Liturgia Diária
12 – TERÇA-FEIRA
NOSSA SENHORA APARECIDA
PADROEIRA DO BRASIL
(branco, glória, creio, prefácio próprio – ofício da solenidade)
Com grande alegria, rejubilo-me no Senhor, e minha alma exultará no meu Deus, pois me revestiu de justiça e salvação, como a noiva ornada de suas joias (Is 61,10).
Celebremos a solenidade de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil e mãe do povo brasileiro. Sempre atenta às necessidades de seus filhos e filhas, sobretudo nos momentos mais difíceis de nossa história, ela nos convida a estarmos sempre atentos e prontos para acolher a Palavra de Jesus, a fim de sabermos cumprir a vontade de Deus.
Evangelho: João 2,1-11
Aleluia, aleluia, aleluia.
Disse a mãe de Jesus aos serventes: / “Fazei tudo o que ele disser!” (Jo 2,5) – R.
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João – Naquele tempo, 1houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. 4Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. 5Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele. – Palavra da salvação.
Fonte https://www.paulus.com.br/
Reflexão - Evangelho: João 2,1-11
“Fazei o que ele vos disser”
O santuário mariano de Aparecida atrai anualmente milhares de peregrinos, que aí acorrem para manifestar sua fé em Cristo e sua carinhosa gratidão a sua santa Mãe. Elevado à categoria de basílica (a segunda maior do mundo; a primeira é a basílica de São Pedro, em Roma), o santuário desperta, na população, ardente desejo de conhecê-lo. Grande é a movimentação no seu entorno: inúmeras celebrações de missas, confissões, batizados, bênçãos, sobretudo nos fi nais de semana. A sala com os ex-votos testemunha a imensidão de graças alcançadas. Para além dessa grandiosidade, o que encanta, na verdade, é a simplicidade da origem dessa devoção: em 1717, uma pequena imagem de Nossa Senhora, pescada no rio Paraíba, torna-se objeto de veneração dos fiéis, e logo a resposta de Deus chega mediante abundantes graças.
Fonte https://www.paulus.com.br/
EM CANÁ MARIA INICIA O CAMINHO DA FÉ DA IGREJA Jo 2,1-11
HOMILIA
Ao narrar a presença de Maria na vida pública de Jesus, João nos recorda a sua participação em Caná, por ocasião do primeiro milagre: “Nas bodas de Caná, movida de compaixão, levou Jesus Messias a dar início aos Seus milagres“. João salienta neste Evangelho de hoje o papel discreto e, ao mesmo tempo, eficaz da Mãe que, com a sua palavra, leva o filho ao “primeiro sinal“. Ela, embora exerça uma influência discreta e materna, com a sua presença resulta, no final, algo determinante. A iniciativa da Virgem aparece ainda mais surpreendente se considerarmos a condição de inferioridade da mulher na sociedade judaica.
Em Caná, com efeito, Jesus não só reconhece a dignidade e o papel do gênero feminino mas, acolhendo a intervenção de Sua Mãe, oferece-lhe a possibilidade de ser partícipe na obra da salvação. Não contraria com esta intenção de Jesus o apelativo “Mulher“, com o qual Ele se dirige a Maria. Ele, de fato, não contém em si nenhuma conotação negativa e será de novo usado por Jesus em relação à Mãe, aos pés da Cruz (cf. Jo. 19, 26). Segundo alguns intérpretes, este título “mulher” apresenta Maria como a nova Eva, Mãe de todos os crentes na fé.
O evangelista usa a expressão “movida de compaixão“, deixando entender que Maria era inspirada pelo seu coração misericordioso. Tendo notado a eventualidade da tristeza dos esposos e dos convidados pela falta de vinho, a Virgem compadecida sugere a Jesus que intervenha com o seu poder salvador. A alguns o pedido de Maria parece desproporcionado, porque subordina a um ato de piedade o início dos milagres do Messias. À dificuldade respondeu Jesus mesmo que, com o seu assentimento à solicitação materna, demonstra a superabundância com que o Senhor responde as expectativas humanas, manifestando também quanto pode o amor de uma Mãe.
A expressão “dar início aos milagres” chama a nossa atenção. O termo início, princípio, foi usado por João no prólogo do seu Evangelho: “No principio já existia o Verbo” (1, 1). Esta coincidência induz a estabelecer um paralelo entre a primeira origem da glória de Cristo na eternidade e a primeira manifestação da mesma glória na sua missão terrena. Ressaltando a iniciativa de Maria no primeiro milagre e recordando depois a sua presença no Calvário, aos pés da Cruz, o evangelista ajuda a compreender como a cooperação de Maria se estende à inteira obra de Cristo.
O pedido da Virgem coloca-se no interior do desígnio divino de salvação. No primeiro sinal operado por Jesus os Padres da Igreja divisaram uma forte dimensão simbólica, acolhendo, na transformação da água em vinho, o anúncio da passagem da antiga à nova Aliança. Em Caná precisamente a água das jarras, destinada à purificação dos Judeus e ao cumprimento das prescrições legais (cf. Mc. 7, 1-15), torna-se o vinho novo do banquete nupcial, símbolo da união definitiva entre Deus e a humanidade.
O contexto de um banquete de núpcias, escolhido por Jesus para o Seu primeiro milagre, remete ao simbolismo matrimonial, freqüente no Antigo Testamento para indicar a Aliança entre Deus e o Seu povo e no Novo Testamento para significar a união de Cristo com a Igreja.
A presença de Jesus em Caná manifesta, além disso, o projeto salvífico de Deus a respeito do matrimônio. Nessa perspectiva, a falta de vinho pode ser interpretada como alusiva à falta de amor, que infelizmente, não raro, ameaça a união esponsal. Maria pede a Jesus que intervenha em favor de todos os esposos, que só um amor fundado em Deus pode libertar dos perigos da infidelidade, da incompreensão e das divisões.
A graça do Sacramento oferece aos esposos esta força superior de amor, que pode corroborar o empenho da fidelidade também nas circunstâncias difíceis. Segundo a interpretação dos autores cristãos, o milagre de Caná contém, além disso, um profundo significado eucarístico. Realizando-o na proximidade da solenidade da Páscoa judaica, Jesus manifesta, como na multiplicação dos pães, a intenção de preparar o verdadeiro banquete pascal, a Eucaristia. Esse desejo, nas bodas de Caná, parece sublinhado ainda mais pela presença do vinho, que alude ao sangue da Nova aliança, e pelo contexto de um banquete. Desse modo Maria, depois de ter estado na origem da presença de Jesus na festa, obtém o milagre do vinho novo, que prefigura a Eucaristia, sinal supremo da presença do seu Filho ressuscitado entre os discípulos.
No final da narração do primeiro milagre de Jesus, que se tornou possível pela fé sólida da Mãe do Senhor no seu divino Filho, o evangelista João conclui: “Os Seus discípulos acreditaram n’Ele“. Em Caná Maria inicia o caminho da fé da Igreja, precedendo os discípulos e orientando para Cristo a atenção dos servos. A sua perseverante intercessão encoraja, além disso, aqueles que às vezes se encontram diante da experiência do “silêncio de Deus”. Eles são convidados a esperar para além de toda a esperança, confiando sempre na bondade do Senhor.
Fonte https://homilia.cancaonova.com/
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