domingo, 1 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 23,1-12 - 03.03.2015 - Eles falam mas não praticam.

Senhor, que abateis os corações dos orgulhosos,
mas concedeis vossa graça aos humildes,
dai-nos a verdadeira humildade,
de que Jesus nos deu o exemplo.
3ª-feira da 2ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Mt 23,1-12

Eles falam mas não praticam.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 23,1-12

Naquele tempo:
1Jesus falou às multidões e a seus discípulos:
2'Os mestres da Lei e os fariseus
têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés.
3Por isso,
deveis fazer e observar tudo o que eles dizem.
Mas não imiteis suas ações!
Pois eles falam e não praticam.
4Amarram pesados fardos
e os colocam nos ombros dos outros,
mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los,
nem sequer com um dedo.
5Fazem todas as suas ações
só para serem vistos pelos outros.
Eles usam faixas largas, com trechos da Escritura,
na testa e nos braços,
e põem na roupa longas franjas.
6Gostam de lugar de honra nos banquetes
e dos primeiros lugares nas sinagogas;
7Gostam de ser cumprimentados nas praças públicas
e de serem chamados de Mestre.
8Quanto a vós, nunca vos deixeis chamar de Mestre,
pois um só é vosso Mestre e todos vós sois irmãos.
9Na terra, não chameis a ninguém de pai,
pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus.
10Não deixeis que vos chamem de guias,
pois um só é o vosso Guia, Cristo.
11Pelo contrário, o maior dentre vós
deve ser aquele que vos serve.
12Quem se exaltar será humilhado,
e quem se humilhar será exaltado.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Mt 23, 1-12

Dois elementos são importantes para nós a partir da leitura do Evangelho de hoje. O primeiro é que nenhum ser humano pode ser para nós modelo absoluto para a vivência do Evangelho, uma vez que todas as pessoas são pecadoras. O segundo é que não podemos fazer da religião forma de relação de poder e de promoção pessoal. As distinções que existem na vida religiosa devem ser de cargos e funções, porque existem ministérios diferentes, mas todos na Igreja têm uma dignidade igual: a de filhos e filhas de Deus. Mesmo dentro da Igreja, a hierarquia só pode ser concebida à luz do Evangelho e a partir do conceito de serviço.
Fonte CNBB



QUEM SE EXALTA SERÁ HUMILHADO Mt 23,1-12
HOMILIA

O evangelho de Mateus apresenta no capítulo 23, de maneira contundente, as últimas críticas de Jesus aos escribas e fariseus. No trecho de hoje, o evangelista conta uma história curiosa. Trata-se da crítica de Jesus ao poder reinante do espírito do mundo. Ele começou a pregar completamente diferente do que se vivia. Não estava preocupado com o poder político dominante. Uma única vez que tentaram colocá-lo à prova numa difícil situação política, Ele respondeu: "Hipócritas! (…) Pois dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus." É um ensinamento para todos, mas também uma advertência àqueles que detêm o poder neste mundo.
            Jesus fala em cátedra de Moisés, a doutrina tradicional que receberam de Moisés, chamada Lei Mosaica, contida na Torá, que ainda trazia o que falaram os profetas, Abraão e outros grandes patriarcas. Dominados pelos romanos, os judeus, sem muita alternativa, tomaram uma posição de fazer valer aquelas tradições. Mas, ao longo do tempo, a elas foram acrescentadas interpretações pessoais a impor tanta coisa, que eles mesmos não podiam cumprir. Aqueles mestres faziam questão de assim serem chamados. Isto fazia com que se sentissem mais poderosos. Quem não os chamava de Mestre estava perdido.
            Meu irmão, esta critica é também para nós. Pois em nossos dias vemos muitas vezes padres novos, catequistas e lideres meio tímidos, e à medida que a comunidade coloca muitas coisas à sua disposição, que o bajula demais, ele vai se transformando num poderoso, transferindo para dentro da Igreja aquele espírito pomposo que impõe obrigações e sacrifícios aos outros e paroquianos, como quase condição para que o tenham. Se suas atividades deveriam ser levadas pelo Espírito de Deus, trata-se de uma pessoa espiritualizada que revela um demasiado zelo. Percebe-se, porém, cerimônias realizadas e quando se faz pelo espírito da vaidade e da soberba. Somente para aparecer.
            Jesus observou isto muito bem. Ele sabia que naquela sinagoga acontecia a mesma coisa. E alertou aos Apóstolos: vocês devem entender a Lei e cumpri-la, mas não imitem esses homens, "pois dizem o que não fazem"; impõem a vocês coisas que eles mesmos não cumprem, fardos que não carregam, porque não aguentam. Isto é hipocrisia. E termina dizendo uma coisa desconcertante, para a época, ao olhar dos judeus. Os mestres das sinagogas ensinavam: Se eu tenho este copo é porque tenho a graça de Deus. Se o tenho cheio d’água é porque estou repleto da graça de Deus. Se tenho o copo, água e posso bebê-la, estou plenamente na graça de Deus.
            Eles faziam uma divisão. Queriam convencer as pessoas de que estavam bem, eram ricos, cheios de franjas e frases do Torá na testa e nas roupas, finas por sinal, porque estavam cheios da graça de Deus. Aqueles que não pudessem fazer isto, é porque não tinham a graça de Deus. Esta era a mentalidade da época.    
Jesus vem com uma proposta contrária a tudo isso: "Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado." Hoje, entendemos essa máxima do Evangelho, mas naquela época isto foi de difícil compreensão: ter de se humilhar para ser exaltado? Se somos pobres diante dos homens, seremos ricos diante de Deus. Essa pobreza é um dom de Deus.
Senhor, ensina-me a ser humilde, quebre a minha vaidade, orgulho e soberba, para que eu possa entender a máxima: Deus humilha os que se exaltam e exalta os que se humilham.
Fonte Padre BANTU SAYLA

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