sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

LITURGIA E HOMILIA DIÁRIA - Evangelho: Lucas 3,10-18 - 12.12.2021

Liturgia Diária


12 – DOMINGO  

3º DO ADVENTO


(roxo ou róseo, creio, prefácio do Advento I – 3ª semana do saltério)


Alegrai-vos sempre no Senhor. De novo eu vos digo: alegrai-vos! O Senhor está perto (Fl 4,4s).



Exultemos, cantando alegres neste que é chamado o domingo da alegria. A alegria e a paz tomam conta de nosso coração, pois o Senhor está próximo. Somos convidados a acolher a mensagem de esperança e compromisso que João Batista nos traz nesta liturgia, a fim de sabermos recusar as propostas do consumismo, da cobiça e da violência.


Evangelho: Lucas 3,10-18


Aleluia, aleluia, aleluia.


O Espírito do Senhor sobre mim fez a sua unção; / enviou-me aos empobrecidos a fazer feliz proclamação! (Is 61,1) – R.


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 10as multidões perguntavam a João: “Que devemos fazer?” 11João respondia: “Quem tiver duas túnicas dê uma a quem não tem; e quem tiver comida faça o mesmo!” 12Foram também para o batismo cobradores de impostos e perguntaram a João: “Mestre, que devemos fazer?” 13João respondeu: “Não cobreis mais do que foi estabelecido”. 14Havia também soldados que perguntavam: “E nós, que devemos fazer?” João respondia: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!” 15O povo estava na expectativa e todos se perguntavam no seu íntimo se João não seria o Messias. 16Por isso, João declarou a todos: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo. 17Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o trigo no celeiro; mas a palha, ele a queimará no fogo que não se apaga”. 18E ainda de muitos outros modos João anunciava ao povo a Boa-nova. – Palavra da salvação.

Fonte https://www.paulus.com.br/


Reflexão - Evangelho: Lucas 3,10-18

«Está a chegar quem é mais forte do que eu»


+ Cardenal Jorge MEJÍA Arquivista e Bibliotecário de la S.R.I.

(Città del Vaticano, Vaticano)

Hoje, em pleno Advento, a Palavra de Deus apresenta-nos o Santo Precursor de Jesus Cristo: S. João Baptista. Deus Pai decidiu preparar a vinda, quer dizer, o Advento, de seu Filho na nossa carne, nascido da Virgem Maria, «muitas vezes e de muitos modos», como diz o início da Carta aos Hebreus (1,1). Os patriarcas, os profetas e os reis prepararam a vinda de Jesus.


Vejamos as suas duas genealogias, nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Ele é filho de Abraão e de David. Moisés, Isaías e Jeremias anunciaram o seu Advento e descreveram os traços do seu mistério. Mas S. João Baptista, como diz a liturgia (Prefácio da sua festa), pôde apontá-lo com o dedo e coube-lhe - misteriosamente! - a honra de ministrar o Baptismo ao Senhor. Foi a última testemunha antes da vinda. E foi-o com a sua vida, com a sua morte e com a sua palavra. O seu nascimento também é anunciado, como o de Jesus, e é preparado, segundo o Evangelho de Lucas (caps.1 e 2). E a sua morte como mártir, vítima da debilidade de um rei e do ódio de uma mulher perversa, também prepara a de Jesus. Por isso, recebeu o extraordinário louvor do próprio Jesus que lemos nos Evangelhos de Mateus e de Lucas (cf. Mt 11,11; Lc 7,28): «entre os nascidos de mulher não veio ao mundo outro maior que João Baptista. Mas o menor no Reino dos Céus é maior do que ele». E S. João Baptista diante disto, que não pôde ignorar, é um modelo de humildade: «Eu não sou digno de desatar as correias das suas sandálias» (Lc 3,16), diz-nos hoje. E, segundo S. João (3,30): «Convém que ele cresça e eu diminua».


Escutemos hoje a sua palavra, que nos exorta a partilhar o que temos e a respeitar a justiça e a dignidade de todos. Preparemo-nos assim para receber Aquele que vem agora para nos salvar, e virá de novo para «julgar os vivos e os mortos».


Pensamentos para o Evangelho de hoje

«Aprendei do próprio João um exemplo de humildade. Ele não se deixou confundir, ele se humilhou a si próprio. Ele comprendeu onde tinha a sua salvação; comprendeu que não passava de uma tocha e temeu que o vento da soberba a apagasse» (Santo Agostinho)


«Nos días que correm, vamos rezar. Mas não vos esqueçais: rezemos pedindo pela alegria do Natal. Agradeçamos a Deus pelas muitas coisas que nos deu, em primeiro lugar a fé. Esta é uma grande graça» (Francisco)


«João Batista, 'que irá à frente do Senhor com o espírito e a força de Elias' (Lc 1,17), anuncia Cristo como Aquele que 'há-de baptizar no Espírito Santo e no fogo' (Lc 3,16), aquele Espírito do qual Jesus dirá: «Eu vim lançar fogo sobre a terra e só quero que ele se tenha ateado!» (Lc 12,49) (…)» (Catecismo da Igreja Católica, n. 696)

Fonte https://evangeli.net/


A MENSAGEM DE JOÃO BATISTA Lc 3,10-18

HOMILIA


O terceiro domingo do Advento tem um sabor de alegria. É o “domingo da alegria”, pedagogicamente colocado pela Igreja nesta proximidade do Natal. É como quem está fazendo uma viagem e, depois de uma boa caminhada, avista além da última curva da estrada o lugar para onde está viajando. Que alegria! E esse lugar para onde vamos caminhando é o Natal. É o nosso encontro com Deus, com o Messias, o Deus-conosco, que veio morar em nossa terra: “Alegrai-vos, O Senhor está perto”.


A alegria é tão grande que, a Liturgia, para bem expressá-la, vai buscar uma página de Isaías, onde se fala da volta do exílio. É como se a Palestina, terra tradicionalmente árida como o deserto e a estepe, se cobrisse de uma exuberante vegetação, e por toda parte brotassem as flores, lembrando a majestosa beleza do Líbano e do Carmelo. Só mesmo Isaías, grande profeta e grande poeta, sabe dizer as coisas com tão cativante beleza.


Cristo vem transformar o mundo numa terra de paz e de verdadeira alegria. Isaías o diz com expressões vigorosas. Prevê os cegos recuperando a vista, os surdos recuperando a audição,  os paralíticos readquirindo os movimentos, e até os mortos ressuscitando. E, particularmente precioso no meio de tudo isso, a Boa-nova sendo anunciada aos pobres. Tudo isso está no Evangelho, no lugar onde Jesus mostra aos discípulos de João Batista o que estava acontecendo ao redor dele. Era a resposta concreta que dava a esses discípulos, que lhe vinham perguntar se ele era o Messias ou se deviam esperar outro. Notemos que as curas e as ressurreições anunciadas por Isaías são apenas sinais da ampla transformação moral que a doutrina de Jesus, vivificada pela sua morte e ressurreição, vinha realizar no mundo. A humanidade é como a terra árida do deserto, onde brotam os espinhos do pecado e de toda a maldade. Sobre ela cai a chuva do céu trazida por Jesus – gotejai, ó céus lá do alto, derramem as nuvens a justiça, e o mundo se transforma. Tudo são flores de vida e de virtude.


Essa transformação não acontece de repente. Ela pede de nós uma longa paciência. “Como a do agricultor que espera o precioso fruto da terra, aguardando pacientemente as chuvas do outono e as da primavera”.


Há um belo provérbio europeu que diz que os moinhos de Deus moem devagar. E é assim mesmo. Nós que vivemos num mundo caracterizado pelo ritmo da velocidade, da eletrônica, da informática, não sabemos mais descobrir como tudo o que se refere à vida, à saúde, à educação, ao cultivo do espírito tem que ser feito com respeitosa tranquilidade. Uma árvore não cresce de repente. Uma criança não se educa de repente. Não se faz um santo de repente. E, para sermos bem práticos, não se reforça de repente uma sociedade, sobretudo quando nela cresceram e se desenvolveram longamente a corrupção e a irresponsabilidade. É preciso um trabalho persistente e confiante, onde todos colaborem. Com seriedade, com perseverança, com iluminada esperança.


E temos que dizer que esse é o trabalho que o Cristianismo se empenha em realizar ao longo dos séculos. E temos que reconhecer, sem falso otimismo, que muita coisa melhorou no mundo. No relacionamento das pessoas, na superação do radicalismo, no reconhecimento dos valores de cada um, na capacidade de diálogo, inclusive diálogo entre as nações, deixando cada vez mais para trás o recurso à guerra como único caminho para se resolverem os conflitos, no respeito à própria natureza, crescendo sempre mais a consciência de que é preciso defender os bens que são de todos, como a água, o verde, e até o silêncio e a harmonia. E, se muita coisa continua errada – como atestam os assaltos e as violências de todo tipo – é porque os homens não estão aceitando a proclamação do Evangelho.


É porque nós, cristãos, não sabemos ser esse fermento na massa que modifica o mundo numa santificadora levedação espiritual. Não sabemos ser essa luz que ilumina pelo exemplo de sabedoria. Não sabemos ser o sal que tempera a sociedade com o sabor do bem e da virtude. Temos que aprender de São João Batista a não sermos caniços que o vento dobra, nem criaturas cheias de vaidade.


Espírito que converte para Deus, que eu permaneça atento aos apelos de conversão que me são dirigidos, para merecer ser acolhido no Reino proclamado pelo Messias Jesus.

Fonte https://homilia.cancaonova.com/

Leia também: LITURGIA DA PALAVRA

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Salmo

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Santo do dia

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