sexta-feira, 5 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mc 3,20-35 - 07.06.2015 - Satanás será destruído

10º DOMINGO Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mc 3,20-35

Satanás será destruído

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 3,20-35

Naquele tempo:
20Jesus voltou para casa com os seus discípulos.
E de novo se reuniu tanta gente
que eles nem sequer podiam comer.
21Quando souberam disso,
os parentes de Jesus saíram para agarrá-lo,
porque diziam que estava fora de si.
22Os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém,
diziam que ele estava possuído por Belzebu,
e que pelo príncipe dos demônios
ele expulsava os demônios.
23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas:
'Como é que Satanás pode expulsar a Satanás?
24Se um reino se divide contra si mesmo,
ele não poderá manter-se.
25Se uma família se divide contra si mesma,
ela não poderá manter-se.
26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e
se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído.
27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte
para roubar seus bens, sem antes o amarrar.
Só depois poderá saquear sua casa.
28Em verdade vos digo:
tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados,
como qualquer blasfêmia que tiverem dito.
29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo,
nunca será perdoado,
mas será culpado de um pecado eterno'.
30Jesus falou isso, porque diziam:
'Ele está possuído por um espírito mau'.
31Nisso chegaram sua mãe e seus irmãos.
Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo.
32Havia uma multidão sentada ao redor dele.
Então lhe disseram:
'Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura'.
33Ele respondeu:
'Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?'
34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor,
disse: 'Aqui estão minha mãe e meus irmãos.
35Quem faz a vontade de Deus,
esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 3,20-35
O fechamento à graça de Deus

A contar pelo contexto literário, os textos anteriores ao nosso nos permitem ter o pano de fundo a partir do qual é feita a acusação pelos escribas oriundos de Jerusalém, de que Jesus agia impulsionado por um espírito mal, Beelzebu. Efetivamente, o modo como Jesus interpretava e praticava a Lei de Moisés não só punha em crise como fazia desmoronar o sistema de pureza e a prática da Lei, pautada por um rigorismo tal que, mais adiante no relato de Marcos, Jesus dirá ser “tradição humana” (cf. Mc 7,8.13) que deixa de lado o “mandamento de Deus”. Os escribas e com eles os fariseus, entre outros, se sentiam ameaçados em seu modo de praticar a religião. A esclerocardia deles (cf. Mc 3,5) impedia-os de questionar o seu próprio modo de viver a religião. Julgando-se justos por essa prática da Lei, para eles todos os demais estavam equivocados. Daí a crítica intempestiva e contraditória a Jesus. O ouvinte e o leitor do evangelho que conhecem o relato do batismo de Jesus sabem que é revestido do Espírito Santo (Mc 1,9-11); é essa força interior que inspira as palavras e impulsiona a ação de Jesus. Por isso, não pode admitir, a não ser como absurda, a acusação dos escribas. Ninguém podia fazer o bem que Jesus fazia se Deus não estivesse com ele (cf. Jo 9,33). A blasfêmia contra o Espírito Santo é fechamento à graça de Deus. Ela fecha o caminho da salvação. Ela consiste em sustentar que em Jesus age um espírito impuro. É essa acusação que é portadora do mal. A vida de Jesus era desconcertante não somente para os opositores de Jesus, mas também para a sua família. O início do evangelho de hoje já nos informa acerca do juízo e da intenção da família de Jesus (cf. vv. 20-21). No entendimento da família de Jesus, ele estava “fora de si”. Essa é a razão pela qual a família de Jesus, chegando ao lugar onde ele se encontrava, manda chamá-lo, mas permanece do lado de fora da casa. Ora, para os que estão do lado de fora, parece loucura o que Jesus faz e ensina (cf. Mc 3,20.31). Mas, para os que estão ao redor de Jesus e dentro da casa, o que Jesus ensina e faz, o modo como vive, não somente faz sentido, mas dá sentido à vida e faz viver. O episódio é a ocasião para afirmar que tudo na vida de Jesus é expressão e engajamento para a realização da vontade de Deus. O que caracteriza o povo, a família, que se reúne em torno dele, é a disposição de fazer a vontade de Deus.
Pe. Carlos Alberto Contieri, sj

Conteúdo publicado em Comece o Dia Feliz. http://www.paulinas.org.br/diafeliz/?system=evangelho&action=busca_result&data=07%2F06%2F2015#ixzz3cE1LD7Fl 
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O fechamento à graça de Deus - Mc 3,20-35
HOMILIA

O evangelho nos fala hoje dos inícios da pregação de Jesus, passado já algum tempo. Jesus surpreende, encanta com as suas palavras, e deixa todo o mundo admirado com seus milagres.

A coisa vai em aumento e faz prever um movimento importante. Diante disso o evangelista São Marcos nos apresenta várias reações.

Primeira, a reação do povo, que simplesmente gosta e se entusiasma. Mas há também outras duas reações: os parentes se preocupam, acham que ele exagera, se expõe demais, “está fora de si”, e a coisa pode ficar fora de controle.

Eles saem à sua procura com  o propósito de convencê-lo para voltar a casa. Vão junto com a mãe dele.

Isto não é dito aqui, mas Maria está no fim, entre aqueles que chegam e pedem para falar com Jesus. Maria certamente não pensava que o seu filho estivesse fora de si, mas possivelmente queria lhe dar algum conselho de prudência, como tantas vezes fizera anteriormente.

No fim do evangelho de hoje Jesus toma posição: agora é a hora da Palavra de Deus. Quem a escuta e acredita entra a fazer parte da “minha” família, da nova família de Deus. Estes são agora meu irmão, minha irmã, minha mãe. Maria entende, e sabemos que fica com Jesus até o fim.

Mas há também outra reação: a dos escribas e fariseus. Eles também se preocupam. Não gostam que Jesus seja um mestre independente, não gostam que o povo vá atrás dele, e procuram desmoralizá-lo: se ele expulsa os demônios é porque está de acordo com o mesmo demônio.

Os dois estão combinados para enganar a gente, e o que fazem é uma pantomima. Jesus responde: se o demônio expulsa a si mesmo, está condenado ao fracasso.

Mas Jesus vai mais longe: qualquer pecado pode ser perdoado, menos o pecado e a blasfêmia contra o Espírito Santo. Este é um pecado eterno.

Essas palavras são inquietantes. Que pecado é esse, “contra o Espírito Santo”?

Jesus fala aos escribas e fariseus, que distorcem o sentido dos milagres que Jesus faz. Não querendo ver neles a mão de Deus, preferem dizer, por interesse próprio, que Jesus está possuído pelo demônio e age pelo poder do maligno.

Neste caso, quantos mais milagres e expulsões Jesus realizasse, mais eles iriam se convencer que Jesus era “do mal”. Deste modo eles próprios fechavam para si o caminho da conversão.

Deus perdoa todo aquele que se arrepende, mas aquele que persiste em fechar os olhos para não ver a luz, ele mesmo se condena a ficar nas trevas.

Contudo as palavras de Jesus não são ditas apenas para os fariseus: nós também deveríamos nos perguntar se muitas vezes não preferimos a mentira ou a meia verdade que nos interessa e agrada, à plena luz da verdade que nos incomoda.

Pecar contra o Espírito Santo é pecar contra a verdade de Deus. Amar a verdade mais que a nós mesmos é a condição para encontrar a verdade plena, para encontrar o Deus verdadeiro.

(Pe Jaime Sánchez Bosch)

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