Liturgia Diária
22 – QUARTA-FEIRA
4ª SEMANA DO ADVENTO
(roxo, pref. do Advento II, – ofício do dia)
Ó portas, levantai vossos frontões! Levantai-vos, portas eternas: que ele entre, o rei da glória! (Sl 23,7)
Sempre atencioso com os pequenos e humildes, o Todo-poderoso faz grandes coisas em favor deles. Cheios de gratidão e com espírito de adoração, louvemos o Senhor por todos os dons que ele, sem cessar, nos concede.
Evangelho: Lucas 1,46-56
Aleluia, aleluia, aleluia.
Ó Rei e Senhor das nações / e pedra angular da Igreja, / vinde salvar a mulher e o homem, / que, um dia, formastes do barro. – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 46Maria disse: “A minha alma engrandece o Senhor, 47e o meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48porque olhou para a humildade de sua serva. Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49porque o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, 50e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o temem. 51Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. 52Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. 53Encheu de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias. 54Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55conforme prometera aos nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência para sempre”. 56Maria ficou três meses com Isabel; depois voltou para casa. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 1,46-56
«A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador»
Rev. D. Francesc PERARNAU i Cañellas
(Girona, Espanha)
Hoje, o Evangelho da Missa apresenta à nossa consideração o Magnificat, que Maria entoou, repleta de alegria, em casa da sua parente Isabel, mãe de João Batista. As palavras de Maria trazem-nos reminiscências de outros cânticos bíblicos, que Ela bem conhecia e tinha recitado e contemplado em tantas ocasiões. Porém, agora aquelas mesmas palavras têm, nos seus lábios, um sentido muito mais profundo: o espírito da Mãe de Deus transparece nelas e elas mostram-nos a pureza do seu coração. A Igreja fá-las suas, todos os dias, na Liturgia das Horas quando, ao rezar Vésperas, dirige ao céu aquele mesmo canto com que Maria se alegrava, bendizia e dava graças a Deus por toda a Sua magnanimidade.
Maria obteve a graça mais extraordinária que nunca nenhuma outra mulher recebeu nem receberá: foi eleita por Deus, entre todas as mulheres da História, para ser a Mãe daquele Messias Redentor que a Humanidade esperava há séculos. É a mais elevada honra jamais concedida a um ser humano, e Ela recebe-a com total singeleza e humildade, dando-se conta de que tudo é graça, dádiva, e que Ela nada é perante a imensidão do poder e da grandeza de Deus, que Nela fez coisas grandiosas (Lc 1,49). Uma grande lição de humildade para todos nós, filhos de Adão e herdeiros de uma natureza humana profundamente marcada por aquele pecado original, cujas conseqüências arrastamos, dia após dia.
Estamos já a chegar ao fim do tempo do Advento, tempo de conversão e de purificação. Hoje é Maria quem nos ensina o melhor caminho. Meditar a oração da nossa Mãe – querendo fazê-la nossa – nos ajudará a ser mais humildes. Santa Maria nos ajudará, se o pedimos com confiança.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Maria disse: 'A minha alma proclama a grandeza do Senhor.' Por isso —ela diz— ofereço todas as forças da alma em ação de graças e dedico-me com todo o meu ser, os meus sentidos e a minha inteligência para contemplar com gratidão a grandeza daquele que não tem fim» (São Beda o Venerável)
«Na casa de Isabel e Zacarías, ouvimos o “Magnificat”, este grande poema que nos chega dos labios, ou melhor, do coração de Maria, inspirado pelo Espírito Santo. ‘A minha alma engrandece ao Senhor’… Maria é grande precisamente porque não quis tornar-se grande” (Bento XVI)
«Adorar a Deus é reconhecer, com respeito e submissão absoluta, o “nada da criatura”, que só por Deus existe. Adorar a Deus é, como Maria no “Magnificat”, louvá-Lo, exaltá-Lo e humilhar-se, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e que o seu Nome é santo. A adoração do Deus único liberta o homem de se fechar sobre si próprio, da escravidão do pecado e da idolatria do mundo.» (Catecismo da Igreja Católica, n. 2.097)
Fonte https://evangeli.net/
MAGNIFICAT ANIMA MEA Lc 1,46-56
HOMILIA
“Exulta, ó minh’alma, no Senhor teu Deus, porque o Todo Poderoso fez em ti maravilhas. Santo é o Seu nome”. Este cântico do Magnificat é a celebração jubilosa e o resumo de toda a história da Salvação, na qual Maria é retomada em todas as etapas desde as origens. Essa história é conduzida por Deus sem interrupção e como o critério do amor misericordioso, à exaltação dos humildes e dos pobres.
Na narrativa do evangelista Lucas, por ocasião da visitação de Maria a sua prima Isabel, após a saudação da jovem, Isabel a proclama bendita e bem-aventurada. Concluindo o diálogo, Maria entoa o cântico de ação de graças, consagrado na tradição católica como o “Magnificat”. Este hino, bem como o cântico de Zacarias (“Benedictus”) e o de Simeão (“Nunc Dimitis”) foram colhidos por Lucas dentre a tradição das comunidades cristãs e inseridos na sua narrativa das infâncias de João Batista e de Jesus.
Apenas as pessoas sabem ser humildes e simples, por isso, as puras de coração são tocadas pela virtude da gratidão e, conseqüentemente, louvam e glorificam Deus como o fez Maria.
É uma coisa grandiosa quando um homem põe-se de joelhos diante de Deus. E aquele que fica de joelho encontra o seu verdadeiro lugar, dá o sentido da proporção e da medida, afirma que nada é e que Deus é tudo.
É pura verdade e justiça a sua misericórdia sobre aqueles que o temem. A lei da graça que se realiza em Maria se torna universal. Com o seu “sim” e neste canto de louvor, ela nos ensina que Deus realiza a sua graça quando o homem se convence da necessidade que tem dela. Só quem é cônscio de sua pobreza alcançará a riqueza que só produz. A graça não escolhe pessoas orgulhosas e soberbas, mas os humildes; não os poderosos, mas os fracos; não os saciados, mas os famintos.
O cântico de Maria é uma apresentação do Deus revelado por Jesus ao longo do Evangelho de Lucas. É o Deus que subverte as sociedades e as religiões estruturadas sobre o poder. É o Senhor que liberta e promove os pobres e oprimidos, derruba os poderosos e distribui os bens da criação para todos. A fé de Maria é uma fé humilde, consciente e comprometida com a causa dos pobres.
Quem confia sabe esperar, mas quem tende à auto-suficiência não é capaz de entender o que isso significa. A conversão exige que mudemos nossos pensamentos e percebamos a presença de Deus no mundo. Oxalá, sejamos como Maria que, compreendendo o tempo de Deus, cantou o Magnificat na casa de Isabel.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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