quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - 17.01.2017

3ª-feira da 2ª Semana do Tempo Comum
17 de Janeiro de 2017
Sto. Antão Ab, memória
Cor: Branco

Evangelho - Mc 2,23-28

O Filho do Homem é Senhor também do sábado

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 2,23-28

23Jesus estava passando por uns campos de trigo,
em dia de sábado.
Seus discípulos começaram a arrancar espigas,
enquanto caminhavam.
24Então os fariseus disseram a Jesus:
'Olha! Por que eles fazem em dia de sábado
o que não é permitido?'
25Jesus lhes disse:
'Por acaso, nunca lestes
o que Davi e seus companheiros fizeram
quando passaram necessidade e tiveram fome?
26Como ele entrou na casa de Deus,
no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote,
comeu os póes oferecidos a Deus,
e os deu também aos seus companheiros?
No entanto, só aos sacerdotes é permitido
comer esses pães'.
27E acrescentou:
'O sábado foi feito para o homem,
e não o homem para o sábado.
28Portanto, o Filho do Homem
é senhor também do sábado'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 2, 23-28
Novamente entra em discussão a questão das práticas religiosas. O evangelho de hoje nos apresenta a questão do legalismo religioso e da verdadeira finalidade da religião. Muitas vezes, vemos que as religiões estão muito mais fundamentadas em proibições do que em motivações e na criação de novos relacionamentos das pessoas com Deus e das pessoas entre si. O resultado dessa mentalidade é que a religião se torna cada vez mais uma coisa odiosa e insuportável, e Deus aparece não como um Pai amoroso, mas como um carrasco autoritário. A verdadeira religião é aquela que cria valores e leva as pessoas à maturidade em todos os sentidos para que livremente possam optar por Deus.
Fonte CNBB


O MEU PAI TRABALHA TODOS OS DIAS Mc 2,23-28
HOMILIA

O Evangelho de hoje traz algo que nós evitamos aprofundar sobre o assunto: Jesus transgrediu alguma regra? Pois é, Ele se colocou acima da tradicional regra de que o sábado é o dia do descanso. E isso é um fato que precisamos aprofundar hoje… Será que estamos seguindo alguma regra que nos impede de seguir a maior de todas as regras?

A tradicional regra do sábado impunha que ninguém deveria trabalhar neste dia, já que foi o dia escolhido por Deus, desde a criação do mundo, para o descanso. Os judeus levavam isso tão à sério que foram criando regras cada vez mais rígidas para o sábado. Eles instituíram uma distância máxima que era permitido caminhar, proibiram o uso de sandálias que precisassem amarrar as correias, e nem os curandeiros podiam trabalhar, a não ser em caso de risco de morte.

O sábado foi instituído e oferecido ao homem como algo muito precioso, como um bem, um favor divino. Figueiredo traduz: “O sábado foi feito em contemplação do homem”. O sentido evidente é que o sábado foi instituído para o bem estar físico, moral e espiritual das criaturas humanas. O sábado é assim uma instituição a favor do homem, em seu benefício, uma bênção grandiosa. Só uma perversa distorção do texto poderia levar à conclusão de que o sábado deva ser considerado contrário ao homem.

Deus não criou o homem porque Ele tivesse um sábado necessitando ser guardado por alguém. Ao contrário, criara primeiro homem , e depois o sábado para atender-lhe às necessidades de repouso e recreação espiritual. Assim o sábado lhe seria uma bênção e não uma carga. O farisaísmo dos dias de Cristo obscurecera o verdadeiro caráter do sábado. Os rabinos o acumularam de exigências esdrúxulas que o tornaram um fardo quase insuportável. A atitude de Cristo para com o sábado foi a de escoima-lo desses acréscimos, devolvendo-o à prístina pureza. A atitude de Cristo para com Seu santo dia foi de reverência e não de desprezo.

As regras foram ficando tão estapafúrdias que deixaram de lado a razão e o bom senso. Jesus chegou para abalar essas regras que desvirtuavam o sentido original do dia de descanso. “O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado.” Com essa frase Ele resume o que a nova lei, que Ele veio instituir, pensa a respeito do “dia de descanso”. O sábado não está acima do nosso dever maior que consiste em fazer o bem às pessoas da mesma forma que nós gostaríamos que elas nos fizessem bem. E nessa frase você pode trocar o “fazer o bem” por amar, perdoar, acolher, ajudar, compreender, sorrir, entender, porque essas são as atitudes de quem na verdade imita e segue o Mestre do Amor que Jesus. Pois se vos amardes uns aos outros o mundo vos reconhecerá que sois meus discípulos. E São João nos diz que Deus é amor, quem ama permanece em Deus.

Pensemos então nas regras que aprendemos a seguir sem pensar, e lembremo-nos que nenhuma delas está acima da maior de todas: a Regra do Amor. E o amor não tem dia nem hora. Todos os dias e horas são propícios para a prática do amor. Não podemos ter alguma dívida contra o próximo a não ser a dívida do amor.

Portanto, o amor é o caminho que abre a prática da liberdade em relação às restrições legais religiosas que ofusca a vida do povo. Ele é o caminho da vida, na contramão da ordem do poder opressor e desumano.

Como cristãos somos chamados a abrir caminhos que para, pelo e por amor rompam as cercas levantadas pelo sistema do poder, que gera ódio, vingança, injustiças, fome e morte de todos os homens e mulheres. E nesta luta não temos dia nem horas. O nosso Guia nos disse: Meu Pai trabalha todos os dias e eu também trabalho. Assim, sendo, não temos que procurar descanso, a não saber que fazemos a santa vontade de Deus.

Senhor Jesus ensinai-me a ser generoso, a servir-Vos como Vós o mereceis. A dar-me sem medias, a combater se cuidar das feridas. A trabalhar sem procurar descanso. A gastar-me sem esperar outra recompensa. Senão saber que faço a vossa vontade santa. Amén!
Fonte http://homilia.cancaonova.com/

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