quarta-feira, 14 de junho de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 5,38-42 - 19.06.2017

2ª-feira da 11ª Semana do Tempo Comum
19 de Junho de 2017
Cor: Verde

Evangelho - Mt 5,38-42

Eu vos digo: não enfrenteis quem é malvado!

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 5,38-42

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:
38Ouvistes o que foi dito:
'Olho por olho e dente por dente!'
39Eu, porém, vos digo:
Não enfrenteis quem é malvado!
Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita,
oferece-lhe também a esquerda!
40Se alguém quiser abrir um processo
para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto!
41Se alguém te forçar a andar um quilômetro,
caminha dois com ele!
42Dá a quem te pedir
e não vires as costas a quem te pede emprestado.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 5,38-42
«Não ofereçais resistência ao malvado»

Hoje, Jesus nos ensina que o ódio se supera no perdão. A lei de talião era um progresso, pois limitava o direito de vingança a uma justa proporção: só podes fazer ao próximo o que ele te tem feito a ti, caso contrário, cometerias uma injustiça; isto é o que significa o ditado de «olho por olho, dente por dente». Mesmo assim, era um progresso limitado, já que Jesus Cristo no Evangelho afirma a necessidade de superar a vingança com o amor; assim Ele o expressou mesmo quando, na cruz, intercedeu por seus carrascos: Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes! Eles não sabem o que fazem!» (Lc 23,34).

No entanto, o perdão deve acompanhar-se com a verdade. Não perdoamos somente porque nos vemos impotentes ou complexados. Com frequência se tem confundido com a expressão “pôr o outro lado do rosto” com a ideia da renúncia a nossos direitos legítimos. Não é isso. Pôr o outro lado do rosto quer dizer denunciar e interpelar a quem o tem feito com um gesto pacífico, mas decidido, a injustiça que se cometeu; é como dizer-lhe: «Batestes num lado meu rosto, queres, bater também no outro? Você esta de acordo com essa maneira de proceder?» Jesus respondeu com serenidade ao criado insolente do sumo sacerdote: «Jesus replicou-lhe: “Se falei mal, mostra em que falei mal; e se falei certo, por que me bates?» (Jo 18,23).

Vemos, pois, qual deve ser a conduta do cristão: não procurar revanche, mas manter-se firme; estar aberto ao perdão e dizer as coisas claramente. Certamente não é uma arte fácil, mas é a única maneira de frear a violência e manifestar a graça divina a um mundo frequentemente carente de graça. São Basílio nos aconselha: «Obedecei e esquecei as injurias e as ofensas que venham do próximo. Podemos ver os diversos nomes que teremos um e outro; a ele o chamarão colérico e violento, e a vocês mansos e pacíficos. Ele se arrependerá um dia de sua violência, e vocês não se arrependerão nunca de sua mansidão.
Rev. D. Joaquim MESEGUER García 
(Sant Quirze del Vallès, Barcelona, Espanha)
© evangeli.net Associació Cultural M&M Euroeditors 


O VOSSO AMOR DEVE OPOR-SE AO ÓDIO Mt 5,38-42
HOMILIA

Estamos diante da lei do Talião: “Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente”, embora à primeira vista pareça estar alimentando um sentimento de vingança, ela justamente deseja frear um ímpeto de vingança individual.

Vivemos em época caracterizada por ilegalidade. Que tem invadido nossa sociedade a um grau imprevisto e sem precedente. Os que fazem da lei a sua profissão, estão sendo convocados para repensar o propósito da lei na sociedade. Em nossos dias o indivíduo exige seus próprios direitos e o direito de agir como lhe apraz. Pouca consideração se dispensa ao efeito que isto possa ter sobre a vida de outrem.

Encontramos este princípio por todo o Novo Testamento. Vejamos o que Paulo diz. “O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12:9-10). O justo manifesta amor. O amor é atencioso e altruísta. Como se revela esse amor?

Paulo disse: “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, e chorai com os que choram”. “Não vos vingueis a vós mesmos, amados [não vos apegueis a vossos direitos, não demandeis pelo que vos é devido], mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor”. Se for cometido algum erro, o entregue ao Senhor. Não se vingue, não busque seus próprios direitos. “Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem”. Paulo mostrou-nos o que nosso Senhor disse no capítulo 5 de Mateus: A pessoa tem direitos. Seus direitos foram violados. A pessoa pode exigir indenização. Mas o justo deixa esse problema com Deus, e demonstra amor e perdão até mesmo aos seus inimigos. Isso é justiça em ação.

Paulo menciona de novo este mesmo princípio em 1 Coríntios 6. Aqui ele luta com o problema de um crente recorrer ao tribunal contra outro crente para cobrar o que de direito lhe pertence. Certo homem insistia em seus próprios direitos, e o apóstolo criticou o descrédito que esse testemunho trazia ao mundo incrédulo: “Por que não sofreis antes a injustiça? Por que não sofreis antes o dano?” Paulo disse que o sinal do homem piedoso é abrir mão de seus direitos para que possa manifestar o amor altruísta de Cristo.” O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”, diz o apóstolo Paulo em Romanos 13:10. A lei nos dá direitos, mas também nos dá a liberdade de renunciar a eles, e assim manifestar a justiça de Cristo. Temos nossos direitos, e a Palavra de Deus os protege. Temos, também, a liberdade de renunciar a eles para demonstrar o amor de Cristo. Não é a demanda por seus direitos que caracteriza o justo, mas o desistir deles é que destaca o homem que agrada a Deus.

Jesus no Evangelho de hoje, com as palavras, vai progressivamente nos conduzindo a ir além desta lei. Fazendo-nos reconhecer o não revide: oferecer a outra face; deixar também o manto; caminhar com ele dois mil passos. Jesus apresenta uma referência baseada, não na lei da justiça judaica, isto é, o que é devido a cada um, mas na lei da graça e do amor. Ouvistes o que foi dito: ‘Olho por olho e dente por dente!’ Eu, porém, vos digo: Não enfrenteis quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá uma tapa na face direita, oferece-lhe também à esquerda! Se alguém quiser abrir um processo para tomar a tua túnica, dá-lhe também o manto! Se alguém te forçar a andar um quilômetro, caminha dois com ele! Dá a quem te pedir e não vires às costas a quem te pede emprestado.

Desta maneira, Ele nos leva ao mandamento da caridade, não só para melhor compreendê-lo, mas também como concretamente vivê-lo. O Senhor nos ordena a dar a todos, tudo o que eles nos pedem: que todos sejam cumulados, por nossa generosidade, de tudo o que lhes falta.

Façamos de modo que eles não sofram nem de sede, nem de fome, nem da falta de vestes. E então, seremos encontrados dignos dos bens que faltam a nós mesmos e que pedimos a Deus, pois o costume de dar nos merecerá obtê-los. Ademais, há mais alegria em dar do que em receber.

É urgente que aos nossos ouvidos soem as palavras de Jesus: vencer o mal com o bem, e tornar concreto em nosso agir o mandamento do amor fraterno.

Peçamos ao Senhor que encha nossos corações com as graças do Seu Espírito Santo; com amor, alegria, paz, paciência, bondade e humildade. E nos ensine a amar os que nos odeiam; a rezar pelos que nos perseguem. E com o Seu auxílio, renunciar aos prazeres deste mundo e a desejar uma nova terra e novos céus.

Pai, não permita que a violência tome conta do meu coração; antes, torna-me capaz de responder, com gestos de amor, a quem me faz o mal.
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

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