sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 1,1-17 - 17.12.2018

Liturgia Diária

17 – SEGUNDA-FEIRA   
3ª SEMANA DO ADVENTO

Alegremo-nos no Senhor, porque ele veio, virá novamente e terá compaixão do seu povo. A caminho do Natal, esperamos aquele a quem convergem todas as gerações e toda a história.

Evangelho: Mateus 1,1-17

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 1Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2Abraão gerou Isaac; Isaac gerou Jacó; Jacó gerou Judá e seus irmãos. 3Judá gerou Farés e Zara, cuja mãe era Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram; 4Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon; 5Salmon gerou Booz, cuja mãe era Raab. Booz gerou Obed, cuja mãe era Rute. Obed gerou Jessé. 6Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, daquela que tinha sido a mulher de Urias. 7Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa; 8Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias; 9Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias; 10Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias. 11Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. 12Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel; 13Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor; 14Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud; 15Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó. 16Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo. 17Assim, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até Cristo, quatorze. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Mateus 1,1-17
«Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão»

Rev. D. Vicenç GUINOT i Gómez
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)

Hoje, na liturgia da missa lemos a genealogia de Jesus, e vem ao pensamento uma frase que se repete nos ambientes rurais catalães: «Josés, burros e Joões, há-os em todos os lugares». Por isso para distingui-los, se usa como motivo o nome das casas. Assim, fala-se, por exemplo: José, o da casa de Filomena; José, o da casa de Soledade… dessa maneira, uma pessoa fica facilmente identificada. O problema é que se fica marcado pela boa ou má fama dos seus antepassados. É o que sucede com o «Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão» (Mt 1,1).

São Mateus nos disse que Jesus é verdadeiro Homem. Dito de outro modo, que Jesus —como todo o homem e como toda a mulher que chega a este mundo — não parte do zero, mas trás já atrás de si toda uma história. Isto quer dizer que a Encarnação é a sério, que quando Deus se faz homem, o faz com todas as consequências. O Filho de Deus, ao vir a este mundo, assume também um passado familiar.

Rasteando os personagens da lista, podemos ver que Jesus —pelo que refere a sua genealogia familiar—não apresenta um “processo imaculado”. Como escreveu o Cardeal Nguyen van Thuan, «neste mundo, se um povo escrever a sua história oficial, falará da sua grandeza… É um caso único, admirável e esplêndido encontrar um povo cuja história oficial não esconde os pecados dos seus antepassados». Aparecem pecados como o homicídio (Davi), a idolatria (Salomão), ou a prostituição (Rahab). E junto com isso há também momentos de graça e de fidelidade a Deus, e sobretudo as figuras de José e Maria, «da qual nasceu Jesus, chamado Cristo» (Mt 1,16).

Definitivamente, a genealogia de Jesus nos ajuda a contemplar o mistério que estamos quase a celebrar: que Deus se fez Homem, verdadeiro Homem, que «habitou entre nós» (Jo 1,14).

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OS ANTEPASSADOS DE JESUS CRISTO Mt 1,1-17
HOMILIA

Por que davam tanto valor à genealogia? Era o meio infalível de preservar a identidade do povo israelita mesclado com outros povos. Os sacerdotes, bem como os que pretendiam um cargo público, deviam apresentar uma árvore genealógica sem mancha legal. Era uma honra descender de um tronco antigo, muito mais se ligado a Davi, cuja estirpe era portadora da mais elevada promessa: dela viria o Messias, Rei eterno (cf. SI 88,30). Prova que Jesus é verdadeiro homem e não um ser mitológico.

Na ascendência genealógica do Messias, só se considerava o primogênito. Aqui, Judá toma o lugar de Rubem, que era o primogênito (cf. Gn 29,32). Como assim? Rubem profanou o leito de seu pai; Jacó transferiu então para Judá a promessa da dignidade real messiânica (cf. Gn 49,10) e o primado sobre todos seus irmãos, cabeças das 12 tribos de Israel; deu ajuda a primogenitura (cf. Gn 35,22; 49,4; 1Cr 5,1).

Mateus escreve para os judeus, a quem só interessava provarem-se descendentes de Abraão. Lucas dirige-se aos pagãos convertidos, para mostrar a dimensão universal da missão de Jesus, que veio para salvar não só os judeus, mas todos os descendentes de Adão.

Basta considerar que entre Esrom e Naasson decorreram os 430 anos da estadia dos hebreus no Egito (cf. Ex 12,40), tempo que exige mais de 14 gerações, atribuindo-se mais ou menos 25 anos a cada geração. Mateus omite vários nomes intermediários. Também entre Salmon e Davi medeiam 350 anos, e nessa lista só constam 4 gerações. Entre Jorão e Ozias, foram omitidos os reis Ocozias, Joás e Amasias. Mateus, como fazem frequentemente os orientais, quis apresentar 14 gerações convencionais antes da escravidão na Babilônia por questão de simetria, para facilitar a memória, porque o objetivo não é dar a conhecer todos os ascendentes e sim mostrar os mais ilustres e famosos. Por exemplo, os três reis, Ocozias, Joás e Amasias foram maus e, por parte de mãe, vinham da família do também ímpio Acab, amaldiçoado por Deus (cf. 1Rs 21,21; Ex 20,5). Entre Josias e Jeconias, foi omitido Joaquim, por ter sido feito rei por Necao, faraó do Egito, e não pelo povo. Também para forçar o número artificial de 14 é preciso contar duas vezes Jeconias, antes e depois de Babilônia. De Abiud a José, os nomes não constam dos livros sagrados, mas de arquivos públicos. Catorze é múltiplo de 7, número sagrado para os hebreus, porque ligado à ordem dos planos divinos na história. Ou Mateus pode ter-se inspirado no valor simbólico da soma das consoantes do nome David no original, quando ainda não havia vogais: D = 4, V = 6, D = 4; total = 14.

Que dizer da presença de mulheres na ascendência de Jesus? Nas genealogias normalmente não se consideravam as mães. Na de Jesus, contrariando o uso judaico, foram inseridas algumas, não célebres matriarcas, como Sara de Abraão, Rebeca de Isaac, Lia e Raquel de Jacó, mas quatro, quase todas mal afamadas: Tamar, cananéia engravidada por seu sogro Judá (cf. Gn 38,13-19); Raab, prostituta cananéia em Jericó (cf.Js 2,1), Rute, moabita de sã conduta, mas pagã (cf. Rt 4,13-17) e Betsabé, a que adulterou com Davi (cf. 2Sm 11,3-5).

Mateus quer dar a entender que Jesus engloba toda a história de Israel, com suas glórias e seus erros, e que veio como Salvador de todos, judeus e pagãos (lição de universalismo), justos e pecadores (lição de graça), como “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29; cf. 2Cor 5,21). Ensina que nem mesmo a indignidade do homem consegue anular os planos de Deus em sua marcha por caminhos às vezes tortuosos e cheios de mistérios. Deus é fiel, mesmo quando o homem O nega.

José é um particípio presente que significa “aumentando”, “crescendo” (cf. Gn 30,24). Maria, Míriam ou Mariana é “senhora” ou “exaltada”. Jesus, lehoshua em hebraico, é “Deus salva” ou “salvador”. Cristo (grego) e Messias (hebraico) significam “ungido”, “consagrado” (cf. Ex 28,41; I Sm 10,1). Ungiam-se os reis e sacerdotes. Desde os tempos de Daniel, o nome de Messias foi atribuído ao Rei e Sacerdote por excelência, anunciado pelos profetas e esperado por todo o Israel. Ungir era consagrar para a mais importante missão.

Nas genealogias só se consideravam os homens. Ora, Maria, que era também descendente de Davi (cf. Rm 1,3; 2Tm 2,8), não tendo irmãos homens, devia casar-se com um parente para garantir a continuidade da estirpe davídica. José, por direito judaico, tornou-se o pai legal de Jesus, a quem deu o caráter legal da descendência davídica por ser legítimo esposo de Maria. Pai legal não era só quem gerava, mas também quem adotava ou quem recebia um filho em força da lei do levirato. Assim Lucas diz: José, filho de Heli, enquanto Mateus o dá como filho de Jacó. É que Heli morreu sem filhos e Jacó casou-se com a esposa de Heli, para dar a este descendência. José é filho natural de Jacó e filho legal de Heli.

A vida de Jesus começa com Sua inserção na história humana. Desde então Ele não estará longe, e sim junto de nós, solidário conosco, fazendo parte de uma raça, de uma família, de uma cultura com todas as suas implicações, um homem como nós apesar de ser totalmente diferente. Provém de Abraão, a quem fora prometida uma bênção (o próprio Jesus) que seria para todos os povos (cf. Gn 12,3), e provém de Davi, a cuja prole estava reservado um trono não político, mas eterno (cf. 2Sm 7,12-13; SI 88,29-30; 131,11-12).

No Messias, filho de Abraão, toda a humanidade é destinada a receber a realização da promessa de uma bênção eterna que, concretamente, é Jesus Cristo. A árvore genealógica de Jesus sintetiza toda a História da Salvação, inteiramente orientada para o seu luminoso termo: Jesus Cristo. A história antiga estava grávida de Cristo e trouxe Deus presente, mesmo nos caminhos tortuosos da humanidade. Tortuosos, mas incapazes de atravancar os planos pré-estabelecidos por Deus. Tortuosos, mas cheios de mistérios! O homem foi criado à semelhança de Deus. Adão gerou um filho à sua imagem e semelhança. Gerar, ser pai, é transmitir, pelo sangue, a imagem de Deus! (cf. Gn 5,1-3).

Obrigado pelos meus antepassados, Senhor. Sei que foram instrumentos de Deus para me transmitirem a vida com saúde e a força da fé que ilumina meu caminhar. Reconheço que tudo em mim é obra de um amor eterno. Perdão pelas atitudes que não refletiram minha imagem e semelhança divinas.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/


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