quarta-feira, 30 de março de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 3,7b-15 - 05.04.2016 - Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu, o Filho do Homem.

3ª-feira da 2ª Semana da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 3,7b-15

Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele
que desceu do céu, o Filho do Homem.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 3,7b-15

Naquele tempo disse Jesus a Nicodemos:
7bVós deveis nascer do alto.
8O vento sopra onde quer
e tu podes ouvir o seu ruído,
mas não sabes de onde vem, nem para onde vai.
Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito'.
7Não te admires por eu haver dito:
Vós deveis nascer do alto.
8O vento sopra onde quer
e tu podes ouvir o seu ruído,
mas não sabes de onde vem, nem para onde vai.
Assim acontece a todo aquele que nasceu do Espírito'.
9Nicodemos perguntou:
'Como é que isso pode acontecer?'
10Respondeu-lhe Jesus:
'Tu és mestre em Israel,
mas não sabes estas coisas?
11Em verdade, em verdade te digo,
nós falamos daquilo que sabemos
e damos testemunho daquilo que temos visto,
mas vós não aceitais o nosso testemunho.
12Se não acreditais,
quando vos falo das coisas da terra,
como acreditareis
se vos falar das coisas do céu?
13E ninguém subiu ao céu,
a não ser aquele que desceu do céu,
o Filho do Homem.
14Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto,
assim é necessário que o Filho do Homem seja levantado,
15para que todos os que nele crerem
tenham a vida eterna.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 3, 7-15
A Vida nova, a Vida segundo o Espírito, não é algo que a pessoa humana possa conseguir por si mesma, uma vez que é algo que está muito além da sua própria natureza, portanto algo que foge às suas capacidades. A Vida nova é a vida da graça, que nos é dada pelo próprio Deus, a partir do mistério pascal de Jesus. A condição para a participação nessa Vida em Cristo é a fé; todos os que acreditam que Jesus, crucificado, morto e ressuscitado, é o Filho de Deus, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade que se fez homem para ser o Emanuel, o Deus conosco, recebem dele o dom da Vida em plenitude, o dom da vida eterna.
Fonte CNBB


PAI NOSSO Jo 3,7-15
HOMILIA

A oração mais perfeita e completa que temos é o PAI NOSSO. Muitos dos nossos irmãos evangélicos criticam nosso rezar, porque dizem que se trata de palavras repetidas, não são espontâneas, mas eu digo a você, meu irmão, minha irmã. Se você souber entender a oração que Cristo nos deixou, se refletir cada palavra, e se principalmente viver estas “palavras repetidas” não precisamos de mais nenhuma oração. Porque aqui nós encontramos tudo o que precisamos para sermos santos.

PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; Você já reparou que Jesus não disse meu Pai? Deus é Pai de todos nós, e temos de ter uma consciência comunitária nas nossas orações. Que está no céu, em toda parte inclusive aqui, agora. Santificado seja o vosso nome significa que não só o nome mais a realidade divina em três pessoas seja adorada, glorificada, conhecida e acreditada no mundo inteiro. Para que isso aconteça, precisamos fazer a nossa parte de anunciadores da mensagem de Jesus Cristo.

Não temos mais reis hoje em dia. Importante é explicar aos nossos filhos e aos meninos e meninas do catecismo, o que isso significa: “venha a nós o governo de Deus.” Ou seja, que todos permitam que Deus governe as suas vidas. Todos, porque não devemos rezar como se só existisse a nossa pessoa no universo. O Pai Nosso está no plural, como toda oração pronunciada por nós deve ser não somente para nós, mas para todos.

Que seja feita a vontade do Pai, ou de Deus, e não a nossa vontade, não a vontade de satanás, não a vontade do assaltante, não a vontade egoísta daqueles que pretendem prejudicar-me, não a vontade daqueles que querem me afastar do caminho, da verdade e da vida.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje; E amanhã? Eu não vou comer? Amanhã nós vamos rezar, agradecer e pedir de novo. Este é o procedimento, porque Deus nos aconselha a não nos preocuparmos com o dia de amanhã. Por isso vamos pedir o pão somente para hoje. Pão, aqui, não significa somente o pão da padaria, mas sim a comida, a saúde para trabalhar, o estudo que nos prepara para ganhar dinheiro para comprar pão, o emprego que anda tão difícil hoje em dia, etc.

Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; Já sei. Você brigou com o seu vizinho que estava sendo injusto com você e sua família perturbando o seu sossego com barulhos fora de hora, e está se achando tão culpado que não pode nem comungar na próxima missa. Quando somos lesados, injustiçados, precisamos recorrer aos nossos direitos. Porque se todo cristão ficar bonzinho sem reclamar de nenhum abuso dos outros, todos vão se aproveitar da gente, fazendo-nos de bobos. No entanto, depois da tempestade vem sempre a calmaria, a paz. Fiquemos atentos, que Jesus sempre nos conduz a fazermos as pazes. Você pode comungar se tiver o propósito de fazer de tudo futuramente para se reconciliar com o seu vizinho. Hoje está difícil, depois de tanta injustiça por parte dele e de tanta troca de verdades de um lado e do outro. Para ficar de bem, pedir desculpas nem sempre se encaixa bem. Fará o mesmo efeito, uma brincadeira, umas piadinhas, de cá e também, de lá. Deixa passar a raiva, e então comece a se abrir para a reconciliação com seu irmão.

E não nos deixeis cair em tentação, porque são muitas, aos milhares que nos cercam no nosso dia a dia, tentando tirar-nos a paz e a amizade com Deus.

Mas livrai-nos do mal. São tantos os males desta vida: Assaltos, roubos, acidentes, tentações, etc.

Aqui temos a liberdade de chamar nosso Criador de PAI, e não somente meu Pai, mas, NOSSO, o que nos leva a unidade com todos os irmãos espalhados pelo mundo que também oram o PAI-NOSSO. Damos ao nome de Deus, o devido respeito (Santificado seja Teu nome) e pedimos que Seu Reino esteja entre nós. Entregamos nossa vida, quando pedimos que seja feita a vontade d’Ele. No meio da oração, no centro, mais uma vez, tratamos Deus como Pai, afinal quem é o responsável pelo nosso sustento, nosso pão de cada dia, senão o Pai? Mostramos-nos arrependidos quando pedimos perdão pelos nossos pecados. E assumimos nossas fraquezas, quando solicitamos a proteção, o livramento daqueles males que não podemos controlar.

Entretanto, me pergunto: será que vivemos em unidade com nossos irmãos? Será que verdadeiramente tratamos o nome de Deus com o devido respeito? E aceitar as vontades d’Ele em nossa vida é fácil? Perdoamos nossos irmãos na medida em que desejamos ser perdoados? E será que muitas vezes não facilitamos o mal de entrar em nossas vidas?

Pai livra-me de reduzir as palavras vazias, a oração que Jesus nos ensinou. Que eu saiba encontrar o sentido do pai-nosso, centrando minha vida na filiação divina e na fraternidade. Amém!
Fonte Canção Nova

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 1,26-38 - 04.04.2016 - Eis que conceberás e darás à luz um filho.

Anunciação do Senhor
Solenidade
Cor: Branco

Evangelho - Lc 1,26-38

Eis que conceberás e darás à luz um filho.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 1,26-38

Naquele tempo:
26O anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré,
27a uma virgem, prometida em casamento
a um homem chamado José.
Ele era descendente de Davi
e o nome da virgem era Maria
28O anjo entrou onde ela estava e disse:
'Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!'
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a
pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe:
'Não tenhas medo, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
31Eis que conceberás e darás à luz um filho,
a quem porás o nome de Jesus.
32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo,
e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi.
33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó,
e o seu reino não terá fim'.
34Maria perguntou ao anjo:
'Como acontecerá isso,
se eu não conheço homem algum?'
35O anjo respondeu:
'O Espírito virá sobre ti,
e o poder do Altissimo te cobrirá com sua sombra.
Por isso, o menino que vai nascer
será chamado Santo, Filho de Deus.
36Também Isabel, tua parenta,
concebeu um filho na velhice.
Este já é o sexto mês
daquela que era considerada estéril,
37porque para Deus nada é impossível'.
38Maria, então, disse:
'Eis aqui a serva do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra!'
E o anjo retirou-se.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 1, 26-38
Maria recebe do anjo a noticia de que seria a mãe do Messias. Como poderia acontecer isso se ela não conhece homem? Fazendo uma relação com o Evangelho de ontem, percebemos que mulheres estéreis geraram filhos por obra divina, e filhos que atuaram decisivamente na história da salvação. Maria não podia ter filhos, mas isso era fruto de sua vontade, de sua consagração virginal. E nesta "esterilidade", Deus age. E sem a atuação de um homem, mas do próprio Espírito Santo, Maria gera no seu ventre virginal aquele que é o Senhor da história e que vai mudar radicalmente a vida das pessoas.
Fonte CNBB


O SIM DE MARIA Lc 1,26-38
HOMILIA

No Evangelho de hoje três aspectos me chamaram a atenção: a Fé de Maria que não questiona a vontade de Deus transmitida pelo anjo, o conteúdo da mensagem do anjo e a obediência expressa na resposta: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.”

Maria recebeu o dom da divina maternidade porque teve fé e pela fé se torna felizarda. O nascimento de Jesus é obra da intervenção de Deus, pois Maria concebe sem conhecer homem algum. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente inédita.

0 título Filho de Deus, associado à ostentação de poder, foi atribuído aos faraós e a outros chefes de nações ou impérios, além de ao próprio rei Davi.  Muitos discípulos de Jesus se inclinaram a essa interpretação. Jesus, contudo, sempre se colocou em relação de filiação com o Deus Pai, misericordioso e todo amoroso. Filho de uma jovem pobre e de um carpinteiro, Jesus revela-se como o Filho de Deus humilde e solidário com os pobres e excluídos, aos quais deseja comunicar a vida divina.

Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. Palavras muito simples mais que atraem responsabilidade. Pois doravante aquela pobre menina vai ser depositária dos desígnios de Deus. Deus entra no tempo por meio do sim de Maria que se coloca como escreva ao serviço do seu senhor 24 horas por dia.

Maria é um exemplo de humildade e obediência ao Pai. Devemos aprender com Maria a darmos sempre o sim a Deus acolhendo com humildade a Sua vontade sobre nós e nossas comunidades.      

Maria do Sim me ensina a dizer e viver o meu sim a Deus.
Fonte Canção Nova

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 20,19-31 - 03.04.2016 - Oito dias depois, Jesus entrou.

2º Domingo da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 20,19-31

Oito dias depois, Jesus entrou.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,19-31

19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana,
estando fechadas, por medo dos judeus,
as portas do lugar onde os discípulos se encontravam,
Jesus entrou e pondo-se no meio deles,
disse: 'A paz esteja convosco'.
20Depois destas palavras,
mostrou-lhes as mãos e o lado.
Então os discípulos se alegraram
por verem o Senhor.
21Novamente, Jesus disse: 'A paz esteja convosco.
Como o Pai me enviou, também eu vos envio'.
22E depois de ter dito isto,
soprou sobre eles e disse: 'Recebei o Espírito Santo.
23A quem perdoardes os pecados 
eles lhes serão perdoados;
a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos'.
24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze,
não estava com eles quando Jesus veio.
25Os outros discípulos contaram-lhe depois:
'Vimos o Senhor!'. Mas Tomé disse-lhes:
'Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos,
se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos
e não puser a mão no seu lado, não acreditarei'.
26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos
novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles.
Estando fechadas as portas, Jesus entrou,
pôs-se no meio deles e disse: 'A paz esteja convosco'.
27Depois disse a Tomé:
'Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos.
Estende a tua mão e coloca-a no meu lado.
E não sejas incrédulo, mas fiel'.
28Tomé respondeu: 'Meu Senhor e meu Deus!'
29Jesus lhe disse: 'Acreditaste, porque me viste?
Bem-aventurados os que creram sem terem visto!'
30Jesus realizou muitos outros sinais
diante dos discípulos,
que não estão escritos neste livro.
31Mas estes foram escritos para que acrediteis que
Jesus é o Cristo, o Filho de Deus,
e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


«Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, serão perdoados»
Reflexão - Jo 20,19-31
Hoje, segundo Domingo da Páscoa, completamos a oitava deste tempo litúrgico, uma das oitavas —juntamente com a do Natal— que a renovação litúrgica do Concílio Vaticano II manteve. Durante oito dias, contemplamos o mesmo mistério a aprofundamo-lo à luz do Espírito Santo.

Por desígnio do Papa João Paulo II, a este Domingo chama-se o Domingo da Divina Misericórdia. Trata-se de algo que vai muito mais além de uma devoção particular. Como explicou o Santo Padre na sua encíclica Dives in misericordia, a Divina Misericórdia é a manifestação amorosa de Deus em uma história ferida pelo pecado. A palavra “Misericórdia” tem a sua origem em duas palavras: “Miséria” e “Coração”. Deus coloca a nossa miserável situação devida ao pecado no Seu coração de Pai, que é fiel aos Seus desígnios. Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é a suprema manifestação e atuação da Divina Misericórdia. «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito» (Jo 3,16) e entregou-O à morte para que fossemos salvos. «Para redimir o escravo sacrificou o Filho», temos proclamado no Pregão pascal da Vígilia. E, uma vez ressuscitado, constituiu-O em fonte de salvação para todos os que crêem nele. Pela fé e pela conversão, acolhemos o tesouro da Divina Misericórdia.

A Santa Madre Igreja, que quer que os seus filhos vivam da vida do Ressuscitado, manda que —pelo menos na Páscoa— se comungue na graça de Deus. A cinquentena pascal é o tempo oportuno para cumprir esta determinação. É um bom momento para confessar-se, acolhendo o poder de perdoar os pecados que o Senhor ressuscitado conferiu à sua Igreja, já que Ele disse aos Apóstolos: «Recebei o Espírito Santo. Áqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados» (Jo 20,22-23). Assim iremos ao encontro das fontes da Divina Misericórdia. E não hesitemos em levar os nossos amigos a estas fontes de vida: à Eucaristia e à Confissão. Jesus ressuscitado conta conosco.
Rev. D. Joan Ant. MATEO i García 
(La Fuliola, Lleida, Espanha)
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A FÉ DE TOMÉ
HOMILIA

Nestes dias de Páscoa a Liturgia nos fez assistir ao nascimento da fé pascal. Mediante a narração das aparições do Ressuscitado, vimos renascer nos discípulos de Jesus, desanimados e dispersos, a fé e o amor para com Ele: a ressurreição gerou a fé.

Cristo ressuscitado é a razão de ser de nossa existência. Celebrar essa história é motivo de grande alegria para os cristãos.

O evangelho ( Jo 20, 19-31) inicia falando do primeiro dia da semana, isto é o Dia por excelência, pois foi o dia da Ressurreição do Senhor.

“Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana” ( Jo 20,19), Jesus veio confortar os amigos mais íntimos: A paz esteja convosco, disse-lhes. Depois mostrou-lhes as mãos e o lado. Nesta ocasião, Tomé não estava com os demais Apóstolos; não pôde, pois, ver o Senhor nem ouvir as suas palavras consoladoras.

Imagino os Apóstolos cheios de júbilo procurando Tomé para contar-lhe que tinham visto o Senhor! Mal o encontraram, disseram-lhe: Vimos o Senhor! Tomé continuava profundamente abalado com a crucifixão e a morte do Mestre; quer ver para crer! Acredito que os Apóstolos devem ter-lhe repetido, de mil maneiras diferentes, a mesma verdade que era agora a sua alegria e a sua certeza: Vimos o Senhor!

Hoje nós temos que fazer o mesmo! Para muitos homens e para muitas mulheres, é como se Cristo estivesse morto, porque pouco significa para eles e quase não conta nas suas vidas. A nossa fé em Cristo ressuscitado anima-nos a ir ao encontro dessas pessoas e a dizer-lhes, de mil maneiras, diferentes que Cristo vive, que estamos unidos a Ele pela fé e permanecemos com Ele todos os dias, que Ele orienta e dá sentido à nossa vida.

Desta maneira, cumprindo essa exigência da fé que é difundi-la com o exemplo e a palavra, contribuímos pessoalmente para a edificação da Igreja, como aqueles primeiros cristãos de que falam os Atos dos Apóstolos: “Cada vez mais aumentava o número dos homens e mulheres que acreditavam no Senhor” (At. 5,14).

Oito dias depois Jesus apareceu aos Apóstolos novamente e agora Tomé também estava; Jesus disse: “A paz esteja convosco. Depois disse a Tomé: Mete aqui o teu dedo e vê as minhas mãos…, não sejas incrédulo, mas fiel (Jo 20,26-27).

A resposta de Tomé é um ato de fé, de adoração e de entrega sem limites: Meu Senhor e meu Deus! A fé do Apóstolo brota não tanto da evidência de Jesus, mas de uma dor imensa. O que o levou a adoração e ao retorno ao apostolado não são tanto as provas como o amor. Diz a Tradição que o Apóstolo Tomé morreu mártir pela fé no seu Senhor; consumiu a vida a seu serviço.

As dúvidas de Tomé viriam a servir para confirmar a fé dos que mais tarde haviam de crer n’Ele. Comenta São Gregório Magno: “Porventura pensais que foi um simples acaso que aquele discípulo escolhido estivesse ausente, e que depois, ao voltar, ouvisse relatar a aparição e, ao ouvir, duvidasse, e, duvidando, apalpasse, e, apalpando acreditasse? Não foi por acaso, mas por disposição divina que isso aconteceu. A divina clemência agiu de modo admirável quando este discípulo que duvidava tocou as feridas das carnes do seu Mestre, pois assim curava em nós as chagas da incredulidade… Foi assim, duvidando e tocando, que o discípulo se tornou testemunha da verdadeira ressurreição”.

Peçamos ao Senhor que aumente em nós a fé, pois se a nossa fé for firme, também haverá muitos que se apoiarão nela.

A virtude da fé é a que nos dá a verdadeira dimensão dos acontecimentos e a que nos permite julgar retamente todas as coisas. Somente com a luz da fé e a meditação da palavra divina é que é possível reconhecer Deus sempre e por toda a parte, esse Deus em quem vivemos e nos movemos e existimos (At 17,28).

Meu Senhor e meu Deus! Estas palavras têm servido de jaculatória a muitos cristãos, e como ato de fé na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia, quando se passa diante de um Sacrário ou no momento da Consagração na Missa.

A Ressurreição do Senhor é um apelo para que manifestemos com a nossa vida que Ele vive. As obras do cristão devem ser fruto e manifestação de sua fé em Cristo. Hoje também o Senhor quer que o mundo, a rua, o trabalho, as famílias sejam veículo para a transmissão da fé.

A fé em Cristo era a força que congregava os primitivos cristãos numa coesão perfeita de sentimentos e de vida: “A multidão dos que abraçavam a fé tinha um só coração e uma só alma” (At. 4,32). Era uma fé tão arraigada que os levava a renunciar, voluntariamente, aos próprios bens, para colocá-los à disposição dos mais necessitados, considerados verdadeiramente irmãos em Cristo. É esta fé que hoje é tão escassa; para muitos que dizem ser crente, a fé não exerce influência alguma nos seus costumes nem na sua vida. Um cristianismo assim, não convence nem converte o mundo. É preciso voltar a acomodar a própria fé ao exemplo da Igreja primitiva; é preciso pedir a Deus uma fé profunda, pois que, no poder da fé, está a certeza da vitória dos cristãos. “Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé! Quem é que vence o mundo senão Aquele que crê que Jesus é Filho de Deus?” ( 1 Jo 5,4-5).

Oito dias depois da Páscoa, os discípulos estavam em casa quando Jesus veio, estando fechadas as portas, parou no meio deles e disse: “A paz esteja convosco!” Também agora, na nossa assembleia, Jesus vem em nosso meio e nos dá sua paz. Nós,como Tomé, O reconhecemos como nosso Senhor e nosso Deus. Rezemos para que Ele faça de nós uma verdadeira comunidade reunida em Seu nome.


Mons. José Maria Pereira



LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mc 16,9-15 - 02.04.2016 - Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.

Sábado na Oitava da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Mc 16,9-15

Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 16,9-15

9Depois de ressuscitar,
na madrugada do primeiro dia após o sábado,
Jesus apareceu primeiro a Maria Madalena,
da qual havia expulsado sete demônios.
10Ela foi anunciar isso aos seguidores de Jesus,
que estavam de luto e chorando.
11Quando ouviram que ele estava vivo
e fora visto por ela, não quiseram acreditar.
12Em seguida, Jesus apareceu a dois deles,
com outra aparência, enquanto estavam indo para o campo.
13Eles também voltaram e anunciaram isso aos outros.
Também a estes não deram crédito.
14Por fim, Jesus apareceu aos onze discípulos
enquanto estavam comendo,
repreendeu-os por causa da falta de fé
e pela dureza de coração,
porque não tinham acreditado
naqueles que o tinham visto ressuscitado.
15E disse-lhes:
'Ide pelo mundo inteiro
e anunciai o Evangelho a toda criatura!
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 16, 9-15
Para que possamos conhecer verdadeiramente Jesus, duas coisas são necessárias. A primeira é a atuação da graça divina que nos revela quem é Jesus na sua divindade e na sua atuação messiânica e a segunda é a nossa abertura a essa graça para que possamos acolher a atuação divina em nós. A partir desses dois elementos, podemos compreender melhor qual é o papel do evangelizador e qual a essência da nossa missão. Movidos pelo grande protagonista da missão que é o Espírito Santo, somos chamados a ser canais de graça na vida das pessoas e ao mesmo tempo a preparar os corações das pessoas para que sejam terreno fértil para o evangelho e acolham a Cristo em suas vidas.
Fonte CNBB


IDE POR TODO O MUNDO E ANUNCIA O EVANGELHO Mc 16,9-15
HOMILIA

A Boa-Nova do amor de Deus e do dom da vida eterna, revelada por seu Filho, é para ser anunciada ao mundo inteiro.

O evangelho de Marcos terminava com as mulheres junto ao túmulo vazio e o anúncio da ressurreição pelos anjos. Jesus presente pede que os discípulos partam para a Galiléia. Hoje Jesus aparece aos onze discípulos e os envia em missão a fim de anunciarem o Seu Reino de amor e de paz, fazendo todos os homens e mulheres discípulos. Oito dias depois Ele aparece de novo. Quero de modo muito especial destacar o dia em que acontece a missão: Domingo bem cedo. É o primeiro dia da semana, e portanto, dia do trabalho. Mas que tipo de trabalho? É o dia que para nós Deus refez tudo de novo. Nova terra e novos céus iniciaram com a vitória do Mestre sobre a morte. Dia do poder salvador de Deus.

“Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. Esta é a missão a que todo cristão é chamado depois de experimentar na sua vida a força da ressurreição de Jesus. Quem não tem consciência disso ainda está nas trevas da incredulidade e presta culto antes a um ilustre defunto do que a Cristo, Senhor da vida.

Que o tempo pascal fortaleça a nossa fé não só na ressurreição de Cristo, mas também na presença dele na Igreja, no meio de nós. Peçamos a coragem de anunciar o seu Evangelho, o que consiste fundamentalmente em anunciar o seu mistério pascal.

À Madalena, a pecadora Jesus ressuscitado apareceu faz dela a primeira anunciadora da notícia da Ressurreição. Para os discípulos de Emaús aparece o Salvador e os liberta da dor. Aos onze discípulos aparece e lhes Censura a dureza de coração e a falta de Fé no que Moisés e os Profetas anunciaram e os envia em missão a pregar pelo mundo inteiro consequentemente quem acreditasse nas suas palavras e fosse batizado seria salvo. Hoje esta missão é minha é tua. Precisamos assumi-la com unhas e dentes para que a notícia da Ressurreição chegue aos confins da terra.
Fonte Canção Nova

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 21,1-14 - 01.04.2016 - Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe.

6ª-feira na Oitava da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 21,1-14

Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles.
E fez a mesma coisa com o peixe.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 21,1-14

Naquele tempo:
1Jesus apareceu de novo aos discípulos,
à beira do mar de Tiberíades.
A aparição foi assim:
2Estavam juntos Simão Pedro,
Tomé, chamado Dídimo,
Natanael de Caná da Galiléia,
os filhos de Zebedeu
e outros dois discípulos de Jesus.
3Simão Pedro disse a eles: 'Eu vou pescar'.
Eles disseram: 'Também vamos contigo'.
Saíram e entraram na barca,
mas não pescaram nada naquela noite.
4Já tinha amanhecido,
e Jesus estava de pé na margem.
Mas os discípulos não sabiam que era Jesus.
5Então Jesus disse:
'Moços, tendes alguma coisa para comer?'
Responderam: 'Não'.
6Jesus disse-lhes:
'Lançai a rede à direita da barca, e achareis.'
Lançaram pois a rede
e não conseguiam puxá-la para fora,
por causa da quantidade de peixes.
7Então, o discípulo a quem Jesus amava
disse a Pedro: 'É o Senhor!'
Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor,
vestiu sua roupa, pois estava nu,
e atirou-se ao mar.
8Os outros discípulos vieram com a barca,
arrastando a rede com os peixes.
Na verdade, não estavam longe da terra,
mas somente a cerca de cem metros.
9Logo que pisaram a terra,
viram brasas acesas,
com peixe em cima, e pão.
10Jesus disse-lhes:
'Trazei alguns dos peixes que apanhastes'.
11Então Simão Pedro subiu ao barco
e arrastou a rede para a terra.
Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes;
e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu.
12Jesus disse-lhes: 'Vinde comer'.
Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar
quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.
13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles.
E fez a mesma coisa com o peixe.
14Esta foi a terceira vez que Jesus,
ressuscitado dos mortos,
apareceu aos discípulos.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 21, 1-14
Diante das dificuldades, muitas vezes temos a tendência de enfraquecer, de voltar à vida de antes, parece que perdemos o rumo e a motivação. Pedro e os demais discípulos desanimaram e quiseram voltar à vida de pescadores de peixes, como muitas vezes queremos voltar à vida da imaturidade na fé. Jesus realiza mais uma vez o milagre da pesca milagrosa, para que os apóstolos se recordem que não são pescadores de peixes. Assim também, ele atua em nossas vidas, para que o Mistério Pascal não seja apenas celebração, mas processo de maturação, a fim de que possamos crescer cada vez mais na fé, e um dia atingir a estatura de Cristo.
Fonte CNBB


JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS Jo 21,1-14
HOMILIA

É pela terceira vez que Jesus aparece aos seus amigos, desta vez foi junto ao lago de Tiberíades. O que mais se destaca aqui é a fé em Jesus que brota do coração e não dos olhos somente. Somos convidados a confiar no testemunho idôneo daqueles que o rodearam e adquiram a inteligibilidade da verdade do testemunho da Sua Ressurreição.

A certeza de que estás vivo Senhor, é o testemunho autêntico daqueles a quem aparecestes e a Tua própria palavra no mar de Tiberíades. Infelizmente ainda hoje, muitas dúvidas vão persistindo algumas vezes na nossa mente induzida pelos profetas da desgraças que espalham falsas doutrinas e até as vezes com fundamentos cientificamente comprovadas. Mas tudo isso porque somos homens e mulheres de pouca fé. Perdoa-nos na nossa mesquinhez a auxilia-nos a crescer na fé na Tua pessoa e na Tua Palavra.

Senhor Jesus, Tu caminhas lado a lado conosco na estrada da nossa vida, acompanhando-nos nas nossas amarguras e nas nossas tristezas. Raramente, porém, conseguimos ter os olhos abertos para Te ver, e os ouvidos atentos para Te escutar…

Minha irmã, e meu irmão. Deus lhe chama. Será que o caminho que você está tentando seguir e que não está dando muito certo é o caminho de Jesus? Olha que aquele que disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, está conosco. Ele nos convida a lançar a rede para o outro lado da barca. Você se preocupa com o seu sustento! Não se preocupe com dinheiro! Pois Ele cuidará de tudo. É só confiar e jogar a sua rede do outro lado. Converter é mudar de rumo, de caminho. Converta-se, mude agora o seu caminho para Deus, e será uma pessoa nova como o Cristo ressuscitado!

Juntos peçamos ao Senhor nosso Deus para que Seu Filho Ressuscitado nos auxilie em tudo. E como apareceu aos discípulos

Meu Senhor e meu Deus auxiliam-nos, a saber, ver-Te a nosso lado, acompanhando-nos em todos os momentos da nossa vida, de tal modo que o nosso coração inflamado por Ti, consiga transmitir a Tua constante presença, a fim de que saibamos, com ardor, comunicá-la a todos aqueles que nos rodeiam.

Senhor Jesus, ajuda-nos a estarmos atentos à tua presença nos diversos momentos da nossa vida. Quando escutamos a Tua Palavra, que ela nos alegre, pois é a Tua presença; quando entramos na intimidade através da Eucaristia, que ela nos consiga a paz, quando Te conseguimos descobrir nos outros, que nos estimule o espírito missionário e de serviço.

Muitas vezes a canseira do dia a dia nos torna quebrados e sem rumo para a nossa vida. Sem a Vossa presença o barco da nossa vida regressa do mar vazio, sem peixe. A nossa vida fica sem sabor e razão de viver. Só com a Tua presença. Tudo ganha sentido como foi para os dois discípulos no mar de Tiberíades. Temos a certeza de que convosco a canseira de uma noite inteira na faina de pescar resultara inútil. Pois à indicação da Vossa palavra, que se encontra na margem do nosso desespero, faz abundar de peixe as redes da nossa vida a ponto de quase se rebentarem.

É verdade, Senhor, eu creio! Sem Ti por perto, nada conseguiremos. A nossa sabedoria, a nossa habilidade, os nossos conhecimentos, nada conseguem se a Tua presença não informar a nossa ação.

Por isso, insistentemente Te suplico, Senhor Jesus, não nos deixes separar de Ti. Que a Tua presença sempre se faça sentir na nossa ação quotidiana e que nós jamais empreendamos qualquer atividade sem Te ter presente como guia, conselheiro e distribuidor providente de todo o nosso alimento que fortifica e dá sentido à nossa vida.

Pai, que a presença do Ressuscitado reforce a comunhão com meus irmãos e minhas irmãs de fé, a fim de podermos atrair para Ele muitas outras pessoas de boa vontade.
Fonte Canção Nova

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LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 24,35-48 - 31.03.2016 - Assim está escrito: o Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia

5ª-feira na Oitava da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Lc 24,35-48

Assim está escrito: o Messias sofrerá e
ressuscitará dos mortos no terceiro dia

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24,35-48

Naquele tempo:
35Os dois discípulos contaram
o que tinha acontecido no caminho,
e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
36Ainda estavam falando,
quando o próprio Jesus apareceu no meio deles
e lhes disse:
'A paz esteja convosco!'
37Eles ficaram assustados e cheios de medo,
pensando que estavam vendo um fantasma.
38Mas Jesus disse: 'Por que estais preocupados,
e porque tendes dúvidas no coração?
39Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo!
Tocai em mim e vede!
Um fantasma não tem carne, nem ossos,
como estais vendo que eu tenho'.
40E dizendo isso, Jesus mostrou-lhes as mãos e os pés.
41Mas eles ainda não podiam acreditar,
porque estavam muito alegres e surpresos.
Então Jesus disse:
'Tendes aqui alguma coisa para comer?'
42Deram-lhe um pedaço de peixe assado.
43Ele o tomou e comeu diante deles.
44Depois disse-lhes:
'São estas as coisas que vos falei
quando ainda estava convosco:
era preciso que se cumprisse tudo
o que está escrito sobre mim
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos'.
45Então Jesus abriu a inteligência dos discípulos
para entenderem as Escrituras,
46e lhes disse: 'Assim está escrito:
O Cristo sofrerá
e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia
47e no seu nome, serão anunciados
a conversão e o perdão dos pecados
a todas as nações, começando por Jerusalém.
48Vós sereis testemunhas de tudo isso'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 24, 35-48
Quando a comunidade está reunida, realiza-se a experiência pascal, a experiência da presença do Ressuscitado. Esta presença é a manifestação do Deus da Paz, o Deus real, o Deus vivo e verdadeiro, do Deus que é solidário com os homens e está sempre participando de suas vidas, mesmos que eles não sejam capazes de perceber isso. Não é a manifestação de um fantasma qualquer. Esta experiência comunitária da presença do Ressuscitado faz com que a comunidade se torne evangelizadora, testemunha de todos os valores pelos quais Jesus morreu e ressuscitou, se torne testemunha de que de fato Jesus é o Filho do Deus vivo, que cumpriu plenamente a vontade do Pai.
Fonte CNBB


JESUS ESTÁ PRESENTE Lc 24,35-48
HOMILIA

Depois de Jesus se ter aparecido a Maria Madalena e ter dado ordens para que os seus discípulos partam para a Galileia e depois do incidente do encontro de Jesus Ressuscitado com os dois discípulo na estrada de Emáus, aparece finalmente ao grupo reunido para lhes decepar as dúvidas e fortalecer-lhes a fé. Pois a comunidade estava vacilando na sua fé – as perseguições estão no horizonte, ou até acontecendo; o primeiro entusiasmo diminuiu, os membros estão cansados da caminhada e perdendo de vista a mensagem vitoriosa da Páscoa. Parece mais forte a morte do que a vida, a opressão do que a libertação, o pecado do que a graça. E, então Jesus aparece e lhes diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO.

Prova-lhes a Sua autêntica Ressurreição e lhes confirma na paz. Ele é a paz em plenitude, a paz da participação na vida eterna do Pai, para todos. E para que suas palavras não fiquem somente no ar, mostra-lhes as mãos, o peito e os pés rasgados. Vede minhas mãos e meus pés; porque eu mesmo sou! Apalpai-me e vede que um espírito carne e ossos não tem, como me vedes tendo. Estas palavras indicam que Jesus se apresentou como um homem normal com a mesmas características que tinha na vida mortal que os discípulos tão bem conheciam. Daí que podemos traduzir livremente por sou o mesmo que vocês conhecem, não é outra pessoa a que estais vendo. E em vista disso, anima-lhes a apalpar seu corpo e a ver mãos e pés que estavam com os sinais das chagas.

Se estas palavras têm algum sentido histórico, ele é o de manifestar que Jesus está vivo, que a morte não o venceu, que a vida do além pode ter momentos em que se parece com a vida anterior como se esta seguisse e aquela fosse uma continuação. Sobre o modo de pensar de alguns teólogos que dizem que a ressurreição é uma forma de vida só espiritual, vemos como Jesus se manifesta em corpo vivo e que não existe sentido em afirmar que só o espírito vive e o corpo como que se destrói e não alcança a nova vida.

Como diz o catecismo é impossível interpretar a ressurreição de Cristo fora da ordem física e não reconhecê-la como um fato histórico. Pois o corpo ressuscitado é o mesmo que foi martirizado e crucificado, ele traz as marcas de sua Paixão. Não constitui uma volta à vida terrestre como foi o caso de Lázaro, visto que seu corpo possui propriedades novas que o situam além do tempo e do espaço. Ele passa de um estado de morte para uma outra realidade. Ele participando da vida divina no estado de sua glória de modo que Paulo pode chamar a Cristo de o Homem Celeste. É por isso que Ele tem o poder de transmitir para você e eu a verdadeira Paz. Assim como ontem, Jesus continua dizendo: A PAZ ESTEJA CONVOSCO!

O convite a tocar e não só ver indica que o corpo presente diante deles tinha aspectos físicos ou que podiam se conformar às leis físicas, à vontade do ressuscitado. As feridas muito mais do que o rosto eram as marcas que determinavam em definitivo a realidade da pessoa na frente deles. Se faltar alguma prova para se certificar de que aquilo era real, comeu uma porção de peixe. Parece que o evangelista queria refutar toda dúvida possível. Mesmo assim existe muitos como Tomé é aqui evocado, não como apóstolo, mas como incrédulo. Por isso, podemos afirmar que existem muitos Tomé que não acreditam porque não têm visto.

Diante do escândalo da cruz que na época era muito maior do que nos dias de hoje, além da sua presença era necessário que Ele provasse ser tudo conforme às Escrituras. Os caminhos de Deus consistem, como afirmava Paulo, em mostrar sua sabedoria e fortaleza no que é loucura e fraqueza para os homens (1 Cor 1, 25). Daí que a maior esperança seja a de ouvir as Palavras e a presença do mestre novamente entre os discípulos, não, mas com um corpo humano, mas sim glorioso embora aparente um Jesus histórico que toque coma e entre dentro de uma experiência íntima com Ele. E diz: A PAZ ESTEJA CONVOSCO!
Fonte Canção Nova

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terça-feira, 29 de março de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Lc 24,13-35 - 30.03.2016 - Reconheceram-no ao partir o pão.

4ª-feira na Oitava da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Lc 24,13-35

Reconheceram-no ao partir o pão.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 24,13-35

13Naquele mesmo dia, o primeiro da semana,
dois dos discípulos de Jesus
iam para um povoado, chamado Emaús,
distante onze quilômetros de Jerusalém.
14Conversavam sobre todas as coisas que tinham
acontecido.
15Enquanto conversavam e discutiam,
o próprio Jesus se aproximou
e começou a caminhar com eles.
16Os discípulos, porém, estavam como que cegos,
e não o reconheceram.
17Então Jesus perguntou:
'O que ides conversando pelo caminho?'
Eles pararam, com o rosto triste,
18e um deles, chamado Cléofas, lhe disse:
'Tu és o único peregrino em Jerusalém
que não sabe o que lá aconteceu nestes últimos dias?'
19Ele perguntou: 'O que foi?'
Os discípulos responderam:
'O que aconteceu com Jesus, o Nazareno,
que foi um profeta poderoso em obras e palavras,
diante de Deus e diante de todo o povo.
20Nossos sumos sacerdotes e nossos chefes
o entregaram para ser condenado à morte e o
crucificaram.
21Nós esperávamos que ele fosse libertar Israel,
mas, apesar de tudo isso,
já faz três dias que todas essas coisas aconteceram!
22É verdade que algumas mulheres do nosso grupo
nos deram um susto.
Elas foram de madrugada ao túmulo
23e não encontraram o corpo dele.
Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos
e que estes afirmaram que Jesus está vivo.
24Alguns dos nossos foram ao túmulo
e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito.
A ele, porém, ninguém o viu.'
25Então Jesus lhes disse:
'Como sois sem inteligência e lentos
para crer em tudo o que os profetas falaram!
26Será que o Cristo não devia sofrer tudo isso
para entrar na sua glória?'
27E, começando por Moisés e passando pelos Profetas,
explicava aos discípulos
todas as passagens da Escritura
que falavam a respeito dele.
28Quando chegaram perto do povoado para onde iam,
Jesus fez de conta que ia mais adiante.
29Eles, porém, insistiram com Jesus, dizendo:
'Fica conosco, pois já é tarde
e a noite vem chegando!'
Jesus entrou para ficar com eles.
30Quando se sentou à mesa com eles,
tomou o pão, abençoou-o, partiu-o e lhes distribuía.
31Nisso os olhos dos discípulos se abriram
e eles reconheceram Jesus.
Jesus, porém, desapareceu da frente deles.
32Então um disse ao outro:
'Não estava ardendo o nosso coração
quando ele nos falava pelo caminho,
e nos explicava as Escrituras?'
33Naquela mesma hora, eles se levantaram
e voltaram para Jerusalém onde encontraram os Onze
reunidos com os outros.
34E estes confirmaram:
'Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!'
35Então os dois contaram
o que tinha acontecido no caminho,
e como tinham reconhecido Jesus ao partir o pão.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 24, 13-35
Este trecho nos mostra todas as etapas do trabalho evangelizador. Inicialmente, as pessoas estão caminhando em comunidade. Ninguém caminha verdadeiramente quando está sozinho. Jesus é o verdadeiro evangelizador, que entra na caminhada das pessoas, caminha com elas. Durante a caminhada, faz seus corações arderem, porque desperta neles o amor, permanece com eles, formando uma nova comunidade, e se dá verdadeiramente a conhecer quando as pessoas dão respostas concretas aos apelos do amor, fazendo com que elas sejam novas testemunhas da ressurreição.
Fonte CNBB

EMAÚS DOS NOSSOS DIAS Lc 24,13-35
HOMILIA

Naquela hora de desespero, alguém se aproxima e começa a caminhar com eles. Uma simples pergunta do novo companheiro os faz parar: De que estais falando? Não é possível que exista uma única pessoa neste país que desconheça os fatos cruéis da semana passada! Poderia ser a primeira reação. Mas logo aproveitam para partilhar a dor, a saudade, a frustração. Corriam notícias sobre o túmulo vazio e a aparição de anjos. Mesmo assim continuam inconsoláveis e reclamam: Ninguém viu Jesus!

Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! Que voz é esta? Os dois a conhecem. Soa-lhes tão familiar! Embora os olhos permaneçam vedados e a razão obscurecida, o coração se abre, se dilata, começa a arder no peito. Ninguém jamais falou como esse homem! responderam até os guardas, tempos atrás encarregados de prender Jesus. Nem estes homens rudes conseguiram resistir às suas palavras! As multidões ficaram extasiadas com o seu ensinamento, porque as ensinava com autoridade. Toda experiência do convívio com o Mestre nos anos que passaram emerge do fundo da alma, vem, de repente, à tona enquanto o companheiro de viagem explica as passagens da Escritura, evocando Moisés e os Profetas. Sua fala pelo caminho alivia a dor, derrete a saudade, afoga o desânimo. Não querem deixá-lo ir adiante quando chegam ao destino. “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando! É como se dissem: A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna! A solidão machuca. Ficar novamente só, fará reaparecer a tristeza e a dor. “Fica conosco!“ é o pedido insistente, dirigido a quem ainda não reconhecem. No fundo do coração, porém, já experimentam a alegria que tantas vezes sentiam quando o Mestre lhes falava.

“Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!“ “Tu tens palavras de vida eterna!“ O companheiro do caminho para Emaús não abandonou os discípulos! “Entrou para ficar com eles. Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão e abençoou, depois o partiu e deu a eles“ (Lc 24,29-30). E na fração do pão acontece o milagre da Páscoa: os dois reconhecem o Mestre. Vêem as mãos perfuradas e aquele inigualável semblante do Filho de Deus. Mas, ao mesmo tempo, Ele “tornou-se invisível“ (Lc 24,31) .

Ficou o pão partido e uma taça de vinho partilhada. Ficaram as palavras que fizeram arder os corações. Ficou a inebriante alegria em que Ele transformou o desespero dos discípulos. Agora não é mais necessário ver Jesus com os olhos do corpo. Com a experiência que tiveram em Emaús, os discípulos encarregar-se-ão de anunciá-lo e testemunhá-lo pelo mundo afora.

Nos momentos difíceis grite como os dois Apóstolos: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entra para ficar com eles. À mesa, Jesus toma o pão, abençoa e lhes dá. “Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram”. Jesus desaparece da vista deles, mas fica no seu coração. “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos explicava as Escrituras?” A experiência é tão extraordinária, que os discípulos precisam levar à notícia, naquela mesma noite, a Jerusalém.

No momento em que Jesus parte o pão, os discípulos de Emaús se tornam missionários, mensageiros da Boa Nova. “Na mesma hora eles se levantaram e voltaram para Jerusalém… e contaram o que tinha acontecido no caminho, e como tinham reconhecido Jesus quando ele partiu o pão. Ao distanciarem-se da comunidade, caminharam para Emaús à luz do dia, mas havia escuridão por dentro. Depois que o Mestre se revelou, atravessam a escuridão da noite, sem medo de tropeçar, porque o coração pulsa de alegria, cheia de luz. Há um novo olhar, uma nova motivação, uma nova e luz no horizonte.

A missão nasce sempre de um encontro com Jesus vivo, com o Cristo pascal. Os Evangelhos não terminam na Sexta-feira Santa, com o Cristo morto e sepultado. O grande e retumbante final da sinfonia é a esplêndida aurora da Páscoa, aquele deslumbrante primeiro dia da semana: o Cristo ressuscitado, vivo, vencedor da morte, o triunfo do bem sobre o mal, a vitória da graça sobre o pecado, a alegria do amor e da paz contra as tramas diabólicas do ódio e da guerra. “Realmente o Senhor ressuscitou! Proclamam os “Onze, reunidos com os outros“ em Jerusalém.

Celebramos a real presença deste Deus conosco na Eucaristia, memória do mistério pascal, mistério da cruz e ressurreição, mistério da redenção e reconciliação, que inicia a Nova Aliança. Em cada Eucaristia olhamos para Deus, celebramos o Deus conosco, sua encarnação, paixão morte e ressurreição. “É Deus Pai quem nos atrai por meio da entrega eucarística de seu Filho, dom de amor com o qual saiu ao encontro de seus filhos, para que, renovados pela força do Espírito, possamos chamá-lo de Pai” . Da ação de graças, da doação gratuita do Cordeiro de Deus, emerge a energia missionária da Eucaristia. A Eucaristia é a ponte para o ministério apostólico. Eucaristia é Nova Aliança que pressupõe reconciliação, unidade na diversidade, solidariedade até as últimas conseqüências.

Ao partir o pão, eles o reconhecem e retornam ao Caminho. Nossa fé é o encontro pascal com o Senhor Jesus. É a certeza de que ele está vivo. Nossa fé é uma fé pascal e pessoal. Não se trata apenas de crer em alguma coisa. A profissão fundamental é: “Eu creio em Ti, Senhor! E por isso me comprometo e me torno evangelizador.

Evangelizar, ser missionário, é irradiar “o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que contemplamos e o que nossas mãos apalparam do Verbo da vida porque a Vida manifestou-se. Sejam quais forem nossas fraquezas, misérias, limitações, o que contagia todas as culturas, o que convence todos os povos e raças, é o testemunho da alegria e da graça de termos encontrado o Senhor Ressuscitado. Tudo isso é graças à força do pão partido de Emaús, é o vigor do fruto da videira no cálice da Nova Aliança, é o corpo entregue e o sangue derramado de Jesus, morto e ressuscitado.
Fonte Canção Nova

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segunda-feira, 28 de março de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 20,11-18 - 29.03.2016 - 'Eu vi o Senhor!'; e eis o que ele me disse.

3ª-feira na Oitava da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 20,11-18

'Eu vi o Senhor!'; e eis o que ele me disse.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 20,11-18

Naquele tempo:
11Maria estava do lado de fora do túmulo, chorando.
Enquanto chorava,
inclinou-se e olhou para dentro do túmulo.
12Viu, então, dois anjos vestidos de branco,
sentados onde tinha sido posto o corpo de Jesus,
um à cabeceira e outro aos pés.
13Os anjos perguntaram:
'Mulher, por que choras?'
Ela respondeu:
'Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram'.
14Tendo dito isto,
Maria voltou-se para trás e viu Jesus, de pé.
Mas não sabia que era Jesus.
15Jesus perguntou-lhe:
'Mulher, por que choras?
A quem procuras?'
Pensando que era o jardineiro, Maria disse:
'Senhor, se foste tu que o levaste
dize-me onde o colocaste, e eu o irei buscar'.
16Então Jesus disse: 'Maria!'
Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: 'Rabuni'
(que quer dizer: Mestre).
17Jesus disse: 'Não me segures.
Ainda não subi para junto do Pai.
Mas vai dizer aos meus irmãos:
subo para junto do meu Pai e vosso Pai,
meu Deus e vosso Deus'.
18Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos:
'Eu vi o Senhor!',
e contou o que Jesus lhe tinha dito.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 20, 11-18
Maria Madalena queria somente estar com Jesus, ainda que ele estivesse morto. Queria estar com ele, mesmo que tivesse que ir buscá-lo, onde quer que o tivessem colocado. Chorava porque não havia encontrado Jesus. Estaria disposta a qualquer sacrifício para realizar o seu intento. Porém, se as pessoas correspondem ao amor de Deus, tanto mais Deus corresponde ao amor dos homens. Maria Madalena recebeu a grande recompensa pelo seu amor: fez a grande experiência do encontro pessoal com o ressuscitado, e anunciou a todos esta experiência.
Fonte CNBB


EU VI O SENHOR Jo 20,11-18
HOMILIA

Segundo Bento XVI, «a história de Maria de Magdala recorda à todos uma verdade fundamental: discípulo de Cristo é quem, na experiência da debilidade humana, teve a humildade de pedir-lhe ajuda, foi curada por Ele, e lhe seguiu de perto, convertendo-se em testemunha do poder de seu amor misericordioso, que é mais forte que o pecado.

Maria, em lágrimas, inclina-se e olha para dentro do túmulo. Ela já tinha, todavia constatado que estava vazio, e tinha anunciado o desaparecimento do Senhor. Porque se inclina então ainda? Porque quer ver de novo? Porque o amor não se contenta com um único olhar; o amor é uma conquista sempre mais ardente. Ela já O procurou, mas em vão; obstina-se e acaba por descobrir.

No Cântico dos Cânticos, a Igreja dizia do mesmo Esposo: «No meu leito, de noite, procurei aquele que o meu coração ama. Procurei-o, mas não o encontrei. Vou levantar-me e percorrer a cidade; pelas ruas e pelas praças, vistes aquele que o meu coração ama?» (Ct 3, 1-2). Duas vezes ela exprime a sua decepção: «Procurei-o, mas não o encontrei!» Mas o sucesso vem, por fim, coroar o esforço: «Os guardas encontraram-me, aqueles que fazem ronda pela cidade. Vistes aquele que o meu coração ama? Mal os ultrapassei, encontrei aquele que o meu coração ama. » (Ct 3,3-4)

Durante os breves repousos desta vida, quando suspiramos na ausência do nosso Redentor. Nós procuramo-Lo na noite, pois apesar do nosso espírito já estar desperto para Ele, os nossos olhos só vêem a Sua sombra. Mas, como não encontramos nela o Amado, levantemo-nos; percorramos a cidade, ou seja a assembléia dos eleitos. Procuremos de todo o coração. Procuremos nas ruas e nas praças, ou seja, nas passagens escarpadas da vida ou nos caminhos espaçosos; abramos os olhos, procuremos aí os passos do nosso Bem-Amado…

Esse desejo fez dizer a David: «A minha alma tem sede do Deus de vida. Quando irei ver a face de Deus? Sem descanso, procurai a Sua face» (Sl 42,3).

Lembro-lhe que ver o Senhor é ver nosso próprio destino. Nós fomos criados para a eternidade, na vida em comunhão com Deus. Chore, grite, apresente a Jesus a sua tristeza e necessidade. Pois ele lhe responderá chamando o seu nome, como chamou a Maria. E dirá: Porque choras? Eu estava morto, mas agora vivo para sempre e tenho as chaves de tudo nas mãos. E nós, quando é que, nos nossos leitos, procuraremos o Amado? Por que choramos, e a quem procuramos? Como a Maria Madalena Jesus nos faz duas perguntas básicas: porque choramos e a quem procuramos! Não duvido que muitas vezes choremos por causa da nossa falta de fé e de confiança na Palavra do Senhor e procuramos Alguém que está muito perto de nós e ainda não o percebemos. Conhecemos as Escrituras, conhecemos as promessas de Deus, mas choramos sem esperança, olhando somente para as “aparências”. Sofremos muitas vezes pela nossa incapacidade de “enxergar” as coisas de Deus. O mundo espiritual está tão perto de nós, e nós somos incapazes de percebê-lo, absortos que estamos em prestar atenção às coisas e as pessoas que nos rodeiam.

Confundimos a presença de Jesus com a presença de “outras pessoas”. Se percebêssemos a Sua presença viva e ressuscitada e ouvíssemos realmente a sua voz que fala no nosso coração, saíamos em disparada como fez Maria Madalena a anunciar a todos: “Eu vi o Senhor!” E você: já viu o Senhor? – Relembre a sua experiência! – Você já correu para contá-la a alguém? Jesus envia hoje você para proclama-l’O à todos os homens e mulheres que Ele está Vivo e Ressuscitado. Sejas Seu testemunho e grite bem alto: EU VI O SENHOR.
Fonte Canção Nova

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domingo, 27 de março de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mt 28,8-15 - 28.03.2016 - Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galiléia. Lá eles me verão.

2ª-feira na Oitava da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Mt 28,8-15

Ide anunciar aos meus irmãos que se dirijam
para a Galiléia. Lá eles me verão.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus 28,8-15

Naquele tempo:
8As mulheres partiram depressa do sepulcro.
Estavam com medo, mas correram com grande alegria,
para dar a notícia aos discípulos.
9De repente, Jesus foi ao encontro delas, e disse:
'Alegrai-vos!'
As mulheres aproximaram-se,
e prostraram-se diante de Jesus, abraçando seus pés.
10Então Jesus disse a elas: 'Não tenhais medo.
Ide anunciar aos meus irmãos
que se dirijam para a Galiléia.
Lá eles me verão.'
11Quando as mulheres partiram,
alguns guardas do túmulo foram à cidade,
e comunicaram aos sumos sacerdotes
tudo o que havia acontecido.
12Os sumos sacerdotes reuniram-se com os anciãos,
e deram uma grande soma de dinheiro aos soldados,
13dizendo-lhes:
'Dizei que os discípulos dele foram durante a noite
e roubaram o corpo, enquanto vós dormíeis.
14Se o governador ficar sabendo disso, nós o convenceremos.
Não vos preocupeis.'
15Os soldados pegaram o dinheiro,
e agiram de acordo com as instruções recebidas.
E assim, o boato espalhou-se entre os judeus,
até ao dia de hoje.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 28, 8-15
A ressurreição de Jesus, assim como a sua vida e a sua morte, tornou-se causa de divisão. Os que não crêem fazem tudo e usam de todos os meios para negarem o fato. Apesar de saberem a verdade e as conseqüências que acarretariam suas mentiras, os sumos sacerdotes e os anciãos, que ouviram das únicas testemunhas do fato da ressurreição a narrativa do fato, pagam para que tudo fique oculto e a ressurreição seja negada. Mas para quem nele crê, a ressurreição é motivo de grande alegria, é motivação para que a notícia seja espalhada rapidamente, mas principalmente é ocasião para o encontro pessoal com o ressuscitado.
Fonte CNBB


JESUS ESTÁ VIVO! Mt 28,8-15
HOMILIA

O anúncio pascal, hoje ressoa vibrante: o Senhor ressuscitou, venceu a morte e vive para sempre! Nasce imortal, a humanidade nova! Dá-se a nova criação e o novo êxodo! Celebramos a energia amorosa de Deus que, pelo Espírito, faz novas todas as coisas. Com as santas mulheres, vamos ao túmulo vazio e nos tornemos testemunhas da ressurreição. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se realiza em todas as pessoas e grupos que promovem a dignidade humana, a vida nova e a paz. Alegres, cantemos.

Esta é a notícia mais importante para a humanidade de todos os tempos que você e eu somos enviados a anunciar: Cristo ressuscitou. Ressuscitando, Cristo venceu o mal e a morte; derrotou o pecado e as suas conseqüências. Ressuscitando, Cristo garantiu vida plena, vida em abundância, vida eterna para nós.

O mal e a morte estão presentes no nosso mundo, mas não têm mais a última palavra; Cristo ressuscitado venceu-os para sempre. Com Cristo, nós também venceremos o mal que nos cerca; com Cristo passaremos da morte para a vida.

Mais uma vez, o anúncio da ressurreição do Senhor vem tornar mais firme a nossa esperança diante dos desafios e dificuldades que encontramos no nosso dia-a-dia, pois Cristo ressuscitou, Cristo está vivo no meio de nós! Ele caminha conosco e orienta a nossa história pessoal, familiar e comunitária.

Desejo que Jesus ressuscitado se faça presente na sua vida e na de todos os homens com a sua força de vida nova e de paz. Que você se deixe alcançar pelo Ressuscitado que sempre infunde coragem e paz. Desejo que você, como os discípulos de Emaús, se deixe envolver pessoalmente pelo Ressuscitado e, assim, se torne melhor discípulo e missionário d’Ele. Pois, a sua ordem como Ressuscitado é: Não tenhais medo! Ide dizer aos meus irmãos que partam para a Galiléia e lá Me verão! A Galiléia de hoje é a sua casa, são os seus familiares, vizinhos, colegas e amigos a quem você deve anunciar sem medo de nada e de ninguém que Ele ressuscitou verdadeiramente, como havia dito.

A certeza de que o Filho de Deus se fez um de nós em Jesus e completou em sua vida, morte e ressurreição o projeto de Salvação que brotou do amor apaixonado da Trindade Santíssima em favor da humanidade decaída, nos deve encher de uma alegria transbordante e tornar-nos apaixonados seguidores e anunciadores de seu Evangelho. Com São Paulo devemos todos dizer: “Com os fracos eu me fiz fraco para ganhar os fracos. Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. Por causa do evangelho eu faço tudo, para ter parte nele” (1Cor 9,22-23). Que a celebração da Ressurreição do Senhor, nos leve ao compromisso de construirmos juntos um reino que se mostre discípula e missionária de Jesus dos excluídos da sociedade. A ti e a toda a tua família continuou desejando uma Feliz e Santa Páscoa!
Fonte Canção Nova

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sábado, 26 de março de 2016

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Jo 20,1-9 - 27.03.2016 - Ele devia ressuscitar dos mortos.

Domingo da Páscoa
Cor: Branco

Evangelho - Jo 20,1-9

Ele devia ressuscitar dos mortos.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 20,1-9

1No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus,
bem de madrugada, quando ainda estava escuro,
e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
2Então ela saiu correndo
e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo,
aquele que Jesus amava,
e lhes disse: 'Tiraram o Senhor do túmulo,
e não sabemos onde o colocaram.'
3Saíram, então, Pedro e o outro discípulo
e foram ao túmulo.
4Os dois corriam juntos,
mas o outro discípulo correu mais depressa que Pedro
e chegou primeiro ao túmulo.
5Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão,
mas não entrou.
6Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás,
e entrou no túmulo.
Viu as faixas de linho deitadas no chão
7e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus,
não posto com as faixas,
mas enrolado num lugar à parte.
8Então entrou também o outro discípulo,
que tinha chegado primeiro ao túmulo.
Ele viu, e acreditou.
9De fato, eles ainda não tinham compreendido a
Escritura,
segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Jo 20,1-9
• A lógica humana vai na linha da figura representada por Pedro: o amor partilhado até à morte, o serviço simples e sem pretensões, a entrega da vida só conduzem ao fracasso e não são um caminho sólido e consistente para chegar ao êxito, ao triunfo, à glória; da cruz, do amor radical, da doação de si, não pode resultar vida plena. É verdade que é esta a perspectiva da cultura dominante. Como me situo face a isto?

• A ressurreição de Jesus prova precisamente que a vida plena, a vida total, a libertação plena, a transfiguração total da nossa realidade e das nossas capacidades passam pelo amor que se dá, com radicalidade, até às últimas consequências. Tenho consciência disso? É nessa direcção que conduzo a caminhada da minha vida?

• Pela fé, pela esperança, pelo seguimento de Cristo e pelos sacramentos, a semente da ressurreição (o próprio Jesus) é depositado na realidade do homem/corpo. Revestidos de Cristo, somos nova criatura: estamos, portanto, a ressuscitar, até atingirmos a plenitude, a maturação plena, a vida total (quando ultrapassarmos a barreira da morte física). Aqui começa, pois, a nova humanidade.

• A figura de Pedro pode também representar, aqui, essa velha prudência dos responsáveis institucionais da Igreja, que os impede de ir à frente da caminhada do Povo de Deus, de arriscar, de aceitar os desafios, de aderir ao novo, ao desconcertante. O Evangelho de hoje sugere que é precisamente aí que, tantas vezes, se revela o mistério de Deus e se encontram ecos de ressurreição e de vida nova.
Fonte http://www.dehonianos.org/

Ressuscitou dos mortos…!
HOMILIA

“Este é o dia que Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exultemos!” (Sl 117).

O Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia!

A Ressurreição gloriosa do Senhor é a chave para interpretarmos toda a sua vida e o fundamento da nossa fé. Sem essa vitória sobre a morte, diz S. Paulo, vazia seria a nossa pregação e vã a nossa fé. (Cf. 1 Cor 15,14).

A Ressurreição do Senhor é uma realidade central da nossa fé católica, e como tal foi pregada desde os começos do cristianismo. A importância deste milagre é tão grande que os Apóstolos são, antes de mais nada, testemunhas da Ressurreição de Jesus. Este é o núcleo de toda pregação, e isto é o que, depois de mais de vinte séculos nós anunciamos ao mundo: Cristo vive!  A Ressurreição é a prova suprema da divindade de Cristo.

A Liturgia Pascal lembra, na primeira leitura, um dos mais comoventes discursos de Pedro sobre a Ressurreição de Jesus: “Deus O ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se… às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos” (At 10,40-41). Surge nestas palavras a vibrante emoção do chefe dos Apóstolos pelos grandes acontecimentos de que foi testemunha, pela intimidade com Cristo ressuscitado, sentando-se à mesma mesa, comendo e bebendo com Ele.

A Ressurreição é a grande luz para todo o mundo: “Eu sou a luz” (Jo 8,10), dissera Jesus; luz para o mundo, para cada época da história, para cada sociedade, para cada homem.

No evangelho (Jo 20,1-9) vemos que a Boa Nova da Ressurreição provocou, num primeiro momento, um temor e espanto tão fortes, que as mulheres “saíram e fugiram do túmulo… e não disseram nada a ninguém, porque tinham medo”. Entre elas, porém encontrava-se Maria Madalena que viu a pedra retirada do túmulo e correu a dar a notícia a Pedro e João: “Tiraram o Senhor do túmulo, e não sabemos onde O colocaram” (Jo 20,2). “Os dois saem correndo para o sepulcro e, entrando no túmulo, observaram as faixas que estavam no chão e o lençol…” (Jo 20,6-7). “Ele viu e acreditou” (Jo 20,8).  É o primeiro ato de fé da igreja nascente em Cristo Ressuscitado, originado pela solicitude de uma mulher e pelos sinais do lençol, das faixas de linho, no sepulcro vazio. Se se tratasse de um roubo, quem se teria preocupado em despir o cadáver e colocar o lençol com tanto cuidado? Deus serve-se de coisas bem simples para iluminar os discípulos que “ainda não tinham entendido a Escritura, segunda a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20,9), nem compreendiam ainda o que o próprio Jesus tinha predito acerca da Sua ressurreição.

Ainda que sob outro aspecto, os “sinais” da Ressurreição vêem-se ainda presentes no mundo: a fé heróica, a vida evangélica da tanta gente humilde e escondida; a vitalidade da igreja que as perseguições externas e as lutas internas não chegam a enfraquecer; a Eucaristia, presença viva de Jesus ressuscitado que continua a atrair a Si todos os homens. Pertence a cada um dos homens vislumbrar e aceitar estes sinais, acreditar como acreditam os Apóstolos e tornar cada vez mais firme a sua fé.

A Ressurreição do Senhor é um apelo muito forte: lembra-nos sempre que vivemos neste mundo como peregrinos e que estamos em viagem para a verdadeira pátria, a eterna. Cristo ressuscitou para levar consigo os homens, na Sua Ressurreição, para onde Ele vive eternamente, fazendo-os participantes da Sua glória.

Maria, a mãe de Jesus, que acompanhou o Filho nas terríveis e duras horas da paixão; junto da Cruz, emudecida de dor, não soubera o que dizer; agora, com a Ressurreição, emudecida de alegria, não consegue falar. Procuremos estar unidos a essa imensa alegria da nossa Mãe. Toda a esperança na Ressurreição de Jesus que restava sobre a terra tinha-se refugiado no seu coração. Com toda a igreja, neste tempo pascal, saudemos a Virgem Maria: “Rainha do céu, alegrai-vos, aleluia! Por que aquele que merecestes trazer em vosso seio ressuscitou como disse, aleluia!…”

Mons. José Maria Pereira

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