DIA 16 – SEXTA-FEIRA
DEPOIS DAS CINZAS
(roxo – ofício do dia)
Em rumo da Páscoa, somos chamados a trilhar um caminho de conversão marcado pelo jejum, entendido não só como abstinência de alimento, mas sobretudo como ações em favor dos mais pobres e necessitados.
Evangelho: Mateus 9,14-15
Proclamação do evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus
– Naquele tempo, 14os discípulos de João aproximaram-se de Jesus e perguntaram: “Por que razão nós e os fariseus praticamos jejuns, mas os teus discípulos não?” 15Disse-lhes Jesus: “Por acaso, os amigos do noivo podem estar de luto enquanto o noivo está com eles? Dias virão em que o noivo será tirado do meio deles. Então, sim, eles jejuarão”.
– Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 9,14-15
«Dias, porém, virão, em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão»
Hoje, primeira sexta-feira da Quaresma, tendo feito jejum e a abstinência da quarta-feira de Cinza, procuramos oferecer o jejum e o Santo Rosário pela paz, que é tão urgente no nosso mundo. Nós estamos dispostos a ter cuidado com este exercício quaresmal que a Igreja, Mãe e Mestra, nos pede que observemos e, ao recordar o que o mesmo Senhor disse: «Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles? Mas chegarão dias em que o noivo será tirado do meio deles. Aí então eles vão jejuar» (Mt 9,15). Temos o desejo de vivê-lo não só como o cumprimento de um critério ao que estamos obrigados, e —sobretudo— procurando chegar a encontrar o espírito que nos conduz a viver esta prática quaresmal e que nos ajudará em nosso progresso espiritual.
Em busca deste sentido profundo, podemos perguntar: qual é o verdadeiro jejum? Já o profeta Isaías, na primeira leitura de hoje, comenta qual é o jejum que Deus aprecia: «Comparte com o faminto teu pão, e aos pobres e peregrinos convida-os a tua casa; quando vires ao desnudo, cobre-lo; não fujas deles, que são teus irmãos. Então tua luz sairá como a manhã, e tua saúde mais rápido nascerá, e tua justiça irá à frente de tua cara, e te acompanhará o Senhor» (Is 58,7-8). Deus gosta e espera de nós tudo aquilo que nos leva ao amor autêntico com nossos irmãos.
Cada ano, o Santo Padre João Paulo II nos escrevia uma mensagem de Quaresma. Em uma dessas mensagens, sob o lema «Faz mais feliz dar que receber» (Hch 20,35), suas palavras nos ajudaram a descobrir esta mesma dimensão caritativa do jejum, que nos dispõe —desde o profundo do nosso coração— a prepararmos para a Páscoa com um esforço para identificarmos, cada vez mais, com o amor de Cristo que o levou até a dar a vida na Cruz. Definitivamente, «o que todo cristão deve fazer em qualquer tempo, agora deve fazê-lo com mais atenção e com mais devoção» (São Leão Magno, Papa).
Rev. D. Xavier PAGÉS i Castañer
(Barcelona, Espanha)
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JESUS E O JEJUM - Mt 9,14-15
HOMILIA
Paz e Bem em Cristo nosso Senhor. Aquele que em tudo nos fortalece e nos faz ver o verdadeiro sentido de tudo o que fazemos no nosso dia a dia.
No Texto de hoje os discípulos de João Batista se aproximam de Jesus e o perguntam, porque nos dias do cumprimento ritual do Jejum judaico os seus discípulos não o faziam.
Vemos neste texto dos grandes grupos: o dos discípulos de João Baptista que estando preso permanecia, permanece firme nos seus propósitos e cumpre escrupulosamente os rituais. E o dos discípulos de Jesus. Todos são fiéis à doutrina dos seus fundadores. Só que pelo que parece neles ainda não se tinha operado a mudança, o abandono, o corte radical com a legislação farisaica. Enquanto que, Jesus vinha se empenhando em libertar seus próprios discípulos destas observâncias e de todo jugo da Lei antiga. Pois o Jejum que agrada a Deus não consiste, porventura, em repartir teu alimento com o faminto, em dar abrigo aos infelizes sem asilo, em vestir os maltrapilhos? Então sim, tua luz irromperia como aurora, e tuas feridas não tardariam a cicatrizar-se” (Is 58, 7-8). Então, a “luz” da boa consciência resplandecerá diante de Deus e dos homens, e “a ferida” do pecado será curada pelo verdadeiro amor para com Deus e os irmãos.
Os discípulos de Batista, admirados de que os de Jesus não observavam como eles o jejum, interrogaram um dia o Mestre a este respeito. E Jesus responde: “Podem, porventura, os convidados às núpcias afligirem-se enquanto o Esposo está com eles?” (Mt 9, 15). Para os hebreus era o jejum sinal de dor, de penitência, observado especialmente nas épocas de calamidades, para implorar a misericórdia de Deus, ou para exprimir arrependimento dos pecados. Mas agora que o Filho de Deus encontra-se na terra, celebrando suas núpcias com a humanidade, parece o jejum um contra-senso: aos discípulos de Jesus destina-se a alegria em vez do pranto. O próprio Cristo veio libertá-los do pecado; por isso a salvação deles não consiste tanto em penitências corporais, como em se abrirem totalmente à palavra e à graça do Salvador. Todavia não pretendeu Jesus, de modo algum, eliminar o jejum; ao contrário, ele mesmo já havia ensinado com que pureza de intenção deveriam praticá-lo, fugindo de toda espécie de ostentação com o fim de atrair os louvores alheios. “Quando jejuares, perfuma tua cabeça e lava teu rosto; assim não parecerá aos homens que jejuas… e teu Pai, que vê o que se passa em segredo, recompensar-te-á” (Mt 6, 17-18). E depois, aos discípulos do Baptista, diz o Senhor: “Dias virão em que lhes será tirado o Esposo; então jejuarão” (Mt 9, 15).
Em Jesus somos convidados para as núpcias do Deus de amor. A referência à retirada do noivo e ao retorno ao jejum é uma interpretação tardia dos discípulos de Jesus que, como os discípulos de João, regrediram a algumas práticas do antigo judaísmo.
A quaresma é tempo de fortalecimento na implantação e consolidação da justiça no mundo e de reencontro com Jesus, comunicador de felicidade, alegria e vida.
Fonte http://homilia.cancaonova.com
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