Liturgia Diária
7 – QUARTA-FEIRA
SANTO AMBRÓSIO
BISPO E DOUTOR DA IGREJA
(branco, pref. do Advento I ou IA, ou dos pastores, – ofício da memória)
Farei surgir um sacerdote fiel, que agirá segundo o meu coração e a minha vontade, diz o Senhor (1Sm 2,35).
Ambrósio nasceu na Alemanha em 340 e faleceu na Itália em 397. Bispo e doutor da Igreja, apóstolo da caridade e da paz, lutou pela defesa e cuidado dos pobres. Dedicou-se inteiramente à formação de sacerdotes, desejando que fossem completamente configurados a Cristo. Celebremos com fé, para que sejamos revigorados à luz do Espírito Santo.
Evangelho: Mateus 11,28-30
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eis que o Senhor há de vir, / a fim de salvar o seu povo; / felizes são todos aqueles / que estão prontos para ir-lhe ao encontro. – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus – Naquele tempo, tomou Jesus a palavra e disse: 28“Vinde a mim todos vós que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Mateus 11,28-30
«Meu jugo é suave e o meu fardo é leve»
P. Jacques PHILIPPE
(Cordes sur Ciel, França)
Hoje; Jesus leva-nos a repousar em Deus. Ele, certamente, é um Pai exigente, porque nos ama e nos convida a dar-lhe tudo, não é um verdugo. Quando nos exige alguma coisa é para nos fazer crescer no seu amor. O único mandamento é o de amar. Pode-se sofrer por amor, mas também nos podemos alegrar e descansar por amor...
A docilidade de Deus libera e enaltece o coração. Por isso Jesus, convida-nos a renunciar a nós mesmos para tomarmos a nossa cruz e segui-lo, diz-nos: «O meu jugo é suave e o meu fardo é leve» (Mt 11,30). Mesmo que por vezes nos custe obedecer à vontade de Deus, cumpri-la com amor acaba por nos encher de gozo: «Dirige-me na senda dos teus mandamentos, porque nela está minha alegria» (Sal 119,35).
Gostava de vos contar uma coisa. Por vezes, quando depois de um dia bastante esgotante, me vou deitar, percebo uma ligeira sensação dentro de mim que me diz: —Não entrarias um momento na capela para me fazeres companhia? Após uns instantes de desconcerto e resistência, termino por consentir e passar uns momentos com Jesus. Depois vou dormir em paz e tão contente, no dia seguinte não acordo mais cansado que de costume.
Não obstante, por vezes sucede-me o contrário. Perante um problema grave que me preocupa, penso: —Esta noite, durante uma hora, na capela, rezarei para que se resolva. E ao dirigir-me para a dita capela, uma voz diz-me no fundo do meu coração: —Sabes? Conformava-me mais que te fosses deitar imediatamente e confiasses em mim; eu ocupo-me do teu problema. E recordando a minha feliz condição de “servidor inútil”, vou dormir em paz, abandonando tudo nas mãos do Senhor...
Com tudo isto quero dizer que a vontade de Deus está onde existe o máximo amor mas não forçosamente onde está o máximo sofrimento... Há mais amor em descansar, graças à confiança do que em nos angustiarmos pela inquietude!
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Tão leve é a carga de Cristo, que não só não oprime, senão que alivia. Convém que leves esta carga para sentir-te aligeirado; se a tiras de cima de ti, encontrar-te-ás oprimido» (São Agostinho)
«Quando Deus põe o seu braço sobre o nosso ombro, como “seu jugo suave”, não se trata de um peso que nos faz sentir carregados, senão do gesto de aceitação cheio de amor. o “jugo” de este braço não é um peso, mas é a prenda do amor que nos sostiene e nos convierte em filhos» (Bento XVI)
«O Verbo fez-Se carne, para ser o nosso modelo de santidade: ‘Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim [...]’ (Mt 11,29)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 459)
Outros comentários
«Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso»
Rev. D. Jaume GONZÁLEZ i Padrós
(Barcelona, Espanha)
Hoje, acaba o ciclo de leituras semanais que tem como protagonista o profeta Isaías. Ele nos faz ver que a atualidade da vinda do Messias foi anunciada profeticamente.
Esperar o regresso do Senhor, seu “adventus”, exige do crente um claro propósito de não desfalecer, aconteça o que acontecer até então. Porque não podemos ignorar que a espera nem sempre resulta ligeira, e se pode chegar a pensar que, de fato, considerando a própria fraqueza, não se alcançará a perseverança de uma vida cristã com tenacidade. A tentação do desânimo está sempre perto dos que somos fracos por natureza.
Também pode nos trair o esquecimento de que o Reino vai abrindo passagem, sobretudo pela vontade de Deus, apesar das resistências dos que não temos uma “determinação determinada”, suficientemente decidida, para buscá-lo acima de tudo e com absoluta prioridade. Muitas vezes nos lamentamos do nosso cansaço: refletimos um pouco e damo-nos conta dos poucos resultados obtidos e, sem o poder evitar, sai-nos da alma uma queixa dirigida ao Senhor, mais ou menos explicita, perguntando-lhe como é que não nos ajudou o suficiente, como é possível que não tenha reparado no trabalho que realizamos. Aqui está nosso pecado! Convertemos Deus em nosso ajudante, ao invés de compreender que a iniciativa é sempre dele e que é dele o esforço principal.
Isaías, nesta perspectiva escatológica que marca as primeiras semanas do Advento, nos lembra quanto é grande e irresistível o poder do Senhor.
Em Jesus Cristo vemos cumprirem-se estas palavras do Profeta. «Vinde a mim (...) e encontrareis descanso» (Mt 11,28). No Senhor, no seu coração amoroso, todos encontramos o descanso necessário e a força para não desfalecer e, assim, poder esperá-lo com uma renovada caridade, enquanto nossa alma não cessa de O bendizer e nossa memória não esquece seus favores.
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