quinta-feira, 4 de junho de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho - Mc 12,38-44 - 06.06.2015 - Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.

Sábado da 9ª Semana Tempo Comum
Cor: Verde

Evangelho - Mc 12,38-44

Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 12,38-44

Naquele tempo:
38Jesus dizia, no seu ensinamento a uma grande multidão:
'Tomai cuidado com os doutores da Lei!
Eles gostam de andar com roupas vistosas,
de ser cumprimentados nas praças públicas;
39gostam das primeiras cadeiras nas sinagogas
e dos melhores lugares nos banquetes.
40Eles devoram as casas das viúvas,
fingindo fazer longas oraçðes.
Por isso eles receberão a pior condenação'.
41Jesus estava sentado no Templo,
diante do cofre das esmolas,
e observava como a multidão depositava
suas moedas no cofre.
Muitos ricos depositavam grandes quantias.
42Então chegou uma pobre viúva
que deu duas pequenas moedas,
que não valiam quase nada.
43Jesus chamou os discípulos e disse:
'Em verdade vos digo,
esta pobre viúva deu mais do que todos os outros
que ofereceram esmolas.
44Todos deram do que tinham de sobra,
enquanto ela, na sua pobreza,
ofereceu tudo aquilo que possuía para viver'.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mc 12, 38-44
Entre as inúmeras motivações que encontramos nos dias de hoje para o seguimento de Jesus, uma delas é a busca de privilégios. Isso não é uma coisa nova. Basta, para nós, a memória dos filhos de Zebedeu, que queriam sentar-se à direita e à esquerda de Jesus na sua glória. De fato, a religião pode tornar-se fonte de privilégios para muitas pessoas, principalmente numa sociedade religiosa e hierarquizada como a nossa. Não é essa a vontade de Jesus para os seus seguidores, pois Jesus não quis privilégios nem mesmo para si próprio. Ele quer de nós a disponibilidade e a entrega de vida, a exemplo da viúva que, com a única moeda que não seria valorizada por ninguém, deu o maior exemplo de total entrega.
Fonte CNBB



A OFERTA DA VIÚVA POBRE Mc 12,38-44
HOMILIA

O relato evangélico de hoje tem duas partes bem diferenciadas e, ligadas talvez, pela palavra chave “viúva” com a qual conclui a última seção da primeira parte, dando origem à segunda. A primeira diz respeito ao juízo de Jesus sobre os mestres da Lei e a segunda refere-se a oferta da viúva.
Na primeira parte, o Senhor instrui a multidão que o escuta com satisfação conforme Mc 12,37. O primeiro ensinamento desmascara a atitude dos escribas ou mestres da Lei que gostam de ser o centro em tudo, mas que não são coerentes com os ensinamentos desta mesma Lei e cometem injustiça contra as viúvas explorando ou roubando os seus bens.
Na segunda parte, Jesus aparece como um grande observador. Olha para a caixa das ofertas onde o povo põe o dinheiro. Percebe que muitos ricos põem grande quantidade de dinheiro. Porém, também vê que uma viúva pobre coloca duas moedinhas de pouquíssimo valor. Ali aparece o ensinamento para seus discípulos. Afirma sem rodeios que a viúva pobre deu mais que todos os ricos... E esclarece por que: enquanto os ricos deram do que lhes sobrava, a viúva pobre deu do que tinha para viver.
Saiba que: as moedinhas que a pobre viúva coloca são duas moedinhas. A Lepta era uma moeda grega de cobre chamada também calco ou óbolo. As duas Leptas equivaliam a um Quadrante (moeda romana) que é a 64º parte de um Denário (moeda romana) que era o salário médio por um dia de trabalho. Façamos o cálculo dividindo em 64 a diária oficial de um trabalhador de nosso país, ou seja, a quantidade é insignificante.
Jesus como sempre observava tudo a fim de ensinar aos Seus discípulos o que era verdadeiro. Ele exortava-os a não imitar os doutores da lei que gostavam de chamar atenção em todos os aspectos. Existem hoje também muitos “doutores da lei” que gostam de chamar a atenção por suas idéias “espirituais” ou “espiritualistas” que estão impressionando as multidões. Na verdade, eles fazem tudo visando proveito próprio desviando o foco da pessoa de Jesus Cristo e colocando-se no Seu lugar. Gostam de ser incensados, elogiados e reconhecidos pelos seus grandes feitos. Necessitamos vigiar as nossas ações de colaboradores do reino para que não estejamos no meio dos “doutores da lei”, porque Jesus mesmo nos adverte: “Tomai cuidado” “eles receberão a pior condenação”. Às vezes podemos pensar que estamos servindo ao Senhor, quando na verdade, procuramos um palco para nos pormos em evidência. Ao mesmo tempo, Jesus também nos aconselha a observar a oferta da pobre viúva. Ela só chamava a atenção pela sua miséria, mas teve o desprendimento de ofertar ao Senhor, também, toda a sua pobreza. O pouco que ela deu era tudo o que possuía para viver. Todos (as) aqueles (as), que como a viúva, oferecem tudo o que possuem para viver, receberão recompensa. Essa passagem nos faz refletir sobre as nossas ofertas!
Tenhamos presente que na época de Jesus, trabalhava “fora de casa” somente o homem. Quando uma mulher ficava viúva, não voltava para sua casa paterna; se não tivesse filhos homens que a pudessem sustentar, ficava a mercê da “caridade” do povo. Não havia instituições nem ONGs que se encarregassem delas. Muitas vezes no Antigo, e também no Novo Testamento, aparece a expressão “pobres, órfãos e viúvas” como aqueles que Deus privilegia e, portanto reivindica cuidado e proteção especial por ser realmente parte da categoria do que hoje chamaríamos os “irmãos mais necessitados” ou empobrecidos.
Qual a minha atitude perante Deus? Procuro honrarias, benefícios, primeiros lugares? Qual a minha atitude perante os bens e talentos que eu possuo? Cuido deles como algo que Deus colocou em minhas mãos para eu administrar? Ou cuido deles como algo exclusivamente meu, em benefício próprio? Creio que amar a Deus implica desapego e doação sem nada reter para mim? Temos oferecido ao Senhor tudo o que temos ou somente o que sobra? O que é que você possui? Qual será a oferta que Deus espera de você? Você tem oferecido ao Senhor, pobreza ou riqueza? Qual é o entendimento que você tem sobre generosidade?
Pai, instrui-me com tua sabedoria, para que eu saiba avaliar os gestos humanos com parâmetros divinos, e assim ser capaz de perceber o que é invisível aos nossos olhos.
Fonte Padre BANTU SAYLA

Nenhum comentário:

Postar um comentário