sábado, 17 de fevereiro de 2018

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Mateus 16,13-19 - 22.02.2018

Liturgia Diária
DIA 22 – QUINTA-FEIRA   
CÁTEDRA DE SÃO PEDRO

(branco – ofício da festa)

Inspirado por Deus, Pedro reconhece Jesus como o Messias. Celebrando a Cátedra de Pedro, professemos também nós a nossa fé no enviado do Pai e peçamos-lhe a graça de testemunhá-lo com palavras e obras.

Evangelho: Mateus 16,13-19

Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus

– Naquele tempo, 13Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos seus discípulos: “Quem dizem os homens ser o Filho do homem?” 14Eles responderam: “Alguns dizem que é João Batista; outros, que é Elias; outros, ainda, que é Jeremias ou algum dos profetas”. 15Então Jesus lhes perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” 16Simão Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. 17Respondendo, Jesus lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. 18Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. 19Eu te darei as chaves do reino dos céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”.

– Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br


Reflexão - Evangelho: Mateus 16,13-19

«Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja.»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench
(Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje, celebramos a Cátedra de São Pedro. Pretende-se destacar com esta celebração, o fato de que – como um dom de Jesus Cristo para nós — o edifício da Igreja se apoia sobre o Príncipe dos Apóstolos, que goza de uma ajuda divina peculiar para realizar essa missão. Assim o manifestou o Senhor em Cesareia de Filipo: «Eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja» (Mt 16,18). Efetivamente, «só Pedro foi escolhido para ser posto à frente da vocação de todas as nações, de todos os Apóstolos e de todos os padres da Igreja» (São Leão Magno).

A Igreja beneficiou, desde o seu início, do ministério petrino, de modo que São Pedro e os seus sucessores presidiram a caridade, foram fonte de unidade e tiveram, muito especialmente, a missão de confirmar na verdade os seus irmãos.

Jesus, uma vez ressuscitado, confirmou esta missão a Simão Pedro. Ele, que já tinha chorado, profundamente arrependido, a sua tríplice negação de Jesus, faz agora uma tripla manifestação de amor: «Senhor, tu sabes tudo, tu sabes que te amo» (Jo 21,17). Então o Apóstolo viu com alívio como Jesus não o desdisse e o confirmou, por três vezes, no ministério que antes lhe tinha anunciado: «Cuida das minhas ovelhas» (Jo 21,16.17).

Esta potestade não resulta de mérito próprio, como tão pouco o fora a declaração de fé de Simão em Cesareia: «Não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu» (Mt 16,17). Sim, trata-se de uma autoridade com potestade suprema, recebida para servir. É por isso que o Romano Pontífice, quando assina os seus escritos, o faz com o seguinte título honorífico: Servus servorum Dei.

Trata-se, portanto, de um poder para servir a causa da unidade, fundamentada sobre a verdade. Façamos o propósito de rezar pelo Sucessor de Pedro, de prestar delicada atenção às suas palavras e de agradecer a Deus esta grande dádiva.

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A AFIRMAÇÃO DE PEDRO Mt 16,13-19
HOMILIA

Na narrativa de Mateus encontramos duas de suas características dominantes. Ele acentua a dimensão messiânica de Jesus e já apresenta sinais da instituição eclesial nascente. Escreve na década de 80, quando os discípulos de Jesus oriundos do judaísmo estavam sendo expulsos das sinagogas que até então frequentavam. Ele pretende convencer estes discípulos de que em Jesus se realizam suas esperanças messiânicas moldadas sob a antiga tradição de Israel. Daí o acentuado caráter messiânico atribuído a Jesus por Mateus. Os cristãos, afastados das sinagogas, começam a estruturar-se em uma instituição religiosa própria, na qual a figura de referência é Pedro, já martirizado em Roma. Pedro é apresentado como o fundamento da Igreja e detentor das chaves do Reino dos Céus.

Ó Deus, hoje nos concedeis a alegria de festejar S. Pedro e S.Paulo… apóstolos que nos deram as primícias da fé. Estamos aqui como Igreja a reconhecer a unidade de fé que viveram na diversidade de missão. Por isso os celebramos juntos. Sua fé em Jesus foi força que encontraram para suas vidas e para sua missão. O Espírito moldou seus corações de tal modo que puderam, como diz Paulo, dizer: “Para mim, viver é Cristo” (Fl 1,21). Pedro faz a primeira expressão de fé do discípulo: “Tu és o Messias, o Filho de Deus Vivo” (Mt 16.16). Eu tenho a tentação de ver Pedro mais ligado à tradição e Paulo como um tipo mais avançado e rebelde. Os dois eram parecidos. Vemos Pedro romper com a tradição judaica e entrar em casa de pagãos consciente de que não devia chamar de impuro o que Deus declarara puro (At 10,15). Pedro abre as portas do paganismo ao Evangelho, no Concílio de Jerusalém, tachando a tradição judaica de um jugo impossível de suportar (At.15,10). Era uma grande libertação que fazia dentro de si mesmo pela ação do Espírito. Essa posição liberou a Igreja. Esse ato dá liberdade total a Paulo para evangelizar os pagãos (v.12). Paulo tão forte na liberdade, mantém tradições judaicas como cortar cabelos para cumprir um voto (At 18,18) e, por causa dos judeus, circuncidar Timóteo que tinha pai grego (At 16,3). A fé professada por Pedro se dá em um momento crucial da vida de Jesus, e O anima a seguir rumo à Paixão. Pedro recebe uma bem-aventurança: “Feliz és tu Simão, pois não foi um ser humano que te revelou isso, mas meu Pai que está nos céus”. Tem o dom de ser pedra de alicerce sobre a qual Jesus constrói a Igreja e lhe dá o poder de ligar e desligar (Mt 16,17-19). Paulo reconhece a ação do Espírito: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4,7).

Deram a vida pela Igreja e por Cristo. Rezamos no prefácio: “Unidos pela coroa do martírio, recebem igual veneração”. Eles têm consciência durante sua vida de que a perseguição que sofrem é por causa do Evangelho. Herodes desencadeou a perseguição sobre a Igreja; Matou Tiago e prendeu Pedro para apresentá-lo ao povo e ser morto. Ele foi libertado da prisão por um anjo (At 12,1-11). Paulo tem consciência do fim: “Já estou para ser derramado em sacrifício; aproxima-se o momento de minha partida” (2Tm 4,8). Os dois têm a experiência de que são protegidos pelo Senhor: “O Senhor esteve a meu lado e me deu forças” (v. 17); Pedro reconhece: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar do poder de Herodes e de tudo o que o povo judeu esperava” (v.11).

O ensinamento desta festa à Igreja é a abertura à tradição e ao acolhimento da novidade para ser fiel. A Igreja tem que se voltar sempre para o dinamismo destes dois homens que deram a vida pelo evangelho. Eles nos ensinam. Não podemos ficar na superficialidade e celebrar sem refletir o que os fez grandes. Eles não só são colunas da fé, mas também dão rumos para seu futuro. Vivemos tempos nos quais há tendências de voltar à tradição pela tradição e à novidade pela novidade. Mas devemos partir da fé que professamos em cada celebração.

A Igreja celebra Pedro e Paulo no mesmo dia porque trabalharam na unidade da fé e na diversidade de modalidades. Sua força apostólica está na fé em Jesus. Pedro e Paulo não se diferem pelo apego à tradição ou inovação, mas pelo campo. Ambos têm a tradição que preserva e a inovação que assume caminhos novos. Ambos vivem da fé.

Unidos pelo martírio recebem igual veneração. Sofrem por causa do Evangelho. Herodes prende Pedro e Paulo está preso em Roma com a consciência de ter combatido o bom combate e guardado e fé. Ambos sabem que o Senhor esteve sempre com eles.

O ensinamento desta festa é a abertura à tradição e o acolhimento da novidade para ser fiel. Eles são colunas da Igreja, mas também dão rumos. Há tendência de voltar à tradição pela tradição ou ir à novidade pela novidade. Como Pe. Vitor Coelho dizia: a Igreja não é de bronze, pois enferruja. É uma árvore que cresce porque tem ramos novos e permanece porque tem tronco.

Celebrando S. Pedro e S. Paulo nós celebramos a ação de Deus em Jesus para implantar o seu Reino no mundo. Ele usou duas luvas de briga: uma grosseira, Pedro, e outra mais caprichada, Paulo. Por que essa diferença?

Os dois implantaram a Igreja de Deus em dois mundos diferentes, mundo judeu e mundo pagão. Missão diferente, mas o mesmo fim. Diferente é o modo de compreender a fé. Isso enriquece. O judaísmo tende ao ritualismo; o paganismo tende a um modo mais livre de vida. A Igreja se enriquece com esses dois modos de entender.

Eles se fundam na fé. Pedro e Paulo vivem Jesus. Mesmo passando na boca do leão, foram salvos e preservados. Deram a vida por Jesus. Eles falavam grosso e tinham o que dizer sobre Deus. Eu e você, o que temos feito no que toca a nossa fé em Deus?

Pai consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com


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