verbo Se fez carne” (Jo 1,14), e fecha-a com a promessa certa do encontro com Ele numa vida sem fim: “Sim, Eu virei em breve” (Ap 22,20).
É a certeza suprema que o próprio Deus, no seu infinito amor, entende dar ao homem de todos os tempos, fazendo do seu povo a sua testemunha. É esse grande mistério da Palavra como supremo dom de Deus que o Sínodo entende adorar, agradecer, meditar, anunciar à Igreja e a todos os povos.
O homem contemporâneo mostra de tantas maneiras que tem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Nota-se hoje, entre os cristãos, uma abertura apaixonada para a Palavra de Deus como fonte de vida e graça de encontro do homem com o Senhor.
Não surpreende, portanto, que a essa abertura do homem responda Deus invisível, que, “na abundância do seu amor, fala aos homens como a amigos e conversa com eles, para os convidar e os receber em comunhão com Ele”. Esta generosa revelação de Deus é um contínuo acontecimento de graça.
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
25 – TERÇA-FEIRA
MISSA DO DIA
As promessas de Deus se cumprem: um menino nasceu para nós. Jesus é o portador da paz e da salvação e a Palavra que se fez carne e habitou em nosso meio. Exultantes celebremos o esplendor da glória do Pai.
Evangelho: João 1,1-18 ou 1-5.9-14
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo João – [1No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus. 2No princípio estava ela com Deus. 3Tudo foi feito por ela, e sem ela nada se fez de tudo que foi feito. 4Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la.] 6Surgiu um homem enviado por Deus; seu nome era João. 7Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. 8Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: 9daquele que [era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano. 10A Palavra estava no mundo – e o mundo foi feito por meio dela –, mas o mundo não quis conhecê-la. 11Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram. 12Mas, a todos os que a receberam, deu-lhes capacidade de se tornarem filhos de Deus, isto é, aos que acreditam em seu nome, 13pois estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus mesmo. 14E a Palavra se fez carne e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e de verdade.] 15Dele João dá testemunho, clamando: “Este é aquele de quem eu disse: O que vem depois de mim passou à minha frente, porque ele existia antes de mim”. 16De sua plenitude todos nós recebemos graça por graça. 17Pois por meio de Moisés foi dada a lei, mas a graça e a verdade nos chegaram através de Jesus Cristo. 18A Deus ninguém jamais viu. Mas o unigênito de Deus, que está na intimidade do Pai, ele no-lo deu a conhecer. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 1,1-18 ou 1-5.9-14
Comentário do Padre Guilherme
O início do quarto Evangelho traz esse trecho que costuma ser chamado de “prólogo”. Prólogo significa uma introdução, uma pequena explicação do que será contado depois. O evangelista faz mais ou menos um resumo do que irá falar em seu escrito. Fala coisas profundas a respeito da Santíssima Trindade. Já inicia seu escrito com as palavras “No princípio”. Essa expressão, na verdade, é uma repetição das primeiras palavras do livro do Gênesis. João quer dizer que a existência da segunda pessoa da Santíssima Trindade vem desde o início absoluto da história, antes da criação do mundo. Ou seja, desde a eternidade.
Palavra e Verbo são também nomes que servem para falar dessa segunda pessoa da Santíssima Trindade, que existe em comunhão com as outras duas, mas sendo uma pessoa distinta. Em escritos do Antigo Testamento é dito muitas vezes sobre a existência dessa pessoa, Palavra de Deus, através de Quem tudo o que existe foi criado (Sl 33,6.9; 147,15-18; Is 40,26; 48,3; Sb 9,1.9; Gn 1,3). Toda a atividade criadora é obra do Pai e do Filho. Por isso, é dessa segunda pessoa, Verbo de Deus, Palavra de Deus, que vem também a vida do ser humano. Assim, nessa pessoa está a fonte de tudo que pode levar os seres humanos a viverem de forma plena. Por ser a Palavra a fonte da vida, é também a luz que pode indicar para todos o caminho para uma vida verdadeira.
Mas a humanidade não compreendeu e nem acolheu a primeira manifestação da Palavra de Deus, que aconteceu na criação. Assim, foi necessário que essa segunda pessoa da Trindade viesse ao mundo. E isso se deu pela encarnação no ventre de Maria, através do homem Jesus Cristo. Ele é a manifestação suprema de Deus no meio da humanidade. Por se tratar de um ser humano como os outros, é uma maneira de Deus falar aos homens em nossa linguagem, do nosso jeito.
Pela fraqueza humana e inclinação ao pecado, novamente houve rejeição por parte de muitos. Jesus não foi bem acolhido. Pelo contrário, sofreu grande perseguição e morreu de forma violenta, covarde e injusta.
Esta nova manifestação divina no meio dos homens, entretanto, não foi totalmente rejeitada. Houve quem acolhesse Jesus. E todos os que acreditarem n’Ele e O seguirem têm possibilidade de se tornar filhos de Deus. É um novo nascimento, não pela carne, mas um nascimento sobrenatural, espiritual.
Jesus Cristo é Deus se aproximando de maneira total da humanidade, vivendo no meio dela. Falando na linguagem humana. Quem O recebe e acredita n’Ele têm possibilidade de contemplar e experimentar a glória de Deus. Em Jesus a humanidade estragada pelo pecado pode se redimir, reassumindo na vida sua verdadeira vocação.
Jesus Cristo é Deus agindo no mundo para resgatar aqueles que, pelo pecado e pela influência do mal, correm o risco de se perder. N’Ele se encontra o caminho para a salvação.
Fonte Padre Guilherme da Silveira Machado é administrador paroquial na Paróquia de São Sebastião, em Leandro Ferreira. Apresenta os programas Caminhada na Fé, toda sexta-feira, às 14:00 horas, na Rádio Divinópolis AM 720 e Momento Mariano, aos domingos, ao meio-dia, na Rádio Santana FM 96,9.
O PORTÃO DE ENTRADA PARA O CÉU É A PALAVRA Jo 1,1-18
HOMILIA
Estamos diante do portão de entrada, a primeira coisa que se vê ao abrir o Evangelho de João. O Prólogo é como uma fonte, da qual quanto mais se tira água, mais água aparece. Por isso que há muitos escritos sobre o Prólogo de João e nunca se esgota o assunto.
No princípio era a Palavra, luz para todo ser humano. “No princípio era a Palavra…” faz pensar na primeira frase da Bíblia que diz: “No princípio Deus criou o céu e a terra”. Deus criou por meio da sua Palavra. “Ele falou e as coisas começaram a existir”. Todas as criaturas são uma expressão da Palavra de Deus. O prólogo diz que a presença universal da Palavra de Deus é vida e luz para todo ser humano. Esta Palavra viva de Deus, presente em todas as coisas, brilha nas trevas. As trevas tentam apagá-la, mas não conseguem. A busca de Deus renasce constantemente no coração humano. Ninguém consegue abafá-la.
João Batista não era a luz. João Batista veio para ajudar o povo a descobrir e saborear esta presença luminosa e consoladora da Palavra de Deus na vida. O testemunho de João Batista foi tão importante que muita gente pensava que Ele fosse o Cristo (Messias) (At 19,3; Jo 1,20). Por isso o Prólogo continua: “João Batista veio apenas para dar testemunho da luz!” (Jo 12,7s).
Os seus não a receberam (Jo 1,9-11): Assim como a Palavra de Deus se manifesta na natureza, na criação, da mesma maneira ela se manifesta no “mundo”, isto é, na história da humanidade e, de modo particular, na história do povo de Deus. Mas o “mundo” não reconheceu nem recebeu a Palavra. Desde os tempos de Abraão e Moisés, ela “veio para o que era seu, mas os seus não a receberam”. Quando fala “mundo” João indica o sistema tanto do império como da religião da época, fechados sobre si e incapazes de reconhecer e receber a Boa Nova (Evangelho) da presença luminosa da Palavra de Deus.
Os que aceitam tornam-se filhos de Deus. As pessoas que se abriam, aceitando a Palavra, tornavam-se filhos de Deus. A pessoa se torna filho ou filha de Deus não por mérito próprio, nem por ser da raça de Israel, mas pelo simples fato de confiar e crer que Deus, na sua bondade, nos aceita e nos acolhe. A Palavra entra na pessoa fazendo-a sentir-se acolhida por Deus como filho(a). É o poder da graça de Deus.
A Palavra se fez carne. Deus não quer ficar longe de nós. Por isso a sua Palavra chegou mais perto ainda e se fez presente no meio de nós na pessoa de Jesus. Literalmente o texto diz: “A Palavra se fez carne e montou sua tenda no meio de nós!”. No tempo do Êxodo, lá no deserto, Deus vivia numa tenda, no meio do povo (Ex 25,8). Agora, a tenda onde Deus mora conosco é Jesus, “cheio de graça e de verdade”. Jesus veio revelar quem é este nosso Deus que está presente em tudo, desde o começo da criação.
Moisés deu a Lei, Jesus trouxe a Graça e a Verdade (Jo 1,15-17): Estes versículos resumem o testemunho de João Batista a respeito de Jesus: “Aquele que vinha antes de mim passou na minha frente porque existia antes de mim!” (Jo 1,15.30). Jesus nasceu depois de João, mas Ele já estava com Deus desde antes da Criação. Da plenitude dele todos nós recebemos, inclusive o próprio João Batista. Moisés, dando a Lei, nos manifestou a vontade de Deus. Jesus trouxe a Graça e a Verdade que nos ajudam a entender e a observar a Lei.
É como a chuva que lava. Este último versículo resume tudo. Ele evoca a profecia de Isaías segundo a qual a Palavra de Deus é como a chuva que vem do céu e para lá não volta sem ter realizado a sua missão aqui na terra (Is 55,10-11). Assim é a caminhada da Palavra de Deus. Ela veio de Deus e desceu entre nós na pessoa de Jesus. Através da obediência de Jesus ela realizou sua missão aqui na terra. Na hora de morrer, Jesus entregou o Espírito e voltou para o Pai. Cumpriu a missão que tinha recebido.
“O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos, o que tocamos com as nossas mãos, acerca do Verbo da Vida, é o que nós vos anunciamos. Porque a Vida manifestou-se e nós vimos e damos testemunho dela. Nós vos anunciamos a Vida eterna, que estava junto do Pai e nos foi manifestada. Nós vos anunciamos o que vimos e ouvimos, para que estejais também em união conosco. E a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho, Jesus Cristo. E vos escrevemos tudo isto, para que a vossa alegria seja completa” (1 Jo 1,1-4).
“No princípio era a Palavra” (Jo 1,1). “A Palavra do nosso Deus permanece eternamente” (Is 40,8). A Palavra de Deus abre a história com a criação do mundo e do homem: “Deus disse” (Gen 1,3.6ss.); proclama que o seu centro está na Encarnação do Filho, Jesus Cristo: “E o Verbo Se fez carne” (Jo 1,14), e fecha-a com a promessa certa do encontro com Ele numa vida sem fim: “Sim, Eu virei em breve” (Ap 22,20).
É a certeza suprema que o próprio Deus, no seu infinito amor, entende dar ao homem de todos os tempos, fazendo do seu povo a sua testemunha. É esse grande mistério da Palavra como supremo dom de Deus que o Sínodo entende adorar, agradecer, meditar, anunciar à Igreja e a todos os povos.
O homem contemporâneo mostra de tantas maneiras que tem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Nota-se hoje, entre os cristãos, uma abertura apaixonada para a Palavra de Deus como fonte de vida e graça de encontro do homem com o Senhor.
Não surpreende, portanto, que a essa abertura do homem responda Deus invisível, que, “na abundância do seu amor, fala aos homens como a amigos e conversa com eles, para os convidar e os receber em comunhão com Ele”. Esta generosa revelação de Deus é um contínuo acontecimento de graça.
Senhor Jesus, que eu veja tua glória de Filho de Deus resplandecer em teus gestos misericordiosos em favor da humanidade.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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