Liturgia Diária
DIA 23 – SÁBADO
11ª SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Quando libertos de preocupações e valores vazios, podemos valorizar o tempo presente e estar atentos às nossas responsabilidades cristãs, sem angústias e aflições desnecessárias.
Evangelho: Mateus 6,24-34
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24“Ninguém pode servir a dois senhores, pois ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. 25Por isso eu vos digo, não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? 26Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? 27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida só pelo fato de se preocupar com isso? 28E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29Porém eu vos digo, nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé? 31Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ‘O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir?’ 32Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. 33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. 34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia, bastam seus próprios problemas”.
– Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 6,24-34
«Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo»
P. Jacques PHILIPPE
(Cordes sur Ciel, França)
Hoje, o Evangelho fala claramente de viver o “momento presente”: não voltar ao passado, mas, ceder em Deus e sua misericórdia. Não atormentar-se pela manhã, mas, confiar na sua providência. Santa Teresinha do Menino Jesus: «Só me guia o abandono, e não tenho outra bússola!».
A preocupação jamais tem resolvido algum problema. O que resolve problema é a confiança, a fé. «Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje está aí e amanhã é lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, gente fraca de fé?» (Mt 6,30), disse Jesus.
A vida não é por si mesma por demais problemática, é o homem que precisa de fé... A existência não é sempre fácil. As vezes é pesada; com frequência nos sentimos feridos e escandalizado pelo o que sucede em nossas vidas ou nas dos demais. Mas, enfrentemos tudo isto com fé e tentemos viver dia após dia, com a confiança que Deus cumprirá suas promessas. A fé nos levará a salvação.
«Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá sua própria preocupação! A cada dia basta o seu mal» (Mt 6,34). O que isso significa? Hoje buscas viver de maneira justa, segundo a lógica do reino, na confiança, na simplicidade, a procura de Deus, o abandono. E Deus se ocupará do resto...
Dia após dia. É muito importante. O que nos esgota muitas vezes é todas essas lembranças do passado e o medo do futuro; enquanto que, quando vivemos no momento presente, de maneira misteriosa, encontramos a força. O que tenho que viver hoje, tenho a graça de Deus para vivê-lo. Se amanhã devo fazer frente a situações mais difíceis, Deus dará sua graça. A graça de Deus se dá ao momento, no dia a dia. Viver o memento presente significa aceitar a fraqueza: renunciar o passado ou dominar o futuro e contentar-se com o presente.
«Não vos preocupeis com o dia de amanhã»
Rev. D. Carles ELÍAS i Cao
(Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus diz-nos: «Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro» (Mt 6,24). Com estas palavras confronta-nos com a nossa insegurança, que tentamos superar apoiando-nos na tranquilidade de ter, não só o necessário, mas também o que nos apetece, o que nos leva ao consumismo e ao desperdício.
«Que escute o avarento; que escute aquele que pensa que, chamando-se cristão, pode servir ao mesmo tempo as riquezas e Cristo. Contudo, não falo daquele que tem riquezas, mas sim daquele que serve as riquezas; daquele que é escravo das riquezas e que as guarda como um escravo; pois quem se livrou dessa escravidão consegue distribuir as riquezas como um senhor» (São Jerónimo).
Como nas bem-aventuranças —ou como noutra passagem chave, como a do mandamento novo (Jo 13,34-35)—, hoje o Senhor convida a decidirmo-nos por uma confiança ilimitada num Pai que se nos dá como providência, pela busca do Reino da justiça, da paz e da alegria, por uma verdadeira pobreza interior da alma, que retorne uma e outra vez com “gemidos inefáveis” (cf. Rm 8,26) a Quem unicamente pode saciar o nosso desejo de plenitude e de eternidade. Tomando como ponto de partida este abandono, esta precariedade conscientemente assumida, ponhamos toda a nossa esperança no seguimento de Cristo.
Deixando o passado ao perdão de Deus e afugentando temores e preocupações por um futuro que ainda não chegou, Jesus convida-nos a viver o dia de “hoje”, que é o único que agora temos. E neste “hoje” Ele oferece-se como o pão de cada dia. «Só o presente nos pertence, sendo incerta a esperança do futuro (...). Basta a cada dia o seu mal. Porque nos angustiamos com o amanhã?» (São Gregório de Nisa).
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |
Homilia de Mons. José Maria Pereira
Viver o Presente!
A Palavra de Deus em Is. 49, 14-15 tem a expressão mais profunda e eloquente da ternura maternal de Deus e de seu amor ao povo eleito e ao homem. A mãe não ama seu filho porque ele é bom, mas porque é seu filho.
Deus é comparado a uma MÃE CARINHOSA, que não esquece de seu filhinho: “Poderá uma mãe esquecer de seu filhinho, e não amar o fruto do seu ventre?
Mesmo se houvesse alguma mulher capaz de esquecê-lo, Eu não te esqueceria jamais” (Is 49, 14-15).
No Evangelho (Mt 6, 24-34) Jesus ensina as pessoas a buscarem o essencial, o que realmente conta.
O Senhor dá-nos este conselho: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas” (Mt 6, 34). “E porque ficais preocupados com a roupa?” (Mt 6, 28). Jesus não diz que não nos ocupemos das coisas que se referem ao alimento e ao vestuário, mas que não nos preocupemos com desassossego e perturbação dessas coisas. É como se dissesse: “Não vos preocupeis excessivamente com os bens materiais, ainda que necessários à vida; não estais sobre a terra para aqui viverdes imersos em pensamentos de coisas materiais, sois filhos de Deus, bem superiores às flores do campo e às aves do céu. Deus pensará em vós, mais do que pensa nas outras criaturas e vos dará o necessário.”
“Tudo mais vos será dado por acréscimo”, segundo comenta Santo Agostinho: “não como um bem no qual devais fixar a vossa atenção, mas como um meio pelo qual possais chegar ao sumo e verdadeiro bem.”
Trata-se de uma atitude de fé viva na Providência divina e de confiança filial no Pai Celeste, que conduz à paz e serenidade de espírito.
“Para cada dia bastam seus próprios problemas.”
O ontem já passou; o amanhã não sabemos se chegará para cada um de nós, pois a ninguém foi entregue o seu porvir. Do dia de ontem, só ficaram muitos motivos de ação de graças pelos inúmeros benefícios e ajudas de Deus, bem como daqueles que convivem conosco. Com certeza pudemos aumentar, nem que fosse um pouco, o nosso tesouro no Céu. Podemos dizer do dia de ontem, com palavras do salmista: “O Senhor tornou-se o meu apoio, libertou-me da angústia e salvou-me porque me ama.” (Sl 17, 19-20).
O amanhã “ainda não é”, e, se chegar, será o dia mais belo que jamais pudemos sonhar, porque foi preparado pelo nosso Pai-Deus para que nos santifiquemos: “Vós sois o meu Deus, os meus dias estão nas vossas mãos” (Sl 31, 16). Não há razões objetivas para andarmos angustiados e preocupados pelo dia de amanhã: teremos as graças necessárias para enfrentá-lo e sair vitoriosos.
O que importa é o hoje. É o que temos para amar e para nos santificarmos, através de inúmeros pequenos acontecimentos que constituem a trama de um dia.
Aqui e agora é que eu tenho que amar a Deus com todo o meu coração… e com obras.
Boa parte da santidade e da eficácia consiste certamente em vivermos cada dia como se fosse o único da nossa vida. Dias para serem cumulados de amor de Deus e terminados com as mãos cheias de boas obras. O dia de hoje não se repetirá nunca, e o Senhor, espera que o impregnemos de Amor e de pequenos serviços aos nossos irmãos. As aflições procedem, pois, quase sempre, de não vivermos com intensidade o momento atual e de termos pouca fé na Previdência. Por isso desapareceriam se disséssemos sinceramente ao Senhor: “quero o que queres, quero porque o queres, quero como o que queres, quero enquanto o quiseres” (Oração de Clemente XI). Vêm então a alegria e a paz.
“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24). “Os bens da terra, diz São Josemaria Escrivá, não são maus; pervertem-se, quando o homem os torna como ídolos e se prostra diante deles; mas tornam-se nobres, quando os converte em instrumentos para alcançar o bem, numa missão de justiça e de caridade. Não podemos correr atrás dos bens econômicos como quem procura um tesouro; o nosso tesouro é Cristo e nEle se há de concentrar todo o nosso amor, porque onde está o nosso tesouro, aí está também o nosso coração (Mt 6, 21)” (Cristo que passa, nº 35).
Deixemos de ser servos do dinheiro e escravos de nós mesmos, para servir no Senhor com alegria e livres da angústia possessiva.
Aproveitemos bem o dia que estamos vivendo! Todos os dias da nossa vida estão presididos por Deus que tanto nos quer. E só temos capacidade para viver o presente!
Aqui e agora devemos ser generosos com Deus, fugindo da tibieza.
Mons. José Maria Pereira
Fonte http://www.presbiteros.com.br/
DIA 23 – SÁBADO
11ª SEMANA COMUM
(verde – ofício do dia)
Quando libertos de preocupações e valores vazios, podemos valorizar o tempo presente e estar atentos às nossas responsabilidades cristãs, sem angústias e aflições desnecessárias.
Evangelho: Mateus 6,24-34
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 24“Ninguém pode servir a dois senhores, pois ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro. 25Por isso eu vos digo, não vos preocupeis com a vossa vida, com o que havereis de comer ou beber; nem com o vosso corpo, com o que havereis de vestir. Afinal, a vida não vale mais do que o alimento, e o corpo, mais do que a roupa? 26Olhai os pássaros dos céus: eles não semeiam, não colhem nem ajuntam em armazéns. No entanto, vosso Pai que está nos céus os alimenta. Vós não valeis mais do que os pássaros? 27Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida só pelo fato de se preocupar com isso? 28E por que ficais preocupados com a roupa? Olhai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29Porém eu vos digo, nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, não fará ele muito mais por vós, gente de pouca fé? 31Portanto, não vos preocupeis, dizendo: ‘O que vamos comer? O que vamos beber? Como vamos nos vestir?’ 32Os pagãos é que procuram essas coisas. Vosso Pai, que está nos céus, sabe que precisais de tudo isso. 33Pelo contrário, buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas por acréscimo. 34Portanto, não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia, bastam seus próprios problemas”.
– Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 6,24-34
«Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo»
P. Jacques PHILIPPE
(Cordes sur Ciel, França)
Hoje, o Evangelho fala claramente de viver o “momento presente”: não voltar ao passado, mas, ceder em Deus e sua misericórdia. Não atormentar-se pela manhã, mas, confiar na sua providência. Santa Teresinha do Menino Jesus: «Só me guia o abandono, e não tenho outra bússola!».
A preocupação jamais tem resolvido algum problema. O que resolve problema é a confiança, a fé. «Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje está aí e amanhã é lançada ao forno, não fará ele muito mais por vós, gente fraca de fé?» (Mt 6,30), disse Jesus.
A vida não é por si mesma por demais problemática, é o homem que precisa de fé... A existência não é sempre fácil. As vezes é pesada; com frequência nos sentimos feridos e escandalizado pelo o que sucede em nossas vidas ou nas dos demais. Mas, enfrentemos tudo isto com fé e tentemos viver dia após dia, com a confiança que Deus cumprirá suas promessas. A fé nos levará a salvação.
«Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá sua própria preocupação! A cada dia basta o seu mal» (Mt 6,34). O que isso significa? Hoje buscas viver de maneira justa, segundo a lógica do reino, na confiança, na simplicidade, a procura de Deus, o abandono. E Deus se ocupará do resto...
Dia após dia. É muito importante. O que nos esgota muitas vezes é todas essas lembranças do passado e o medo do futuro; enquanto que, quando vivemos no momento presente, de maneira misteriosa, encontramos a força. O que tenho que viver hoje, tenho a graça de Deus para vivê-lo. Se amanhã devo fazer frente a situações mais difíceis, Deus dará sua graça. A graça de Deus se dá ao momento, no dia a dia. Viver o memento presente significa aceitar a fraqueza: renunciar o passado ou dominar o futuro e contentar-se com o presente.
«Não vos preocupeis com o dia de amanhã»
Rev. D. Carles ELÍAS i Cao
(Barcelona, Espanha)
Hoje, Jesus diz-nos: «Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro» (Mt 6,24). Com estas palavras confronta-nos com a nossa insegurança, que tentamos superar apoiando-nos na tranquilidade de ter, não só o necessário, mas também o que nos apetece, o que nos leva ao consumismo e ao desperdício.
«Que escute o avarento; que escute aquele que pensa que, chamando-se cristão, pode servir ao mesmo tempo as riquezas e Cristo. Contudo, não falo daquele que tem riquezas, mas sim daquele que serve as riquezas; daquele que é escravo das riquezas e que as guarda como um escravo; pois quem se livrou dessa escravidão consegue distribuir as riquezas como um senhor» (São Jerónimo).
Como nas bem-aventuranças —ou como noutra passagem chave, como a do mandamento novo (Jo 13,34-35)—, hoje o Senhor convida a decidirmo-nos por uma confiança ilimitada num Pai que se nos dá como providência, pela busca do Reino da justiça, da paz e da alegria, por uma verdadeira pobreza interior da alma, que retorne uma e outra vez com “gemidos inefáveis” (cf. Rm 8,26) a Quem unicamente pode saciar o nosso desejo de plenitude e de eternidade. Tomando como ponto de partida este abandono, esta precariedade conscientemente assumida, ponhamos toda a nossa esperança no seguimento de Cristo.
Deixando o passado ao perdão de Deus e afugentando temores e preocupações por um futuro que ainda não chegou, Jesus convida-nos a viver o dia de “hoje”, que é o único que agora temos. E neste “hoje” Ele oferece-se como o pão de cada dia. «Só o presente nos pertence, sendo incerta a esperança do futuro (...). Basta a cada dia o seu mal. Porque nos angustiamos com o amanhã?» (São Gregório de Nisa).
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors |
Homilia de Mons. José Maria Pereira
Viver o Presente!
A Palavra de Deus em Is. 49, 14-15 tem a expressão mais profunda e eloquente da ternura maternal de Deus e de seu amor ao povo eleito e ao homem. A mãe não ama seu filho porque ele é bom, mas porque é seu filho.
Deus é comparado a uma MÃE CARINHOSA, que não esquece de seu filhinho: “Poderá uma mãe esquecer de seu filhinho, e não amar o fruto do seu ventre?
Mesmo se houvesse alguma mulher capaz de esquecê-lo, Eu não te esqueceria jamais” (Is 49, 14-15).
No Evangelho (Mt 6, 24-34) Jesus ensina as pessoas a buscarem o essencial, o que realmente conta.
O Senhor dá-nos este conselho: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações! Para cada dia bastam seus próprios problemas” (Mt 6, 34). “E porque ficais preocupados com a roupa?” (Mt 6, 28). Jesus não diz que não nos ocupemos das coisas que se referem ao alimento e ao vestuário, mas que não nos preocupemos com desassossego e perturbação dessas coisas. É como se dissesse: “Não vos preocupeis excessivamente com os bens materiais, ainda que necessários à vida; não estais sobre a terra para aqui viverdes imersos em pensamentos de coisas materiais, sois filhos de Deus, bem superiores às flores do campo e às aves do céu. Deus pensará em vós, mais do que pensa nas outras criaturas e vos dará o necessário.”
“Tudo mais vos será dado por acréscimo”, segundo comenta Santo Agostinho: “não como um bem no qual devais fixar a vossa atenção, mas como um meio pelo qual possais chegar ao sumo e verdadeiro bem.”
Trata-se de uma atitude de fé viva na Providência divina e de confiança filial no Pai Celeste, que conduz à paz e serenidade de espírito.
“Para cada dia bastam seus próprios problemas.”
O ontem já passou; o amanhã não sabemos se chegará para cada um de nós, pois a ninguém foi entregue o seu porvir. Do dia de ontem, só ficaram muitos motivos de ação de graças pelos inúmeros benefícios e ajudas de Deus, bem como daqueles que convivem conosco. Com certeza pudemos aumentar, nem que fosse um pouco, o nosso tesouro no Céu. Podemos dizer do dia de ontem, com palavras do salmista: “O Senhor tornou-se o meu apoio, libertou-me da angústia e salvou-me porque me ama.” (Sl 17, 19-20).
O amanhã “ainda não é”, e, se chegar, será o dia mais belo que jamais pudemos sonhar, porque foi preparado pelo nosso Pai-Deus para que nos santifiquemos: “Vós sois o meu Deus, os meus dias estão nas vossas mãos” (Sl 31, 16). Não há razões objetivas para andarmos angustiados e preocupados pelo dia de amanhã: teremos as graças necessárias para enfrentá-lo e sair vitoriosos.
O que importa é o hoje. É o que temos para amar e para nos santificarmos, através de inúmeros pequenos acontecimentos que constituem a trama de um dia.
Aqui e agora é que eu tenho que amar a Deus com todo o meu coração… e com obras.
Boa parte da santidade e da eficácia consiste certamente em vivermos cada dia como se fosse o único da nossa vida. Dias para serem cumulados de amor de Deus e terminados com as mãos cheias de boas obras. O dia de hoje não se repetirá nunca, e o Senhor, espera que o impregnemos de Amor e de pequenos serviços aos nossos irmãos. As aflições procedem, pois, quase sempre, de não vivermos com intensidade o momento atual e de termos pouca fé na Previdência. Por isso desapareceriam se disséssemos sinceramente ao Senhor: “quero o que queres, quero porque o queres, quero como o que queres, quero enquanto o quiseres” (Oração de Clemente XI). Vêm então a alegria e a paz.
“Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24). “Os bens da terra, diz São Josemaria Escrivá, não são maus; pervertem-se, quando o homem os torna como ídolos e se prostra diante deles; mas tornam-se nobres, quando os converte em instrumentos para alcançar o bem, numa missão de justiça e de caridade. Não podemos correr atrás dos bens econômicos como quem procura um tesouro; o nosso tesouro é Cristo e nEle se há de concentrar todo o nosso amor, porque onde está o nosso tesouro, aí está também o nosso coração (Mt 6, 21)” (Cristo que passa, nº 35).
Deixemos de ser servos do dinheiro e escravos de nós mesmos, para servir no Senhor com alegria e livres da angústia possessiva.
Aproveitemos bem o dia que estamos vivendo! Todos os dias da nossa vida estão presididos por Deus que tanto nos quer. E só temos capacidade para viver o presente!
Aqui e agora devemos ser generosos com Deus, fugindo da tibieza.
Mons. José Maria Pereira
Fonte http://www.presbiteros.com.br/
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