sexta-feira, 4 de abril de 2014

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Jo 11,1-45 - 06.04.2014 - Eu sou a ressurreição e a vida.

Pai,
dá-me a graça de compreender
a ressurreição de Jesus
como vitória da vida
e como sinal de que a morte
não tem a última palavra
sobre o destino daqueles que creem.
Roxo. 5º Domingo Quaresma

Evangelho - Jo 11,1-45

Eu sou a ressurreição e a vida.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 11,1-45

Naquele tempo:
1Havia um doente, Lázaro, que era de Betânia,
o povoado de Maria e de Marta, sua irmã.
2Maria era aquela que ungira o Senhor com perfume
e enxugara os pés dele com seus cabelos.
O irmão dela, Lázaro, é que estava doente.
3As irmãs mandaram então dizer a Jesus:
'Senhor, aquele que amas está doente.'
4Ouvindo isto, Jesus disse:
'Esta doença não leva à morte;
ela serve para a glória de Deus,
para que o Filho de Deus seja glorificado por ela.'
5Jesus era muito amigo de Marta,
de sua irmã Maria e de Lázaro.
6Quando ouviu que este estava doente, Jesus ficou
ainda dois dias no lugar onde se encontrava.
7Então, disse aos discípulos:
'Vamos de novo à Judéia.'
8Os discípulos disseram-lhe:
Mestre, ainda há pouco os judeus queriam
apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?'
9Jesus respondeu:
'O dia não tem doze horas?
Se alguém caminha de dia, não tropeça,
porque vê a luz deste mundo.
10Mas se alguém caminha de noite, tropeça,
porque lhe falta a luz'.
11Depois acrescentou:
'O nosso amigo Lázaro dorme. Mas eu vou acordá-lo.'
12Os discípulos disseram:
'Senhor, se ele dorme, vai ficar bom.'
13Jesus falava da morte de Lázaro,
mas os discípulos pensaram que falasse do sono mesmo.
14Então Jesus disse abertamente:
'Lázaro está morto.
15Mas por causa de vós, alegro-me por não ter estado lá,
para que creiais. Mas vamos para junto dele'.
16Então Tomé, cujo nome significa Gêmeo,
disse aos companheiros:
'Vamos nós também para morrermos com ele'.
17Quando Jesus chegou,
encontrou Lázaro sepultado havia quatro dias.
18Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém.
19Muitos judeus tinham vindo à casa de Marta e Maria
para as consolar por causa do irmão.
20Quando Marta soube que Jesus tinha chegado,
foi ao encontro dele.
Maria ficou sentada em casa.
21Então Marta disse a Jesus:
'Senhor, se tivesses estado aqui,
meu irmão não teria morrido.
22Mas mesmo assim, eu sei que
o que pedires a Deus, ele to concederá.'
23Respondeu-lhe Jesus: 'Teu irmão ressuscitará.'
24Disse Marta:
'Eu sei que ele ressuscitará na ressurreição, no último dia.'
25Então Jesus disse:
'Eu sou a ressurreição e a vida.
Quem crê em mim, mesmo que morra, viverá.
26E todo aquele que vive e crê em mim,
não morrerá jamais. Crês isto?'
27Respondeu ela: 'Sim, Senhor, eu creio firmemente
que tu és o Messias, o Filho de Deus,
que devia vir ao mundo.'
28Depois de ter dito isto,
ela foi chamar a sua irmã, Maria, dizendo baixinho:
'O Mestre está aí e te chama'.
29Quando Maria ouviu isso,
levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus.
30Jesus estava ainda fora do povoado,
no mesmo lugar onde Marta se tinha encontrado com ele.
31Os judeus que estavam em casa consolando-a,
quando a viram levantar-se depressa e sair,
foram atrás dela,
pensando que fosse ao túmulo para ali chorar.
32Indo para o lugar onde estava Jesus,
quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe:
'Senhor, se tivesses estado aqui,
o meu irmão não teria morrido.'
33Quando Jesus a viu chorar, e também os que
estavam com ela, estremeceu interiormente,
ficou profundamente comovido,
34e perguntou: 'Onde o colocastes?'
Responderam: 'Vem ver, Senhor.'
35E Jesus chorou.
36Então os judeus disseram:
'Vede como ele o amava!'
37Alguns deles, porém, diziam:
'Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também
ter feito com que Lázaro não morresse?'
38De novo, Jesus ficou interiormente comovido.
Chegou ao túmulo.
Era uma caverna, fechada com uma pedra.
39Disse Jesus: 'Tirai a pedra'!
Marta, a irmã do morto, interveio:
'Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias.'
40Jesus lhe respondeu:
'Não te disse que, se creres,
verás a glória de Deus?'
41Tiraram então a pedra.
Jesus levantou os olhos para o alto e disse:
'Pai, eu te dou graças porque me ouviste.
42Eu sei que sempre me escutas.
Mas digo isto por causa do povo que me rodeia,
para que creia que tu me enviaste.'
43Tendo dito isso, exclamou com voz forte:
'Lázaro, vem para fora!'
44O morto saiu,
atado de mãos e pés com os lençóis mortuários
e o rosto coberto com um pano.
Então Jesus lhes disse:
'Desatai-o e deixai-o caminhar!'
45Então, muitos dos judeus que tinham ido à casa de Maria
e viram o que Jesus fizera, creram nele.
Palavra da Salvação.
Fonte CNBB



REFLEXÃO
Catequese sobre a ressurreição.

Estamos praticamente às portas da Semana Santa; no próximo domingo, o domingo de Ramos e da paixão do Senhor, entraremos na Semana Santa. O Evangelho desse quinto domingo da Quaresma é uma catequese sobre a ressurreição. Situado no livro dos sinais, nosso relato é o sétimo e último sinal que Jesus realiza. Não nos esqueçamos de que a finalidade dos sinais é conduzir os discípulos, o leitor do evangelho, nós todos à fé em Jesus Cristo. Dizer que se trata do sétimo sinal significa que ele é o maior de todos os sinais, a plenitude dos sinais. Com esse relato, o autor do evangelho prepara o leitor para entrar com esperança nos relatos da paixão, morte e ressurreição de Jesus.
Estar longe de Jerusalém, lugar da habitação de Deus, era como estar morto, como perder o sopro de Deus. Por essa razão, Ezequiel utiliza a metáfora da abertura das sepulturas. A distância de Deus fazia o povo experimentar a falta da vida. Por isso, o texto termina com a promessa do sopro de Deus que faz viver.
O sopro de Deus faz viver para além da morte. No centro do texto do evangelho de hoje está a afirmação de Jesus a Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida […]”. É pela fé que se participa dessa vida nova, transfigurada. A pergunta que provoca e desafia a fé de Marta e a nossa fé é a seguinte: “Crês nisto?” Marta responde afirmativamente, pois ela é no relato símbolo do discípulo perfeito que põe a sua confiança no Senhor. Diante da morte há duas atitudes possíveis, representadas por Marta e sua irmã Maria: ficar prisioneiro do círculo da morte e do luto (Maria) ou romper com esse círculo pela adesão ao Senhor da vida. Quando Marta ouviu dizer que Jesus estava próximo, saiu correndo ao seu encontro; Maria, no entanto, permaneceu em casa, sentada, mergulhada no luto e na tristeza. A presença do Senhor faz surgir a esperança. Marta que crê na ressurreição de Cristo, na vida que ele dá, será para sua irmã Maria mensageira de um chamado do Senhor que a faz sair do mundo da morte para estar diante daquele que é o Senhor da vida. Para a nossa reflexão, a pergunta que se nos impõe a partir do relato é a seguinte: com qual das duas irmãs você, neste momento, se identifica? Você é portador de que mensagem? Você se identifica com Marta, que rompe o círculo da morte e deposita sua confiança no Senhor, que dele recebe a luz, a vida verdadeira, ou você se identifica com Maria, prisioneira do luto, da morte e da falta de fé?
Fonte Carlos Alberto Contieri, sj – Paulinas



HOMILIA
LÁZARO SÁI PARA FORA! Jo 11,1-45

Ressurreição e Luz são dois temas intimamente ligados, porque são sinônimos da salvação: “Se alguém caminha de dia, não tropeça; mas tropeçará, se andar de noite”(Cf. Jo 11,10).
O tema central do Evangelho de hoje é a vida. Vida que foi restituída a Lázaro e que está ligada à amizade, ao amor fraterno, a compaixão, atitudes cristãos que estão presentes na glorificação de Deus, que é o destino dos homens e mulheres que crêem verdadeiramente. A vida verdadeira, que o Cristo trouxe, tem face humana e face divina, que se misturam.

A ressurreição de Lázaro é um dos maiores sinais de Jesus. Jesus, assim, vai manifestando a sua filiação divina, seu poder messiânico, sua missão salvadora, e provoca, cada vez mais, a admiração, a fé, o testemunho daqueles que são beneficiados pela sua ação evangelizadora. O próprio Evangelista João anuncia que Jesus fez muitos outros sinais, e que Estes sinais foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, em crendo, tenhais a vida” (Jo 20,30-31).

Assim, poderíamos afirmar que a vida do homem é a razão de ser da encarnação de Jesus. Os milagres e sinais de Jesus foram efetuados para destacar a VIDA PLENA, a VIDA QUE SÓ ELE PODE NOS DAR.

Jesus afirmou: EU SOU A VIDA; EU SOU O PAO DA VIDA, EU SOU A LUZ DA VIDA. Jesus veio ao mundo para despertar a criatura humana do sono.

E esta vida nova só será possível àqueles que viverem, com dignidade, a grandeza do seu Batismo. Aderindo a Cristo o batizado deve viver uma vida realmente nova, animada pelo espírito de Cristo. Mas sem a fé, traduzida em obras, o batismo ficará morto. A vida da fé batismal se verifica, se atualiza, por exemplo, quando ela transforma a sociedade de morte numa comunidade viva de vida, de fraternidade e de comunhão.

Como Lázaro, acolhamos a ordem de Jesus: “SAI PARA FORA”. Peçamos ao Senhor que nos desperte e ressuscite do sono da morte e nos revista da Sua imortalidade com a Celebração da Festa da Páscoa que se aproxima.


Fonte Homilia Padre Bantu Mendonça Katchipwi Sayla

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