segunda-feira, 14 de abril de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 13,21-33.36-38 - 15.04.2014 - Um de vós me entregará... O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.

Pai,
faze-me viver em sintonia com Jesus,
de modo que meus preconceitos
não venham a influenciar
minha adesão a ele.
Roxo. 3ª-feira da Semana Santa Páscoa

Evangelho - Jo 13,21-33.36-38

Um de vós me entregará...
O galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 13,21-33.36-38

Naquele tempo:
Estando à mesa com seus discípulos,
21Jesus ficou profundamente comovido e testemunhou:
'Em verdade, em verdade vos digo,
um de vós me entregará.'
22Desconcertados,
os discípulos olhavam uns para os outros,
pois não sabiam de quem Jesus estava falando.
23Um deles, a quem Jesus amava,
estava recostado ao lado de Jesus.
24Simão Pedro fez-lhe um sinal
para que ele procurasse saber
de quem Jesus estava falando.
25Então, o discípulo,
reclinando-se sobre o peito de Jesus, perguntou-lhe:
'Senhor, quem é?'
26Jesus respondeu:
'É aquele a quem eu der o pedaço de pão
passado no molho.'
Então Jesus molhou um pedaço de pão
e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes.
27Depois do pedaço de pão,
Satanás entrou em Judas.
Então Jesus lhe disse:
'O que tens a fazer, executa-o depressa.'
28Nenhum dos presentes compreendeu
por que Jesus lhe disse isso.
29Como Judas guardava a bolsa, alguns pensavam
que Jesus lhe queria dizer:
'Compra o que precisamos para a festa',
ou que desse alguma coisa aos pobres.
30Depois de receber o pedaço de pão,
Judas saiu imediatamente.
Era noite.
31Depois que Judas saiu,
disse Jesus:
'Agora foi glorificado o Filho do Homem,
e Deus foi glorificado nele.
32Se Deus foi glorificado nele,
também Deus o glorificará em si mesmo,
e o glorificará logo.
33Filhinhos,
por pouco tempo estou ainda convosco.
Vós me procurareis,
e agora vos digo, como eu disse também aos judeus:
'Para onde eu vou, vós não podeis ir'.
36Simão Pedro perguntou:
'Senhor, para onde vais?'
Jesus respondeu-lhe:
'Para onde eu vou,
tu não me podes seguir agora,
mas me seguirás mais tarde.'
37Pedro disse:
'Senhor, por que não posso seguir-te agora?
Eu darei a minha vida por ti!'
38Respondeu Jesus:
'Darás a tua vida por mim?
Em verdade, em verdade te digo:
o galo não cantará antes que me tenhas negado três vezes.'
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



Reflexão - Jo 13, 21-33.36-38

Mesmo entre os discípulos de Jesus, a humanidade, com a sua fraqueza, falou mais alto nos momentos mais difíceis. Todos estão à mesa com ele, celebrando a Páscoa, mas ninguém está pronto para viver a Páscoa de Jesus. Judas Iscariotes abandona a mesa celebrativa para procurar os sumos sacerdotes e trair Jesus. Simão Pedro afirma que dará a vida por Jesus e, como resposta, ouve a profecia de que o negará três vezes ainda naquela noite. Com exceção de João, que esteve acompanhando Jesus até o alto do Calvário, todos os demais se dispersaram.
Fonte CNBB




A TRAIÇÃO Jo 13,21-33.36-38
HOMILIA

Estamos na terça feira da Semana Santa. Os textos do evangelho destes dias nos confrontam com os fatos terríveis que levaram à prisão e à condenação de Jesus. Os textos não trazem só as decisões das autoridades religiosas e civis contra Jesus, mas também relatam as traições e negações dos próprios discípulos que possibilitaram a prisão de Jesus pelas autoridades e contribuíram enormemente para aumentar o sofrimento de Jesus.
Nesta ceia estão com Jesus, os apóstolos. Destacam-se João, aquele "a quem Jesus amava", Simão Pedro, representando as pessoas em busca de identidade e Judas Iscariotes, o traidor. Nas refeições solenes, dar um pedaço de pão umedecido no molho era sinal de carinho especial. Jesus entrega este pedaço de pão a Judas Iscariotes. Com isto o Evangelho dá a entender que Jesus ama de maneira extraordinária aquele que o trairá. A traição não é obra de inimigos de Jesus. Acontece por meio de um dos seus. Pedro está distante de Jesus, não só fisicamente, mas precisa da mediação de João para se comunicar com o Mestre.
O anúncio da traição. Depois de ter lavado os pés dos discípulos e de ter falado da obrigação que temos de lavar os pés uns dos outros, Jesus se comoveu profundamente. E não era para menos. Enquanto ele estava fazendo aquele gesto de serviço e de total entrega de si mesmo, ao lado dele um discípulo estava tramando a maneira de como traí-lo naquela mesma noite. Jesus expressa a sua comoção e diz: Em verdade lhes digo: um de vocês vai me trair! Não diz: Judas vai me trair, mas um de vocês. É alguém do círculo da amizade dele que vai ser o traidor.
A reação dos discípulos. Os discípulos levam susto. Não esperavam por esta declaração tão séria de que um deles seria o traidor. Pedro faz um sinal a João para ele perguntar a Jesus qual dos doze iria cometer a traição. Sinal de que eles nem sequer desconfiavam quem pudesse ser o traidor. Ou seja, sinal de que a amizade entre eles ainda não tinha chegado à mesma transparência de Jesus para com eles. João se inclinou para perto de Jesus e perguntou: Quem é?
Jesus indica Judas. Jesus disse: é aquele a quem vou dar um pedaço de pão umedecido no molho. Ele pegou um pedaço de pão, molhou e deu a Judas. Era um gesto comum e normal que os participantes de uma ceia costumavam fazer entre si. E Jesus disse a Judas: O que você tem que fazer, faça logo! Judas tinha a bolsa comum. Era o encarregado de comprar as coisas e de dar esmolas para os pobres. Por isso, ninguém percebeu nada de especial no gesto e na palavra de Jesus. Nesta descrição do anúncio da traição está uma evocação do salmo em que o salmista se queixa do amigo que o traiu: Até o meu amigo, em quem eu confiava e que comia do meu pão, é o primeiro a me trair. Judas percebeu que Jesus estava sabendo de tudo. Mesmo assim, não voltou atrás, e manteve a decisão de trair Jesus. É neste momento que se opera a separação entre Judas e Jesus. João diz que o satanás entrou nele. Judas levantou e saiu. Ele entrou para o lado do adversário (satanás). João comenta: Era noite. Era a escuridão.
Começa a glorificação de Jesus. É como se a história tivesse esperado por este momento da separação entre a luz e as trevas. Satanás (o adversário) e as trevas entraram em Judas quando ele decidiu de executar o que estava tramando. Neste mesmo momento se fez luz em Jesus que declara: Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo! O que vai acontecer daqui para frente é contagem regressiva. As grandes decisões foram tomadas, tanto da parte de Jesus e agora também da parte de Judas. Os fatos se precipitam. E Jesus já dá o aviso: Filhinhos, é só mais um pouco que vou ficar com vocês. Falta pouco para que se realize a passagem, a Páscoa.
O novo mandamento. O evangelho de hoje omite estes dois versículos sobre o novo mandamento do amor e passa a falar do anúncio da negação de Pedro.
Anúncio da negação de Pedro. Junto com a traição de Judas, o evangelho traz também a negação de Pedro. São os dos dois fatos que mais contribuíram para o sofrimento de Jesus. Pedro diz que está disposto a dar a vida por Jesus. Jesus o chama à realidade: “Você dar a vida por mim? O galo não cantará sem que me renegues três vezes”. Marcos tinha escrito: “O galo não cantará duas vezes e você já me terá negado três vezes” (Mc 14,30). Todo mundo sabe que o canto do galo é rápido. Quando de manhã cedo o primeiro galo começa a cantar, quase ao mesmo tempo todos os galos estão cantando. Pedro é mais rápido na negação do que o galo no canto.
O que o texto diz para mim, hoje? Também me coloco na mesa, junto a Jesus. Em que lugar? Identifico-me com Pedro, João, ou com qual apóstolo? Os bispos, na Conferência de Aparecida falaram da comunidade de amor que nasce da Eucaristia e constrói a unidade. A Igreja, como "comunidade de amor é chamada a refletir a glória do amor de Deus que, é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. Que também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia (Jo 17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas por 'atração': como Cristo 'atrai tudo a si' com a força de seu amor. A Igreja atrai quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou!
Pai, faze-me viver em sintonia com Jesus, de modo que meus preconceitos não venham a influenciar minha adesão a ele.

Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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