sexta-feira, 7 de outubro de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 17,11-19 - 09.10.2016 - Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro.

28º DOMINGO
Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Lc 17,11-19

Não houve quem voltasse para dar glória
a Deus, a não ser este estrangeiro.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 17,11-19

11Aconteceu que, caminhando para Jerusalém,
Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia.
12Quando estava para entrar num povoado,
dez leprosos vieram ao seu encontro.
Pararam à distância,
13e gritaram: 'Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!'
14Ao vê-los, Jesus disse:
'Ide apresentar-vos aos sacerdotes.'
Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados.
15Um deles, ao perceber que estava curado,
voltou glorificando a Deus em alta voz;
16atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra,
e lhe agradeceu.
E este era um samaritano.
17Então Jesus lhe perguntou:
'Não foram dez os curados?
E os outro nove, onde estão?
18Não houve quem voltasse para dar glória a Deus,
a não ser este estrangeiro?'
19E disse-lhe: 'Levanta-te e vai! Tua fé te salvou.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 17,11-19

Todos os pais têm a preocupação em ensinar aos seus filhos “se faz favor” e “obrigado”. Isso faz parte da boa educação. Mas estas duas palavras estão carregadas de um sentido que a criança deve descobrir progressivamente: ninguém consegue sozinho, todos temos necessidade dos outros. Reconhecer que, sozinho, não posso fazer tudo; tenho necessidade de receber, de pedir. E dizendo obrigado aos outros, reconheço que me fizeram bem. Enfim, estas palavras, que parecem tão banais, exprimem a dimensão social do ser humano. A comunidade humana e a comunidade cristã constroem-se através destas relações, destes contactos quotidianos nos quais cada um se reconhece, em todos os sentidos desta palavra. Hoje, Jesus convida-nos a recordar tudo isso na nossa relação com Deus. Os dez leprosos vieram até Ele porque reconheciam n’Ele um mestre, um enviado de Deus. Ousam pedir o que ninguém podia dar naquela época: a cura da lepra. Pedem um favor que ultrapassa as forças humanas. É a Deus que se dirigem através de Jesus. Pedem a Jesus e Ele cura-os. Mas um só vem dizer “obrigado”. Um estrangeiro, um samaritano. Talvez os outros pensassem que tinham o direito de serem curados por serem judeus… O estrangeiro, esse, reconhece que a sua cura é dom gratuito da bondade de Deus. Volta junto de Jesus para “reconhecer” este dom. Entra numa relação plena com Deus. Veio com a sua pobreza, para pedir; regressa, com a sua gratidão, para reconhecer que Jesus respondeu ao seu pedido. O acto central, fonte e cume da vida cristã, a Eucaristia, significa “acção de graças”. Eis o pedido supremo que podemos dirigir a Deus: que nos dê a sua presença em Jesus ressuscitado e o nosso “obrigado”, o mais perfeito possível que possamos dizer a Deus. Aí, estamos bem no coração da nossa fé e do nosso amor.
Fonte http://www.dehonianos.pt/


Homilia do Mons. José Maria – XXVIII Domingo do Tempo Comum (Ano C)
Em Tudo Dai Graças!

Vivemos num mundo em que a vida humana transformou-se num grande comércio onde tudo se compra e tudo se paga… É a época do descartável! Diante dessa realidade, muitos perderam o valor da gratuidade e da gratidão.

“Obrigado” é uma palavra tão simples, mas tão esquecida por muitos!

No Evangelho (Lc. 17, 11-19) Jesus cura dez leprosos, mas apenas um volta para agradecer.

Na sua última viagem a Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galiléia; saíram-Lhe ao encontro dez leprosos que se detiveram a certa distância do lugar em que se encontravam o Mestre e o grupo que o acompanhava, pois a lei proibia que esses doentes se aproximassem das pessoas. Entre os leprosos contava-se um samaritano, apesar de não haver trato entre os judeus e os samaritanos, dada a inimizade secular que separava os dois povos; mas a desgraça unira-os, como acontece tantas vezes na vida.

Eles gritam de longe: “Jesus, mestre, tem compaixão de nós…”

Jesus se compadece e os manda se apresentarem aos sacerdotes, que eram os responsáveis para comprovar a cura e liberar a reintegração na Comunidade.

Os dez obedecem e no caminho se vêem curados; mas só um volta para agradecer… e era um samaritano, considerado estrangeiro e desprezado pelos judeus…

Cristo questiona: “Não foram dez os curados? Onde estão os outros nove? E acrescenta: Levanta-te e vai. TUA FÉ te salvou.”

Estes leprosos ensinam-nos a pedir: recorrem à misericórdia divina, que é fonte de todas as graças. E mostra-nos o caminho da cura, seja qual for a lepra que tenhamos na alma: ter fé e sermos dóceis àqueles que, em nome do Mestre, nos indicam o que devemos fazer.

Imaginemos o samaritano correndo, glorificando a Deus em voz alta; e foi prostrar-se aos pés do Mestre, dando-lhe graças.

Foi uma ação profundamente humana e cheia de beleza. Dizia Santo Agostinho: “Que coisa melhor podemos trazer no coração, pronunciar com a boca, escrever com a pena, do que estas palavras: “graças a Deus”? Não há nada que se possa dizer com maior brevidade, nem ouvir com maior alegria, nem sentir com maior elevação, nem realizar com maior utilidade.” A gratidão é uma das virtudes que enobrecem a pessoa humana. Desde criança, fomos educados a agradecer os favores recebidos. A gratidão é uma atitude que brota do coração de quem se sente amado pelo amor de Deus…

“Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão?” Quantas vezes Jesus não terá perguntado por nós, depois de tantas graças!

Com freqüência, temos melhor memória para as nossas necessidades e carências do que para os nossos bens. Vivemos pendentes daquilo que nos falta, e reparamos pouco naquilo que temos, e talvez seja por isso que ficamos aquém no nosso agradecimento. Pensamos que temos pleno direito ao que possuímos e esquecemo-nos do que diz Santo Agostinho: “Nada é nosso, a não ser o pecado que possuímos. Pois que tens tu que não tenhas recebido? (1Cor 4, 7).”

Toda a nossa vida deve ser uma contínua ação de graças. Lembrai-vos das maravilhas que Ele fez, exorta o salmista. O samaritano, através do seu mal, pôde conhecer Jesus Cristo e por ser agradecido conquistou a sua amizade e o incomparável dom da fé: …Tua fé te salvou.

Saibamos agradecer a tantas pessoas que tornaram nossa vida mais feliz: nossos pais, nossos professores, o padre, o médico, o catequista, os colegas de estudo, de trabalho, de esporte e de tantos outros.

Também é significativo que fosse um estrangeiro quem voltasse para agradecer. Isso recorda-nos que, por vezes, cuidamos de agradecer um serviço ocasional prestado por uma pessoa desconhecida, e ao mesmo tempo não sabemos dar importância às contínuas delicadezas e atenções que recebemos dos mais próximos.

Não existe um só dia em que Deus não nos conceda alguma graça particular e extraordinária! Em todos os momentos saibamos dizer: “Obrigado, Senhor, por tudo.”

Não podemos esquecer-nos de que na vida das criaturas humanas tudo é dom de Deus, tudo é graça, tudo é benção de Deus.

Ensina São Paulo: “Em todas as circunstâncias dai graças…” (1Ts 5, 18).

Já dizia Sêneca: “Só os espíritos bem formados são capazes de cultivar a gratidão.”

Importantíssimo é educar-nos para esta atitude de ação de graças.

Mons. José Maria Pereira
Fonte http://www.presbiteros.com.br/

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