Liturgia Diária
28 – QUARTA-FEIRA
SANTOS INOCENTES, MÁRTIRES
(vermelho, glória, prefácio do Natal, – ofício da festa)
Os meninos inocentes foram mortos por causa do Cristo. Eles seguem o Cordeiro sem mancha e cantam: Glória a ti, Senhor!
Os Santos Inocentes, vítimas da fúria de Herodes, que queria eliminar o Messias Rei, confessaram com seu sangue o Salvador do mundo. Foram martirizados, afirmando a gratuidade absoluta da santidade. Adquirem grande valor na confirmação da fé e nos desígnios de Deus, amigo dos mais pequeninos do Reino. Peçamos ao Senhor a graça de um coração puro.
Evangelho: Mateus 2,13-18
Aleluia, aleluia, aleluia.
A vós, ó Deus, louvamos, a vós, Senhor, cantamos; / vos louva o exército dos vossos santos mártires! – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – 13Depois que os magos partiram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise! Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. 14José levantou-se de noite, pegou o menino e sua mãe e partiu para o Egito. 15Ali ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 16Quando Herodes percebeu que os magos o haviam enganado, ficou muito furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho de dois anos para baixo, exatamente conforme o tempo indicado pelos magos. 17Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18“Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, porque eles não existem mais”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 2,13-18
«José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito »
Rev. D. Joan Pere PULIDO i Gutiérrez
(Sant Feliu de Llobregat, Espanha)
Hoje celebramos a festa dos Santos Inocentes, mártires. Introduzidos nas celebrações de Natal, não podemos ignorar a mensagem que a liturgia quer nos transmitir para definir, ainda mais, a Boa Nova do nascimento de Jesus, com dois acentos bem claros. Em primeiro lugar, a predisposição de São José no desígnio salvador de Deus, aceitando sua vontade. E, por sua vez, o mal, a injustiça que freqüentemente encontramos em nossa vida, concretizada na morte martirial das crianças Inocentes. Tudo isso pede-nos uma atitude e uma resposta pessoal e social.
São José nos oferece um testemunho bem claro de resposta decidida perante o chamado de Deus. Nele nos sentimos identificados quando devemos tomar decisões nos momentos difíceis de nossa vida e de nossa fé: «Levantou-se de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para Egito» (Mt 2,14).
Nossa fé em Deus implica a nossa vida. Faz que nos levantemos, quer dizer faz nos estar atentos às coisas que acontecem em nosso redor, porque —freqüentemente— é o lugar onde Deus fala. Faz nos tomar ao Menino com sua mãe, quer dizer, Deus faz se nos próximo, companheiro de caminho, reforçando a nossa fé, esperança e caridade. E faz nos sair de noite para Egito, isto é, convida-nos a não ter medo perante nossa própria vida, que com freqüência enche-se de noites difíceis de iluminar.
Estas crianças mártires, também hoje, têm nomes concretos em crianças, jovens, casais, pessoas idosas, imigrantes, doentes...que pedem a resposta de nossa caridade. Assim nos o diz João Paulo II: «Em efeito, são muitas, em nosso tempo, as necessidades que interpelam à sensibilidade cristã. É hora de uma nova imaginação da caridade, que se desdobre não só na eficácia da ajuda emprestada, mas também na capacidade de nos fazer próximos e solidários com o que sofre».
Que a nova luz, clara e forte de Deus feito Menino encha nossas vidas e consolide nossa fé, nossa esperança e nossa caridade.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O que temes, Herodes, quando ouves que nasceu um Rei? (…). Você mata o corpo das crianças, porque o medo matou o seu coração» (São Quodvultdeus)
«O Filho de Deus - Verbo eterno - tornou-se filho para que Deus esteja ao nosso alcance. Ele nos ensina assim a amar os pequenos; amar os fracos; respeitar as crianças» (Bento XVI)
«A fuga para o Egipto e a matança dos inocentes manifestam a oposição das trevas à luz: 'Ele veio para a sua casa, e a sua gente não o recebeu» (Jn 1,11). Toda a vida de Cristo estará sob o signo da perseguição» (Catecismo da Igreja Católica, n. 530)
Fonte https://evangeli.net/
GRITOS E VOZES INOCENTES JÁ NÃO EXISTEM (Mt 2,13-18)
HOMILIA
Hoje é o dia que a Igreja escolheu para a festa dos Santos Inocentes, mártires; dia em que o Evangelho nos fala da matança dos inocentes, ordenada por Herodes.
Quero juntar, a todos estes Santos Inocentes anônimos, todos aqueles a quem não foi permitido nascer.
Junto ainda: a criança de que hoje foi dada notícia da sua morte por maus tratos e todas as que, como esta, já sofreram o mesmo martírio.
Com efeito, Deus, Senhor da Vida, confiou aos homens, para que estes desempenhassem dum modo digno dos mesmos homens, o nobre encargo de conservar a vida.
Esta deve, pois, ser salvaguardada com extrema solicitude desde o primeiro momento da concepção.
O aborto e o infanticídio são crimes abomináveis.
A Igreja honra, como Mártires, este coro de crianças, vítimas do terrível e sanguinário rei Herodes, arrancadas dos braços de suas mães para escrever, com o seu próprio sangue, a primeira página do álbum de ouro dos Mártires cristãos a merecerem a Glória eterna, segundo a promessa de Jesus:
“Quem perder a vida por amor de Mim, há-de reencontrá-la”.
Para eles, a Liturgia repete hoje as palavras do poeta Prudêncio: “Salvé, ó flores dos mártires, que na alvorada do cristianismo fostes massacrados pelo perseguidor de Jesus como um violento furacão, arranca as rosas apenas desabrochadas!”
Vós fostes as primeiras vítimas, a tenra grei imolada num mesmo altar recebestes a palma e a coroa.
O episódio é narrado somente pelo evangelista Mateus que se dirigia principalmente aos leitores hebreus e, portanto, tencionava demonstrar a messianidade de Jesus, no qual se realizaram as antigas profecias:
“Quando Herodes descobriu que os sábios o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar em Belém e nos arredores todos os meninos de dois anos para baixo, conforme o tempo que ele tinha apurado pelas palavras dos sábios”.
Foi assim que se cumpriu o que o profeta Jeremias tinha dito:
“Em Ramá se ouviu um grito: coro amargo, imensa dor. É Raquel a chorar seus filhos e não quer ser consolada, porque eles já não existem”.
A origem desta festa é muito antiga. Aparece já no calendário cartaginês do século IV, e cem anos mais tarde em Roma no Sacramentário Leonino.
Hoje, com a nova Reforma Litúrgica, a celebração tem um carácter jubiloso e não mais de luto como o era antigamente, e isto em sintonia com os simpáticos costumes medievais, que celebravam, nestas circunstâncias, a festa dos Meninos do Coro e do Serviço do Altar.
Entre as curiosas manifestações, temos aquela de fazer descer os Cônegos dos seus lugares, ao canto do versículo:
“Depôs os poderosos do trono e exaltou os humildes”.
Deste momento em diante, os meninos, revestidos das insígnias dos cônegos, dirigiram todo o ofício do dia.
A nova Liturgia, embora não querendo ressaltar o carácter folclórico que este dia teve no curso da história, quis manter esta celebração elevada ao grau de festa por São Pio V, muito próxima da festa do Natal.
Assim, colocou as vítimas inocentes entre os companheiros de Cristo, para circundar o berço de Jesus Menino de um gracioso coro de crianças, vestidas com as cândidas vestes da inocência, pequena vanguarda do exército de mártires que testemunharão, com o sangue, a sua pertença a Cristo. Ontem, assim como hoje, continuam os gritos e vozes de criança inocentes que já não existem mais. Nós devemos ser o grito e a voz delas no nosso mundo.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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