quarta-feira, 4 de março de 2015

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Lc 4,24-30 - 09.03.2015 - Jesus, como Elias e Eliseu, não é enviado só aos judeus.

Senhor Jesus,
nós vos pedimos por todos os que ainda
não receberam o Evangelho, e pelos que não vivem a fé.
2ª-feira da 3ª Semana Quaresma
Cor: Roxo

Evangelho - Lc 4,24-30

Jesus, como Elias e Eliseu, não é enviado só aos judeus.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 4,24-30

Jesus, vindo a Nazaré, disse ao povo na sinagoga:
24'Em verdade eu vos digo que nenhum profeta
é bem recebido em sua pátria.
25De fato, eu vos digo:
no tempo do profeta Elias,
quando não choveu durante três anos e seis meses
e houve grande fome em toda a região,
havia muitas viúvas em Israel.
26No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias,
senão a uma viúva que vivia em Sarepta, na Sidônia.
27E no tempo do profeta Eliseu,
havia muitos leprosos em Israel.
Contudo, nenhum deles foi curado,
mas sim Naamã, o sírio.'
28Quando ouviram estas palavras de Jesus,
todos na sinagoga ficaram furiosos.
29Levantaram-se e o expulsaram da cidade.
Levaram-no até ao alto do monte
sobre o qual a cidade estava construída,
com a intenção de lançá-lo no precipício.
30Jesus, porém, passando pelo meio deles,
continuou o seu caminho.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB


Reflexão - Lc 4, 24-30

Todas as pessoas ficam contentes quando as outras pessoas falam o que elas querem ouvir, mas nem todas as pessoas ficam contentes quando os outras pessoas falam o que elas precisam ouvir. Todos queriam que Jesus falasse de uma religião onde manipulariam o próprio Deus através de ritualismos, onde Deus seria o servidor e o homem o servido, onde Deus teria apenas deveres e obrigações e os homens direitos, onde Deus teria que agir o tempo inteiro para corrigir as conseqüências das irresponsabilidades humanas. Como não era esse o conteúdo da pregação de Jesus, que não cedeu ao jogo do poder e dos privilégios da sua época, os seus concidadãos o excluíram e quiseram matá-lo.
Fonte CNBB



O REINO DE DEUS ESTÁ ENTRE NÓS Lc 4,24-30
HOMILIA

Estamos na Cidade de Nazaré, o berço onde Jesus foi criado pelos seus pais. E então como fizeram em outros lugares, pôs-se a falar aos homens da cidade na sinagoga. Apesar de maravilhados com as palavras de Jesus, esses homens não receberam a graça dos milagres dEle em suas vidas. Não tinham o coração aberto para receberem tais milagres, e por isso ficaram bastante furiosos quando Jesus afirmou, baseado em duas passagens do Antigo Testamento, que a graça vem para aqueles que abrem o coração ao novo, à Boa Nova.

Jesus havia crescido, evoluído em corpo, alma e divindade durante os anos em que passou afastado da sua cidade. E como é revoltante quando queremos trazer algo novo para as pessoas que cresceram conosco, e elas não nos dão credibilidade. A vontade que dá é de fazer o que Jesus fez: denunciar a falta de abertura daquelas pessoas, e seguir o caminho para outro lugar.

Acredito que seja essa a tua sensação diante dos teus, quando retornando a sua casa, sua rua, bairro, cidade. O seu marido, esposa, filhos, familiares e muitos de seus vizinhos, ou colegas do trabalho que acham que já lhe conhecem e por isso nada você tem para lhes ensinar, nem prestam muita atenção ao que você diz. Eles acham que você não vai ter muito o que acrescentar às suas vidas. E no fim das contas parece ser isso mesmo, uma sensação de superioridade em relação à você, que pode até ter crescido em tamanho, mas que não pode ter se desenvolvido tanto como pessoa. É como se fosse vergonhoso aprender ou receber alguma coisa de alguém que você considera igual ou “menor” que você.

Queremos fazer sucesso no ambiente em que as pessoas nos acolhem e nos admiram, porém nem sempre somos acolhidos e admirados porque seguimos os ensinamentos de Deus. Para todos nós é difícil evangelizar as pessoas no lugar onde todos nos conhecem. Assim aconteceu com Elias: num tempo de seca e fome, beneficiou uma mulher estrangeira, da terra dos sidônios. O mesmo sucedeu com Eliseu: curou da lepra um general sírio, ao passo que, em Israel, essa doença vitimava muitas pessoas.

A conclusão de Jesus foi clara: já que o povo de sua cidade insistia em não lhe dar atenção, ele sentiu-se obrigado a ir em busca de quem estivesse disposto a acolhê-lo. Aos duros de coração, no entanto, só restava o castigo. Às vezes não fazemos sucesso onde queríamos, mas o Senhor nos envia a alguém a quem nem imaginamos, para que por nosso meio ela possa obter cura e libertação. Por isso, como Jesus, insista no anúncio, na cura e na libertação dos seus!

Por outro lado é para mim e para ti esta palavra. Você acompanhou o crescimento de algum sobrinho, irmão ou primo mais novo? Você não tem a sensação de que conhece tudo ou quase tudo daquela pessoa? Engano seu.

Por isso, a lição de hoje é: não se ache superior a ninguém. Esteja aberto a novas possibilidades. Não é motivo de vergonha aprender ou receber algo de uma pessoa que você considere menos experiente. Alías não há nenhum pobre que não tenha nada a dar e também não há nenhum rico que não tenha nada a receber. Precisamos uns dos outros e aprendemos uns dos outros.

A reação dos habitantes de Nazaré, diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi tal o desprezo pelas palavras do Mestre, que eles decidiram eliminá-lo lançando-o de um precipício.

É possível imaginar a decepção de Jesus, diante da rejeição de seus conterrâneos. Ele tentou compreender a situação, rememorando as experiências de profetas do passado que, rejeitados por seu povo, foram bem acolhidos pelos estrangeiros.

Longe de mim e de ti seguir o exemplo do povo de Nazaré. Jesus quer encontrar, em nós, abertura para acolhê-lo e disponibilidade para converter-nos. Ninguém é obrigado a aceitar este convite. Entretanto, fechar-se para Jesus significa recusar a proposta da vida, de salvação que Ele, em nome do Pai, veio nos trazer.
Fonte Canção Nova

Nenhum comentário:

Postar um comentário