Liturgia Diária
4 – SEGUNDA-FEIRA
SÃO FRANCISCO DE ASSIS
RELIGIOSO E PATRONO DA ECOLOGIA
(branco, pref. comum, ou dos santos, – ofício da memória)
Francisco de Assis, homem de Deus, deixou sua casa e sua herança e se fez pobre e desvalido. O Senhor, porém, o acolheu com amor.
Francisco nasceu na Itália em 1182 e lá faleceu em 1226. Uma versão da antífona da entrada nos oferece bela síntese da vida deste santo humilde, pobre, alegre e caridoso: “Francisco, homem de Deus, deixou sua casa e sua herança e se fez pequeno e pobre. O Senhor, porém, o acolheu para o seu serviço”. Cultivemos um coração franciscano, inteiramente voltado para a bondade, a beleza e a preservação da natureza.
Evangelho: Lucas 10,25-37
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu vos dou novo preceito: / que uns aos outros vos ameis, / como eu vos tenho amado (Jo 13,34). – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas – Naquele tempo, 25um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” 26Jesus lhe disse: “O que está escrito na Lei? Como lês?” 27Ele então respondeu: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!” 28Jesus lhe disse: “Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás”. 29Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: “E quem é o meu próximo?” 30Jesus respondeu: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. 31Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. 32O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. 33Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. 34Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. 35No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: ‘Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais’. E Jesus perguntou: 36“Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” 37Ele respondeu: “Aquele que usou de misericórdia para com ele”. Então Jesus lhe disse: “Vai e faze a mesma coisa”. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: Lucas 10,25-37
«Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?»
Rev. Pe. Ivan LEVYTSKYY CSsR
(Lviv, Ucrnia)
Hoje, a mensagem evangélica assinala o caminho da vida: «Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração (...) e teu próximo como a ti mesmo!»(Lc 10,27) E porque Deus nos amou primeiro, leva-nos à união com Ele. A beata Teresa de Calcutá disse: «Nós necessitamos dessa união íntima com Deus na nossa vida quotidiana. Mas, como podemos consegui-la? Através da oração». Estando em união com Deus começamos a experimentar que tudo é possível com Ele, inclusive amar o próximo.
Alguém dizia que o cristão entra na Igreja para amar a Deus e sai para amar o próximo. O Papa Bento sublinha que o programa do cristão - o programa do bom samaritano, o programa de Jesus - é «um coração que vê». Ver e parar! Na parábola, duas pessoas vêem o necessitado, mas não param. Por isso Cristo repreende os fariseus dizendo: «Tendes olhos e não vedes» (Mc 8,18) Pelo contrário, o samaritano vê e para, tem compaixão e assim salva a vida ao necessitado e a si mesmo.
Quando o famoso arquiteto catalão Antonio Gaudí foi atropelado por um eléctrico, algumas pessoas que passavam não pararam para ajudar aquele ancião ferido. Não levava nenhum documento e pelo aspecto parecia um mendigo. Se tivessem sabido quem era aquele próximo, certamente teriam feito fila para o ajudar.
Quando praticamos o bem, pensamos que o fazemos pelo próximo, mas na verdade também o fazemos por Cristo: «Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!» (Mt 25,40) E o meu próximo, disse Bento XVI, é qualquer pessoa que tenha necessidade de mim e que eu possa ajudar.
Se cada um, ao ver o próximo em necessidade, parasse e se compadecesse dele uma vez por dia ou por semana, a crise diminuiria e o mundo seria melhor. «Nada nos faz tão semelhantes a Deus como as boas obras» (São Gregório de Nisa).
«Aquele que usou de misericórdia para com ele»
Ir. Lluís SERRA i Llançana
(Roma, Italia)
Hoje, um mestre da Lei faz a Jesus uma pergunta que talvez nos tenhamos feito mais de uma vez: «Que hei de fazer para ter como herança a vida eterna?» (Lc 10,25). Era uma pergunta feita com segundas intenções, pois queria pôr Jesus à prova. O mestre responde sabiamente o que diz a Lei, isto é, amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (cf. Lc 10,27). A chave é amar. Se buscarmos a vida eterna, sabemos que «a fé e a esperança passarão, enquanto que o amor não passará nunca» (cf. 1Cor 13,13). Qualquer projeto de vida e qualquer espiritualidade cujo centro não seja o amor nos distancia do sentido da existência. Um ponto de referência importante é o amor a si mesmo, freqüentemente esquecido. Somente podemos amar a Deus e ao próximo desde nossa própria identidade.
O mestre da Lei vai mais longe ainda e pergunta a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10,29). A resposta chega através de um conto, de uma parábola, de historia curta, sem formulações teóricas complicadas, mas com um grande conteúdo. O modelo de próximo é um samaritano, quer dizer um marginado, um excluído do povo de Deus. Um sacerdote e um levita passam de longe ao ver o homem espancado e mal ferido. Os que parecem estar mais perto de Deus (o sacerdote e o levita) são os que estão mais distantes do próximo. O mestre da Lei evita pronunciar a palavra samaritano para indicar a quem se comportou como próximo do homem mal ferido e diz: «Aquele que usou de misericórdia para com ele» (Lc 10,37).
A proposta de Jesus é clara: «Vai e faze tu o mesmo». Não é a conclusão teórica do debate, e sim o convite a viver a realidade de amor, o qual é muito mais do que um sentimento etéreo, pois se trata de um comportamento que vence as descriminações sociais e que surge do coração da pessoa. São João da Cruz nos recorda que «ao entardecer da vida te examinarão o amor».
Fonte https://evangeli.net/
COMO AMAR Lc 10,25-37
HOMILIA
O homem perguntou: Mestre, o que preciso fazer para herdar a vida eterna? Usando a forma rabínica, Jesus respondeu com uma pergunta ou duas questões: O que está escrito na Lei? Como você a lê. Quando o perito na lei respondeu citando Deuteronômio
6.5 e Levíticos 19.18, Cristo disse: Você respondeu corretamente; e, então, citou Levíticos 18,5 e Ezequiel 20,11 para deixar claro aquilo de que o homem precisava:Faça isto; viverá. Em outras palavras, não era suficiente recitar a lei de Deus, mas vivê-la de maneira a agradar a Deus! Para isso, a pessoa tem que colocar em ação o que a lei de Deus requer, sendo a essência desta o amor: amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, com todas as forças e de todo o entendimento, e ao próximo como a si mesmo.
Agora, se estivéssemos no lugar daquele homem, poderíamos ter deixado por isso mesmo. Afinal de contas, Jesus tinha dito na frente de todos os presentes, que ele havia respondido corretamente. Receber um 10, porém, não era suficiente para o doutor na lei. Ao invés disso, queria receber algum crédito extra. Lembre: ele planejara testar Cristo, e realmente ainda não havia feito isso! Assim, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Generosamente, até mesmo com compaixão, o Senhor Jesus contou-lhe uma parábola para ajudá-lo a entender o verdadeiro significado da lei do amor, considerando que amar é uma disposição interna, não uma qualificação externa. Uma história sobre compaixão
À medida que Jesus contava a história, os ouvintes puderam pintar vividamente a cena: A estrada rochosa, tortuosa, de Jerusalém para Jericó, tem sido notória, por todos os séculos, como um lugar onde os ladrões, muito freqüentemente, atacam os viajantes. Ela era uma descida íngreme por locais desolados. A distância era de, aproximadamente, vinte e seis quilômetros e a estrada descia um total de 1.040 metros. Era o tipo de caminho no qual os ladrões poderiam estar bem seguros. Jesus não disse que os salteadores da história roubaram o homem: isso seria subentendido. Ele concentrou-se no tratamento violento dispensado ao viajante. Eles deixaram-no quase morto.
Então, um a um, Cristo apresentou três homens; qualquer um deles poderia ter ajudado ao homem severamente ferido: O primeiro homem que, casualmente descia pelo mesmo caminho, era certo sacerdote. Ele ficou diante de um dilema ético: o único meio de saber se realmente o homem ainda estava vivo, e precisando de ajuda, era se aproximar e tocá-lo, mas, se já estivesse morto e ele tocasse no falecido, ficaria ritualmente imundo. Não apenas deixou de ajudar, como também foi para o outro lado da estrada. Ele evitou qualquer possibilidade de contato. Outros fatores podem ter pesado, como por exemplo, a possibilidade de os ladrões retornarem, a natureza dos negócios daquele homem moribundo, e assim por diante. Nós não temos conhecimento… Sabemos que o sacerdote deixou o homem onde ele estava sem se importar com o sofrimento e com as necessidades dele.
O segundo homem a entrar em cena era um levita. O que aconteceu no caso do sacerdote se repetiu… Nos tempos do Novo Testamento, os levitas estavam em posição de inferioridade em relação aos sacerdotes; não obstante, formavam um grupo privilegiado pela sociedade judaica. Eram responsáveis pela liturgia no templo e por manter a ordem no culto; Pode-se presumir que os mesmos motivos do sacerdote, para não ajudar, estavam na mente do levita.
O terceiro homem era samaritano, estando de viagem e, quando viu o homem ferido, moveu-se de íntima compaixão dele. Aquele sentimento de condolência levou-o a ajudar: ele foi até o homem machucado, enfaixou-lhe as feridas, derramando vinho e óleo. Depois, colocou-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria na qual poderia se recuperar. Porque o viajante piedoso tinha que retomar sua jornada, deu ao hospedeiro o equivalente a duas diárias para que ele cuidasse do homem em sua ausência e prometeu pagar as despesas adicionais, se houvessem, quando retornasse de sua viagem.
Jesus selecionou cuidadosamente os detalhes para a história contada. Primeiro o sacerdote e, depois, um passou pelo homem ferido. Os que ouviam estavam prontos para o herói ser introduzido e, provavelmente, presumiam que seria um judeu leigo, como uma última condenação dos líderes religiosos, o clero, que havia passado para o outro lado da rua. Para surpresa deles, o herói era um samaritano!
Jesus tinha dado o papel de bom sujeito a um inimigo dos judeus, a uma pessoa cuja herança, há muito, repugnava-os.
Passados todos estes séculos, referimo-nos à história como a parábola do Bom Samaritano. Ao fazer isso, inconscientemente, estamos caindo no mesmo preconceito que era evidente na audiência de Jesus, porque estamos afirmando que tal samaritano era diferente dos outros samaritanos pelo fato de que era bom. Talvez, como os judeus, nós também precisemos de uma lição sobre compaixão, começando por mencionar novamente a história.
Em qualquer situação que nos encontrarmos, como necessitados ou como colaboradores somos convocados pelo Senhor a amar o nosso próximo como a nós mesmos. Às vezes nós ajudamos às pessoas e as socorremos por obrigação ou a contra gosto, porém a própria Palavra do Evangelho nos esclarece: o próximo “é aquele que usou de misericórdia para com ele”. A misericórdia, então, é o sinal para que nós sejamos “o próximo” de alguém. Agir com misericórdia é fazê-lo por amor a Deus e acolher a miséria do outro com o mesmo amor de Deus e não somente com o nosso amor imperfeito e interesseiro.
Como você costuma agir: como o sacerdote, como o levita, como o samaritano, como o hospedeiro? – Ou você sempre é aquele que desce de Jerusalém para Jericó, se mete em enrascadas e está sempre precisando que alguém se aproxime de você?- Você já experimentou ser aquele (a) que está necessitado (a) e espera o socorro de alguém?- Quando você ajuda alguma pessoa você o faz por amor a Deus e com o amor de Deus?
A narração de Jesus ensina que viver agora, e sempre, como povo de Deus, significa demonstrar compaixão, mesmo quando nos incomoda, mesmo quando isso faz nossa vida tornar-se impura, mesmo quando desafia nossa compreensão tradicional e, até mesmo, quando nos custa algo pessoalmente. Isso é o que Jesus está nos dizendo: Vá e faça o mesmo.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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