sábado, 26 de julho de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Mt 13,44-52 - 27.07.2014 - Ele vende todos os seus bens e compra aquele campo.

Pai,
que eu seja decidido e rápido
em desfazer-me do que me impede
de acolher plenamente o teu Reino.
Que meu coração nunca se apegue
a coisa alguma deste mundo.
Verde. 17º DOMINGO Tempo Comum

Evangelho - Mt 13,44-52

Ele vende todos os seus bens e compra aquele campo.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 13,44-52

Naquele tempo, disse Jesus à multidão:
44'O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo.
Um homem o encontra e o mantém escondido.
Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquele campo.
45O Reino dos Céus também é como um comprador
que procura pérolas preciosas.
46Quando encontra uma pérola de grande valor,
ele vai, vende todos os seus bens
e compra aquela pérola.
47O Reino dos Céus é ainda
como uma rede lançada ao mar
e que apanha peixes de todo tipo.
48Quando está cheia,
os pescadores puxam a rede para a praia,
sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos
e jogam fora os que não prestam.
49Assim acontecerá no fim dos tempos:
os anjos virão para separar
os homens maus dos que são justos,
50e lançarão os maus na fornalha de fogo.
E ai, haverá choro e ranger de dentes.
51Compreendestes tudo isso?'
Eles responderam: 'Sim.'
52Então Jesus acrescentou:
'Assim, pois, todo o mestre da Lei,
que se torna discípulo do Reino dos Céus,
é como um pai de família
que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão
XVII Domingo do Tempo Comum

Na primeira leitura extraída do Primeiro Livro dos Reis, fica muito claro a sabedoria de Salomão não apenas pelo conteúdo de sua oração, mas pelo modo como se dirige a Deus. No seu modo de falar com o Senhor, fica explícita sua humildade e a consciência de seu lugar: apesar de rei, diante de Deus ele é servo.
Ele também demonstra sabedoria ao não se sentir proprietário do povo, mas condutor do rebanho que pertence a Deus.
Finalmente ele pede sabedoria para praticar a justiça. Deus não só aceita a oração de Salomão, mas o abençoa com o dom do discernimento em um coração sábio e inteligente.
A parábola de Mateus apresentada hoje pela liturgia termina com o relato do discernimento feito pelos pescadores que “recolhem os peixes bons nos cestos e jogam fora os que não prestam.”
Jesus, ao falar do Reino dos Céus o comparou a “uma rede lançada ao mar e que apanha todo tipo de peixe”. Nossa atitude em relação ao Reino, aos seus valores, nos identificará como bons ou não. Até onde somos capazes de renúncias, mudanças de vida, despojamento por causa do Reino, por causa de justiça?
A segunda leitura nos fala de nossa predestinação à felicidade plena. Deus nos criou para sermos salvos, para agirmos neste mundo em favor da justiça e da paz, como cidadãos do Reino que virá, ou melhor, que já está instaurado neste mundo através da ação dos homens de boa vontade, daqueles que são imagem de Cristo.
Concluindo, podemos tirar para nossa vida que a sabedoria, o discernimento estão presentes no coração daqueles que se sentem servos diante de Deus e dos irmãos, daqueles que possuem e lutam pelos valores do Reino, daqueles que lutam pela justiça e pela paz. Esses confirmam a predestinação para o Céu, pois são no mundo imagem e semelhança de Cristo.
Fonte Pe. César Augusto dos Santos SJ - 2014-07-26 Rádio Vaticana



JESUS É A PÉROLA DE GRANDE VALOR Mt 13,44-52
HOMILIA

No Evangelho de hoje somos convidados a contemplar duas realidades. Duas pérolas. Uma de mais e outra de menos valor. A de grande valor é escondida com a máxima segurança para não ser descoberta por ninguém. O mais importante nelas é a focalização da opção radical pelo Reino da justiça, diante do qual vale a pena arriscar tudo, alegremente. Ambas mostram a atitude de alguém que vende tudo o que possui para conquistar o novo, algo de valor incalculável, o único valor absoluto.
A primeira parábola é a do tesouro escondido no campo. A parábola não compara o Reino com o tesouro, mas quer mostrar o estado de ânimo de quem encontra esse tesouro, comparando esse estado de ânimo com o que deveria animar os que descobrem o Reino da justiça como valor absoluto de suas vidas. Como reage quem encontra um tesouro? Como reage quem descobriu que a justiça é o único caminho para conseguirmos sociedade e história novas?
O texto não afirma que o descobridor estivesse à caça de tesouros escondidos. Simplesmente foi por providência, foi sem esforço. O Reino da justiça também não é objeto de buscas intermináveis; está debaixo de nossos pés, a nosso alcance, em nosso chão. A reação de quem encontrou o tesouro é de alegria e desembaraçamento de tudo para a obtenção desse tesouro. Aí está, diz Mateus, o estado de ânimo de quem descobriu, na prática da justiça do Reino, o filão escondido do mundo novo.
O Reino é dom gratuito, manifestado na prática de Jesus. A esse achado inesperado correspondem alegria e desprendimento total. Não se trata de renunciar para obter o Reino. É sua descoberta que possibilita desembaraçar-se alegremente de tudo.
A segunda parábola é a da pérola de grande valor. Há algumas diferenças em relação à anterior: o fato de o comprador estar buscando pérolas e a não-menção da alegria com que vende todos os seus bens. Contudo, o significado é o mesmo da parábola anterior: pelo fato de encontrar um valor maior, desfaz-se de tudo para possuí-lo, porque vale a pena. Fique bem claro, porém, que o Reino não é troca de mercadorias. Não pode ser comprado como o campo que esconde o tesouro, ou como a pérola. As parábolas querem salientar que nada faz falta a quem descobriu o sentido e valor da luta pela justiça.
A parábola da rede lançada ao mar prolonga o tema da parábola do joio no meio do trigo e tem sabor de escatologia final. Na sociedade convivem lado a lado peixes bons e peixes ruins. Quem lança a rede é Deus e só a ele compete ordenar a triagem. O juízo constará de separação. A parábola, portanto, mostra às comunidades cristãs qual será sua sorte final se perseverarem no discernimento e na opção definitiva pelo Reino de justiça.
Os vv. 51-52 pretendem ser a conclusão das parábolas. A insistência cai sobre a compreensão ou discernimento. Vocês compreenderam tudo isso? Não se trata simplesmente de entender o sentido das parábolas, mas antes de compreender, assumir o ensinamento e a prática do Reino que elas manifestam.
Trata-se de compreender o mistério do Reino, que pode ser resumido em dois pontos: 1. O mistério do Reino já foi e continua sendo manifestado naquilo que Jesus diz e realiza; 2. O que ele diz e realiza se prolonga na práxis da comunidade cristã em meio a uma sociedade conflituosa. A função da comunidade não é fazer a triagem ou fugir da realidade, mas dar continuidade à prática de Jesus.
Os discípulos afirmam ter compreendido tudo isso. Por isso todo doutor da Lei que se torna discípulo no Reino do Céu é como um pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas. Este Pai sou eu, és tudo, quando fazes uma opção radical por Jesus a Pérola de grande valor, o Único Caminho, a Verdade, e a Vida de todo e qualquer homem ou mulher.
Fonte Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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